Bad Love escrita por Jess Gomes


Capítulo 2
Capitulo 2




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CAPITULO 2

– Milena! Onde você estava? – Laura gritou pra mim, assim que atravessei a porta da sua casa. Ela estava cercada por um grupo de meninas da nossa turma, e já parecia um pouco alterada. Sorri pra ela.

– Estava de castigo, tive que bolar um jeito de sair sem minha mãe ver. – Expliquei, me aproximando dela e entregando seu presente. – Feliz aniversário, loira!

– Obrigada, gata! – Me abraçou, seu perfume Victoria Secrets adentrando minhas narinas. – A Gabriela tava aqui agora pouco, mas sumiu. Deve estar se pegando com alguém. – Riu e eu a acompanhei.

– E aquela pessoa, já chegou? – Perguntei, alguns tons mais baixo. Laura sorriu cúmplice pra mim e assentiu.

– Está na cozinha, com os amigos. Boa sorte, leoa. – Me empurrou em direção a cozinha, rindo. Balançando a cabeça, segui até o lugar, um pouco nervosa. Entrei no cômodo, e me surpreendi ao encontrar apenas Antônio lá. Mais confiante, me aproximei.

– Oi, Toni! – Exclamei, colocando o meu melhor sorriso no rosto. Ele se virou pra mim, surpreso.

– Milena, como vai? - Respondeu, galante. Em seguida levantou uma cerveja pra mim. Eu assenti e ele me entregou uma fechada.

– Vou bem, e você? – Abri a lata e dei um gole, sem tirar os olhos dele. Gabi disse que isso seduzia os homens.

– Ótimo.Não te vejo a mó tempão. – Comentou, se aproximando mais de mim. Coloquei a cerveja em cima da bancada e sorri marota.

– Não viu porque não quis, eu sempre estive lá. – Respondi, colocando a mão em seu ombro. Antonio seguiu meu movimento, mas logo seu olhar voltou pra mim. Pra minha boca, mais precisamente. – Acho que essa é a oportunidade perfeita pra gente matar a saudade, então. – E pronto, não tinha mais nada a ser dito. Vinte minutos depois, Toni e eu estávamos no maior amasso, ainda na cozinha. Eu estava sentada no balcão, enquanto ele passava a mão por todo o meu corpo. Quando a sétima pessoa entrou na cozinha e deu uma risadinha, Antonio afastou a cabeça de meu pescoço e me olhou.

– Vamos pra um lugar mais reservado? – Perguntou e eu assenti com a cabeça. Ele separou o corpo do meu e eu pulei da bancada, endireitando minha saia antes de segui-lo em direção ao segundo andar.

E essa é a hora que você me chama de puta. Mas convenhamos, é o Antônio, o garoto por quem eu sou apaixonada há quase cinco anos. Eu sabia que ele não queria nada sério comigo, mas também não podia negar que ele era muito gostoso. Eu já havia perdido a virgindade com Toni há um ano, e nunca dormi com nenhum outro homem sem ser ele. Então, eu não era necessariamente uma puta, certo? Que seja, eu não me importo com o que você pensa, de qualquer jeito.

Portanto lá estava eu, um tempo depois, descendo as escadas enquanto ajeitava meus cabelos com as mãos. Antonio já tinha descido, dizendo que ia buscar uma bebida pra nós. Eu esperei, esperei e esperei, mas ele não voltou. Então resolvi procurá-lo.

Não foi muito difícil encontrá-lo. Mal cheguei perto da pista de dança e meus olhos focaram nas costas largas de Toni, que se agarrava com uma ruiva peituda ao som de Jota Quest. Embora parte de mim já desconfiasse daquilo, e eu vivesse repetindo pra mim mesma que eu e ele não tínhamos nada sério, me doeu ver aquilo. Naquele momento eu percebi que não importava quantas vezes eu fosse pra cama com ele, Antonio nunca me veria como nada mais que sexo fácil. Assim como ele via aquela menina.

Decidi então que a festa tinha acabado cedo pra mim. Eu não queria, mas presenciar aquela cena acabou com qualquer animo que eu tivesse pra dançar e encher a cara. Sai de lá sem me despedir de ninguém, e caminhei até o ponto de ônibus mais próximo. A greve já tinha acabado, mas muitos poucos ônibus estavam circulando pela cidade e eu sabia que ia demorar um século pro meu chegar, então me sentei no banquinho e apoiei minha cabeça no pilar. Antes que eu me desse conta, lágrimas quentes começaram a rolar pelo meu rosto. Você não vai chorar por causa desse idiota, Milena, não se atreva. Eu repetia pra mim mesma, como um mantra. Mesmo assim, as lágrimas desciam em maior quantidade, e quando vi já estava soluçando.

– Milena? – Alguém me chamou e eu levantei a cabeça, assustada. A alguns metros de mim, um homem de cabelos loiros escuros e com um capacete nas mãos me encarava. Arregalei os olhos.

– Daniel? – Respondi. – O que você está fazendo aqui?

– A casa dos meus pais é aqui perto. – Explicou, se aproximando mais. – Está tudo bem? – Só então eu lembrei que meu rosto provavelmente estava vermelho e inchado por causa do choro. Abaixei minha cabeça, tentando secar meus olhos com os dedos.

– Está, eu, hm... Não precisa se preocupar comigo. - Falei, ainda de cabeça baixa. Ele já estava se afastando de novo quando me lembrei de algo. – Ei, Daniel, se não fosse muito incômodo você poderia...Me dar carona de novo?

– O quê? – Se virou, um sorriso moleca no rosto. Comecei a dar com o pé pra trás.

– Bom, eu não acho muito seguro uma garota ficar sozinha no ponto de ônibus de madrugada na grande São Paulo, né? Mas se você não quiser não tem problema.

– Vamos lá. – Daniel apontou com a cabeça pra moto, e eu dei um sorriso tímido, me levantando.

– Obrigada. – Disse passando por ele. O garoto sorriu de volta e eu comecei a achar que ele não era tão ruim assim.

– Não se esquece de por o capacete. – Veio atrás de mim e eu rolei os olhos. Retiro o que eu disse.

Um tempo depois lá estava eu, descendo da moto e abaixando minha saia que tinha levantado até o quadril. Havia pedido pra Daniel me deixar a algumas casas antes da minha, pra minha mãe não acordar com o barulho. Já me preparava pra minha curta caminhada quando o homem me chamou.

– Espera! Eu... – Coçou a cabeça, parecendo se decidir sobre o que falar. Eu arqueei as sobrancelhas. – Eu queria pedir desculpas pelo jeito que falei com você aquele dia. Não sei o que me deu.

– Ah, tudo bem, também não fui muito educada com você. Tá de boa. – Dei de ombros. Daniel balançou a cabeça e deixando o capacete na moto, se aproximou de mim. Tipo, muito.

– Não, não tá. Eu estava com raiva porque você conseguia me encantar mesmo com aquele jeito insuportável, e eu acabei descontando em você. – Continuou, agora bem mais perto de mim. Ofendida, me afastei.

– Insuportável? Espera ai, quem você pen... – Mas ele não me deixou terminar minha frase. De repente, Daniel me puxou pela cintura e me beijou.

– Mas que diabos foi isso? – Disparei no instante que ele me soltou. Eu encarava os olhos azuis de Daniel, confusa.

– Desculpa, eu perdi a cabeça. – Respondeu, parecendo tão confuso quanto eu. É cada uma que me aparece.

– Tudo bem, só não faça isso de novo, ok? Você não pode me beijar. Nunca. – Eu falei, desviando meus olhos dos seus. Daniel deu uma risada.

– Ok, prometo que nunca mais vou te beijar. – Ele se afastou de mim, subindo na moto e a ligando. Sem entender nada, comecei a andar em direção a minha casa. – De nada, Milena! – O homem gritou ao passar por mim. Eu gargalhei.

– Vá se ferrar, seu idiota! – Gritei de volta, ainda sorrindo. Daniel riu novamente, e acelerou a moto. O observei virar a esquina e balancei a cabeça, voltando a andar. Minha vida estava totalmente maluca.


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Notas finais do capítulo

Oooooooi todo mundo! Atualização surpresa, graças ao comentário super fofo da Clarissa *----* então, o capitulo tá bem curtinho, e a maioria vai ser assim mesmo porque a história não é muito grande. Como eu não to tendo muito tempo de escrever, as atualizações vão ser em média de duas em duas semanas.
Então, é isso! Obrigada por lerem, e por favor, comeeeeeeentem, é muito importante pra mim. Beijinhos e até a próxima att.