Bad Love escrita por Jess Gomes


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey, aqui estou eu de novo! Quase três e meia da tarde mas eeei, ainda é sábado u.u preparem os corações, porque esse capitulo tá de matar :'( hahaha boa leitura amores.



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No dia seguinte, acordei com os raios de Sol batendo no meu rosto. Era incrível como uma boa noite de sexo podia ser revigorante. Sorrindo, sentei-me na cama, meus olhos procurando por Daniel. Acabei o encontrando encostado à grade da sacada, apenas de calça jeans e com o cabelo bagunçado. Levantei preguiçosamente, vestindo minha calcinha e a blusa social de Daniel que eu achei largada no chão.

– Sabia que você fica muito sexy desse jeito? – Brinquei, o abraçando por trás. O homem deu um pulo, mas rapidamente se recompôs e se virou pra mim.

– Não, mas eu sei que você fica muito sexy desse jeito. – Respondeu com um sorriso malicioso enquanto brincava com a manga da sua camisa.

– Por que me abandonou naquela cama imensa e extremamente confortável? – Empinei o nariz para poder olhar em seus olhos e fiz biquinho.

– Porque infelizmente, meu amor, nós não podemos passar o resto da vida na cama. – Se inclinou pra me beijar, mas eu me afastei, brincalhona. – E também eu já estava indo te acordar. Temos que descer.

– Sério? Que pena... Eu estava cogitando uma segunda rodada daquilo que nós começamos ontem... – Olhei pro chão fingindo estar decepcionada. Logo senti um forte aperto na minha cintura, enquanto Daniel me empurrava pra trás, em direção ao quarto.

– Acho que um pequeno atraso não faz mal a ninguém. – Comentou com desdém, beijando meu pescoço. Eu dei uma gargalhada gostosa, brincando com o cinto da sua calça. E lá vamos nós outra vez.

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O lugar aonde seria o casamento era imenso. Sério mesmo. O salão de festas deveria ser maior do que duas quadras de futebol, e mesmo assim os decoradores haviam conseguido lotá-lo de mesas. Dezenas de pessoas corriam pra lá e pra cá, com arranjos de flores, balões, panos etc. A irmã de Daniel – a quem eu havia acabado de ser apresentada – parecia estar a um pingo de entrar em um surto histérico. Eu e Daniel tentávamos ajudar, mas parecia que mais atrapalhávamos, entrando na frente dos funcionários e tirando coisas do lugar sem querer.

– Filho, onde você estava? Informaram-me que você havia chegado ontem a noite, então eu te procurei a manhã toda, mas não achei. – Uma mulher lá pros sessenta anos, alta e cabelos escuros presos em um coque refinado se aproximou de nós, abraçando o homem ao meu lado.

– Ahn... A viagem foi muito estressante mãe, estávamos descansando um pouco. – Ele respondeu, um pouco desconcertado. A mulher o soltou e então olhou pra mim, parecendo me reparar pela primeira vez.

– Quem é essa? – Apontou com a cabeça pra mim, com ar de superioridade. Ih, já não gostei da sogra.

– Mãe, essa é a Milena, a minha... – Foi interrompido por uma cabeleira loira, que pulou do seu colo de repente. Eu arregalei os olhos.

– Daniel, meu amor! Eu estava morrendo de saudades de você! – A mulher exclamou, distribuindo vários beijos em todo o rosto dele, que estava congelado. A mãe de Daniel, que percebeu a minha cara de espanto, se aproximou de mim sorrindo pela primeira vez.

– Essa é a Camila, a noiva de Daniel. Ah, eles são tão lindos juntos, não? Vão se casar ano que vem, acredita? Parece que foi ontem que ele a pediu em noivado, tão apaixonado, e já faz quatro anos. Meu Deus, como o tempo passa rápido! – A velha continuou falando sem parar, mas eu já havia parado no noiva. Noiva de Daniel. As palavras continuavam repetindo em minha mente, se ecoando e embolando, meu cérebro parecia ter congelado.

Sem respondê-la, afastei-me do grupo, saindo daquele lugar o mais rápido que pude. A cena parecia finalmente estar sendo compreendida pelo meu cérebro, e as lágrimas já escapavam dos meus olhos antes mesmo de eu chegar ao elevador. Entrei na suíte como um furacão, sentando na cama e escondendo meu rosto com as mãos, me permitindo enfim chorar. Segundos depois a porta abriu e fechou de novo, a voz de Daniel se fazendo ouvir.

– Milena, me deixa explicar. – Ele começou, tentando puxar as minhas mãos. Eu me desviei, escondendo o rosto.

– Sai daqui, não encosta em mim! – Gritei, a voz embargada pelo choro.

– Por favor, amor, não faz isso. Vamos conversar.

– Não me chama assim! – Levantei os olhos raivosos pra ele, que deu dois passos pra trás. - Uma noiva, Daniel, há quatro anos. Você está num maldito noivado há quatro anos!

– Você não entende. Me deixa explicar, por favor! – Ele implorou, e quando eu não gritei de volta, começou a falar. – Minha mãe e a mãe da Camila se conhecem desde pequenas. Quando a minha mãe engravidou de mim, o primeiro garoto, e a da Camila engravidou da primeira menina, elas enlouqueceram. Prometeram que nós dois iríamos nos casar, e juntar as duas famílias ou algo assim. Eu cresci perto da Camila. Eu a vejo como uma irmã. É você que eu amo.

– Mas você a pediu em noivado. – Retruquei, ignorando a sua declaração. Daniel engoliu em seco.

– Pedi, pedi porque era o sonho da minha mãe, Milena, e porque eu achava que sentia algo por ela. Até eu conhecer você. – Colocou a mão na minha cintura e eu me afastei, bufando.

– Então por que me trouxe até aqui? Por que sua irmã me convidou pra ser madrinha sabendo que você está noivo? Porra, eu to confusa. – Passei as mãos pelo cabelo, olhando de um lado pro outro do quarto. Meu coração estava a mil.

– Minha irmã nunca apoiou essa história de noivado. Ela é a única que sabe de nós dois e foi ela que deu essa ideia de te trazer pra cá pra eu poder contar pro resto da família... Eu não sabia que a Camila estaria aqui, pra mim ela estava na Espanha! Isso só pode ser coisa da minha mãe... – Falou mais pra si mesmo do que pra mim. Mesmo sabendo agora de toda a história, não pude impedir as lágrimas de continuarem rolando.

– Não importa se isso é coisa da sua mãe ou não! Ela é a sua noiva, não é? Eu sou só a outra. Merda, Daniel! Você mais do que ninguém sabe como eu me sinto em relação a amante do meu pai, o quanto eu a odeio por ter destruído a minha família. E agora eu estou me sentindo como ela! – Me joguei na cama, chorando copiosamente.

– Não diga uma coisa dessas! É diferente, Milena, você sabe disso.

– Diferente é o caralho! Você estava comprometido quando me conheceu, e mesmo se aproximou de mim e permitiu que eu me apaixonasse por você. – O olhei com nojo, e ele deu dois passos para trás. Eu nunca havia olhado assim pra ele antes. – Você é tão sujo quanto o meu pai, Daniel. Eu nunca vou te perdoar por isso.

– Milena, por favor, não faz isso comigo. Eu te amo! Amor, eu te amo! – O homem exclamava desesperado, mas eu continuava olhando pro chão indiferente. Mal sabia ele, que por dentro, meu coração estava partindo em mil pedaços.

– Daniel, sua mãe está te chamando lá embaixo. – A porta se abriu de supetão, revelando um senhor de cabelos grisalhos e olhos azuis idênticos ao de Daniel.

– Pai, eu estou ocupado. – Ele fungou, a cabeça baixa. Puta merda, ele não estava chorando, estava?

– É urgente. – O homem retrucou e Daniel se deu por vencido, se levantando e olhando uma última vez pra mim.

– A gente ainda não acabou essa conversa. – Declarou antes de sair do quarto. Fechei os olhos e respirei fundo. De repente, a cama afundou ao meu lado e eu abri novamente os olhos, dando de cara com o homem de cabelos grisalhos.

– Eu sou o pai de Daniel. Meu nome é Damião. – Sorriu amigavelmente e me estendeu a mão, a qual eu apertei levemente.

– Sou Milena.

– Você é a namorada do meu filho, não é? – Completou e eu arregalei olhos pra ele. – A Patrícia me contou.

– Na verdade, agora eu sou a ex-namorada. – Ri sem humor, desviando do seu olhar.

– Oh querida, eu sinto muito. Daniel gosta muito de você.

– O que ele fez comigo não tem perdão, seu Damião. – Respondi, amargurada. Ele assentiu.

– Eu nunca concordei com essa história de casamento forçado, mas a mãe dele consegue ser tão... – Deu uma pausa, procurando a palavra. – Teimosa às vezes. Desde que Daniel nasceu, ela alimenta essa história de casamento e não consegue perceber o quanto está fazendo o próprio filho infeliz. Não é culpa dele, querida. Não seja tão dura.

– Daniel já estava comprometido quando me conheceu, e mesmo assim quis esse relacionamento. Mesmo que em parte, é sua culpa. E isso já me magoou demais pra eu querer sequer olhar na cara dele. – Admiti.

– Você está querendo dizer em sair do hotel? – Perguntou, e eu dei de ombros.

– Talvez. Mas eu não sei como ir embora sem ter que falar com Daniel. – Suspirei, massageando minha testa com os dedos. Só a hipótese de mais uma discussão já me dava dor de cabeça.

– Acho que posso te ajudar com isso. – Declarou e eu levantei os olhos pra ele,surpresa. – Querida, este lugar é um campo minado. Depois do que ocorreu lá embaixo no salão, a mãe de Daniel já ficou desconfiada quanto a ‘intimidade’ de vocês dois. Quando ela descobrir, vai virar esse hotel de cabeça para baixo. Vivo com minha mulher há mais de trinta anos, e só eu sei do que ela é capaz de fazer pra conseguir o que quer. Você é uma boa menina, Milena, e quando as bombas começarem a explodir, não quero que você seja afetada.

– Que pena que a sua família toda não é como o senhor, Damião. – Sorri pela primeira vez pra ele. Sorrindo de volta, o senhor me puxou pelos ombros, me dando um abraço.

– É mesmo uma pena, filha. – Respondeu, acariciando meus cabelos.

Seu Damião me explicou todo o plano para que eu pudesse ir pra casa sem ter que me despedir de Daniel, e quando ele se foi, tomei um banho e deitei-me na cama. Minha mala nunca fora desarrumada, então simplesmente coloquei as roupas que tinha usado ali dentro. Daniel voltou algumas horas depois e tirou a camisa, se deitando do meu lado. Eu estava de olhos fechados, fingindo estar dormindo, mas isso não o impediu de passar a mão pelo meu rosto em forma de carinho e me dar um beijo na testa. Encenando um pequeno incômodo, me mexi um pouco e virei pro outro lado. O homem suspirou e relaxou do meu lado, pegando no sono pouco tempo depois. Quando deu a hora, levantei-me cuidadosamente, e enquanto pegava minha mala, olhei uma última vez pra silhueta largada na cama. Seus cabelos loiros estavam bagunçados e esparramados pelo seu rosto, enquanto seu peitoral malhado subia e descia calmamente. Eu o amava, muito. E só Deus sabe o quanto me doía ter de abandoná-lo assim, sem nenhum direito a despedida. Mas era melhor assim, Daniel havia me magoado demais pra um só dia.

Encontrei Damião do lado de fora do hotel, perto de um carro preto comum. Sorri pra ele, enquanto o mesmo colocava minha mala no banco de trás.

– Diga à Patrícia que eu sinto muito por não poder ficar pro casamento. – Comecei e ele assentiu. Respirei fundo antes de dizer a frase que eu havia temido a noite toda. – E diga ao Daniel que eu não quero que ele me procure mais.

– Farei isso, querida. Vamos? – Sorriu compreensivo e eu concordei com a cabeça. Ele deu partida no carro, e eu fechei os olhos enquanto me afastava do lugar que havia presenciado o melhor e o pior dia da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Problemas no paraíso?? É, acho que sim. Então, o que acharam do capitulo? Estão com raiva do Daniel por ter enganado a Milena todo esse tempo, ou ainda estão suspirando pelo nosso advogado? Comentem, quero saber a opinião de vocês! E já avisando que, daqui a dois sábados, Bad Love chega ao fim, pessoal. Enfim, até sábado que vem e um ÓTIMO Natal a todos vocês. Beijinhos.



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