Behind Blue Eyes escrita por Lady Allen


Capítulo 8
Aktionen und Reaktionen


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey, sei que querem meu fígado. Já tinha desistido, mas o Filipe sempre me apoiando me fez voltar a escrever. O motivo do meu desânimo é muito grande, minha vó. No começo desse ano ela se foi e eu perdi minha âncora. Mas agora estou começando a me recuperar e resolvi que vocês merecem um final. Talvez pareça estar tudo corrido nos capítulos que escrevi, mas é melhor capítulos resumidos de todas as ideias que tive, do que capítulo nenhum. Espero que gostem desse e não me abandonem.



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Três anos depois...

A guerra já estava no auge, milhões e milhões de mortes, Erick estava em algum lugar do mundo trabalhando.

Adele continuava a proteger Hadassa, Ezekiel e Daniel com todas as suas forças, havia os escondido em um quarto secreto, mas aquele não fora igual.

Soldados invadiram derrubando tudo o que viam pela frente, algum vizinho simpatizante do Nazismo havia denunciado a situação em que a alemã havia se metido.

Ezekiel saía carregado como um animal sendo açoitado escada abaixo em direção a um furgão enferrujado.

Um soldado mal encarado arrastava Hadassa pelo braço e ela segurava sua pequena criança contra o peito, o garoto chorava e isso a destruía mais do que pensar em sua morte.

– Ezekiel – a voz de Liesel soou – Solte-o – ordenou – Eu sou a filha do General Gärtner, façam o que mando – gritava.

– Desculpe-me senhorita, mas não tem autoridade – o guarda vociferou jogando o judeu no furgão.

– Liz eu a amo e sempre amarei – declarou-se em um tom de despedida.

– Eu também o amo, perdoe-me se demorei demais para lutar por você – chorava.

– Liz diga a seu irmão que o filho dele será morto e a culpa será dele, peça para que ele impeça – Hadassa gritou enquanto era jogado por cima do filho no furgão.

Logo o carro arrancou e Liesel caiu sob seus joelhos, seu esposo, Aaron, parecia estar penalizado com tal declaração.

– Daremos um jeito de acha-los – segurou a mão dela.

– Perdoe-me se te envergonhei com tal declaração – procurou não encara-lo.

– Se tivesses me dito isso antes já estarias com ele – sorriu de lado – Prometo a você que acharemos os seus amigos, a criança e... – perdeu a voz.

– E Tamar – completou – Você ainda a ama?

– Isso é passado, só preciso me redimir de meu erro, deixei que fosse levada para aquele lugar – fechou os olhos.

– Protegeste a Isaac assim como ela lhe pedira – consolou-o.

– Mas deixei que fosse levada para a morte – relutou.

– Ela está viva, sei disso, sinto isso – suspirou – Ela é minha irmã, descobri essa manhã. Vamos acha-los, a todos.

~~~ ➹➹ ~~~

Um ano após o acontecimento, Hadassa havia se perdido de Ezekiel, mas continuara com seu filho, no entanto vira pessoas que conhecia e outras que jamais vira sendo levadas para as mais horríveis mortes.

Naquela manhã Hadassa fora levada para limpar os banheiros de uma casa que hospedava alguns soldados, mas aquela especialmente hospedava dois grandes conhecidos dela.

Suas lágrimas escorriam por seu rosto magro enquanto ela esfregava o chão com uma escova pequena, os soldados que por ali passavam cuspiam nela, sujavam o chão, faziam gestos obscenos e falavam coisas das quais Hadassa se envergonhava em ouvir.

– Judia o chão da sala de serviços médicos está manchado, vá limpar sua porca inútil – um soldado chutou as pernas frágeis dela.

Hadassa esquivou-se pelas paredes tentando chegar a sala que limparia, suas pequenas fracas mãos giraram a fechadura gelada e ela entrou de cabeça baixa.

– Anjo? – Hadassa congelou ao reconhecer o timbre macio e levantou o olhar.

– O que você está fazendo aqui? – a voz soou fraca.

– Sou o médico responsável por cuidar dos ferimentos dos soldados – respondeu.

Os olhos dele estavam cheios d’água, ele não acreditava que seu lindo anjo estava pele e osso.

– Você parece bem – Hadassa suspirou.

Erick apenas meneou a cabeça, seus pensamentos estavam voando muito longe dali naquele momento.

– Eu perdi você, foi a coisa mais idiota que já fiz na vida – Hadassa disse com o coração aos pedaços.

– Você nunca me perdeu, sempre pertenci á você mesmo quando achei que estava morta – segurou a mão dela.

– Não fale assim, sei que fui ruim para você, sei qual é a sensação de jamais ter sido amada – as lágrimas começaram a escorrer compulsivamente.

– Houve um homem que te amou acima de qualquer coisa – começou – E te ama até hoje – apertou os dedos dela entre os seus.

– Erick... – a voz soou tão longe.

– No dia que cheguei a casa e soube que você havia ido embora – pausou – Senti meu coração sangrar, me senti tão frio por te deixado partir, aquela casa jamais pareceu como um lar novamente depois que se foi – abaixou a cabeça.

– Você não me deixou ir, eles me levaram – corrigiu.

– Se eu tivesse voltado a tempo jamais teriam te levado ou se eu houvesse te levado comigo quando parti – fechou os olhos.

Hadassa sustentou seu pouco peso ficando na ponta dos pés, levemente os lábios ressecados dela tocaram nos lábios macios dele, era um beijo simples, calmo.

– Senti sua falta – Erick ignorou o mau cheiro da garota e a envolveu entre seus braços.

– Você sempre me deu a sensação de estar segura – Hadassa voltou ao ponto inicial no qual ela chorava.

– É pedir demais se eu te pedir para precisar de mim como eu preciso de você? – questionou.

Alguém pigarreou e eles se afastaram. Havia um homem e uma mulher que parecia totalmente desconcertada, mas parecia admirar tal cena.

Já o soldado em um momento de fúria e nojo puxou a mulher sem a olhar no rosto e virou-a com brutalidade suficiente para que o cabelo dela cobrisse seu rosto sujo, então em um flash ele acertou um tapa no rosto da mulher que caiu.

Hadassa levantou vagarosamente seu rosto e seus olhos se encontraram com o azul mais perfeito e mais congelaste que ela poderia conhecer. Christoff Gärtner.

– Não – Christoff deu um passo atrás – Não – estava inconformado.

– Filho? – Moura tentou tocar no ombro do rapaz que se esquivou do toque da mãe.

– Saía mãe – pediu.

Moura olhou para a garota sentada no chão, ela pôde ver que a menina tremia, os olhos cheios d’água.

– Não vou sair e me recuso a acreditar que fizestes algo nojento assim – Moura aproximou-se da mulher fraca lhe estendendo a mão.

– Você sabe quem eu sou? Consegue me reconhecer? – Christoff tremia.

– Claro que sim – a garota se levantou.

Christoff fixou seu olhar na garota á sua frente, desnutrida, cheia de arranhões e feridas, a boca dela sangrava com tamanha força que seu tapa tivera, o vestido estava sujo e rasgado, os olhos dela estavam frios mostrando que ela havia mudado.

– Sinto muito – ele suspirou.

– Pelo que? – vociferou – Por ter me batido? Isso é pouco para o que você fez comigo Gärtner – deu um passo á frente – Você mentiu para mim, me fez fazer coisas que não deveria ter feito – acusava – Você me fez perder a minha família, minha vida, minha alma – as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela – Porque eu sei que vou direto para o inferno depois que eu morrer, eu sou uma pecadora – apontou para si – Você tem ideia, consegue tentar pensar na maneira que sofri por sua culpa? Você me deixou quando havia jurado que jamais me deixaria Christoff! – gritou.

– Eu... – começou.

– Cala a droga da sua boca maldita e suja – interrompeu – É a minha vez de falar – anunciou –Você quebrou o meu coração – soluçou.

– Pode me dizer o motivo de tanta revolta? – os olhos de Christoff pegavam fogo.

– Você tem ideia do quanto eu amei você? Agora eu olho para você e vejo um monstro, um assassino – vociferou – Você não pode ser o garoto que eu amei! – recusava-se a acreditar – Você foi o meu primeiro amor – secou as lágrimas – Eu não quero mais ver você na minha frente, não quero ouvir uma única palavra sua, eu odeio você Gärtner com toda a força que ainda me resta – vociferou.

– O que de tão ruim eu fiz á você? – questionou.

– Você me deixou criar uma criança, eu criei o meu filho sozinha – fechou os punhos.

– Filho? Que filho? – questionou passando a mão na nuca.

– Eu fui á sua casa e disse que estava grávida – disse.

– Meu pai me disse que você tinha uma coisa para me dar, achei que fosse uma carta ou um tapa – abaixou a cabeça.

– Você está mentindo – acusou.

– Como? – olhou para ela.

– Vejo nos seus olhos que você sabia – respondeu.

– Certo – começou – Eu tive uma pequena desconfiança de que fosse uma criança – fechou os olhos – Mas eu era uma criança, o que você queria que eu fizesse?! – suspirou pesadamente.

– Mas não fiquei sozinha, Deus colocou pessoas boas na minha vida – apontou para si – Em um momento ruim conheci Adele e Erick – ao pronunciar o nome do médico a judia deu um pequeno suspiro.

– Erick? Arrumou um tolo para criar o filho de outro homem? – riu pelo nariz.

– Ele não é um tolo e não sou uma vadia – acertou um tapa certeiro na bochecha do alemão que nem se moveu, já ela cambaleou para trás.

– Ficou apaixonadinha? – rangeu os dentes.

– Ele é o melhor homem que conheci – defendeu.

– Dassa – a voz ecoou na pequena sala – Me perdoe – parecia sincero.

Ele se aproximou dela e segurou suas mãos feridas.

– Eu te amei tanto Chris – Hadassa chorava.

Mas só depois de ouvir um muxoxo no canto da sala lembrou-se de que Erick ainda estava ali.

– Acho que estou atrapalhando, sinto muito – o médico passou pelo casal, seus olhos ardiam, seu coração queimava.

– Erick! – Hadassa esforçou-se num grito.

– O que é? – virou-se bruscamente.

Hadassa não conseguiu dizer uma palavra e Erick bufou contrariado enquanto se afastava rapidamente do local.

– Que fofo – Christoff revirou os olhos.

– Ele é o melhor homem que já conheci – Hadassa virou-se raivosa – Então não ironize – ordenou.

– Você o ama? – rangeu os dentes.

– Eu não sei, acho que não, mas sei que sinto algo por ele também – disse confusa.

– Também? – abriu um pequeno sorriso enquanto se aproximava.

– Não se aproxime – deu um passo atrás – Posso voltar para a minha prisão? – perguntou num tom irônico.

– Esteja á vontade – reverenciou.

– Você não vai, ao menos me perguntar o nome do seu filho? – perguntou virando-se para ele antes de sair.

– Não – engoliu á seco.

– Você é como seu pai, um monstro – cuspiu as palavras com amargura e ódio.

Christoff sentiu um desejo enorme de batê-la e socou a parede.

– Iria me bater? – questionou – Então me bata – provocou.

– Vá. Embora – pausadamente.

Ela foi.

– Eu tenho desgosto de ser a sua mãe – Moura saiu andando atrás da judia.


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Notas finais do capítulo

Foi isso que eu tinha para vocês, desculpem. Digam o que acharam, logo tentarei responder os reviews de vocês. Desculpem por tudo e até logo.
Ps: A tradução do título é "Ações e Reações"
Kisses



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