República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 27
Insano.


Notas iniciais do capítulo

Amorinhas lindas, esse é pra matar (ou aumentar) a saudade!
Nada mais a declarar! rs
Obrigada pelo carinho de seeeeempre!
Boa leitura!! s2



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Gina, com a visão a sua frente, imaginava muito, muito além disto.
Ver Maia saindo do quarto de Ferdinando, após uma sonora declaração, utilizando-se da camiseta que ele havia saído para se encontrar com ela na noite passada, e com os saltos na mão, fazia Gina ter a certeza de que aquela noite havia servido como um “remember” da antiga amizade colorida dos dois. Muito mais da parte do ‘colorida’, na verdade.

Elas se encaravam sem reação, cada uma em um extremo do corredor. Aquele curto caminho parecia, agora, difícil de atravessar.

Maia sabia que, qualquer explicação, poderia confundir ainda mais a situação. Ela era mulher, então não foi difícil se imaginar no lugar de Gina. E, além disso, lembrou-se do gênio forte que Ferdinando diversas vezes descrevia ao falar sobre a amada. Tomou uma decisão.

Sem proferir uma palavra sequer, Maia atravessou o corredor e passou ao lado de Gina, partindo escada abaixo e república a fora.

O coração de Gina doeu de uma maneira insuportável, ao sentir o perfume de Ferdinando quando ela passou. Seu juízo começava a ir embora.

Gina se abaixou após a retirada da visita indesejada, e recolheu o copo que lhe havia caído das mãos com o susto, agradeceu por este ser de acrílico. Um belo acrílico azul. Ela se lembrou dos olhos dele.

Inferno.

Ela se lembrou do perfume dele na camisa que Maia vestia.

Ela se lembrou da voz dele. Lembrou-se dele, por completo. Inclusive das palavras, que há poucos dias ele havia proferido.

“Eu te amo” Ela lembrava.

Revoltou-se. Como ele podia fazer isso?! Jurar amor e se deitar após poucos dias com outra, sob o mesmo teto que ela... Como ele podia fazer uma coisa dessas, sabendo a confiança que ela o tinha?!

Ao menos nos pensamentos de Gina, ele devia explicações. Ela precisava lhe jogar na cara que beijar alguém (ainda mais forçada) depois de confessar paixão à outra pessoa era incorreto. MAS fazer amor, após declarar amor à outra, era ainda pior.

Rumou ensandecida ao quarto do ‘traidor’. As verdades que havia decidido na conversa com Juliana contar, agora perdiam o foco da conversa. Seriam outras verdades, mais doloridas e menos agradáveis, as que ela lhe jogaria fortemente.

Ela abriu a porta do quarto e a fechou em igual velocidade. Um breve estrondo.

– Seu traidor! – Ela gritava, enquanto Ferdinando se levantava zonzo da cama.

Gina estava claramente atordoada.

– Você ficou maluca Gina?! – Ele dizia ainda perdido, sem muito entender.

– Eu Ferdinando?! – Ela passava as mãos nervosas pelo cabelo, enquanto andava de um lado ao outro em curtos passos. – Como você pede fazer uma coisa dessas?! Aqui, nesse quarto... – a voz nervosa já começava a ficar embargada pelo choro preso em sua garganta. –Nesse quarto que eu jurei confiar em você Ferdinando!

O engenheiro ainda não entendia do que se tratavam as acusações, mas, ainda que ‘alto’, sabia que dos dois, não era ele quem havia quebrado qualquer tipo de confiança ou palavra.

– Ora essa Gina, você ficou maluca?! – Ele dizia alto e ríspido – Que eu saiba a única pessoa que perdeu a confiança aqui foi você! Perdeu quando ficou de amasso, descaradamente, com seu novo ficante naquela sala. Naquela sala em que eu diversas vezes te acariciei!

– Você cala essa sua boca Ferdinando! Eu não tenho ficante nenhum, nem sou mulher de ficar de amasso com ninguém! – Ele a havia ofendido. Isso não era bom.

– Ficou, ficou de amasso sim! E eu vi Gina! – Ela riu sinicamente. – Sabe-se lá o que fariam se eu não tivesse interrompido não é mocinha?!
Maldito álcool. Ele não permitia ainda que Ferdinando utilizasse o filtro entre o que se pensa, e o que se fala.

Gina não podia admitir uma ofensa dessas. Ainda mais depois de tudo que eles haviam passado juntos. Como ele poderia sequer imaginar uma coisa assim sobre ela, sabendo que tudo era tão novo, tão especial quando eles faziam. Como ele poderia julgá-la de maneira tão suja?! Traidor.

– Eu vou te matar seu porqueira!! – Gina lançou-se em Ferdinando depositando tapas, nada amistosos, em seu tórax nu. – Eu te odeio Ferdinando! Eu te odeio! – Ela gritava ao agredi-lo, perdida em completa fúria.

– Você para como isso Gina! Por que eu não quero lhe faltar com o respeito! – Ele tentava segurar as mãos ágeis dela.

– Mas do que você já me faltou, dormindo com ela aqui, seu traíra?! – Ela continuava a bater nele ferozmente.

Ferdinando captou o motivo de tanta revolta. Segurou grosseiramente, as mãos que lhe agrediam, e puxou Gina para muito perto de si.

Ela arregalou os olhos, assustada com a força por ele empregada, e pela proximidade com a qual ele lhe fitava. Calou-se.

– Então é isso Gina?! -Ele questionou com um sorriso cínico e malicioso nos lábios. – Você acha que eu fiz amor com a Maia aqui, nesse quarto?

As palavras que saiam da boca de Ferdinando em uma mesma frase ‘Maia, fazer amor, quarto’ faziam o coração de Gina gelar. Apesar de ser uma pergunta, a maneira cruelmente lenta que ele falava a fazia sofrer. Sentir a respiração quente dele tão próxima, também.

Uma lágrima teimosa lhe escorreu.

– E não foi isso que vocês fizeram Ferdinando?! – Ela tentava parecer firme, no questionamento que soava mais como uma acusação.

Ferdinando estava magoado demais. Decidiu ser cruel ao perceber o tom de ciúme nela.

– E se for Gina?! Hã?! – Ele a aproximou ainda mais de seus lábios. – Você não terminou o que nós tínhamos há alguns dias... Porque se importaria?!

Gina perdeu a respiração. Para ela, era como se ele confirmasse. Desta vez, diversas lágrimas foram teimosas ao escorrer pelo seu rosto.

Ferdinando não imaginava sofrer tanto em vê-la chorar, mesmo depois de tudo. O sorriso cínico desapareceu imediatamente de seu rosto. As mãos dele, automaticamente, se afrouxaram nas de Gina, sobre seu tórax.

– Por que eu tinha descoberto que te amo, Ferdinando... – Ela simplesmente não conseguia mais ser forte. Deixou as palavras escaparem sem nem lutar. Estava cansada. A dor em seu peito lhe consumia por completa.

Desta vez, Ferdinando perdeu o ar. Perdeu a força. Perdeu a vontade de jogar.

Ele só queria ela, queria enxugar as lágrimas dela, ainda que contra sua razão.

Inconscientemente, tomou os rubros lábios de Gina aos seus.

Irracional, é a melhor palavra que descreve o beijo que aconteceu ali.
Gina não podia acreditar que estava sentindo novamente, os lábios tão únicos dele, tão quentes, molhados, saudosos e desesperados nos seus.

As mãos também abstinentes de Ferdinando, não demoraram a descer pelo corpo de Gina na maneira insana, a lhe apertar cada centímetro que tanto sentia falta.

A cabeça de Gina girava, um misto de dor e plenitude transbordava em seu coração com as carícias que o amado lhe fazia, do jeito que ela sempre gostava, do jeito que eles adoravam.

Eles aprofundavam os beijos e os afagos, em uma velocidade e necessidade viscerais. Após longos minutos perdidos um nos lábios do outro, sentiam que precisavam daquele desejoso atrito, que os faziam se perder em seus sempre tórridos beijos.

Ferdinando, ainda maravilhado pelas sensações de prazer e saudade que lhe atravessavam o corpo, levantou Gina desejosamente em seu colo, apertando de maneira ainda mais insana, as chochas que o pequeno short do pijama pouco lhe cobriam. Quando Gina o abraçou fervorosamente em suas pernas, ele se encostou na escrivaninha de seu quarto de maneira nada delicada, perdido em lhe apalpar as desejosas nádegas.

Era inebriante para ambos, poder sentir novamente o cheiro do outro, o gosto, as mãos, os desejos colidindo de maneira ritmada. Eles estavam perdidos em um beijo de amor, paixão, culpa, vontade e saudade.

Ferdinando se virou, colocando Gina sentada na escrivaninha, empurrando-a de maneira insana pelos movimentos de seu quadril. Ele estava completamente desejoso. Ela não se importava muito mais.
Amava o fato dele lhe trazer mais a frente pelas pernas, a cada vez que os movimentos fortes a afastavam.

Quando Ferdinando passou a beijar o pescoço e colo da ruiva, ela pensou que seria capaz de derreter. Suas mãos se lançavam, pelas contrações de prazer que ela sentia, ao longo do móvel em que ela estava sentada, jogando o que quer que estivesse depositado ali, vorazmente no chão.

O êxtase que elevava os dois era maravilhoso.

Ferdinando, quando sentiu as mãos já espertas de Gina acariciar daquela maneira que ele tanto adorava seu membro extremamente sensível, retirou em um único movimento a blusa da moça.

Mas ela estava de pijama, e ele logo após jogar a blusa ele concluiu que, ela estaria sem nada por baixo.

Gina desejava a muito tal contato.

Porém, a razão retomou a consciência de Ferdinando, não o permitindo se quer observá-la, por mais que desejasse. Ele a soltou e se virou de costas de imediato. Ofegante, e arrependido.

– O que foi Nando?! – Gina despertou assustada do transe. Observando ele se virar de costas, atordoado.

Ferdinando engoliu seco. Coçou os olhos, tentando recuperar por completo a razão que havia perdido. Aquele beijo era um erro. E ele quase havia errado de uma maneira ainda pior.

– Me chama de Ferdinando, Gina. – Ele foi seco.
Gina engoliu a seco.

– O que foi Ferdinando?! – Ela perguntou ríspida. Como ele era capaz de mudar assim, tão rapidamente?!

– Gina, eu não quero mais fazer isso. – Ele respirou. – Apesar de você ter me magoado muito, eu ainda lhe tenho muito respeito, como sempre tive. – Ele continuava a ser direto.

– Ferdinando, eu lhe juro que aquele beijo foi à força. – Ela tentou argumentar com a voz já entristecida pela lembrança.

– Não Gina, não mente que vai ser pior! – Ele já começava a se irritar pela aparente mentira dela.

– Eu não to mentindo! – O breve grito saiu de seus lábios com um tom de choro. – Mas olha você falando alguma coisa! Você dormiu com a Maia aqui nesse quarto, essa noite Ferdinando. Eu tinha é que ter nojo de estar aqui! – Ela voltara a ser ríspida, a lembrança lhe fazia mal. Mal demais.

– Gina, eu não fiz nada com a Maia. – Ele disse suave. Apenas esclarecendo.

– Como não Ferdinando?! – Ela riu ironicamente. – Eu vi ela saindo do seu quarto com a sua camiseta! – Ela acusou orgulhosa pela prova.

– Sim Gina, ela estava mesmo com a minha camiseta, por que é uma boa amiga. E ontem, enquanto eu bebia pra esquecer a cena que você protagonizou naquele sofá, ela ficou ao meu lado! Até bebida na roupa dela eu derrubei... E ela pegou minha camiseta. – Ferdinando estava envergonhado em se lembrar de ter bebido tanto.

Gina respirou pesado, em um misto de alívio e culpa.

– Ferdinando eu achei... – Ela não conseguiu concluir, Ferdinando cortou sua fala.

– Gina, esse é seu problema, você ACHA demais... Você achou que estava apaixonada por mim... Me fez acreditar... – Duas dolorosas lágrimas escorreram de seus olhos. – Você termina comigo porque acha melhor, sem nem se importar com o que eu sinto... E agora volta, me dizendo que acha que me ama...

– Eu não acho isso Nando, eu sei... – Ela também já começava voltar a chorar, ainda que disfarçadamente.

– Ferdinando. – Ele pontuou. O apelido lhe doía ao sair da boca dela. - Não Gina. Você não sabe. – Ele voltou a ser frio. – Só... Só se veste, por favor, e sai do meu quarto. – Ele pediu ainda de costas, se retirando do local.

Gina estava perdida. Ela sentia uma grande tristeza em seu coração. Mas sentia raiva também.

“Como ele pode?” Era só o que ela pensava. Duvidar do amor que ela nunca admitiria sem certeza, duvidar que o beijo não houvesse sido consentido ao infeliz Cadu... E nem se quer deixá-la explicar o porque do termino. Deixá-la ali. Sozinha no quarto, cheio de lembranças, se sentindo mais saudosa do que nunca.

Gina se vestiu em meio a lágrimas, e resolveu recolocar algumas coisas que haviam caído da mesa, durante o saudoso beijo, que se tornava agora apenas mais uma lembrança dolorida.

Quando viu o celular de Ferdinando aceso, caído no chão, sentiu o misto de dor e raiva em seu coração palpitar ainda mais ao constatar seu papel de parede.

Dor por ver ali, o que ela já imaginava. O amor dele era sincero.
E raiva por ele insistir em fazer os dois sofrerem. Não percebendo que o amor dela também era.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso menininhas, espero que tenham gostado!
O Cadu anda muito quietinho depois da noite passada... Será que vai ficar assim?! rs
Beeeeijos! s2



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