Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 32
Especial | Dia dos Namorados


Notas iniciais do capítulo

Hoje é quinta, hoje é dia de RDC!!! Uhuuuul!!! E que dia é amanhã? Dia dos Namorados!
Por esse motivo, decidi fazer um especial inédito! Teremos os amores passados do nosso amado Príncipe Alexander ( a ideia inicial era fazer de algum ship, mas não temos nenhum formado ainda D: ). Espero que gostem!
Mesmo que vocês não tenham nenhum namorado(a): Feliz dia dos namorados, afinal, não passamos o Dia da Árvore com uma árvore nem o Dia do Índio com um índio!!
xoxo



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♥ AMORES DO PASSADO ♥

O amor pode vir de muitos jeitos
De qualquer lugar, de qualquer maneira
Pelas estradas e caminhos mais estreitos
Nos fisgando das formas mais rasteiras

Para os amores que vêm da infância
A amizade floresce mansa
Sem aviso, sem elegância
A paixão é apenas um sonho de criança.

O salão de baile parecia enorme para o garotinho de sete anos. Todas aquelas colunas folheadas a ouro, todas aquelas janelas pelas quais se podia ver a cidade inteira e todas aquelas pessoas elegantes. Por mais que ele já estivesse acostumado com o luxo, sempre havia algo novo que o assustava. Dessa vez, era a poltrona do tamanho do mundo em que sentava, no maus alto dos palanques. Ainda mais com a solidão que ela trazia.

As irmãs de quatro anos, os pais e até mesmo o irmão que mal sabia andar encontravam-se na pista de dança. Envoltos pela animação contagiante dos militares, eles não notavam Alexander. Afinal, o brilho das medalhas e a alegria dos tecidos vermelhos e brancos pendurados no teto não os deixavam ver ou escutar muito em frente.

— Está com você! — gritou uma voz feminina aguda, vinda de trás do menino. — Vamos, corra!

Lentamente, o par de olhos castanhos direcionou seu foque para a garotinha extremamente loura que o chamara. A ideia inicial era chamar alguém para expulsá-la dali, mas o sorriso brincalhão varria para longe qualquer chance de xingamento. Era tão delicado e puro… Ainda mais adicionado à bela fisionomia, mesmo que miúda. A pequena mão dela tocava o ombro do jovem príncipe como se fosse feita para aquilo. Uma sensação estranha que Alexei jamais sentira.

— Quem é você? — questionou ele, tentando ignorar a calma que o rosto dela trazia. — É proibido subir aqui!

— Oras, então você deveria descer também! Proibido para um, proibido para todos! — disse ela, séria. — Não é isso que nossa professora na Academia sempre fala?

Os olhos verdes como esmeraldas, a voz suave como o mais belo canto de um pássaro e a certeza irritante na fala. Era óbvio! Como não percebera antes?

— Alícia! — exclamou ele, porém já era tarde demais.

A filha do mais importante General do país já se perdera na multidão.

Em meio a pernas e risadas, as duas crianças correram na multidão. Alexander a seguia pelo brilho dos fios dourados de suas madeixas. Ela, por sua vez, apenas ouvia os passos apreçados deles ao tentar alcança-la. Uma alegria em meio ao baile que antes parecia tão monótono. Uma diversão infantil em um lugar com apenas entretenimento adulto.

O jovem príncipe não sabia — não tinha ideia, na verdade — que aquela menina magricela era seu primeiro amor. Tão deselegante, sem nenhuma característica de contos de fada e sem nenhum beijo, apenas um inocente sentimento.


Na adolescência, porém
Quando se abalam todos os conceitos
O amor é visto com desdém
E poucas vezes chega ao perfeito

— Por último, quero lembrar que o namoro é proibido nesse liceu. Por isso, peço que seus hormônios se controlem nos dois meses de permanência aqui. — anunciou a velha diretora da Instituição Nova-Europa, encarando a mesa dos meninos com uma expressão levemente maliciosa. — Desejo que todos tenham bons resultados nessa temporada. Boa noite.

Um murmúrio suave tomou conta do Salão. As duas gigantes mesas de madeira cobertas por toalhas de cores quentes logo se tornaram palco de inúmeras brincadeiras bobas e fofocas. É claro, os veteranos, que já conheciam a disciplina do lugar de experiências de outros verões, não tinham motivos para ficar com medo da abstinência a suas paixonites. E esse era o caso de Alexander.

Ele, porém, só conseguia encarar os cabelos cacheados que estavam no outro lado do Salão, esperando que seus olhos escuros como Onix o olhassem.

E eles assim fizeram, com o semblante doce de sempre. Seus lábios carnudos e rosados articulavam uma única palavra, que já deixava o príncipe dinamarquês cheio de esperanças: “Depois”.

O período entre a comunicação silenciosa dos dois adolescentes e a liberação dos alunos pareceu uma eternidade. Os sons pareceram sumir. A movimentação da pequena multidão ficou imperceptível. A ansiedade tomou conta do corpo magro do garoto de 15 anos, misturando-se a saudade e a leve paixão.

A maldita coordenadora nunca os iria liberar?

Ele teria de esperar uma eternidade para apenas trocar palavras apressadas com a garota com quem sonhara por outonos e primaveras? Teria de esperar para apenas ter a certeza de que as juras de amor do verão anterior ainda eram verdadeiras?

Finalmente, após cinco longos minutos, a voz melodiosa da Senhora Stoich anunciou que o jantar de recepção havia terminado e que eles deveriam se dirigir para os aposentos no andar superior. Alexander teve de se controlar para não sair correndo. Ele se escondeu na multidão, seguindo o passo uniforme de seus colegas. Desse jeito, passou pela grande porta de metal do Salão, pelas largas escadarias principais e pelos suntuosos corredores, até chegar a uma esquina em que seu caminho já não cruzava com os demais. Ele deveria seguir para O Ponto, local que guardava muitos segredos do ano anterior.

Alba já se encontrava lá, bela como sempre, apoiada em uma das quatro colunas. Ao ver o herdeiro dinamarquês, ela sorriu, revelando seus dentes extremamente brancos. Ela aparentava estar tão nervosa quanto ele, enrolando a barra da saia quadriculada do uniforme. Mesmo assim, a confiança árabe, como gostavam de chamar, acobertava qualquer sinal de tensão.

— Olhe só, aí está meu europeu favorito! — disse ela, sem tirar o sorriso do rosto. — Senti falta dessa cara pálida.

— E minha deusa das arábias está bem aqui na minha frente… — falou ele, admirando-a. — Quase não posso acreditar!

Ela esticou o braço em direção a ele, chamando-o com os dedos. Logo os dois estavam abraçados, matando toda a saudade que um ano inteiro poderia causar. Lentamente, ela beijou a bochecha dele, tentando conter a tentação de encostar-se aos lábios salgados e macios. Por infelicidade, nem mesmo eles, destemidos do jeito que eram, não tinham coragem de apimentar a situação.

Por hora, eles só podiam aproveitar a presença um do outro. Ele se sentia tão bem ao tocá-la e ao ser tocado por ela… Queria que aqueles breves momentos durassem para sempre, mas, infelizmente, nem todos viam a veracidade daquele amor adolescente. Inclusive os pais dele




E aquele amor, então, que vimos conosco crescer
Primeiro apenas uma atração
Mas que com o tempo fazemos enriquecer
E que se torna de nós fração.

O frio congelante do inverno nortista entrava teimosamente pelas paredes do grande palácio de Tomsk, nem mesmo as grossas cortinas vermelhas de veludo conseguiam controlar a brisa glacial. A fila de nobres que passava pelos corredores, praticamente em uma procissão, estremecia. Daquele jeito, o longo caminho que deveriam percorrer até a recepção de um aliado importante, do outro lado do palácio, parecia não acabar. Um dos componentes da longa fila de dinamarqueses e siberianos, porém, aparentava nem ser afetado pelo clima agonizante.

O cabelo negro da garota em sua frente envolvia o rosto de Alexander como fumaça. Ela, porém, parecia nem perceber, pois continuava olhando em frente. Depois de tantos anos, ele até se acostumara em apenas proteger a retaguarda dela, nem se importava mais, na verdade. Mesmo que os momentos em que fazia isso eram raros, por conta das poucas visitas que faziam um ao outro, era tudo muito familiar, muito reconfortante.

O príncipe, porém, somente conseguia pensar nos lábios carnudos e nos olhos de diamante que estavam de costas para ele.

Ele não poderia estar tenho esse desejo…

Serena fora sua amiga fiel por tanto tempo que ele não conseguia imaginar sua vida sem ela. Mas não daquele jeito…

— O que você está olhando, Alexei? — indagou a garota, virando levemente para trás, mas ainda sem olhar para o apreciador. — Admirando-me?

Discretamente, ele balançou a cabeça, negando. Afinal, ninguém precisava conhecer seus pensamentos ocultos. Eles poderiam muito bem permanecer nas profundezas de sua alma, onde só ele poderia acessá-los, Eram quase segredos.

— Eu conheço seus atos, querido. — disse ela, quase que em um sussurro. — Apenas pare com isso.

— O problema é que é impossível resistir a sua beleza. — admitiu ele, com um sorriso malicioso, — Como você me pede para parar nessas condições?

Subitamente, a duquesa cessou o andar, sem medo de atrapalhar o deslocamento do restante dos nobres. Alexander, distraído, continuou andando, esbarrando nela. Uma risada se forma em sua garganta, suave, primeiro começando com os olhos, descendo para as bochechas e terminando nos lábios. Ela, após um tempo o acompanha, com sua gargalhada fina e contida. Logo os dois estavam sem ar, trazendo estranhamento por parte dos demais. Eles, porém, não se importavam.

Foi aí que o jovem herdeiro dinamarquês constatou que a amizade era melhor que qualquer atração. Tendo-a, então, ele tinha a certeza de que a siberiana nunca seria tirada de sua vida, mesmo que com a distância.


Por fim, o amor suave
Que veio depois de mares percorrer
Abre nosso coração com uma chave
E com ele vamos sofrer, lutar e vencer


Dizem que o amor entra na vida das pessoas das maneiras mais estranhas, das formas mais inesperadas. E esse foi o caso de Ophelia e Alexander. Era impossível esquecer como eles se conheceram: no dia da primeira operação que visava curar Saphira.

Naquele dia, o jovem herdeiro estava tão nervoso que nem olhara para o rosto da nova babá, uma menina praticamente subnutrida que acabara de chegar da Espanha. Afinal, a irmã mais nova tão amada de apenas 6 anos dele estava prestes a ser dopada. O que ele queria era apenas chorar e pedir a cura para um ser divino qualquer, apenas para evitar a cirurgia. Mas saia que isso não era possível.

Porém tudo — ou quase tudo -- passou quando a mão macia de Ophelia, aquela que desprezara antes, o tocou. As palavras que saíram de sua boca logo depois eram de conforto e acalmaram o príncipe por completo. Ela dizia que tudo ficaria bem e que, mesmo conhecendo pouco do histórico médico, Phinny era forte e aguentaria.

Apenas isso fez com que ele encarasse aqueles grandes olhos azuis de forma diferente.

Desde então, eles se encontravam às escondidas. Primeiramente era apenas uma forte amizade, na qual os dois achavam um escape para a vida real. Entretanto, com o tempo, o sentimento evoluiu para algo mais intenso: um amor ardente. E a vida não seria mais completa sem ele.

— No que está pensando, Alexei? — questionou a garota, sentada ao lado dele, acariciando os cabelos do amado. — Na Seleção novamente?

— Não… Estou apenas imaginando como será minha vida sem você. — admitiu ele, beijando a bochecha dela. — Querendo ou não, teremos de nos separar…

— Eu sei… — disse ela, triste. — Ah, eu sei…

Ele a puxou para mais perto, envolvendo-a em um abraço apertado. O aroma forte do perfume de framboesa preencheu suas narinas, como sempre. As pernas dela logo se enroscaram nas suas. E os corpos pareciam inseparáveis. Costumes que, inevitavelmente, teriam de ser quebrados por conta do infeliz destino do príncipe.

 


Mas é esse o verdadeiro amor?
É aquele com quem devemos lutar com louvor?
É o verdadeiro vencedor?
Amor, amor, amor...

 

 

 

 

 

 

Poema escrito por Carolina Novaes(eu)


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
A Serena e a Ophelia vocês já conhecem, mas o que acharam da Alícia e da Alba? Elas merecem seu espaço no tempo atual da fanfic?
Bom, não sei muito mais o que falar... Preciso imprimir o trabalho de biologia dos meus colegas (escrava Isaura, eu).
Espero que tenham gostado!
Até o próximo(com muitas revelações)
xoxo ACE



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