Prisão Dreamland - Interativa escrita por Falco


Capítulo 2
Assassinato


Notas iniciais do capítulo

Demorei?



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O caminhão com apenas uma pequena janela coberta de grades seguia por um caminho provavelmente esburacado, já que a locomotiva chocalhava muito. Por vezes, algumas coisas acabavam caindo. Os jovens estavam todos algemados nas mãos e pés pesadamente, correntes se espalhavam pelo chão. Nada daquilo era exagerado; eram todos condenados a morte.

– Hum...? - Um dos policiais focou sua atenção em um dos garotos. - O que foi? Está se sentindo enjoado?

– É que eu não me dou bem com veículos em movimento...

O guarda agarrou o pescoço do jovem e o levantou, cada vez apertava mais.

– Ora, você é bem levinho, não? Escute, você é um criminoso, não está em posição de negar nada. Entendeu?

– E-Entendi...

– Preste respeito, seu pedaço de merda!

– Sim, senhor... - O jovem não resistiu mais, percebeu que seria burrice.

O guarda socou o estômago do jovem, que não conseguiu conter; cuspiu sangue no chão. Era o que o adulto queria. Empurrou ele ao chão e esfregou sua cabeça na mancha de sangue para limpar, depois lançou o prisioneiro de volta no banco, chocando alguns pela brutalidade. Outros estavam indiferentes.

Depois daquilo todos ficaram quietos, até o caminhão parecer ter chegado no destino, a porta traseira se abriu e dois guardas, inclusive o que havia de certa forma torturado aquele jovem. Já era noite, eles foram embarcados ainda de dia. A prisão deveria realmente ser bem isolada.

Cada um foi guiado para suas celas, que comportavam seis pessoas cada uma. Era um espaço de dez metros quadrados, com apenas um bacião de água e o chão, sem camas. Os guardas guiavam os presos se divertindo, judiavam dos que pareciam fracos. Três pesos daquele grupo foram despejados em uma cela.

Entre eles, um jovem de pele bem branca, cabeça raspada e olhos azuis; era o que apanhara desde a chegara no caminhão. Uma garota quem também estava na cela, sem chegar perto dele, debochou.

– Fracote, hein? Apanhou bonito. - Ela falou em um tom sarcástico.

– Eles limparam o chão comigo mesmo. - O jovem não ficou bravo, e sim riu junto da garota. - Joe, 17.

– Morgana, 13. - Ela parecia estar de bom humor. - E você, baixinho?

– Charlie, 14. - O outro garoto parecia ser um pouco quieto.

– Beleza. - Joe foi até a porta e a abriu. - Sabe, aqui a circulação é livre. Como todos somos condenados á morte, eles não se importam em nos matarmos. Só tomem cuidado com os veteranos e os guardas. Outra dica, vão trabalhar em umas oficinas que tem por aqui. Nesse lugar você tem que trabalhar para comprar comida e sobreviver.

– Como você sabe de tudo isso? - Charlie perguntou.

– É melhor vocês não saberem... - Joe respondeu e os três saíram, cada um para uma direção.

...

Morgana andava pelos corredores da prisão, sem algemas, apenas com a tornozeleira e acompanhada por câmeras. Ela realmente achara que iria ser muito pior, pelo que viu no caminhão e pelas histórias que ouvira na delegacia após de ser condenada.

– Wow, que gatinha. - Um grupo de seis detentos cercaram Morgana. - E ainda é novinha!

Dos seis, dois seguraram os braços dela. Outro pegou uma faca e apunhalou seu joelho direito para garantir que não ela não fugiria. Morgana não conseguiu resistiu aquele golpe; os sorrisos aumentaram no rosto dos detentos ao ver que ela desmaiara, mesmo não gritando de dor.

– Não acham que é meio cruel? - Um deles zombou, pegando Morgana pelas pernas.

– Nós já vamos morrer mesmo, não é? Então é melhor aproveitar! - Outro respondeu sem se preocupar de estar sendo vigiado pelas câmeras.

Enquanto carregavam Morgana, um dos detentos sentiu um pé em seu rosto. Foi um forte chute desferido por ela, que conseguiu ir para o chão; seu joelho sangrando não parecia atrapalhar-lhe em nada. Ela estalou os punhos e pegou a faca do detendo que havia caído.

– Olha, parece que ela quer brincar! - Um deles riu e retirou outra faca da cintura.

– Quer dar uma de garotinha durona é? - Uma voz menos grossa, que claramente não era de nenhum dos seis detentos, falou com desprezo. Antes mesmo de alguém verificar de quem se tratava, o som de três tiros ecoou naquele corredor.

Um extenso rio de sangue se formou no corredor. As câmeras começaram a apitar. Dois detentos estavam caídos no chão, imóveis. Os outros estavam assustados, mas apenas por um breve momento. O autor do disparo era um jovem de cabelo preto encaracolado e magro, estava descalço e com a camisa da prisão amarrada na cintura.

– Tsc. Vamos embora. - Um dos dententos virou a cabeça e foi embora, os outros o acompanharam.

Antes de Morgana sequer agradecer, pisando nos cadáveres e sujando os pés descalços de sangue, o jovem que efetuou os disparos foi até Morgana e levantou seu queixo com sua arma; com a outra mão, retirou um facão que apontou para seu peito.

– Primeiro, qualquer movimento em falso e eu te mato. - O jovem começou. - Escute, para se achar toda corajosa desse jeito, tu deve ter passado por poucas e boas e brigado bastante. Mas agora, você não está mais no lado de fora. Você está do lado de dentro, aqui tem só as piores pessoas que você pode imaginar, por isso não vá achando que pode cuidar de seis de uma vez. Tu teve muita sorte que eu apareci, novata, se não o apito das câmeras seriam para recolher o seu corpo. Enxerga o seu lugar, pirralha.

O jovem empurrou Morgana para a parede e com sua faca, a prendeu lá. Ele jogou a pistola no chão e se retirou do corredor. Morgana conseguiu pegar a arma, mas não rápido o suficiente para se vingar; seu joelho ferido estava começando a ter efeito pela perda de sangue.

Pouco tempo depois, um grupo de guardas apareceu, com uma expressão de raiva e outros de cansaço. Um deles soltou Morgana e deu um tapão nas costas para ela sair do corredor.

– Cai fora, baixinha. - O guarda falou e logo depois se virou para o rio de sangue e os corpos. - Maldito peixeiro... Só dando mais trabalho para nós!

Peixeiro. Esse nome não sairia mais da cabeça de Morgana até ter sua vingança.


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Notas finais do capítulo

Não fiquei muito satisfeito, mas como já estava demorando, resolvi postar logo.

Até o próximo.



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