Isso não é normal - Perina escrita por Pipoca


Capítulo 3
O gosto bom que o oposto tem


Notas iniciais do capítulo

Obrigadaa por estarem acompanhando a fic *-* Estou muuito feliz porque já tem gente comentando :3 Eu não sei se vou poder postar todos os dias essa semana mas eu vou tentar... Beijos e Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/539000/chapter/3

Pedro e joão tinham ido para casa logo depois daquela conversa no pátio da escola, João até chamou o roqueiro para ir jogar vídeo game na sua casa mas ele não quis, preferiu ir pra casa, estava cansado. Assim que chegou em casa falou com os pais e se deparou com Tomtom, encheu a irmã de beijos e foi se arrumar para o jantar. Na casa nova tinha uma vantagem, ele tinha seu próprio quarto, com banheiro e tudo mais. Entrou no box e começou a tomar banho, imediatamente se lembrou da conversa que teve com João e principalmente do jeito como se sentiu mal ao perceber que Karina poderia ter ouvido parte da conversa. Ele estava chateado e disse coisas ruins sobre a menina. Ele sentiu sim falta dela, odiava admitir mais sentiu. Ele saiu do banho e vestiu-se, quando chegou na cozinha e se deparou com a comidinha da dona Delma achou melhor esquecer da esquentadinha e focar na comida, que estava com um cheiro maravilhoso.

_*_

Karina se pegou pensando nas palavras de Pedro, por mais que ela tentasse se concentrar em qualquer outra coisa ela só conseguia pensar no que ele havia dito. Será que ela era assim tão insuportável? Ela não sabia ao certo porque se importava com aquilo. Ela apenas se importava. Estava se sentindo mal, pra baixo... “Espera ai Karina... Porque você se importa com o que aquele idiota pensa de você?” ̶ Ela se perguntou em pensamento ̶ “Isso é ridículo! Ele que ache o que quiser, se ele acha que eu sou insuportável, ele que fique sabendo que eu acho ele muito mais!! Aquele idiota só apareceu pra estragar a minha vida, melhor que ele tivesse ficado em São Paulo” ̶ Concluiu a lutadora. Ela não era de ligar para o que pensavam dela e com ele não seria diferente. Já estava tarde ela resolveu que era melhor dormir, tinha sido um dia e tanto.

No dia seguinte Karina levantou antes mesmo de Bete chegar, saiu as pressas pra academia, por algum motivo que nem ela sabia, ela queria treinar, extravasar, aquecer os músculos e não pensar mais em nada. Gael acordou e perguntou a Bete onde a menina estava, Bete respondeu que não sabia mas que ela devia de estar na academia, como sempre. Gael tomou café junto com Bianca e os dois saíram na expectativa de encontrar Karina lá.

̶ Karina? ̶ Disse Duca que foi abrir a academia e se assustou ao vê-la tão cedo ̶ Aconteceu alguma coisa? ̶ Ele sabia que ela sempre vinha mais cedo quando estava chateada.

̶ Duca? O-oi... Não aconteceu nada, é que eu acordei cedo e resolvi vir antes do pessoal... ̶ Disse a lutadora começando a ficar meio vermelha, só o fato de estar perto dele a deixava nas nuvens

̶ Ah, então esta bem, eu vou arrumar os materiais e daqui a pouco seu pai chega pra gente abrir a academia. ̶ Duca disse se afastando. Karina percebeu que ele estava estranho com ela, cheio de segredos e com a cabeça em outra galáxia, mas achou melhor parar o treino e ir pros vestiários tomar uma chuveirada e se trocar.

Bianca e Gael chegaram na academia e viram Duca, ele disse que Karina estava treinando mas estava tudo bem com ela. Gael foi abrir as portas do local e Bianca aproveitou pra falar com Duca.

̶ Duca, eu acho que está na hora da gente se assumir! ̶ Disse Bianca toda animadinha

̶ Eu também acho, não vejo a hora de gritar pra todo mundo que estamos juntos! ̶ Disse o lutador pegando a namorada pela cintura e a beijando.

̶ Eu acho que hoje a noite, na inauguração daquele restaurante, o perfeitão, vai ser perfeito! A Dandara convidou o papai, eu e a K, com a Dandara lá o papai não vai poder surtar, e ai o que cê acha? ̶ Bianca perguntou ao namorado e duca fez um “sim” com a cabeça, os dois se beijaram intensamente e quando Bia ouviu um barulho os dois se afastaram e cada um foi pra um lado.

Os alunos haviam começado a chegar, tanto da Ribalta quanto da academia. Tudo corria como o planejado pelo casal.

_*_

Na Ribalta Bianca encontrou Pedro, ela nem conseguiu acreditar, o antigo melhor amigo da irmã tinha voltado para o bairro! Na cabeça de Bia K iria ficar super feliz em saber da novidade, então ela foi se aproximar do garoto.

̶ Oii! Pedro né? Você não era o melhor amigo da K, a uns 6 anos atrás? Nossa quanto tempo! A K vai ficar tão feliz de saber que você voltou! ̶ Disse Bianca eufórica.

̶ Oi, você é a irmã da esquentadinha né?! Bianca... Eu vi ela ontem e ela não gostou nem um pouco de me ver... Eu não sei se ela disse, mas a gente brigou feio naquela época e parou de se falar e, eu tenho certeza que ela ainda não esqueceu da briga. ̶ Disse Pedro acabando com a alegria de Bianca.

̶ Ah nossa que pena, ela não me disse dessa briga e se disse eu esqueci, também faz tanto tempo... Jura que ela não gostou de te ver? Nossa desculpa por te incomodar... eu já vou. ̶ Disse Bianca se distanciando.

̶ Ahh não que isso, não incomodou não, aliás meu restaurante vai abrir hoje, o perfeitão! Se você quiser pode ir, a comida é boa e... leva a esquentadinha, diz a ela que eu tô propondo uma trégua! ̶ Disse Pedro com uma certa animação na voz.

̶ Claro eu vou sim pode deixar, e eu vou levar a K também! ̶ Disse Bianca que já estava animada novamente.

_*_

̶ Cadê o gelo? Tudo certo ai na cozinha Lincon? Amor, o caixa já está funcionado? ̶ Disse Marcelo nervoso com a inauguração.

̶ Calma pai tá tudo certo, o restaurante já vai abrir vai ficar tudo bem! ̶ Disse Tomtom na tentativa de deixar o pai menos nervoso.

Estava de fato tudo pronto, Lincon já tinha tudo preparado na cozinha, Delma já tinha posto a máquina registradora pra funcionar, as mesas, a iluminação e todo o resto já tinha sido arrumado. Só faltavam os clientes, que logo começaram a chegar.

O restaurante logo ficou cheio, a sorte da família Duarte foi que Dandara já havia chegado e tinha guardado a mesa, era uma mesa grande com 6 cadeiras no canto do restaurante, que tinha um clima familiar e era bem espaçoso. Bianca estava linda como sempre, usava um vestidinho delicado e curto, enquanto Karina estava com uma blusa folgadinha e de calça jeans, que tinha sido escolhida por Bianca pois deixava o corpo da lutadora mais evidente. Bianca teria feito K usar uma blusa mais feminina também mas só faze-la usar a calça apertada já tinha sido uma vitória, ela queria que a irmã ficasse bonita na frente de Pedro, ela pensava que no fundo Karina tinha uma queda por ele e o roqueiro não era de se jogar fora, quando criança era magrelo e desengonçado, normal, mas agora estava mais forte e bonito, se ela não estivesse com Duca com certeza se interessaria por ele.

Quando eles chegaram ao restaurante todos se cumprimentaram, Dandara, Gael, João, Karina e Bianca. A noite estava tranquila Delma tinha ido atender as mesas, todos já tinham pedido e Karina foi ao banheiro. Quando Duca chegou Karina ainda não tinha voltado, Gael estava tão confuso com a presença dele que perguntou o que ele estava fazendo lá, então Bianca começou a explicar.

̶ Pai, estamos namorando. ̶ Disse Bianca que em seguida se levantou o abraçou e o beijou apaixonadamente. Karina que estava indo em direção a mesa viu tudo e ficou sem chão. Ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo, “como?”, “quando?” , eram perguntas que não saíam da sua cabeça que logo começou a girar. Pedro estava indo na direção da cozinha que era no mesmo corredor dos banheiros e viu Karina extremamente pálida, e cambaleando. Foi na direção dela preocupado.

̶ Bianca... ̶ Disse Gael e foi cortado pela fala de Dandara.

̶ Gael calma! Você mesmo disse que o Duca é um bom rapaz, a Bianca já é bem crescida e eu vejo que eles se gostam, você não vai estragar isso não é? ̶ Disse Dandara com um tom de voz calmo e alegre, Gael começou um interrogatório, queria saber desde quando estavam escondendo aquilo tudo dele.

Pedro chegou perto de Karina e pegou a sua mão, estava gelada, ela nem piscava as lágrimas corriam sem cessar, ele olhou na mesma direção que ela e viu Duca e Bianca num beijo apaixonado e depois a morena revelou o suposto namoro. Ele entendeu o motivo do choque de Karina, só ele poderia entender, só ele no mundo inteiro sabia o quanto ela desejava estar no lugar de Bianca beijando Duca, mas isso nunca iria acontecer, ainda mais agora com o namoro dos dois.

̶ Karina, calma. Vai ficar udo bem. Você vai esquecer ele, é a pessoa mais forte que eu conheço. No instante em que disse isso Pedro viu Karina se posicionar na frente dele ela estava visivelmente desolada, frágil.

̶ Você não entende!! Me deixa em paz! ̶ Disse Karina ainda aos Prantos.

̶ Claro que entendo, eu sei que você sempre gostou dele, e que eu me lembre, eu sou a única pessoa que sabe disso. ̶ Disse Pedro olhando para Karina. Ele nunca tinha visto ela assim, nem se lembrava da última vez que tinha visto ela chorar...

̶ E você não pode dizer isso a ninguém! Tá me ouvindo moleque? ̶ Disse Karina tentando enxugar as lágrimas.

̶ Nossa já voltou a ficar esquentadinha?! Eu já contei uma vez e você quase me matou, não vou cometer o mesmo erro. ̶ Disse Pedro feliz por vê-la tentando se recompor. Ela estava tentando não chorar na frente dele, mas era inevitável.

̶ Eu não vou conseguir ficar na mesma mesa que o “casalzinho” ali, então eu vou pra casa. ̶ Disse Karina, com uma certa raiva no tom de voz, pegando o celular e mandando uma mensagem pra Bianca.

Mensagem ON

Karina: Olha, tô morrendo de dor de cabeça, não quero estragar a noite do pai, avisa a ele que eu fui pra casa.

Bianca: Nossa K, que pena, tinha uma coisa tão importante pra te dizer... Depois eu falo. OK eu aviso ao papai :3 fica bem, te amo.

Mensagem OFF

̶ Olha Karina eu sei que você tá triste e quer ir embora pra casa mas você não pode ir sozinha a essa hora. ̶ Disse Pedro com uma expressão de preocupação.

̶ Desde quando eu não sei me defender? Eu vou sim, e você não vai me impedir. ̶ Disse Karina decidida passando pela porta lateral do restaurante. Ela estava triste e com raiva dos dois, não sabia ao certo porque, mas na cabeça dela eles deviam ter contado antes essa história toda.

̶ Tudo bem, mas eu vou com você. ̶ Disse Pedro seguindo a garota.

̶ Eu não preciso de babá. ̶ Disse Karina, deixando claro que queria ficar sozinha.

̶ Olha aqui Karina, eu estou tentando te ajudar. Eu sei que precisa ficar sozinha, mas você vai ter a noite toda pra isso, eu não vou deixar você sair por ai sozinha, à noite e com essa cara de “quero me suicidar”. ̶ Depois de completar a frase fazendo aspas com os dedos Pedro observou Karina e ela bem que tentou disfarçar,mas achou graça. Só ele pra fazer ela sorrir num momento como aquele.

̶ Tá bom, você quer ir? Venha, mas mantenha a boca fechada, se é que isso é possível. ̶ Disse Karina vendo ele em seguida acenar que concordava com a cabeça. Seguiram calados.

O perfeitão era um pouco distante da casa de Karina mas dava para ir a pé tranquilamente. Eles já estavam na metade do caminho quando Pedro ouviu um breve soluço vindo de Karina, ela estava chorando novamente. Ele havia concordado em não falar nada, mas ela não tinha mencionado “abraços” na lista de proibições, então ele o fez. Ela sentiu ele a abraçando, ela estava tão perturbada que resolveu não brigar com ele. Ela nem tinha motivos para brigar, estava gostando do abraço, estava se sentindo protegida, amada. Era bom se sentir assim. Os dois seguiram abraçados por todo o caminho até a casa dela.

̶ Obrigada Pedro por não ter me deixado vir sozinha. ̶ Disse Karina na frente de casa se despedindo. ̶ Mas não pensa que isso vai se repetir, porque não vai. ̶ Disse se referindo ao abraço e a conversa sem xingamentos.

̶ Eu sei que não vai esquentadinha, mas eu quero que você saiba que eu senti sua falta quando nós brigamos e eu me mudei. ̶ Ao terminar a frase Pedro se aproximou a segurou pela cintura e a beijou. Foi um beijo diferente de qualquer outro que ambos já tivessem dado na vida, foi delicado e ao mesmo tempo um beijo apaixonado, de perder o fôlego. Quando os dois se afastaram, Karina estava sem reação e ambos com dificuldade pra respirar. Antes que Karina pudesse protestar contra o beijo Pedro tomou a iniciativa.

̶ Me desculpe, eu não sei porque eu fiz isso. Acho melhor eu ir embora. Tchau, boa noite. ̶ Disse ele dando as costas e indo embora.

Karina, ainda desnorteada, abriu o portão, entrou em casa e ao chegar no quarto se sentou na beirada da cama pensando no beijo. “Como ele teve coragem de fazer isso?” ela pensava. E pior “porque ela havia gostado?” . Não soube dizer, talvez fosse porque ela estava frágil, e carente. Ela estava convicta de que nunca iria ter nada com aquele moleque, ele havia se aproveitado dela isso sim. Mas, lá no fundo, e ela odiava admitir, ela havia gostado, mas não ia abaixar a guarda.

_*_

Minutos depois Pedro chegou ao restaurante, seus pais estavam tão ocupados que nem deram por sua falta. Ele estava confuso, não sabia porque tinha beijado a Karina, mas de uma coisa ele sabia: ela também tinha gostado. Ele resolveu parar de pensar no beijo, já que era óbvio que não ia rolar nada além disso, ela não ia baixar a guarda e como ele dizia pra João ele gostava de “princesinha” e não de “trator”, como ele havia apelidado a menina secretamente, pois ele tinha amor a vida.

João viu o amigo todo pensativo e resolveu ir falar com ele, papo da mesa estava enjoativo demais para ele também então ele pediu licença e foi até o balcão, se sentou num banco e começou a conversar com o amigo.

̶ Que cara é essa? ̶ Disse João dando um peteleco no amigo para que ele prestasse atenção.

̶ Ai! É que eu tô pensando em uma coisa aqui... ̶ Disse Pedro que depositou um pescotapa no “Jonhy”.

̶ Essa coisa tem nome? ̶ Disse João já sacando que se tratava de alguma garota.

̶ Tem, mas não importa. Eai tá rolando alguma coisa ali na mesa? ̶ Disse Pedro mesmo já sabendo o que havia ocorrido.

̶ Ah é que a filha do Gael assumiu um namoro com um tal de Duca. ̶ Disse João sem saber aonde Pedro queria chegar. ̶ Ei, você viu a Karina? Ela foi no banheiro e depois sumiu, disseram que ela foi pra casa mais ninguém viu ela passar... Sinistro. ̶ Disse João que na verdade não estava ligando para a localização da garota de fato mais sim para o fato de que Pedro e a mesma poderiam estar juntos.

̶ Não vi não... Olha eu tô com uma dor de cabeça horrível, acho que vou pra casa. Tchau Jonhy. ̶ Disse Pedro que não queria tocar no assunto “Karina”, tentava ao máximo não lembrar do beijo pois não queria alimentar um sentimento pela garota outra vez e não ser correspondido. Se levantou do banquinho e foi para dentro de casa, dormir para esquecer a garota. Pena que o destino lhe pregou uma peça e o fez sonhar com a mesma.

_*_

Você passa, eu paro

Você faz, eu falo

Mas a gente no quarto sente o gosto bom que o oposto tem

Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo

Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate

Todos caminhos trilham pra a gente se ver

Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?

Eu ligo no sentido de meia verdade

Metade inteira chora de felicidade


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OBS: Gente esse trecho é de uma música da Maria Gadú - Tudo diferente :3 eu adoro essa música e achei que combinava com o beijo deles... Me digam se vocês gostaram do capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Isso não é normal - Perina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.