Após chegarem em casa Lara e Raphel foram direto para o quarto, pois suspeitavam que seus pais já sabiam de toda a confusão que aconteceu no parquinho.

–Lara, você tem que se controlar, isso é muito chato. – Raphel fala enquanto tira a jaqueta.

–Eu sei, você tem que ter paciência. Eu consigo algumas vezes, mas outras parecem que é maior que eu. Me desculpe, o.k? – Lara senta na cama tentando disfarçar o seu rosto triste. Apesar de tudo, o Lara falava era verdade. Quando ela tinha alguns surtos era impossível de controlar, como se ela tivesse duas personalidades, e má sempre era maior que ela.

–Ta, você já me falou isso. Eu te desculpo, mas você tem que se controlar tata, pelo menos tenta, por favor. Não gosto quando te zoam ou quando isso acontece. – Raphel sentou ao lado dela, e a abraçou.

–É chantagem você me chamar de tata! – Os dois começaram a rir, quando Sra. Mark bate na porta do quarto e entra.

– Crianças, desçam por favor, eu e seu pai queremos... Queremos conversar com vocês.

Os três desceram a escada e foram direto para a sala onde encontraram Sr. Mark sentado no sofá, com um álbum na mão.

–Sentam, eu quero mostrar uma coisa para vocês.

Eles sentaram e Sra. Mark sentou bem ao lado de seu marido. Sr. Mark deu o álbum na mão dos dois, e quando abriram eram fotos de quando eram bebes. Nele continha várias fotos, uma foto só da Lara, outra só do Raphel. Deles juntos.

–Aqui estão vocês dois, tão pequenos e fofos! Que saudades desses tempos! – Sra. Mark falava com um sorriso de ponta a ponta do rosto.

–Sim... Mas o que a gente queria falar é... É que... – Sr. Mark olhava para as crianças e depois olhava para Amélia, perdido. – Aconteceram coisas estranhas com vocês?

–Estranhas? Como assim papai... – Raphel tenta disfarçar a sua voz rouca.

–Estranhas como... Como algo que vocês desejassem e elas apenas acontecem. Ou aparecem.

–Não mamãe, nada...

–Sim, sempre aconteceu.

–Lara! Não era para você falar nada! – Raphel diz para Lara e depois olha para seus pais – Quer dizer, as vezes. Quase nunca.

–Raphel, não minta para mim. – Sr. Mark levanta a voz.

–Sim, sempre papai. – Raphel abaixa a cabeça.

–O.k. É melhor contar logo, meu querido. Se não eles vão ficar mais confusos a cada vez que isso acontecer. – Sra. Mark dá um pequeno sorriso para Landon, e ele acena com a cabeça.

–Contar o que mãe?

–Nós tentamos imaginar várias formas de contar isso. Na verdade, a anos estamos ensaiando. Mas decidimos que não tem forma melhor de contar do que ser direto.

–Contar o que pai? – Raphel fecha o álbum que estava em suas mãos.

–Vocês... Vocês são bruxos. – Sra. Mark levanta do sofá aflita e anda até a lareira.

–Bruxos? – Lara da risada. – Já sei, vocês estão brincando com a gente!

–Não Lara, não estamos... – Sr. Mark pega a mão da pequena Lara e abaixa a cabeça.

–Bruxos? Mas... Como? Não pode ser verdade. – Raphel olha confuso para Lara.

–É por isso que acontece as coisas com vocês. Como aparecer e sumir coisas, ou um desejo de vocês acontecerem. Raphel lembra aquela vez que você ficou tão feliz com o seu presente que todas as bexigas se estouraram? Ou quando você Lara, queria aquele vestido da vitrine e ele apareceu em você? – Sra. Mark senta ao lado de Raphel.

–Bruxos... Mas bruxos são maus mamãe. – Lara tenta associar tudo que aconteceu com ela, principalmente o acidente no parquinho.

–Claro que não meu amor. Nem todos! E vocês são bruxos bons, eu tenho certeza disso. –

–Mas por que vocês não são bruxos também? – Raphel aperta a mão de seu pai.

–Porque vocês têm um dom que não temos. É uma benção meu filho. – Sr. Mark responde com um sorriso no rosto. – Vocês têm até uma escola especial!

–Sim, ela se chama Hogwarts, vocês vão adorar.

–Mas a gente vai ficar longe de vocês para sempre! Não quero ir mamãe. – Raphel levanta e abraça Amélia.

–Não meu filho! Vocês só vão ficar lá nas férias, e depois voltam para casa. Eu prometo!

–E vocês não vão agora, faltam 2 anos.

–Isso mesmo. E não importa o que acontecer, o que vocês são, mamãe e papai amam vocês. Amam muito. – Sra. Mark sorri para os gêmeos e olha pro Sr. Mark.

–Para sempre.