Para Sempre escrita por luuv


Capítulo 3
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Música para ouvir durante a leitura: Jason Walker - Down



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Três dias depois.

Você já sentiu como se uma parte de você estivesse faltando? Por muitos anos eu me senti desse modo, até que ela veio e me preencheu. Foi assim. Quando ela estava comigo, uma brisa tomava conta dos meus músculos, do meu corpo, de minha mente e do meu coração. Mas de repente, quando a vi escorregar por entre meus dedos, como uma areia revolta, foi como se aquela brisa interna tivesse se agitado tanto, que se transformara em um furacão inquieto e descontrolado. Eu já não distinguia meus sentimentos. Eu só sentia, queria e entendia uma coisa: Eu tinha que tê-la de volta.

Eu já tinha conseguido uma vez, por que não outra, huh? Eu conseguiria. Certo? Segurei meus cabelos com as mãos, puxando-os para trás. Um hábito que ela fingia odiar, só para poder ficar mexendo em meus cabelos... Pigarreei, piscando forte. Eu não podia pensar no passado, apenas no futuro. Ela tinha que me entender. Eu não mediria esforços para isso. Senti alguém me cutucar no ombro, e minha cabeça se elevou.

— Oi — Ela falou, com o tom de culpa. Eu não tinha mais forças para negar que Marlene era culpada, ela não tinha feito nada. Apenas lugar errado e hora errada. Misturando isso com a grande imaginação e desconfiança de Lily, e tchãtchã, ali estávamos nós. Além disso, eu tinha medo do que poderia falar se fosse negar. Em momentos quando minha tristeza chegava ao ponto mais alto, como o que eu me encontrava, uma voz irritante gritava dentro de mim que Marlene tinha sim uma parcela de culpa. Afinal eu tinha mandado que ela esperasse e não que deitasse e dormisse em minha cama! Interrompi meu bla bla bla mental. Como eu podia sequer pensar nisso? Bufei, bem baixinho, passando as mãos pelos cabelos novamente.

— Hey — Lembrei-me de responder-lhe, ou então ela ficaria parada na minha frente feito boba. Mas não tinha ânimo nem vontade de continuar com uma conversa. Sério mesmo, ela não era culpada, porém, ficar conversando com Marlene enquanto Lily poderia nos ver não ajudaria na minha situação. Com certeza Marlene entenderia isso errado, por isso me esforcei para tentar dar um sorriso. (Sorriso, James, e não careta!) — Como vai? — Limitei-me a perguntar, tentando esconder o falso interesse. Eu só queria voltar para minha cama e chorar, mesmo sabendo que eu estaria agindo como uma bichinha e que chorar não adiantava de nada.

— Não precisa fingir para mim, James, eu sei que você está mal e não quer conversar, mas acho que tenho um jeito de te ajudar. — Foi só então que percebi o seu sorriso. Juro por Merlin que fiquei com vontade de bater nela. Qual é, tinha que ficar sorrindo mesmo? Ela tinha, parcialmente, destruído meu namoro! Foi então que deixei de lado suas feições e prestei atenção no que dizia. Por um instante, senti uma sombra de sorriso brotar em meu rosto. Ela percebeu a mudança, e se acomodou ao meu lado no sofá para poder me contar melhor, fato que eu agradeci, não queria que todos ficassem ouvindo. — Eu fiquei perseguindo a Lily para tentar lhe explicar a situação, mas ela estava tão fora de si que apenas me ignorava. Não quis ouvir nem um pio. Mas, eu conversei com Alice, a melhor amiga dela, sabe? — Agradeci por ela tagarelar sem esperar uma resposta, porque eu não daria. — Apesar dessa garota também estar querendo me espancar até a morte, dei um jeito de fazer com que ela me ouvisse. Expliquei a situação, que você e eu somos praticamente primos e que como eu havia sido transferida, você estava apenas me ajudando... — Percebi que ela deu uma pausa, e ficou meio ruborizada. —... Até comentei que eu tinha achado o Padfoot bonitinho, e não você — Soltei uma risada nasal, sem imaginar isso, mas assenti, querendo saber se Lily me ouviria ou não. — E a Alice concordou em nos ajudar. Ela é realmente boa e sensata. — Proferiu, e foi como se uma única chama de esperança estivesse acesa em meu peito. Se Alice me ouvisse, Lily também ouviria. Simples assim. Consiga a confiança de uma que conseguirá a da outra. Mordi o lábio inferior.

— Lene, eu não sei como te agradecer. — Falei, realmente emocionado com a vontade dela, de ajudar. Ela fez um gesto com as mãos, batendo no ar, como quem quer dizer que "não foi nada".

— Você não precisa. Apenas dê um jeito em sua vida amorosa que eu ficarei eternamente feliz. Essa culpa que me assola não é legal. — Antes que eu pudesse negar de novo sobre sua falta de culpa, ela voltou a tagarelar. — Bem, o negócio é o seguinte. Alice vai convencer Lily a sair do quarto depois da quarta aula, que é quando nós temos horário livre. Alice vai dizer que há um trabalho de herbologia e que precisam de amostras, e como Lily não foi à última aula, vai ser fácil enganá-la. Alice vai arrastá-la até os jardins, perto da parte noroeste do Lago, onde fica aquele carvalho extremamente velho e grande, oposto ao Salgueiro Lutador, onde não há muita gente, sabe? — Assenti, já me sentindo nervoso. — Bem, aí é que você aparece e a coisa está nas suas mãos. Mas relaxa, eu tenho certeza que você vai conseguir. Afinal, com todo esse charme, toda essa carisma, todo esse amor e...

— Espera, espera, espera. Você disse que Lily faltou à última aula de herbologia? — Perguntei preocupado. Ela nunca cabulava aula!

— Sim, mas foi uma coisa que tem a ver com o Natal, não entendi direito. — Lene explicou, e me senti aliviada no mesmo instante. Já tinha pensado na possibilidade dela ter ficado doente ou pior, rebelde! — Então, preparado?

— Nunca estive tão preparado como agora. — Pronunciei e, portanto, segui para mais um dia de aula cansativo. Posso dizer que a aula dupla de poções e a terceira de runas antigas passaram como um raio. Fiz poucas anotações, combinando com Remus que pediria sua ajuda depois. Minha concentração estava toda em Lily, que com aparência pálida e triste, não se mexeu, praticamente. Slughorn teve que chamar sua atenção uma três vezes em cada aula! Imagine isso! Quero dizer, ela era sua queridinha... Felizmente, na aula de Runas, Zoey – uma colega de casa – ganhou o vinte pontos por melhor tradução de um texto, animando um pouquinho a turma. Juro ter visto um sorriso enfeitando o rosto do meu lírio. Então, a quarta aula, Trato de criaturas mágicas, passou o mais lentamente possível. Meu estômago se revirava a cada minuto, eu estava nervoso com meu "encontro". Quase no fim da aula, senti que alguém me observava, e quando virei o pescoço, tive a chance de ver Lily virar o rosto rapidamente. Era um bom sinal, certo?

Acabou-se a aula e eu já sabia para onde teria que ir. Despedi-me dos meus amigos sem dar muita explicação, e corri para os jardins (que felizmente era ali perto). Me escondi atrás do carvalho, que de tão gordo, me encobria totalmente. Fiquei ali, com o coração batendo, até ouvir os passos e resmungos. Não consegui distinguir direito o que falavam, mas com certeza, eram Alice e Lily. Respirei fundo, e deixei que minhas emoções tomassem conta de mim, ao invés da razão. Então, saí de trás do carvalho. Lily estava de costas para mim e Alice, sendo uma boa atriz, não demonstrou emoção quando me viu. Dei uma singela piscadela, enquanto cobria os olhos da minha ruiva.

— Quem é? — A senti endurecer com meu toque. Senti-a descobrir quem era, antes mesmo de eu dizer qualquer coisa. Senti, por último, os seus olhos ficaram úmidos sob a palma de minha mão. — Saia! — Ela gritou, sem esconder sua dor. — Alice? Alice! Tire-o daqui. — A dor transformava-se em desespero ao poucos.

— Alice não está mais aqui. — Deslizei minhas mãos de seus olhos até seu pulso, e segurei apenas um, para que ela não fugisse. Ela se virou. Apesar de ver as lágrimas em seus olhos, não senti nenhuma vontade de fuga provinda dela. Nem nada do tipo, o que poderia ser uma boa coisa. Ela abriu a boca, provavelmente para protestar, mas minha mão livre tapou sua boca. — Sssh, por favor, me deixa explicar. — Eu estava com uma profunda vontade de chorar, mas me segurei e deixei as palavras fluírem — Lily, eu sei que você está pensando muita merda de mim, e não te culpo. Lembro muito bem de quando eu era apenas um garoto fútil que não ligava para nada a não ser meu próprio umbigo. Lembro muito bem quando conversei com você pela primeira vez e soube que você tinha que ser minha. No início eu só queria me divertir mesmo, queria mostrar que eu podia ser o cara mais foda do mundo. Mas então, com o passar dos anos, eu fui aprendendo a lidar com algo que escola nenhuma pode ensinar. O amor. Eu achei que era besteira, tentei ignorar. Percebi que não dava. Eu achava que te amar doía, mas eu estava errado. Não te amar doía. Foi quando algo mudou aqui dentro de mim. — Tirei a mão de sua boca, e apontei para meu coração. Entrelacei nossos dedos, deixando a emoção me guiar. — Você presenciou essa mudança. Eu deixei de ser prepotente, orgulhoso, criança e outras coisas pra me tornar alguém melhor. Eu quis mudar por você. Pra você. Queria que você me notasse, e sabia que só iria fazê-lo se eu fosse alguém que merecesse. — Respirei fundo, quando percebi que estava me atrapalhando um pouco nas palavras. — Lily, o que eu quero dizer é que eu mudei por você. Você, Lily! Eu fiz tudo por você, pra te ter, e finalmente quando consegui, você acha mesmo que eu deixaria escapar tão fácil assim? — Eu dei um sorriso torto, enquanto meus olhos enchiam-se de água. Ela negou, o rosto manchado por lágrimas. — Isso mesmo. Não. Eu posso ser muita coisa, Lily, menos burro. Marlene, aquela menina, é quase uma prima para mim, e como ela foi transferida, estava apenas ajudando, Lily. — Desabafei, continuando a observá-la — Lírio, meu lírio... Não deixe o ciúmes, o medo ou a insegurança te cegarem. Você é a garota mais perfeita do mundo, e o que eu sinto por você é algo... Grande, gata. Muito grande. Você. É. Única. Pra. Mim. — Falei cada palavra separadamente, querendo que elas entrassem em sua cabeça. Usei minhas duas mãos para segurarem seu rosto com força. — Eu amo você, caramba. EU AMO VOCÊ! — Gritei, rindo. — Lembra a promessa que te fiz? Eu vou cuidar de você, você é minha e vai ser para sempre, mas eu preciso que você deixe. Que você queira. Você quer? — Eu perguntei, parecendo um bobo. Ela piscou com seus olhos verdes e assentiu de leve. Acho que foi o movimento que eu mais idolatrei. Então, eu a beijei. Como nunca. E foi como se meu coração explodisse de tanta felicidade.


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Notas finais do capítulo

Tcharã! Dessa vez veio rapidinho hehe! Aw, amo ver os dois juntinhos, e vocês? hahaha
Esse já é o penúltimo capítulo! No próximo já me despeço de voces :( Mas enfim, até o próximo galera, comentem aí! hihi



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