Já eram umas 02h00min da manhã e eu não conseguia dormir, eu lia algum livro ou tomava alguma bebida quente para conseguir dormir, mas eu simplesmente não conseguia dormir. Acho que antes a palavra ''câncer" era apenas uma palavra aleatória no dicionário, agora essa palavra mudou minha vida e meu futuro está em jogo por causa disso, o que eu não consegui chorar quando recebi a noticia, mas agora as lagrimas estavam vindo em dobro, eu chorava muito, muito mesmo eu gritava eu queria quebrar as coisas, eu quebrei as coisas. O barulho dos meus livros caindo no chão, meus troféus todos em pedaços e eu quebrando vasos então minha tia chegou ao meu quarto e gritava “PARE!”, mas eu não parava eu fazia isso mais forte ainda, quebrei tudo o que era de vidro e o que não era também, ela correu ate minha direção e me segurou para que eu não quebrasse o que ainda restava, comecei a chorar mais em seus braços então a abracei e ela ficou em silêncio e então depois de um tempo conversamos um pouco.

–Como você esta se sentindo agora?-perguntou ela enquanto me levava até a cozinha

–Péssima, eu quero morrer-respondi.

–não diga isso, o que você esta sentindo agora é passageiro-disse ela pegando um quite e primeiros socorros.

–Passageiro? Esta sendo sarcástica? Não é uma gripe é CÂNCER!-dei ênfase ao “câncer”

–Vamos ao medico hoje, isso porque são duas da manhã-disse ela fazendo um curativo em minha mão e sorrindo.

–Pronto pode ir dormir na minha cama eu limpo seu quarto e durmo no sofá.

Então fui para seu quarto e dormi lá.

No outro dia

Fomos ao medico cedo (lá por umas 09h30min), ela disse que o câncer era no rim esquerdo e que vamos começar a fazer a quimioterapia na quarta-feira e que ela vai procurar um doador afinal eu não tenho ninguém da minha família para ver se achávamos um compatível, perguntei a medica se depois meu cabelo cresceria novamente e ela disse que sim.

Hoje é a inauguração da escola e teria aula normal, mas antes a diretora daria um discurso idiota, minha tia me levou lá e tudo estava lindo ela voltou para casa e eu fiquei lá notei que de longe Ambre e suas amigas me olhavam com um olhar de negação então vieram ate mim.

–Câncer?-Falou Ambre com a sobrancelha esquerda arqueada

–O-oque?-perguntei assustada

–É Jess fomos a sua casa mais cedo e a porta estava aberta entramos lá, mas não havia ninguém Charlotte viu uns papeis em cima da mesa...E então é isso você esta doente-Respondeu Ambre

–Esta não, é doente! –disse Li dando uma gargalhada alta

–Aqui esta querida-disse Ambre tirando algo de sua bolsa era um lenço-É para você cobrir a sua careca- ela me entregou sorrindo e dando as costas a mim

–Eu já ia me esquecendo... Nunca, nunca mais mesmo fale com a gente não queremos um câncer ambulante conosco-ela foi saindo.

Eu estava paralisada eu as olhava indo em direção ao auditório e então uma lágrima idiota começou a escorrer pelo meu rosto essa lágrima se multiplicou, eu corri e corri muito quando vi estava no ginásio eu sentei em um banco na arquibancada e chorei baixinho e sequei minhas lagrimas com o lenço que Ambre havia me dado, ouvi passos então levantei minha cabeça era Castiel que estava me encarando com aquele mesmo olhar, ele não falou nada só o ouvi resmungando “idiota”.

O sinal tocou então eu fui para a sala de aula e sentei onde costumava sentar que era perto da mesa de Ambre e ela se levantou e foi para outro lado da sala, notei que ela estava dizendo algo a Bia senti que agora todos iam saber disso, as aulas começaram e terminaram normalmente.

Na hora o intervalo

Pela primeira vez na vida eu estava comendo sozinha e me senti mal pelas pessoas que eu maltratei elas sempre tinham que comer sozinhas ou às vezes nós nem deixávamos que lanchassem no refeitório, para passar o tempo eu me lembrei de que havia pegado o bloco de notas do Lysandre eu o li e era lindo tinham varias canções, desenhos e poemas então fui procurar ele e devolver ele não estava muito longe e estava bem chateado então fui ate ele

–Achei seu bloco de notas-disse estendendo o bloco a ele

–Muito obrigado... Você não o leu não é? –perguntou

–N-não-respondi

–Ainda bem, tchau-respondeu e saiu

Talvez eu esteja ficando louca mas acho que estou gostando do Lysandre eu sei que foi um dialogo idiota mas algo nele me deixa assim... Feliz.