Karina chegou em casa com os olhos marejados, passou e não deu nem um “oi”. Bianca assim como todo o resto (exceto Gael que não sabia da história da “traição”) pensaram que ela só estava triste por Pedro ter feito besteira, então deixaram ela ficar na dela, sozinha.

― K, abre a porta... Sou eu, seu nerd favorito... Abre aí vai, eu trouxe comida. ― Quando João terminou de falar ela abriu a porta e o puxou para dentro. ― Foi só falar em comida que você abriu rapidinho! ― Disse João entregando a bandeja para a lutadora e se sentando na cadeira de frente para ela, que se atirou na cama e abocanhou o sanduíche.

― A Kelly drogou o imbecil do Pedro. Ele não me traiu. Espera...Você é o melhor amigo dele, é obvio que ele já deve ter te contado! ― Disse Karina e João pareceu quase rir da confusão que estava a cabeça dela.

― Ele já me contou, mas eu quero ouvir duas versões.― Disse João e Karina pareceu ceder.

― Você já deve saber o que aconteceu: ele fez piada com aquilo tudo, eu tava de cabeça quente acabei falando sem pensar, ele despejou na minha cara que não gosta do meu jeito e me mandou crescer. Você sabe como eu sou... Falei um monte de merda que não devia e agora estamos brigados. Mas se ele pensa que eu vou voltar correndo, ele tá muito enganado! ― Ela falava claramente com raiva.

― Olha K, você sabe que o Pedro é muito orgulhoso e as vezes ele é tão cabeça dura quanto você, claro que contigo ele se derrete, mas eu quero dizer que alguém tem que ceder e ele não vai querer pedir desculpas. Você vai arriscar esperar o Pedro vir te pedir desculpas? ― Disse João tentando amenizar a situação.

― Eu vou arriscar. ― Disse Karina com fúria no olhar.

― Mas o que aconteceu exatamente? ― Disse João sentando ao lado dela na cama.

― Eu falei que ele é muito criança, que ele tem que crescer um pouco sabe? E ele começou a falar como se não gostasse de como eu sou, disse que eu faço birra quando as coisas não estão do meu jeito e, eu sei que eu sou assim as vezes, mas eu pensei que ele me entendesse, que gostasse do meu jeito esquentado... Me enganei. Aí me veio a cabeça tudo o que ele me disse quando nós começamos a namorar, sobre eu ser o “tipo” dele e todas as declarações, tudo mentira. Aí eu terminei com ele. E agora eu tô aqui esperando um SMS que eu sei que não vai chegar mas eu não vou mandar. Por que que eu tô te falando essas coisas?? ― Disse Karina se dando conta que estava no maior desabafo com o best do seu EX.

― Porque eu quero entender o motivo da briga pelos dois ângulos e porque somos amigos. Somos não é? ― Disse João ainda ao lado da lutadora que estava com os olhos cheios de lágrimas que ela não permitiu que caíssem.

― Claro que somos, é que é estranho estar aqui desabafando com o melhor amigo do meu... EX. ― Disse Karina sorrindo de lado para disfarçar a tristeza.

― Karina, você é estranha, eu sou estranho, gente estranha faz coisas estranhas. É normal. ― Disse João para faze-la ficar mais a vontade.

― Olha João, eu gosto de conversar contigo mas eu quero dormir um pouco agora. ― Disse Karina e o garoto entendeu o recado.

― Tá legal, eu vou indo então. Tchau K, boa noite. Fica bem.― Disse João saindo do quarto dela e indo para a sala, chegando lá Gael o esperava com uma cara nada amigável.

―Pode me dizer o que tá acontecendo com a Karina? ― Disse o mestre sentado na “cama” do garoto.

― É que ela e o Pedro brigaram... Nada demais Gael. ― Disse João ao chegar na sala.

― O QUE AQUELE MOLEQUE FEZ?? ― Disse o mestre exaltado.

― Calma! Foi a Karina que terminou com ele. Eles discutiram e o senhor sabe como é a Karina... ― Disse João tentado acalmar Gael.

―Eu acho bom aquele moleque não ter feito nada mesmo, porque ele não é um gato e não está num videogame então pelas minhas contas ele só tem uma vida. Ele que não me faça ter que acabar com ela. Vou indo pro meu quarto, boa noite. ― Disse Gael saindo pro seu quarto. João se largou no sofá e foi dormir. Bianca antes mesmo do “papinho” dos dois foi para o quarto e encontrou Karina deitada, aparentemente dormindo e foi tomar banho. Quando voltou a irmã estava chorando e ela ouviu um soluço.

― K... Olha eu sei que o Pedro fez alguma besteira mas eu não aguento te ver assim! Eu vou lá amanhã mesmo na Ribalta dizer umas poucas e boas pra aquele moleque abusado! Ele vai ver só! ― Disse Bianca deixando se levar por um impulso de querer proteger a irmã.

― Bi, deixa quieto, a gente terminou e eu não quero prolongar isso. Não fala nada só me deixa aqui, tá? ― Disse Karina num tom calmo e sem grosseria, ela estava triste demais pra discutir com Bianca.

― Não. Se você não quer me contar tudo bem, mas eu não vou te deixar sofrer sozinha, eu vou ficar aqui fazendo carinho na minha irmã. ― Disse Bianca sentando na cama e colocando a cabeça de Karina no seu colo, acariciando os fios curtos do cabelo da lutadora que não demorou muito para adormecer.

_*_

Pedro voltou pra casa e mal falou com os pais, não queria aguentar mais um sermão por uma coisa na qual ele não teve culpa. Tomtom ia falar com ele mas ele trancou a porta do quarto, tomou um banho gelado e foi se deitar. Ele estava sentado, encostado na cabeceira da cama, violão no colo, lágrimas nos olhos, Karina no pensamento.

“Tem coisas em você que me fazem bem não sei por que

E entre nós dois

Sempre foi e sempre será assim

Cada vez mais te vejo em mim...”

Ele estava magoado, tinha sido duro ouvi-la duvidar do seu amor e das declarações, mas mesmo assim ele estava com uma vontade imensa de ir até ela e dizer que sente muito por ter feito alguma coisa de errado e que ama, mas o orgulho parecia estar travando uma guerra com essa vontade e no fim, o orgulho estava vencendo. “Se ela me ama e sente a minha falta ela vai pedir desculpas.” Pensava o músico, temendo que esse pedido de desculpas não acontecesse, mas por que ele que tinha que ceder sempre? Esse tipo de questionamento o estava corroendo e o mais difícil de tudo era que pra piorar a situação o cheiro de morango do shampoo dela estava na fronha do travesseiro dele desde a quarta-feira da mesma semana, em que eles estavam trocando declarações e beijos ao em vez de ofensas e olhares cheios de raiva. “Quero só ver se ela vai aguentar ficar longe de mim!” pensava Pedro ainda dedilhando algumas notas no violão. Tomtom viu que ele não estava no seu melhor humor e resolveu deixa-lo quieto.

_*_

A semana passou e Pedro tinha dito tudo para os pais, que relevaram o fato dele ter chegado de manhã em casa sem ter avisado e contou para Tomtom também, que o chamou de burro e disse que ele não devia fazer piada numa hora daquelas mas que a K também estava errada em ter duvidado, apesar de que ela falou na hora da raiva... A garota falou tanto que Pedro sentiu como se o mundo tivesse se juntado num complô contra ele. Realmente parecia.

Eles se recusavam a se falar e o clima entre os amigos já estava estranho, já que ficavam na mesma mesa Júlia, Fabi, Karina, Pri, João e Pedro, sem que Karina e Pedro trocassem uma única palavra sequer. “João fala pro seu amiguinho que eu não tô afim de quebrar a cara dele hoje, mas se ele não calar essa boca eu vou ser obrigada a dar uma voadora bem nas fuças dele.” Frases como essa ou “ Johny, fala pra sua irmãzinha que ela deveria tentar dialogar como qualquer garota normal em vez de sair distribuindo voadoras gratuitas.” eram comum de se ouvir dos dois e o clima só piorava, passaram-se uma, duas, três, quatro semanas e nenhum dos dois queria ceder.

― Johny, sabia que eu vou sair com a Guta, aquela gata lá da ribalta? ― Disse Pedro na mesa na frente de Karina, só pra atingi-la.

― Não disse não. ― Disse João sem saber se entrava no jogo do Pedro pra deixar a Karina com ciúmes ou se fazia pouco caso pra ele parar logo com essa estratérgia ridícula.

― Fabi nem te conto! O Zé me chamou pra sair, DE NOVO... Sabe tô pensando em aceitar, o Zé é o maior gato e eu sei que ELE GOSTA DO MEU JEITO. ― Disse Karina entrando no joguinho e deixando Pedro com uma cara de ciúmes impagável. O “de novo” foi a cereja do bolo, fez Pedro se perguntar se o tal Zé se insinuava pra Karina quando eles estavam juntos.

― Fabi diz pra sua amiga que ela não precisa dizer pra o mundo inteiro ouvir que ela vai sair com o tal Zé. Ninguém tá interessado em saber quem ela pega ou deixa de pegar. ― Disse Pedro deixando escapar todo o ciúmes que estava sentindo.

― Mas- ― Fabi não teve como responder porque foi cortada por Karina que já encarava Pedro com um olhar desafiador.

― Fabi diz a esse moleque idiota que eu estava falando com você e ele não tem nada a ver com a história! E outra o tom de voz que eu uso pra palar contigo não é problema dele! ― Disse Karina prestes a voar no pescoço de Pedro.

―K, é qu- ― Dessa vez a garota foi cortada por Pedro que já estava vermelho de raiva.

― Fabi diz a essa grossa que eu não estou nem aí pra ela e pra esse Zé e que o fato dela estar GRITANDO na mesa está atrapalhando meu intervalo. ― Disse Pedro e Karina se conteve para não ir dar uns bons tapas na cara dele.

― Gente pelo amor de- ― Fabi foi interrompida mais uma vez, já estava ficando furiosa com tanta infantilidade.

― FABI DIZ A ESSE IMBECIL QUE SE EU QUISER EU GRITO MUITO MAIS ALTO E NÃO É ELE QUE VAI ME IMPEDIR! ― Disse Karina se levantando da cadeira e gritando na cara de Pedro.

― Gente olha o barrac- ― Disse Fabi envergonhada por eles terem iniciado mais um barraco só naquele dia...

― FABI DIZ A ESSA BRUTA QUE EU NÃO SOU OBRIGADO A ATURAR ELA TAGARELANDO NO MEU OUVIDO AINDA MAIS GRITANTO DESSE JEITO! ― Disse Pedro levantando da cadeira e gritando pra Karina também.

― FABI DIZ- ― Karina ia fazer mais uma ameaça quando foi interrompida pelo grito de Fabi.

― JÁ CHEGA! Que droga, vocês dois estão morrendo de ciúmes um do outro e ficam de doce, já não basta ter que aturar os pitis isolados ainda tem que ter barraco todo santo dia? PELO AMOR DE DEUS, CRESÇAM VOCÊS DOIS! Vamo Pri, perdi até a fome. Vem Juh. ― Disse Fabi saindo irritada e sendo seguida pelas meninas.

― Nem adianta olhar pra gente com essa cara de “nada a ver” porque é verdade. Jujuba! Espera! ― Disse João saindo da mesa deixando os dois sozinhos.

― A culpa é sua. ― Disse Karina sem olhar para o músico.

― Já disse isso. ― Pedro fez pouco caso da acusação e ela começou a ficar irritada por ele não estar irritado.

― VOCÊ TEM O DOM DE ME TIRAR DO SÉRIO! Você nasceu irritante assim ou fez curso? ― Perguntou irônica.

― Aprendi com a mestre esquentadinha. Conhece? ― Disse Pedro e Karina cerrou os punhos e tentou segurar a raiva.

― Há-há-há hilário você. Dá licença que eu tenho mais o que fazer do que ficar trocando elogios contigo. ― Disse Karina saindo irritada na direção dos banheiros, segurando as lágrimas, odiava discutir com ele. Pedro foi para a quadra na direção oposta, igualmente arrasado.

_*_

― Duda sabia que o Pedrinho finalmente largou aquela machinho? Eu joguei verde e ele aceitou sair comigo hoje. Depois que ele provar do brigadeiro aqui, nunca mais vai querer voltar pro beijinho meu bem! ― Disse Guta arrumando os cabelos e Karina que estava sentada sobre a tampa do vaso escutou tudo, as lágrimas começaram a correr sem pena... Talvez pelo medo de perder Pedro, mas com que cara ela iria até ele e pediria desculpas? E porque ele não podia pedir? Afinal foi ele que falou besteira, despejou toda a raiva nela... Será? Ela estava confusa e a única coisa que colocaria sentido novamente na sua vida era um abraço forte de Pedro e um beijo daqueles que só ele sabe dar. Só seu Pedro a salva de sensações como aquelas, mas quando ele causa essas sensações ela não sabe o que pensar. Como agir. O que fazer. Chorar.

Chorar como uma criancinha que teve seu doce roubado parecia ser a resposta pra tudo ultimamente, mas essa não era a Karina forte que todos conheciam... Que Karina era aquela que deixava um garoto virar sua vida de cabeça pra baixo? Talvez a Karina forte tivesse sido puro teatro, talvez ela tenha erdado de fato uma parcela do dom da mãe e da irmã ou talvez só estivesse perdida no meio de tantos “talvez”.

_*_
― Pedro Pedro... O que que cê tá fazendo da tua vida moleque?! ― Disse num sussurro pra si mesmo. Ele estava na arquibancada da quadra tentando entender que droga de orgulho bobo era aquele que na hora “H” nunca deixava ele e Karina se acertarem de uma vez. Ele se viu com 17 anos, prestes a fazer vestibular, sem ter a mínima ideia do que queria, a não ser a música que parecia não estar dando certo. A banda estava brigando bastante por causa de Sol que estava quase largando tudo e fazendo carreira solo, um tal de Santiago estava prestes a tira-la da banda e sem vocalista uma banda fazer sucesso é meio improvável. Seu pai reclamava das contas constantemente e ele se via um inútil em casa que só trazia despesas e não tinha um rumo na vida. Aturar tudo aquilo sem o apoio e a força de Karina era quase que tortura, era difícil manter o típico bom humor ao chegar em casa e ver sua mãe cortando gastos que ela fazia com coisas para ela, para manter a ribalta, a escola dele e de Tomtom, a natação, fora os custos com a banda quando eles faziam pequenos shows. Se pelo menos tivesse Karina consigo, mas parecia que a cada dia mais um marmanjo se candidatava a novo “Pedro” e entrava na fila kilométrica dos pretendentes da, um dia, sua esquentadinha. Ver ela na academia com aqueles caras malhados olhando sem pudor nenhum pra bunda dela dava vontade de quebrar a cara de cada um deles, mas o máximo que iria conseguir era alguns dentes faltando e algumas fraturas pelo corpo. Fora que ainda ia ter que agunentar a “fúria da esquentadinha” que não ia gostar nem um pouco de “crise de ciúmes” sendo que eles nem juntos estão mais. “O jeito é tentar esquecer a maluca.” Disse pra si mesmo na tentativa de parar de sofrer pelo menos um pouco. O sinal para entrar na sala tocou e eles tentaram se preparar para se encarar novamente.

_*_

Zé de fato de vez em quando vinha tentando sair com Karina mas ela nunca aceitava, ela e Cobra estavam treinando juntos na aula ministrada por Duca e Zé não parava de olhar para ela.

― Karina é impressão minha ou o Zé tá de olho em você? ― Perguntou Cobra em meio a sequência de chutes e socos.

― Não é impressão... E eu acho que eu vou aceitar sair com ele. Sabe pra esquecer aquele moleque idiota de uma vez. ― Disse Karina parando para eles irem descansar um pouco.

― Eu não sou conselheiro amoroso nem nada mas se você gosta de verdade do moleque, não vai ser o Zé que vai te fazer esquecer ele. ― Disse Cobra perto do bebedouro e Karina olhou como se dissesse “eu sei, mas eu preciso tentar”. ― Se você acha que vai dar certo, vá em frente. Não sou eu que vai cortar seu barato. ― Disse se afastando para pegar as coisas e ir embora.

― Eai K, cê tá afim de ir comigo no cinema? ―Perguntou Zé meio sem esperança, talvez cansado de tanto levar fora.

― Tô. Quando? ― Disse Karina e o garoto foi a loucura, ele ficou com um sorriso enorme e dando alguns saltinhos discretos.

― Essa sexta-feira. De 16:30 começa o filme então eu te pego de 16:00 pra gente chegar cedo lá. OK? ― Disse Zé não vendo a hora da tão esperada sexta-feira chegar.

―OK, mas que filme a gente vai assistir? ― Disse Karina e Zé parecia não acreditar, era sua chance com ela.

― Eu tinha pensado em “Anabelle”ou algum filme de comédia... Que que cê acha? ― Disse Zé e Karina se animou por não ser nada meloso.

― Pra mim tá ótimo, a gente escolhe lá então. Eu vou indo agora porque o treino noturno já terminou e o pai me mandou guardar os materiais... ― Disse Karina indo na direção do tatame e recolhendo as coisas, o garoto foi no vestiário e quando saiu encontrou Karina guardando as ultimas luvas.

― Tchau K, a gente cê vê amanhã. Tudo certo pra sexta-feira, né? ― Disse Zé e João parou no meio da escada pra ouvir a conversa.

― Tchau Zé, tudo sim. Até amanhã. ― Disse Karina e João ficou surpreso por de fato ser verdade a história que ela contou na mesa.

― Como assim “tudo certo pra sexta-feira”?? Você aceitou sair com o Zé? K, você sabe que você ainda ama o Pedrinho, iludir o Zé não vai adiantar de nada. Vocês deviam parar de orgulho bobo e ceder logo antes que alguém parta pra outra de verdade, aí Karina eu quero ver toda essa marra de vocês. ― Disse Fabi reprovando a atitude dos dois.

― Eu vou pro cinema com o Zé. Fabi, eu tenho que esquecer o Pedro, faz um mês que a gente terminou e eu tô quase indo lá na casa dele e agarrando aquele imbecil! Eu tenho que partir pra outra assim como ele tá fazendo, não posso esperar o resto da minha vida até o Pedro cansar das peguetes e voltar pra mim. Eu tô triste pra cacete então pelo menos o Zé vai me distrair um pouco. E eu NÃO estou iludindo ninguém, o Zé nem gosta de mim assim... Ele só quer ir no cinema comigo e talvez ele tenha segundas intenções mas não passa disso. Relaxa e tenta me ajudar a esquecer aquele moleque se não eu vou pirar! ― Disse Karina se jogando em cima do puff e passando a mão pelos cabelos.

― Tá, eu vou tentar te ajudar porque eu sou sua amiga e tô aqui sempre pra o que você precisar, mas eu não acho que você vai ser feliz com alguém que não seja o Pedro. Aliás eu não acho, eu tenho certeza do que eu disse. ― Falou Fabi sentando ao lado da amiga que bufou, mas no fundo temia que fosse verdade e que o, um dia seu, moleque nunca mais voltasse para ela.

― Olha eu acabei de guardar as coisas e eu preciso de um banho, depois a gente se fala Fabi. ― Disse Karina se levantando bruscamente e indo pra casa. João saiu detrás da escada e Fabi levou um susto ao ver que ele escutou toda a conversa.

― Olha eu realmente não sei porque estou fazendo isso, mas acho que eles estão passando dos limites com essa história de “esquecer”, o Pedro já disse que vai sair com a Guta e eu acho que eles estão fazendo a maior burrada da vida deles. Mas eu tenho que juntar esses dois de novo... Você topa me ajudar? ― João perguntou a Fabi e ela ficou animada.

― Topo e tenho certeza que a Juh e a Pri vão topar também! A gente vai ser tipo “O quarteto fantástico" numa”operação cupido! Tô até imaginando! ― Disse Fabi aos pulos, ela estava feliz por outra pessoa pensar como ela em relação ao ex-casal.

― Olha o mala do Pedro tava me perguntando uma sugestão de lugar pra levar a Guta, já que a K vai pro cinema com o Zé, eu vou dizer pro Pedro que ouvi falar que a Guta ama assistir filme e tá querendo ir no cinema. A gente dá um jeito deles se encontrarem lá, eu tenho certeza que quando eles virem os “substitutos” vão desistir desse término escroto. ― Disse João como se tivesse passado a vida toda arquitetando uma espécie de plano infalível, parecia o cebolinha. ― Sou um gênio! ― Disse e Fabi ficou maravilhada com a ideia.

― Se eu conheço bem a K, ela vai surtar e eles vão acabar cedendo! Vai ser lindo! Tem que dar certo! ― Disse Fabi animada, ela logo pegou o celular e passou mensagem para as meninas, até criaram um grupo no whatsapp: “Operação cupido ♥ ” , só para falar sobre os planos.