Meu grande dia havia virado uma droga. O meu primeiro serviço oficial foi adiado, a data ainda não fora definida. Tudo isso para montar um comitê de boas vindas digno para Jack Simply. O cara que acabou mais ainda com meu dia. Por que eu ficava igual a uma retardada quando ele se aproximava de mim? Eu nem o conhecia! E, convenhamos, ele era louco. Me olha pela primeira vez e já quer me possuir do tipo “uau, te vi primeiro, agora você é minha”? Muito, muito louco. E também muito, muito sexy. Eu ainda lembrava o jeito como ele falou meu nome, e igual a uma RETARDADA eu ainda tremia só de pensar.

   Jack, primeiro serviço oficial, decisão de ir embora com meu irmão, ou ficar com os Volturi. Minha mente de vampira, tinha espaço para pensar em várias coisas ao mesmo tempo. Então, por que eu me sentia tão... Sufocada? Ah. Já sei, nenhum dos assuntos dos quais eu estava pensando e me preocupava eram assuntos leves ou bons, ou simplesmente animadores. Eram decisões difíceis, mistériosas e que me deixavam ansiosa. Tudo isso em um pacote só, eu me sentia a ponto de explodir.

   Então olhei através de uma janela para o céu. E como um milagre, a boa sorte veio pela primeira vez nesse dia desastrado. O céu estava nublado, mas eu não sentia cheiro de chuva. Então, não iria chover. E eu não ia brilhar no sol e me expor aos humanos. Não que eu me importasse em me molhar com a chuva, mas o que os humanos iriam pensar? Que eu estou doente, óbvio. Uma pessoa muito branca, se molhando naturalmente na chuva. Pegando um resfriado, ou algo do tipo. Iam ficar com medo de pegar tal doença, e excluir os vampiros. Seria um desastre. Mas, e então, o dia estava perfeito. E eu estava MESMO precisando sair para “respirar” fora do castelo dos Volturi. Ah, qual é, todos sabem que vampiros não precisam respirar. Mas eu estava precisando de... Liberdade. De me livrar de tudo e de todos por algum tempo. De ficar sozinha, de refletir.

   Pensando no dia lá fora, corri o mais rápido que pude para que ninguém me visse saindo, e se aventurasse a me seguir. Principalmente, Jack Simply. O que estava acontecendo comigo? Eu o queria, mas o repelia do mesmo modo. O que era isso? Argh, pare de pensar Bella. Eu me restringia mentalmente. Vi uma sombra e parei, surpresa. Merda. Merda. Merda. Alguém havia me visto. Me aliviei ao saber quem era a pessoa que havia me visto:

   - Oi Bells. Desculpe, acho que te assustei. Onde você está indo? Er, eu preciso falar com você. Acredite, é urgente. – Jane parecia nervosa. Eu estava apressada e sufocada, mas Jane era minha melhor amiga, eu não tinha como não atendê-la.

   - Pode falar, Jae. Estou às ordens. – Eu sorri, a motivando a continuar.

   - Hum... Não agora. Meu “lanche” já esta chegando. Posso sentir o cheiro. Heidi fez uma boa caça hoje. – Ela elogiou. ARGH, que nojo. Tudo bem. Tudo bem. Respeite o modo como os outros vivem, Bella. Livre arbítrio existe, Bella. Vamos lá. Vamos lá. Por fim, consegui me acalmar.

   - Então, você se alimenta e depois conta tudo pra mim, Tim-tim por tim-tim,combinado? – Propus.

   - Maravilha. – Ela sorriu, agradecida. E depois saiu correndo para o salão principal. Onde ela e o resto dos Volturi se alimentariam. Onde muitos humanos morreriam. Pensar nisso, me deixava triste... E mais sufocada. Eu precisava sair dali. Mas por um lado, isso me confortava. Se todos estariam comendo, ELE também estaria. Então estariam todos ocupados. Ninguém viria me perturbar. É, isso era bom. Então disparei para a saída do Castelo.

   Ah, como era bom sair de dia! Era como um calmante. As ruas da pequena cidade estavam silenciosas. Sem movimento. Parecia um mundo feito só para mim. Por um segundo, esqueci de tudo e de todos. Apenas apreciei a paisagem. A cidade era tão bem feita! Arquitetura milenar era bem feita, com certeza. Todos os traços, perfeitos. Tudo tão... Deslumbrante. Passei alguns minutos parada. Sem me mexer. Apenas apreciando tudo.

   As ruas eram estranhas. Umas muito largas, outras eram becos. Alguns becos não tinham saída, mas eu tinha de correr o risco se eu quisesse ver tudo. Opa, que risco? O que ou quem apresentaria risco para uma vampira treinada e com poderes? A resposta logo apareceu em minha mente, mas eu tentei ignorar. Droga de vampiro novato e sexy. Mal o conhecia e já o odiava. Mal o conhecia e já o desejava.

   Fui investigando os becos, alguns eram até interessantes, outros peculiares. E eu continuava me maravilhando com cada parte daquela cidade medieval. Até que entrei no último beco. E desejei nunca ter entrado lá. Como ELE estava lá? Ele deveria estar se alimentando. Continuei lá, parada, de propósito. Queria manter a boa distância que havia entre nós. Eu no começo do beco, ele no final. Distância essa que poderia ser facilmente quebrada...

   - Olá, adorável Bella. – Ele falou com doçura. Droga. Por que a voz dele era tão sexy?!

   - Oi. – Respondi secamente, odiava que me seguissem quando não eram convidados. – Você não devia estar se alimentando, com os outros? – “E também não deveria ficar longe de mim?” Pensei.