Prisão Dreamland - Interativa escrita por Falco
Notas iniciais do capítulo
Saiu mais cedo de novo, para a alegria de vocês, né? É que eu tô de férias de onde eu trabalhava lá depois da escola e tenho muito tempo livre.
Para quem quiser, amanhã lançarei outra interativa: God Hunter. Vai ser mais voltado para a ação. Essa história não vai atrasar essa.
Charlie andava calmamente pelo presídio, como se nada tivesse acontecido ou se não tivesse feito nada; ele já não carregava o que comprara algumas horas antes, havia usado tudo aquilo. Não estava com medo das consequências.
– Oh, então você é Charlie? Realmente é do jeito que o Karma descreveu... - Um homem adulto chegou perto dele, rodeou Charlie duas vezes fazendo um cerco e logo depois, pegou sua cabeça e arremessou contra o chão, colocando o pé em seu peito logo após. - Ele avisou não? Para não se meter com aquele lugar! Foi você que tocou fogo lá, não foi?!
– Mas qual é o problema?! Era só um campo vazio! - Charlie respondeu, sem conseguir se levantar, o homem lhe prendia. - Foi um fogo lindo, não foi?
– Ei, playboy. Já tratei dos companheiros de cela dele, assim que terminarmos o serviço. - Era Eva, que chegava calmamente. - O Karma já deve vir.
– Tu teve azar hein, pivete? O Karma é um psicopata de primeiro. Tu vai morrer sem piedade.
– Mas que merda eu fiz de errado?! - Charlie continuava a questionar, tentando se livrar de alguma forma.
– Aí aí, novatos... - Eva respirou fundo. - Para onde você acha que vão os órfãos que tem parentesco com os presidiários aqui?
– Exato! Para uma pequena cidadezinha fora desses muros, para que possamos conversar com os pivetes se tivermos bom comportamento. Maaaas, eles também nos dão drogas, cigarros e tal. Adivinha o que aconteceu quando você colocou fogo no campino vazio?
– Matou sete crianças, nossos principais fornecedores, que estavam brincando lá! Sabe, agora você se fudeu bonito!l
– M-Mas... Eu não vi ninguém lá!
Antes de "Playboy" ou Eva responderam a Charlie, uma chave de perna surpreendeu a o homem; era Joe. Ele estava com a boca sangrando um pouco, mas nada que parecia atrapalha-lho; Morgana não estava com ele.
– Ah, é você. - Eva falou meio indiferente. - Como conseguiu sair se não tinha a chave?
– Isso não interessa. - O ruivo que havia vendido as coisas a Charlie chegou com as mãos nos bolsos e uma faca nos dentes, mesmo assim falava de uma maneira boa o suficiente para eles entenderem. - Eu gostei da sua atitude de tentar ajudar o Charlie, mas pode ir embora?
– Cala boca cara, ou pelo menos fala alguma coisa. As pessoas cagam pelo cu, e não pela boca como tu tá fazendo agora. - Joe respondeu agressivamente, logo retirando uma pistola escondida na roupa.
Joe havia se esquecido de Playboy, que havia acabado de se levantar e tentou agarrar sua arma por trás. Joe acabou por atirar e acertou o ombro do adulto. Charlie aproveitou a deixa para se soltar e ir para o lado de Joe.
– Já chega! Isso vai dar merda! - Seis guardas armados, três de cada lado do corredor, cercaram o grupo.
– Só podia ser o Karma! - Um dos guardas bateu com o cacetete na cabeça do ruivo que tentou reagir mas levou outra surra.
– Falou! - Eva conseguiu fugir a tempo de não verem o seu rosto.
– Levem o baixinho e o playboy para a enfermaria. Karma e carinha com a arma, vocês vão desejar não terem nascido.
Depois de serem espancados mais vezes pelos cacetetes dos policiais até ficarem feridos o suficiente para não conseguirem resistir. Puxados violentamente, cada um por três policiais, Karma e Joe se separaram lançando olhares de ódio um para o outro.
...
– E aí, Charlie? Melhor? - Morgana perguntou. Os dois não estavam em sua cela habitual, e sim em uma mais isolada; mas com as mesmas mobílias da antiga.
– Aham. Foram só uma pancadinhas. - Charlie respondeu, mexendo os ombros. - Deixa eu perguntar uma coisa, se você e o Joe estavam em uma solitária, como ele conseguiu sair?
– O idiota quase me desmaiou. Quase. Eu fingi ter desmaiado para ele não me socar de novo. Ele começou a bater o rosto na parede até cair um dente dele, e com esse dente, de algum jeito ele abriu a porta.
– Isso explica porque ele estava com a boca sangrando naquela hora... Falando no Joe, cadê ele?
– Bom ponto... Já fazem sete dias... - Morgana estava com um tom de preocupação, realmente já faziam três dias desde aquela confusão.
– Tomara que não tenham matado ele... Não tive tempo de agradecer.
– É estranho, não é? Todos nós somos condenados a morte, fizemos coisas terríveis, mas mesmo assim ainda existem pessoas que querem salvar as nossas vidas.
– Com certeza...
...
– Ai... - Uma criança reclama de dor em uma ala isolada do hospital da prisão. - Meu braço ainda está aqui?
– Só queremos uma confissão, seu peste! Sabemos que você é um dos garotos que mais visita o presídio! Você recebeu ordens para matar aquelas outras, não recebeu?!
– Eu não fiz nada, quantas vezes tenho que falar? - O menino voltou a reclamar. - O fogo não me pegou porque a gente estava jogando de quem mandava a latinha mais alto com um chute. Aí na hora do chute eu entrei na mata para pegar, e quando voltei, tudo estava pegando fogo.
– Merda! Já sabemos que deve ter sido no mínimo o Karma ou aquele novato brabo que entrou aqui recentemente. Só diz que foi algum deles que você vai embora.
– Quer saber de uma coisa?! - O menino se sentou com dor e bateu seu braço esquerdo; que havia sido dilacerado e estava lá por milagre, na cama. - Fui eu mesmo! Eu peguei gasolina, joguei um isqueiro e toquei fogo naquele bando de filho da puta! Feliz agora, seu filho da puta?!
...
Joe estava com algemas de couro que apertavam e prendiam seus pulsos a suas costas e seus tornozelos, presos com correntes. Tremia de frio, os guardas haviam enchido suas roupas de gelo e ainda jogavam mais água nele com uma mangueira, ainda era surrado pelo guarda que o vigiava; só tinha paz na madrugada. Isso combinado ao fato de que não comia há alguns dias.
Aquela era a solitária, para onde eram mandados os detentos que causaram confusão, e na maioria das vezes morriam lá pela tortura ao ficarem calados sobre o que aconteceu; Karma estava na mesma situação.
Mas naquela hora, os dois só pensavam em como se vingariam; afinal, eram homens.
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Falou.