Era uma vez uma menina meiga e inocente, criada em uma cidadela do interior. Ela viveu sua infância de sonhos e brincadeiras, aproveitando seu tempo apenas com sua felicidade. Maria fantasiava histórias de amor da qual era ela a protagonista, imaginava coisas irreais e como toda garota, sonhava com um príncipe perfeito.

Aquele tempo passou depressa e ela foi obrigada a acordar daquele sonho lindo, a aurora de sua vida, sua infância querida, agora era apenas uma lembrança. Sua inocência havia desaparecido, ela passou a conhecer o mundo real em que vivia, um mundo perverso.

Maria, como todas as outras moças, deveria se casar com um rapaz que o pai havia escolhido, o qual nem conhecia e não nutria sentimento nenhum. Algum tempo depois, ela se casou com o rapaz escolhido, da sua idade, de boa aparência e com uma pequena fortuna. Era realmente um príncipe, como o de seus sonhos, romântico, carinhoso, fazia de tudo por sua felicidade, era perdidamente apaixonado, no entanto, Maria se sentia infeliz, mesmo com todo o amor que Erik, seu marido, lhe dava.

Alguns anos se passaram, e de tanta infelicidade, Maria começou a ficar doente, ela não era mais a mesma, não comia direito, não dormia, seu sorriso contagiante havia sumido. Percebendo sua total infelicidade, Erick resolve deixá-la partir. Seu amor por ela era imenso, mas não bastava. Ela queria ser livre. Maria era como um pássaro que só canta feliz quando está livre.

Assim foi feito e Erik e Maria se separaram. Ela voltou para a casa de seu pai, arrumou um emprego e voltou a levar uma vida comum, trabalhava em uma loja de antiguidades, chegava em casa tarde da noite, cuidava de seu pai e da casa. Não reclamava, pelo contrário, ela gostava dessa vida, não era entediante como a que tinha com seu ex-marido. Agora ela estava feliz.

Maria era uma moça extremamente linda, ainda mais agora que seu brilho havia voltado. Mas estamos num mundo real, do qual ninguém é feliz por completo, então o destino se encarregou de pregar uma peça em Maria. Seu pai já estava velho e um certo dia ele caiu doente, nenhum médico descobriu que doença era aquela, que estava deixando seu pai cada dia mais fraco, ele estava se definhando aos poucos. Alguns dias depois a morte visitou aquela casa.

A solidão tomou conta daquela casa, depois de perder seu pai, Maria tentava se levantar, mas não tinha força, então ficou imóvel em sua cama. Começou a passar um filme de sua vida em sua cabeça. Se lembrou da infância perfeita em que vivera, lembrou dos amigos, das brincadeiras, dos momentos felizes que viveu com seus pais, colegas, lembrou de como foi difícil abandonar sua infância. Lembrou-se também de seu casamento com Erik, ele a fazia tão feliz, realizava todos os seus desejos e vontades, nesse momento uma lágrima saiu de seus olhos e escorreu lentamente por sua face. Ela havia sido tão insensível, tratara com indiferença quem só lhe tratou bem, a tristeza inundou seu corpo e mente e aquele choro silencioso se tornou cada vez mais alto e sofrido.

Depois de algum tempo, Maria se controlou e percebeu a falta que sentia de Erik, começou a pensar se ele a aceitaria de volta, se ele ainda gostava dela. Vários questionamentos rondaram sua cabeça. Os dias se passaram e aquele sentimento aumentava, aquele aperto em seu coração não passava, seria aquilo o amor?

A vida é realmente cheia de surpresas, Maria que sempre desprezou Erik, agora estava perdidamente apaixonada, ela não conseguiu mais evitar, foi correndo falar com Erik, disse tudo que estava sentindo, do quanto pensava nele, que descobriu no tempo em que ficou sozinha que era ele o seu príncipe, o príncipe perfeito que ela esperava desde criança.

Ele ouviu tudo que Maria tinha a dizer com lágrimas nos olhos, não estava acreditando em tudo que ouvia, o amor da sua vida estava de volta, só podia ser um sonho, e sem dizer nada Erik beijou Maria, como se fosse a primeira vez, um beijo sincero, verdadeiro e apaixonado.

No mesmo dia Maria voltou para a casa de Erik, tiveram uma noite de sonhos, eles estavam felizes, pois tinham compreendido que o amor é um sentimento livre. Se você ama alguém deve deixá-lo livre, pois se ele realmente te amar ele sempre irá voltar, pois quando se ama um pertence ao outro, um completa o outro, se transformam um só.

Os corações apaixonados sempre se encontram para ter um final feliz.