As Impegáveis escrita por Emy
Notas iniciais do capítulo
Me desculpem mesmo pela demora gente, mas é que vocês demoram para comentar também, desanima :/
Enfim, espero que gostem desse.
P.O.V MARINE
– Não não não – Loreine grita com Serena mais uma vez. – Eu disse cantada, não ameaça. Quando foi a última vez que você cantou alguém?
– Você acha que eu tenho cara de quem fica mandando cantadas para os garotos todos os dias? – Serena retruca.
– Mas se você quiser sair da lista vai ter que fazer isso.
– Pensei que era para nós fazermos os garotos nos cantarem – Carly interrompe.
– Também pensei, mas a nossa líder quer que nós passemos vergonha – Serena diz mais uma vez e Lori a fuzila com o olhar, dá para perceber que elas não se gostam nem um pouquinho. Eu e Agnes estamos observando tudo em silêncio.
– Se você não concorda com o que eu estou fazendo, a porta – Lori aponta para a saída. – é a serventia da casa.
– Que bom, então por que você não sai?
– Talvez porque é a minha casa.
– E daí?
Loreine começa a ficar vermelha, parecia prestes a explodir.
– Quer saber? – Ela grita. – Desisto. Se quiser continuar sendo odiada por todos, tudo bem, mas não fale comigo.
– Porque eu vou poder estragar sua reputação? – Serena grita de volta. – É? Por isso, garota? Mas adivinhe, você não tem reputação. Até eu tenho mais que você.
– Eu tenho reputação, sim!
– Claro, só se for de “obcecada pela popularidade”.
– E isso é problema meu! – Lori grita.
– Isso não me impede de dizer nada – Serena grita mais alto ainda.
Tento interromper.
– Gente, vamos nos acalmar.
Sem sucesso.
– Tiveram razão em colocar você em primeiro lugar. Você é um caso perdido, todos odeiam você e parece que você quer continuar sendo odiada.
Todos ficam em silêncio com isso. Ela pegou pesado.
Vejo Serena balançar a cabeça, parece triste ou algo assim. Ela pega sua jaqueta preta e sai bufando do quarto. Loreine massageia as têmporas como se estivesse com dor de cabeça. Daniel olha feio para ela.
– Você devia pensar antes de falar, Loreine – ele diz. Loreine bufa e o olha com fogo nos olhos.
– E você não devia se meter aqui.
– O que aconteceu com você? Por que está assim? – Ele pergunta.
– Nada aconteceu comigo, eu estou normal, agora vamos voltar ao trabalho.
– Na verdade – Carly se levanta da cama. – Acho que já está bom por hoje.
Loreine olha para ela e depois olha para nós.
– Tenho que levar minha irmã para o balé – Agnes diz. – Minha casa é meio longe, então... Tchau – em seguida ela sai. Carly a segue.
– Eu também vou embora – digo.
– Por que? – Loreine suplica e fico com pena dela, mas não o suficiente para ficar.
– Tenho dever de casa para fazer – ao invés de ir embora, eu espero para ver sua reação.
– Daniel? – Ela olha para ele.
Ele apenas balança a cabeça.
– Tchau, Loreine – em seguida ele sai. Vou atrás dele e ela fica sozinha.
P.O.V SERENA
Quem aquela pseudo- patricinha pensa que é? Eu não sou odiada por todos. Tenho meus amigos. Minha família. E minha tigresa. Ela que deve ser odiada por todos, menos por quem eu quero que a odeie.
Já estava longe da casa dela quando sinto uma mão no meu ombro. Como eu sou do tipo que faz aula de artes marciais em vez de balé e essas coisas de menina, eu pego a mão e jogo seu dono para frente, logo começo a torce-la, mas aí eu vejo quem é e paro imediatamente.
– Droga, desculpa, Marine.
– Sem problema – ela geme, deitada no chão. – Tem como me ajudar?
Sem pensar, pego a mão que eu torci e puxo fazendo-a gritar. Solto e ela cai mais uma vez. Me aproximo para ajudar outra vez, mas ela levanta a mão boa.
– Não, preciso de ajuda mais não, obrigada – ela se levanta, apoiando o corpo na mão boa. – Você mora no mesmo bairro que o meu, pensei que pudéssemos ir juntas.
Cruzo os braços.
– Você não tem medo de mim? – Pergunto.
– Antes eu tinha – ela confessa. –, mas agora estamos nos aproximando, não é?
– É.
– Então... Podemos ir juntas?
P.O.V CARLY
Meu salto começou a me incomodar em certa parte do trajeto e eu tive que parar e tira-lo, mas o chão estava fervendo e isso fez com que eu os colocasse de novo. Juro que se eu não gostasse tanto de saltos e de roupas bonitas eu iria virar uma Serena da vida. Me sento em um banquinho em uma pracinha bonitinha que tem ali e, cinco minutos depois, ouço alguém chamar o meu nome. Viro e vejo aquele amigo bonitinho da Loreine vindo em minha direção. Sorrio ao ver que ele está de chinelos.
– Oi – cumprimento e antes dele responder, pergunto: – Posso pegar seus chinelos emprestados, por favor?
Eu sei que eu mal o conheço direito, mas os saltos estão realmente me incomodando.
– Ham, claro – me seguro para não arregalar os olhos enquanto ele tira os chinelos e me dá.
– Muito obrigada – me levanto e dou um beijo em sua bochecha. – Você é um anjo. Posso andar com eles até em casa?
– Mas como eu vou para a minha casa?
– Vai comigo até a minha casa – dou a ideia. – Por favor, já estamos chegando, eu te devolvo quando chegarmos lá.
– E como eu vou ir até a sua casa descalço?
– Não tenho ideia – confesso. – Mas por favor, me deixa ficar com os chinelos, rapidinho.
Ele dá de ombros.
– Tudo bem.
P.O.V AGNES
Vi Marine correndo até Serena para irem para casa juntas. Vi também Daniel correndo na direção da Carly, mesmo ele morando aqui perto – com certeza ele está a fim dela. Então só me resta ir sozinha para a minha casa já que eu moro daqui a duas ruas e ninguém foi para o lado que eu vou. Chego em casa e encontro minha irmãzinha, Sophie, vestida, pronta para o balé. Apenas jogo minha mochila ao lado da porta e a chamo.
– Mãe – grito. – Vou levar a Sophie no balé! – em seguida saio. Pego a bicicleta e a coloco no banquinho, me sento e começo a pedalar. Chego lá em menos de quarenta minutos. Sophie não parou de falar da sua nova dança no balé por pelo menos um segundo.
– Muito bem, Sophie – digo a descendo da bicicleta. – Até daqui a uma hora e meia, ok?
– Tchau, Agie – ela corre para dentro do salão, toda feliz. Suspiro, pensando que quando ela chegar ao ensino médio essa alegria vai acabar. Começo a andar com a bicicleta para trás e acabo atropelando alguém.
– Hey, olha por onde anda – ouço uma voz masculina e viro. Um dos integrantes do time de futebol da escola está parado limpando a perna.
– Foi mal – peço. Ele se endireita e me olha.
– Eu conheço você – ele diz. – Você é aquela garota da escola que é uma negação na Educação Física, mas também é a melhor aluna em física e química, não é?
Suspiro.
– Ganhei um apelido – murmuro.
– Qual o seu nome?
– É claro que você não sabe – murmuro mais uma vez.
– O quê?
– Nada – estendo a mão. – Meu nome é Agnes, prazer.
Ele olha para a minha mão e começa a rir. Fico com cara de tacho, sem entender o motivo das risadas.
– Cara, você parece a minha mãe – ele diz, quando se recupera do ataque. – Não precisa estender a mão – fecho a mão e volto a segurar a bicicleta. – Sou Jason.
Ficamos em silêncio por um tempo.
– Então tá – falo. –, prazer em te conhecer, Jason. Desculpe ter te “atropelado”. Nos vemos por aí.
– Até lá, então – ele diz e eu sorrio, mostrando todos os meus dentes. Subo na bike e vou para casa, sem tirar meu sorriso do rosto. Ele não me julgou por eu estar na lista. E eu consegui falar com ele como uma pessoa normal, SEM GAGUEJAR! É o melhor dia da minha vida.
Claro, depois do meu primeiro A em Francês e em Sociologia e... Ah, vocês me entenderam...
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