Behind Blue Eyes escrita por Lady Allen


Capítulo 6
Vergangenheit


Notas iniciais do capítulo

Heey meus amores!Primeiro eu tenho que pedir mil perdões pelo atraso na postagem, mas expliquei em um post no grupo do face. Quero agradecer á cada review que recebi e dizer que se eu não responder agora é por culpa da internet. Gostei bastante de escrever esse capítulo e espero que vocês gostem de lê-lo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538691/chapter/6

“ O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.”

Mário Quintana

Moura encarou a mulher refletindo no espelho, tão diferente da garota que já havia sido algum dia.

Para onde havia ido toda a vivacidade e força de vontade dela? Por quê ela culpava Liesel por seus erros?

Ela levantou-se, ajeitou o longo vestido, fechou a porta atrás de si e desceu as escadas. Moura sentiu seu coração saltar dentro do peito ao encarar os olhos misteriosos do homem que ela considerava como o amor de sua vida, Albert a encarava de pé.

Liesel contava algo com bastante animação enquanto Aaron seguia os passos de Tamar pela sala que ela estava a encerar.

Moura lembrou-se de quantas mil vezes ela havia visto Albert conversar com sua irmã e olhar para ela, ela conhecia aquele olhar. Aaron era exatamente como o pai, estava tão confuso quanto ele. Então as lembranças que haviam voltado á ecoar na cabeça de Moura vieram á tona novamente.

ஜஜஜ

Albert a encarava com os olhos cheios de lágrimas, ela sabia exatamente o que havia feito e sabia o quanto ele a odiava naquele cruel momento.

– Suponho que me odeie, mas quero que saiba que eu apenas voltei á minha sanidade mental e enxerguei o erro que estava cometendo – Moura esfregou uma mão na outra.

– Eu amo você como jamais amei ninguém – Albert segurou o pulso da garota – Eu posso tentar mudar as coisas, posso desistir desse casamento idiota e podemos fugir dessa vez para valer – procurava o olhar da loira.

– Eu preciso ir – puxou o pulso e virou-se para sair.

Albert caiu sob seus joelhos, abraçou a cintura moldada de Moura, as mãos dele se encaixavam na cintura dela como um quebra cabeças.

– Eu estou te implorando – ele chorava.

– Já é tarde demais – as lágrimas escorriam queimando o rosto delicado da jovem.

– O que eu fiz? Deixei de fazer algo por você? – continuava de joelhos.

– Não – negou.

– Então qual o motivo?– questionou.

– Eu preciso seguir minha vida, está tudo errado – limpou as lágrimas.

– Eu não posso viver sem você Moura – declarou-se.

– Você vai precisar aprender – disse decidida.

– Dê-me um motivo e eu a deixarei ir – levantou-se para encara-la.

– Não te amo mais, motivo o suficiente no meu ponto de vista – foi andando com o coração sangrando.

Eu queria não sentir isso Moura, mas não posso te deixar ir sem antes dizer segurou o pulso dela novamente Pense em mim quando estiver afogada nas profundezas do seu sofrimento os que antes mostravam dor, agora transpareciam ódio.

ஜஜஜ

Moura voltou novamente á si e caminhou até Albert que continuava a encarar com dureza.

– Boa tarde – cumprimentou – Como vai Senhora Gärtner? – cuspiu o sobrenome.

– Muito bem – forçou-se a falar.

Albert segurou a mão trêmula de Moura e depositou um beijo delicado que fez a mulher tremer.

– Poderíamos ter um segundo? – perguntou.

– Venha comigo até o escritório – Moura foi caminhando na frente.

O som dos passos ecoava no corredor, os corações de ambos pareciam estrondar em seus ouvidos. Moura chegou a porta e Albert ficou de pé em sua frente.

– Acho que podemos conversar como adultos e não como dois adolescentes – Albert falou.

– Acho que sim – respondeu.

– O que você foi fazer conosco?! – Albert riu sem humor – Quando você se foi achei que ia morrer ali mesmo – meneou a cabeça – Você tem ideia do quanto doeu estar no seu casamento e vê-lo beijar seus lábios e saber que ele estava sentindo o gosto de cereja que eu sempre desejei sentir outra vez – o peito arfou – Eu queria não acreditar que você o amava porque eu sei que você sempre pertenceu á mim – mordeu o lábio inferior como se quisesse impedir um grito – O pior de tudo é saber que ele não te fez feliz – encarou-a com frieza – Você tinha meu coração em suas mãos e tudo o que fez foi brincar com ele – rangeu os dentes.

– Gaspar me fez feliz – disse – Não nego que hoje em dia estamos passando por uma crise terrível, mas o que ele fez por mim, o homem que ele foi – limpou as lágrimas – Você jamais será – disse por fim.

– E o que ele fez? O que de tão bom ele fez? – rugiu.

– Ele salvou a minha vida, me tirou de um poço escuro no qual estava destinada a apodrecer – declarou.

– Então você o ama? – abaixou a cabeça.

Moura permaneceu em silêncio, nem ela mesma sabia se ainda amava o homem que dormia ao seu lado todas as noites.

– O que te fez me deixar? Acho que mereço uma resposta e não me diga que foi porque não me amava, porque ambos sabemos que é mentira – ordenou.

– Quando minha irmã faleceu no parto de seu primeiro filho eu estava lá, eu pedi perdão á ela e ela á mim – suspirou.

– Por que você precisava a perdoar? – engoliu á seco.

– Por causa dela eu te deixei, ela disse que estava grávida – as lágrimas escorreram.

– Eu não sabia... – tentou falar.

– Menos de três meses depois da morte dela você se casou novamente – bufou contrariada – Ouvi dizer que a pele dela é branca como a neve, macia como uma pétala de rosa, cheirosa como um jasmim, cheia de curvas como um violão – desviou o olhar.

– Ela é formosa sim, mas a mulher que mandei que descrevessem para você – começou – É você – tocou o queixo dela com a ponta dos dedos – Descrevi a mulher que sempre amei, não a minha segunda esposa – contou.

– Então como era a mãe de Aaron? – questionou.

– Bem, ela era carinhosa e extremamente formosa, mas morreu como a sua irmã – meneou a cabeça – Acho que todos os meus filhos foram destinados á matar suas mães no parto – riu sem humor.

– Você não muda? – sorriu de lado – Sempre brincando com qualquer coisa – disse.

Ambos ficaram em silêncio, Albert insistia em analisar Moura.

– Eu estou tentando olhar para você e tentar realmente entender e aceitar as suas escolhas, mas não consigo – desviou o olhar para a parede – Tem uma coisa no meu coração que me diz que você não é mais a garota que eu amei, mas mesmo assim ainda sinto que merecia uma resposta melhor, um motivo melhor para você me deixar esperando no frio naquela noite – deu um passo á frente – Apenas vá em frente e diga para mim que uma criança era motivo o suficiente – meneou a cabeça.

– E não é? – Moura fechou os olhos.

– Não, á menos que fossem duas – sorriu triste.

– O que você está insinuando? – questionou.

– Helga teve Franz, mas eu tenho certeza que você também teve um bebê – disse.

– Eu tive Christoff depois que me casei com Gaspar – contou – Você não pode ser o pai dele porque Franz é três ou quatro anos mais velho que o meu Chris – insistiu.

– Me conte exatamente o que aconteceu – ordenou com firmeza no tom de sua voz.

ஜஜஜ

A mãe de Moura abraçou a filha, elas estavam passando um tempo em uma das Fazendas da família, elas precisam esconder das pessoas e da família que Moura estava grávida de Albert.

– O que faremos quando o bebê nascer? – Moura perguntou.

– Diremos que o encontramos no caminho, um órfão – disse.

– Acha que o papai não vai perceber? – questionou.

– Você quer eu diga “Sua filha estava grávida do próprio cunhado e só não fugiu com ele porque Helga mentiu dizendo estar grávida também”? – perguntou com sarcasmo.

– Do que vocês estão falando? – o pai de Moura apareceu atrás das duas.

Marion, a mãe de Moura, pôs-se entre a filha e o esposo furioso.

– Eu vou matar você – Dahm, o pai da garota, gritou tirando o cinto da cintura.

O homem desferiu um tapa no rosto da esposa que caiu no chão sentada, ele mergulhou os dedos bruscamente correndo pelos fios loiros da filha e saiu puxando-a para fora da casa.

Os empregados já estavam prestando atenção nos acontecimentos, Dahm prendeu os braços da filha em uma corrente de ferro enferrujado preso á um tronco.

– É para você aprender a lição, sua aprendiz de vadia – gritou com ela.

A barriga de oito meses de gestação de Moura pesava demais para seu corpo magro e posteriormente machucado.

Dham rasgou o vestido e seda delicado da filha deixando a pele pálida nua e totalmente desprotegida, então ele desferiu cinco açoites consecutivos.

A mulher do homem estava sendo contida por dois empregados, as empregadas estavam chocadas e Moura gritava de dor.

– Pelo amor de Deus, pai! – gritou por misericórdia.

Ele parecia não ouvir, continuou deferindo várias chicoteadas na costa da loira que gemia cada vez mais, os ferimentos abertos causavam horror, o sangue manchava de carmesim sua pele branca assim como uma pétala de rosa branca manchada por sangue.

– Senhor – a voz rouca cortou o ar.

– Quem é você? – Dham tirou a atenção da filha e olhou para trás.

O rapaz loiro, alto, esbelto, de boa aparência, olhos azuis acinzentados, vestindo farda de soldado estava horrorizado com a cena.

– Eu sou Gaspar Gärtner, vim para cá passar as férias e vejo que o senhor está castigando a moça – disse.

– Não lhe interessa – vociferou.

– Só quero saber o motivo – insistiu.

– Ela traiu a própria irmã, ela engravidou do cunhado – gritou condenando-a.

– Eu me ofereço para assumir a criança e me casar com a moça – expôs sua ideia.

– Você é insano? – perguntou com ironia.

– Não senhor – respondeu.

– Tire a garota do tronco – jogou a chave aos pés do soldado e a leve embora daqui.

Gaspar assentiu, caminhou até o tronco, pegou a garota em seus braços e saiu caminhando com ela em silêncio.

Conforme eles iam se afastando da casa de fazenda da família de Moura a chuva começava a brincar caindo do céu e colidindo com o chão, os trovões ecoavam e os raios começavam a cortar o céu.

Depois de alguns minutos Gaspar entrou em uma casa de fazenda enorme levando Moura consigo, ele a levou até um dos quartos.

– No armário tem roupas da minha mãe, vou mandar que esquentem água para eu lavar os ferimentos – disse.

Moura permaneceu em silêncio até Gaspar voltar com toalhas e água, ela virou-se de costas enquanto ele limpava os ferimentos que ardiam imensamente.

ஜஜஜ

Moura parecia estar assustada com suas lembranças, as lágrimas voltaram á brotar em seus olhos, ela tateou a maçaneta e saiu com passos largos e desesperados.

– Mãe – Liesel chamou.

– Deixe-me – Moura passou por ela.

A loira subiu as escadas, trancou a porta do quarto e se sentou no chão. O que ela tinha feito da vida dela? Por que tudo que ela tocava de alguma maneira sempre morria?

– Moura – a voz de Gaspar soou no corredor – Você está passando mal? – perguntou próximo á porta.

– Eu estou bem – Moura levantou, se recompôs e abriu a porta.

– O que você falou com o Albert que deixou tão abalada? – perguntou – Não me diga que vocês não tem assunto porque eu sei que vocês têm – disse.

– Nada – respondeu.

– Eu sei que o homem que era pai do bebê que morreu era ele – contou – Vi a foto de sua irmã na casa dele – desviou o olhar.

– Você vai me bater? – questionou.

– Não – respondeu – Trouxe uma coisa para você – disse.

Gaspar tirou do bolso uma pequena caixa preta de veludo e entregou nas mãos de sua bela esposa. Moura abriu a caixinha e fixou seus olhos azuis na pedra verde perfeitamente colocada no meio do anel.

– É lindo – disse admirada.

O homem pegou o anel e colocou no dedo da esposa que continuava admirando a joia tão delicada.

– É muito tarde para recomeçar o nosso casamento? – Gaspar perguntou.

– Para recomeçar está tarde demais – pausou – Mas para tentar... – abraçou – Iremos tentar, sei que o homem pelo qual me apaixonei ainda está aí dentro perdido, mas não morto – beijou-o com carinho.

– Você ainda é capaz de voltar a me amar? – perguntou.

– Quem disse que um dia já deixei de fazê-lo? – sorriu para ele – Promete que não vai me decepcionar? – suspirou.

– Prometo que farei o meu melhor – fez a promessa.

– Não disse?! O homem por quem me apaixonei me disse isso uma vez – sorriu largamente.

~~~ ➹➹ ~~~

Á noite...

Estava tudo escuro, Eveline estava colocando Isaac para dormir e Tamar estava terminando de guardar as louças do jantar.

– Tamar – alguém chamou.

A garota virou-se e sentiu sem coração apertar ao fixar seus olhos no rapaz machucado á sua frente. Aaron estava com o canto da boca sangrando e Tamar tinha pânico de sangue desde que vira sua mãe morrer ensanguentada no chão da sala.

– Não acredito que você arrumou briga na rua, Aaron? – perguntou indignada.

– Não fale comigo como seu eu fosse uma criança Tamar – repreendeu-a.

– Pare de agir como uma criança e só assim te tratarei como adulto – encarou-o.

Tamar caminhou até a porta da cozinha e abriu para Aaron entrar, ela olhou dentro da imensidão azul, ela levou a mão até a testa do rapaz e ele deu um passo atrás.

– Você está ardendo em febre – disse preocupada.

– Não é para contar para ninguém, meu pai me mata se ele vê que estou desse jeito – corou.

Ela poderia enxergar a alma dele se ela quisesse, era como se ele fosse um livro aberto, ele não conseguia esconder nada dela.

– Por causa de uma garota – ela disse decepcionada.

– O que? – fez-se de desentendido.

– Você brigou por causa de uma garota – levantou-se.

– E-Eu – gaguejou.

– Você é uma criança Aaron – repreendeu – Quem já se viu sair por aí esmurrando as pessoas por causa de uma garota – colocou a mão na cintura.

– Ela é especial – disse.

– Especial? Nenhuma garota vale tanto assim – bufou contrariada.

– Nem você? Porque eu briguei por sua causa – contou.

– Minha? – arregalou os olhos azuis.

– Ele te chamou de uma coisa ruim – disse.

Por um segundo Tamar sorriu, ela caminhou até ele e abraçou-o como agradecimento por ele ter defendido a honra dela.

– Me leva para o seu quarto – ele pediu e ela arregalou os olhos – É porque não posso ficar aqui – terminou de dizer ao vê-la assustada.

– Tá bom – ela tremia.

Tamar ia caminhando na frente e Aaron vinha mancando atrás dela. Quando chegaram ao quarto, a garota trancou a porta atrás de ambos.

– Dá uma olhada nas minhas costas, acho que machucou – o rapaz pediu.

Aaron desabotoou a camisa social e tirou a tirou mostrando um corpo bonito, nada exagerado, mas bonito, e virou-se de costas para ela. Tamar tocou as costas dele com a ponta de seus dedos finos.

– Não machucou – disse ainda tocando as costas dele.

– Me deixa dormir aqui hoje, meu pai me mata se eu chegar assim em casa – pediu.

Aaron olhou para ela com os olhos azuis brilhantes que sempre deixavam Tamar sem reação.

– Tudo bem – revirou os olhos – Agora fecha os olhos porque eu vou trocar de roupa – ordenou.

Aaron fechou os olhos azuis, Tamar virou de costas para ele, mas a tentação foi maior que o rapaz, ele abriu os olhos e assistiu a silhueta perfeita de Tamar, ela vestia um vestido nude de comprimento médio.

– Disse para fechar os olhos – Tamar virou e ruborizou ao vê-lo olhando-a.

– Não consegui, desculpa – envergonhado.

A garota caminhou até a cama e deitou-se na ponta do lado esquerdo e Aaron deitou de frente com ela, o azul mergulhou no azul e eles ficaram presos naquela magia proibida.

– Eu acho que não dormir – Aaron disse.

– Posso saber o motivo? – questionou.

– Quero ficar vendo você respirar – disse e a garota corou.

– Deixe de besteira – fechou os olhos quebrando o contato visual.

Alguns minutos depois Tamar já dormia e a única iluminação era uma vela cuja chama parecia fazer uma dança.

Tamar sonhava com alguma coisa, era evidente que era uma coisa boa já que ela sorria enquanto dormia, inconscientemente Aaron torcia que fosse com ele.

Aaron aproximou-se dela e tocou suas bochechas aquecidas, Tamar mexeu-se um pouco e deitou a cabeça no peito do rapaz, ele quase podia ouvir o coração dela palpitando lentamente, ela respirava devagar e a respiração dela batia no peito dele como uma brisa quente.

Ele se mexeu e a garota abriu os olhos assustada.

– Ah meu Deus! – sentou na cama.

– Fica assim – ele puxou-a e ela caiu novamente em seu peito – É bom – ele abraçou-a e ela se aconchegou nos braços quentes e protetores do loiro.

Aaron beijou o topo da cabeça da garota e ela passou o braço na cintura dele fechando novamente os olhos.

– Dorme bem – ele sussurrou.

– Como você aqui é impossível não dormir bem – respondeu.

Ele sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ps:Todos os leitores que eu ainda não respondi os reviews dos capítulos anteriores, peço que tenham um pouco de paciência, mas os responderei em breve. Perdoem os erros, ainda não revisei. O que acharam do capítulo? & do banner? E tudo mais? O que precisa melhorar? Preciso da opinião de vocês sempre :3 Estou indo responder os reviews :3 Comentem, Favoritem& se acharem que eu mereço RECOMENDEM :3 Amo vocês ♥ Até loguinho, Beijo :3
PERGUNTINHA: Estou planejado um capítulo bônus e quero saber de que shipp vocês preferem, todos estão na disputa menos Gassener :/