A Outra de Jonathan escrita por Jeeh Rafa, JeehRafa


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. É a minha primeira one-shot, como também é a minha primeira fanfic de TMI.
Boa leitura (:



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Amber foi até a porta assim que escutou a campainha tocar. Eram quase meia noite e ela se perguntou quem poderia ser àquela hora. Com medo de que fosse alguma visita indesejável ou perigosa, ela passou o trinco de segurança na porta e abriu apenas uma frestinha.

A pessoa que retribuiu o seu olhar era o completo oposto de uma visita indesejável e a melhor definição de perigo.

Com uma exclamação surda, Amber tornou a fechar a porta para poder retirar o trinco de segurança e em seguida abriu-a para dar passagem a ele.

– Jonathan?

– Amber. – ele fez uma pausa. - Posso entrar?

– Como se você precisasse de alguma permissão. – ela disse com ironia, dando passagem a ele.

Jonathan entrou e olhou ao redor, as mãos dentro dos bolsos da calça jeans enquanto esperava Amber trancar novamente a porta. A casa já tinha algo de diferente, como se os móveis tivessem sido trocados de lugar. Ele bem sabia que Amber não se aguentava quanto se tratava de decoração de interiores, ainda mais quando esse era seu trabalho.

Amber voltou-se para ele, enrolando-se instintivamente em seu hobbe de seda preto, pois sua camisola era transparente. A diferença não foi muito grande.

– O que o traz até mim? Foi rejeitado novamente pela Clary? – ela frisou o nome de Clarissa Morgenstern com sarcasmo.

– Você sabe muito bem que eu não preciso de qualquer motivo para vir te ver. – ele responde calmamente.

– Não sei se devo ficar feliz em ouvir isso. – diz ela, suspirando no final.

Jonathan encarou Amber com o seu típico olhar sombrio que normalmente daria medo em qualquer jovem. Com ela não foi diferente, mas Amber não se intimidava mais, e apesar de toda sua meiguice ela sabia seduzir um cara como ninguém. Sua personalidade forte em conjunto com os cabelos negros e longos, e os ares latinos foi justamente o que encantou Jonathan de uma maneira que embora ele não aprovasse, ele também não havia conseguido combater.

– Odeio ser a outra. – ela disse diante do silêncio dele. - Você sabe bem disso.

Jonathan não se deu a trabalho de responder as provocações de Amber, apenas sentou-se no sofá atrás dele. Era um homem tão esplêndido que Amber sentiu que gostaria de tê-lo ali para sempre, nem que fosse apenas com a finalidade de decoração. Ela riu da sua própria frieza.

Jonathan olhou para ela e bateu com a palma da mão no lugar vago do sofá, pedindo que ela se sentasse ao lado dele. Assim ela fez.

– Eu vim até aqui porque senti sua falta. – ele disse com a voz rouca. Passou um braço pela cintura de Amber e com a outra mão livre, afagou seu rosto. Amber quase não resistiu.

– Você é como uma droga, Jonathan... A menor aproximação já faz minha cabeça girar. – ela disse, fazendo-o rir satisfeito consigo mesmo. - Fale-me mais coisas bonitas.

Ele atendeu ao pedido de Amber sem pensar duas vezes.

– Você é o único motivo que me traria até o Brasil em apenas uma noite de viagem. – ele disse, aproximando o rosto do dela. - Mas você sabe que não posso fiar mais do que um dia aqui, logo mais terei que voltar para Nova Iorque e para o meu “trabalho”.

A última frase de Jonathan foi sussurrada perto dos lábios entreabertos de Amber. Ela pôde sentir hálito morno dele contra o seu rosto, e um arrepio geral percorreu o seu corpo. Jonathan era divino em todas as ocasiões, ela bem sabia disso.

Ele inclinou a cabeça de modo que seus lábios se encaixassem perfeitamente aos de Amber, mas ela o impediu ao tocá-los com a ponta dos dedos.

– Onde está Clarissa?

A pergunta fez a expressão de Jonathan endurecer e ele se afastar.

– Com Simon. – disse ele respondeu secamente.

– Ah, compreendo.

Amber se levantou do sofá, em silêncio, e foi até a janela. Lá de cima ela podia ver parte do calçadão da praia de Copacabana iluminado pelas luzes da cidade, as pessoas caminhando e aproveitando a brisa fresca do mar. De repente, sentiu os braços de Jonathan enlaçarem sua cintura e ele beijar seu rosto.

– Por que você faz isso comigo? Não é justo. Eu preferia que você nunca mais voltasse, a ter que me fazer passar por esta humilhação.

Jonathan respirou fundo.

– Você não é apenas uma amante, Amber. Muito mais do que isso... Você é uma amiga, uma...

– Mas nunca serei o que Clarissa é para você. – disse ríspida.

Amber era outra jovem por quem Jonathan realmente se importa, fora Clarissa que por mais que tenha mudado e estivesse diferente, ela ainda tinha seu coração. Pobre Amber, ele pensou, jamais teria paz enquanto Clarissa existisse. Se ao menos ele conseguisse provar para ela o quanto a amava...

Jonathan forçou Amber a encará-lo. Os olhos da moça estavam marejados de lágrimas que ele secou com beijos. Em seguida, ele a beijou nos lábios. Cálido, saudoso, apaixonado.

Amber pareceu flutuar. Uma corrente de desejo percorreu seu corpo e ela o abraçou. O beijo ficou mais faminto e Jonathan a apertou contra seu corpo másculo e perfeito.

Rápido demais o beijo terminou e Amber descansou a cabeça do peito do Jonathan. Ela fungou. As lágrimas ainda teimavam em escorrer.

– Não sofra mais, meu anjo. – ele pediu. - Eu vim trazer um presente para você. – ele disse carinhoso.

– Que presente? – ela perguntou baixinho, triste.

Jonathan afagou os cabelos dela, carinhoso.

– A sua liberdade. – ele disse baixinho.

Amber se livrou de seus braços, e o encarou com mais lágrimas escorrendo de seus olhos.

– O que quer dizer com isso? – perguntou ela chorosa.

Jonathan sorriu tristemente, e enxugou as teimosas lágrimas que caiam nos rosto da morena. Desde o momento em que conheceu Clarissa, ele sempre achou que iria a amar para sempre, mas aí um dia em meio a suas missões ele a viu, e desde então nunca mais se distanciou da morena que lhe encantava.

– Eu não posso continuar mais com isso. – ele respondeu calmamente.

– Então é assim? – ela perguntou – Você veio até aqui para me dizer que não pode continuar com isso? – ela perguntou sua voz agora subindo algumas oitavas.

Ele virou seu rosto, e olhou pela janela. As palavras de Clarissa ainda o rondavam sua mente. “Eu estou grávida”.

– Clarissa está esperando um filho meu. – ele disse devagar.

Amber sugou uma respiração, e se distanciou mais de Jonathan. As lágrimas escorrendo livremente.

– Você tinha me dito que não estava dormindo mais com ela. – ela comentou, com a voz totalmente rouca, por conta do choro.

Jonathan suspirou, e se moveu para trás dela, afagando seus braços.

– Eu sei. – ele disse baixo.

Ainda chorando, Amber virou seu rosto deixando-o a alguns centímetros de distancia do rosto de Jonathan. Alguns momentos de silêncio se passaram, até que Amber falou.

– Então você mentiu para mim. – ela disse por fim.

Jonathan deu de ombros, se virou e caminhou em direção ao sofá, se sentando no mesmo. Apoiando a cabeça no encosto do sofá, ele fechou seus olhos, e deixou que algumas lembranças dele junto a sua amada viesse a sua cabeça.

Com o pensamento longe, Jonathan não percebeu a presença de Amber, até que a mesma se ajoelhou a sua frente, e deitou sua cabeça em seu colo o abraçando por trás.

– Você não pode me deixar. – disse ela, em um tom de súplica.

Jonathan suspirou, e afagou os cabelos de Amber uma ultima vez, antes de tira-la do chão e se levantar. Olhando em seus olhos, ele se aproximou, roçou seus longos dedos por seu rosto jovial e extremamente belo, então abaixou sua cabeça e tocou levemente seus lábios aos lábios de Amber.

O que era pra ser um simples beijo se tornou em um beijo feroz, Amber agarrou Jonathan pela jaqueta e se deixou levar pelo ultimo beijo. Ambos sabiam que aquele seria o ultimo, que aquela era definitivamente o “adeus”, e nada podiam fazer.

Depois de alguns minutos, Amber quebrou o beijo e abraçou Jonathan, inspirando seu perfume uma ultima vez. Jonathan a soltou, e depois de uma ultima olhada em seu belo rosto, caminhou decidido até a porta.

Antes que Jonathan cruzasse a porta, ele parou e olhou por cima do ombro, aquela mulher que um dia ele se importou e amou, e logo depois desapareceu.

Já no elevador, Jonathan saca seu mais novo aparelho celular e disca o número do feiticeiro Magnus Bane, que atende no segundo toque.

– Está feito, ficarei esperando no mesmo lugar. – ele diz, sem dar chance do feiticeiro dizer algo – E obrigada por ajudar. – ele agradece.

Depois de alguns segundos de silêncio, Magnus fala com tom de sarcasmo.

– Ora, ora que o caçador de sombras sabe agradecer.

Jonathan suspira, e fecha os olhos, encostando a cabeça na parede do elevador.

– Por favor, apenas faça como combinado – o loiro pede calmamente – Quando eu estiver em casa, você pode fazer quantas piadas quiser, mas neste momento eu apenas quero que faça a droga do combinado. – ele diz rosnando. Magnus ri baixo do outro lado da linha, mas concorda com o loiro, depois de mais algumas trocas de palavras, a ligação é encerrada.

Jonathan sai do prédio, e para por alguns instantes olhando pra cima, a procura da morena que deixou para trás, mas encontra a janela de seu apartamento com as cortinas fechadas, e a luz apagada.

Sacudindo a cabeça, ele segue seu caminho até o próximo beco a espera do portal, para voltar pra casa. Se sentindo cansado, Jonathan pega seu celular do bolso, e vê que já são 05:00 horas da manhã, Clarissa deve estar dormindo neste momento pensou ele. Então assim que a parede do fundo do beco começa a brilhar num tom de azul piscina quase cegante, ele guarda seu celular no bolso de sua jaqueta, e por uma ultima vez se despede da cidade do Rio de Janeiro, a cidade onde ele deixa sua amada morena Amber Moralez.

Com a porta de seu apartamento fechada e trancada, Amber caminha até seu quarto, e deita-se em sua cama, pegando um punhado de calmantes, ela os joga na boca e toma um gole de seu whisky Bourbon. Se cobrindo com seu lençol branco, ela fecha os olhos, e por uma ultima vez, ela sonha com os lindos olhos dourados, daquele que um dia ela amou.

FIM


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem, recomendem, favoritem... Enfim deêm um sinal de que gostaram.Até a próxima fanfic.Beijos, Jeeéh :3



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