República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 7
Desentendimentos


Notas iniciais do capítulo

Amorinhas, desculpa o atraso... foi difícil para mim escrever este capítulo, ele é um capítulo intermediário, e eu descobri ter um pouco de dificuldade! rs
Sem mais, aqui está. Espero que possam ler logo, pois ainda esta tarde postarei o próximo!
Mais uma vez, obrigada pelo carinho de sempre !



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O quarto estava claro, iluminado pela luz que vinha da janela fechada apenas pelo vidro.

Ferdinando foi despertado serenamente pela claridade, e tampou um pouco os olhos, miseravelmente abertos, com a mão que lhe sobrava. A outra estava ocupada. Observou a bela mulher que estava dormindo, serenamente, aconchegada em seu peito. Ela era linda. Este era o único pensamento que ele pudera ter com a visão. Observava a expressão calma em seu rosto, os pequenos olhos de longos cílios. A singela, porém incrivelmente bem desenhada (para seu desejo), boca dela. Em um ponto de vista geral, aquele rosto bem contornado, delicado, porém de forte expressão, depositado nele, era nada menos que sublime.

Assim como toda ela.

Ferdinando não acreditava em como a mecha caia perfeita e cautelosamente naquele rosto que acabara de analisar. E seus cabelos de fogo... “ah esses cabelos...” Ferdinando jurava serem eles uma das razões que o levavam a sentir o que sentia agora pela ruiva. Eles a transmitiam toda. Mostravam logo de cara a mulher forte (e ardente, ele sabia) que ela era. Mas ao mesmo tempo, a leveza o formosura de seus cachos traduziam sua feminilidade e delicadeza, que ele já havia percebido.

Olhando mais abaixo, para sua própria mão que repousava abraçando-a, na cintura da moça, Ferdinando pôde encontrar outro motivo para o tal sentimento que o confundia e agitava seu coração: o Belo, escultural, corpo de Gina.

“Meu Deus, por que tão completa?!” Ele questionava, silenciosamente, com pesar. Já se sentia triste pelo que estava acontecendo. Ele estava apaixonado. ‘E triste por quê?!’ Simplesmente por um motivo: era pela, não difícil, mas impossível, Gina Falcão.

Gina se movimentou levemente nos braços do engenheiro. Ele ansiou pelo próximo movimento. Ela o fez. Abriu lenta e delicadamente os olhos. Olhou devagar paro o braço do rapaz que envolvia seu corpo. E por fim, olhou para cima. Viu Ferdinando a observando com apenas um sentimento descrito em seus olhos: Ternura.

Ela se sentia vulnerável... Vulnerável demais, pela posição e intimidade do toque. Resolveu, ao desviar o olhar, se levantar. Sentou- se na cama, de costas para Ferdinando.

Ele sabia que seria assim. Já esperava.

A única coisa que fazia questão que ela mantivesse, tinha esperança que mantivesse, da noite passada era a maneira de lhe chamar: Nando.

– Bom dia Nando...- Ela disse se espreguiçando com uma voz sonolenta.

– Bom dia Menininha. – Ele quis retribuir. Estava radiante.

Ela se virou graciosamente, e lhe sorriu castamente, ao ouvi-lo proferir o apelido.

– Bom... vamos levantar rapaz?! – Ela disse em tom animado.

– Ara que aqui tá tão bom! – Ele fez corpo mole, se afundando na cama.

– Não, não. Pode vir doutor! – Ela o puxou pela mão.

Ele se levantou, ficando de frente com ela.

– Eu prefiro “Nando”... – Ele disse suavemente, encarando-a, acariciando sua mão.

Ela soltou a mão dele. Viu seu corpo seminu, pela primeira vez a luz do dia. Ficou um segundo calada, apenas observando, sem razão. “Perfeito”.

– É... tá certo então... – Ela voltou a olhar os olhos dele. – Vamos, Nando...?

Deram um breve sorriso. Ela se encabulou. Levantou-se e saiu pela porta, na frente. Ele apanhou a camiseta no chão e se vestiu, seguindo-a.

[...]

– Mas me diga, vocês dormiram bem?! – Ferdinando questionava o amigo Renato em tom de provocação. Rindo maliciosamente.

Os três amigos ao redor do engenheiro ficaram com as bochechas rubras com a pergunta, mais ainda com a insinuação iminente.

– Pois fique o senhor sabendo Doutor...que foi excelente. – Juliana pontuou clara. – DORMIMOS muito bem! – Ela pontuava o verbo, para afastar qualquer suspeita.

– Que bom! – Ferdinando estava sem graça. Vira que a amiga não havia gostado muito da brincadeira.

– É maravilhoso dormir e acordar ao lado de quem se gosta. – Renato pronunciou apaixonado, olhando para uma Juliana com um sorriso tão bobo quanto o dela, após tal declaração.

Gina e Ferdinando se olharam terna e timidamente ao término da frase do colega. Era como se dissessem um silencioso “sim, nós sabemos”, ainda que não quisessem admitir.

– E vocês, dormiram bem?! – Renato questionou mais por educação que por malícia.

–Sim! – Uma resposta uníssona e apressada saia da boca de Gina e Nando que olhavam com cara de culpados para os amigos.

Voltaram a olhar para seus pratos.

Um breve silêncio se instaurou na mesa. Ouvia-se apenas a xícara do café que Renato tomava batendo no pires. Ferdinando mastigando seus crocantes cereais com leite, assim como Juliana. E o bater do garfo de Gina no prato. Gina era a única que conseguia comer tanto pela manhã.

– Ora Gina, eu não sei como você mantém esse corpinho comendo este omelete super-recheado e gingante todos os dias de manhã! – Juliana dizia brincando, com cara emburrada.

– Ara que eu sempre comi isso Juliana, e nunca me importei com essas coisas de “engordar”. – Gina respondia tranquila e sinceramente.

– E nem precisa não é?! – Ferdinando se colocava na conversa de forma galanteadora. – Acho que nem se esta aí comesse um Buffet toda manhã, estragaria o corpo que tem Juliana! – Ele disse sorrindo, sem nem medir as palavras.

Juliana e Renato arregalaram os olhos com a fala do engenheiro. Viram Gina transformar-se em um tomate, de tão envergonhada pelo comentário.

– Mas você não fale besteira Ferdinando! – Ela disse sem levantar o olhar, com uma voz que demonstrava seu incômodo.

Ferdinando?! Ara que eu devo ter feito meleca!” Pensava o engenheiro.

Outra vez o silêncio.

– Bem... Falando em Buffet... Eu e Juliana tivemos uma ideia, e esperamos que topem. – O tom de Renato era amimador. – Gostaríamos de fazer uma pequena festa aqui na república hoje, aproveitando que estamos sozinhos, com nossos colegas da faculdade como convidados, o que acham?!

– Ora, eu topo claro! – Ferdinando se animou, fazendo Juliana sorrir e bater palminhas com a confirmação.

– Ara, eu também! – Gina se mostrou mais animada do que imaginavam. – E eu posso chamar um colega da faculdade também?!

UM?!” Ferdinando a condenou com o olhar ao termino da frase.

Um... Gina?! Não seria uma colega?! - O rapaz tentava esconder o desespero que invadira seu ser.

– Não, não, é um amigo mesmo. – Ela era inocente ao esclarecer.

– Ah, agora não é mais colega...? É amigo?! – Ferdinando não conseguia mais controlar o tom da voz embargada pelo ciúme.

– É amigo, colega, tanto faz Ferdinando, que tanto de pergunta é esse?! – Ela já estava irritada com isso.

Ferdinando...” o coração dele era apunhalado pelo nome seco saindo dos lábios da ruiva.

– Nada minha cara, nada! Você chame do que quiser! – Ele era grosso olhando incrédulo para ela.

– Bom... – disse Renato tentando fazer a discussão parar. - Então tudo bem! Vocês vão tratar de convidar e informar que a festa será hoje, ás 21:00.

– E eu posso saber o nome dele Gina?! - Ferdinando não tirava isso da cabeça.

– Pode e porque não?! – Ela estava voltando a ser grossa como sempre. – Cadu Marques. – Ela pontuava seca.

Ouvi-la proferir o nome daquele um que Ferdinando bem conhecia acabou com o final de razão que ainda habitava sua mente.

– Ora essa, mas esse eu conheço bem, fui veterano dele quando estava no oitavo semestre... E agora ele é o seu, e pelo visto está cumprindo o papel!- Ele estava claramente exaltado, erguendo-se na mesa pelos punhos serrados.

– Como assim Ferdinando?! – Gina não entendia a insinuação e levantava juntamente com ele. Não iria deixa-lo a encarar com superioridade em uma discussão.

O olhar de ambos era tenso. Tenso demais.

– Bom, nós vamos cuidar dos preparativos, e vocês, juízo, por favor! – Juliana e Renato acharam melhor sair, percebiam que se tratava de uma discussão de ciúme. Coisa a ser resolvida a dois.

Já sozinhos na cozinha, Gina questionava novamente Ferdinando:

– Você me diga logo o que quis dizer Ferdinando, que eu não estou com paciência! –Ela já dizia com o tom de voz alterado.

– Eu não quero lhe faltar com o respeito Gina... – Ele fechava os olhos ao dizer sussurrando de raiva. Tentando recuperar a razão.

– Deixe de ser covarde e termine o que começou a dizer! Que papelo Cadu está cumprindo?!

Ouvi-la proferir, novamente, com tanta intimidade o apelido do rapaz, fez Ferdinando dizer, ainda que por vontade, aquilo que não devia.

– O papel de estar “pegando” uma das “bixetes” dele! – Ele a encarava de forma cínica.

PLAF!

O som do tapa que Gina deu no rosto de Ferdinando ressoou pelo cômodo quase vazio.

Ela não acreditava.

Ele não acreditava.

– Você nunca mais insinue algo assim sobre mim seu frangote! – Ela apontava para ele com mãos e voz trêmulas.

Ele levou a mão ao rosto. Encarou os olhos dela marejados, e jurava que podia ver neles o reflexo dos seus, também no mesmo estado.

– Você faça o que quiser da sua vida, Gina. – Ele foi seco. Foi a última coisa que ele disse, antes de deixá-la sozinha na cozinha.

Gina apoiou-se na mesa, sentia as pernas amolecerem. O choro teimoso passou a lavar-lhe o rosto.

Ela estava com raiva. Estava ofendida. Magoada.

Mas não deixaria por menos.

[...]

– Alô, Cadu?! É a Gina, tudo bem?! Queria saber se você aceita ser meu convidado em uma festa, aqui na república, hoje... – Ela dizia tentando parecer animada ao telefone.

Naquele momento, um certo engenheiro agrônomo havia encostado-se à porta de seu quarto assim que ela entrou, a fim de perceber se, assim como ele, ela chorava. Ele estava magoado. Mas também, arrependido.

Entretanto, tudo passou, assim que ele ouviu conversa de Gina ao celular. Foi tomado pela ira. “como ela pôde... Depois de tudo que eu disse!” ele pensava atormentado, apenas de imaginar aquele um ao lado dela na festa.

Sem rumo, pensou apenas em uma coisa.

– Alô Maia?! Olá minha boa amiga, tudo bem?! Gostaria de saber se não aceitaria meu convite para uma festa essa noite aqui em casa [...].

Planos nada saudáveis invadiam sua mente.


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Notas finais do capítulo

Bom amorinhas, sei que gostar não gostaram. Mas as coisas vão melhorar, juro! rs
Aguardo o fiel retorno de vocês minhas lindas, Beeeijos!