A Sombra e a Escuridão escrita por Cris Turner


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Eliane_Cullen. Muito obrigada pela indicação, amor Fiquei muito feliz. =D



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Capítulo 11

 

Não sei muito bem em que momento sai de meu estado de completo choque, acho que foi quando meu queixo atingiu o chão.

 

O. Que. Edward. Estava. Fazendo. Aqui? Será que a porcaria do mundo inteiro havia enlouquecido!?

 

Curiosidade e orgullho travaram uma batalha feroz em meu peito. Suspirei. Minhas pernas caminhando de forma automática para o andar de baixo. A curiosidade havia vencido. Senti o coração bobeando sangue para o meu corpo de uma forma muito mais rápido do que é normal e saudável. "É apenas curiosidade. Só curiosidade" Repeti esse pensamentos diversas vezes até chegar a porta. Talvez se insistice nessa ideia, conseguiria me convencer de que ela era real.

 

Encarei a madeira lisa por alguns segundos e, reunindo fôlego e coragem, levei a mão à maçaneta. Abri a porta. Edward estava impecável em sua jaqueta preta sobre uma blusa branca, as mãos nos bolsos da calça escura. Só notei que estava apertando a maçaneta com muita força quando meus dedos gritaram de dor. O efeito que meu ex-namorado ainda tinha sobre mim era impressionante. Uma máscara de calma foi colocada sobre minha face.

 

- O que você esta fazendo aqui, Edward? – arqueei a sobrancelha.

 

- Acho que precisamos conversar, Bella. – ele passou a mão na nuca, parecendo desconfortável.

 

Já tinha uma boa idéia de qual seria o assunto principal dessa conversa: Rosalie. Edward parecia bem determinado, não se daria por vencido. Fingir-me de desentendida apenas adiaria o inevitável. Respirei fundo.

 

- Tudo bem. - passei pelo portal e sai no alpendre, descendo até o jardim da frente.

 

De maneira nenhuma eu deixaria essa conversa acontecer dentro de casa. Já havia lembranças demais dele lá dentro. Lembranças de quando eu fui completamente feliz, mas que atualmente faziam questão de me machucar. Não acrescentaria mais uma a lista.

 

- O que quer me dizer? – cruzei os braços.

 

- Se importaria se fossemos a outro lugar? – falou – A senhora McDames está bem interessada no que estamos fazendo.

 

Franzi o cenho e me inclinei um pouco para a direita. Agora que Edward não obstruía minha visão, percebi que a velha senhora da casa ao lado fingia pendurar roupas no varal, sua total atenção em nós. Revirei os olhos. Fofoca é coisa de gente desocupada e entediada que precisa viver a vida dos outros.

 

Assenti com a cabeça, concordando com sua pergunta. Mas me arrependi no segundo seguinte quando Edward começou a caminhar em direção a floresta. Senti como e meu corpo tivesse sido inundado por água fria enquanto flashes de memória relampejavam bem diante de meus olhos. Memórias da ultima vez que eu havia entrado naquela mata. O dia em que Edward me deixou. Talvez eu pudesse ser considerada fraca por não ter tido coragem o suficiente para ultrapassar o limite imaginário que criara, o qual me mantinha longe do máximo de coisas possíveis que lembravam Edward. Isto incluía a floresta, o caminho para casa deles e alguns lugares em Port Angels. Mas eu aceitaria ser chamada de covarde se isso impedisse a dor lacerante que me atacava agora, a qual foi causada pela simples menção de ir ao lugar que eu mais odiava.

 

O ar ficou preso em minha garganta, o sangue sumiu do meu rosto e meus olhos estavam vidrados. Não tinha certeza se minha face estava vazia de sentimentos, já que todos eles pareciam muito ocupados explodindo em meu peito, ou se o pânico – que parecia ser o mais forte no momento – estava transparecendo em cada linha.

 

Eu mais senti do que vi Edward se aproximando.

 

- Bella, você está bem?

 

Seu tom de voz preocupado ativou meu orgulho, o qual veio com força total para me proteger. Eu não quero e nem nunca quis a piedade dele. Isso seria humilhação demais!

 

- Estou bem – falei, áspera – Vamos então. – comecei a caminhar.

 

Ouvi Edward respirar fundo e logo estava ao meu lado. Caminhamos durante uns dez minutos, envoltos em um pesado silêncio até Edward sussurrar que ninguém no nos ouviria ali. Estávamos em uma clareira. Aquele lugar não poderia ser mais diferente do lugar onde Edward me disse deus, apesar disso as lembranças continuaram me assaltando. Esfreguei meus braços porque, apesar do clima ameno e de meu casaco de lã, eu sentia frio. Um frio interior.

 

Senti seus olhos cravados em mim, mas não o encarei. Tive que conter as lágrimas de raiva, pois sabia que estava agindo como uma medrosa, mas nem mesmo essa ciência me fazia levantar a cabeça. Somente quando o silêncio tornou-se sufocante, retribui seu olhar. Edward abriu a boca, determinado. Mas pareceu mudar de idéia no ultimo instante, seus lábios comprimidos em uma linha fina e as pálpebras cerradas. Quando ele voltou a me encarar tinha uma vulnerabilidade tão profunda nos orbes dourados que eu senti aquilo me atingir em ondas. A vontade de protegê-lo e consolá-lo foram tão grandes que eu já tinha dado três passos em sua direção antes de me dar conta do que fazia. Recuei. Edward franziu os lábios, em seu típico gesto de descontentamento.

 

- Sinto muito pelo comportamento de Rosalie – ele estava incomodado – Eu... nós não sabíamos que ela faria aquilo. Jasper e eu tivemos que sair mais cedo para... acompanhar Alice- sua voz ficou distante e triste, como se por um segundo tivesse voltado ao fato que relatava – Ela disse a Emmet que precisava fazer uma coisa sozinha, mandando-o para casa. Só descobri o que minha irmã havia feito em um lapso de concentração dela, quando fragmentos da conversa de vocês gritaram em minha mente, duas horas depois dela ter saído de sua casa. O complemento da história também veio através de gritos, mas desta vez de Rosalie em pessoa. Ela estava furiosa. – franziu a sobrancelha - Como se ela tivesse direito de estar! Você é quem deveria se sentir assim... Porque não é obrigada a agüentar uma vampira revoltada.

 

Acho que eu teria que agüentar mais um vampiro revoltado: meu ex-namorado. Ele parecia tão insatisfeito com aquela situação que, se isso fosse possível, acho que suas mãos tremeriam de raiva.

 

- Não precisa ficar assim, Edward. – respondi, calma- Já passou. Você não precisa se desculpar por ela. A única coisa que eu quero saber é por que Rosalie inventou tudo aquilo?

 

- Inventou? - Agora ele estava confuso.

 

- É. Você sabe. – chutei uma pedrinha no chão – Aquelas coisas sobre como vocês ficaram quando foram embora de Forks. Por que ela mentiu sobre isso?

 

Edward endireitou os ombros e olhou para o céu enquanto respondia em um sussurro:

 

- Sinto muito, Bella. Mas eu escutei todas as lembranças dela e não havia nenhuma inverdade lá.

 

- O que? – sacudi a cabeça – O que você quer dizer com isso?

 

- Quero dizer que Rosalie foi impulsiva quando foi à sua casa, mas não foi mentirosa.

 

Seus olhos dourados queimavam os meus, tamanha intensidade. Edward falava a verdade. Eu ofeguei, recuando um passo. Minha mão foi até meu peito, sobre o lugar onde fica o coração, para tentar garantir que este ficasse em seu devido lugar e não saísse em uma de suas batidas frenéticas.

 

Uma eternidade depois, quando eu recuperei o controle sobre as cordas vocais, murmurei:

 

- Mas... mas... Eu não entendo.

 

Passei a mão direita pelos cabelos, estava a ponto de puxá-los. Quem sabe assim as mil de perguntas sem resposta que zuniam em alta velocidade em meu cérebro, parassem de me deixar tonta.

 

Nada mais fazia sentido. Tudo tão confuso que era como se a Terra tivesse saído de sua orbita, bagunçando as pessoas que aqui habitavam. Se eu não separasse a questão por partes, nunca chegaria a uma conclusão.

 

- Por que Rosalie foi até minha casa?

 

Não sei se fiz esta pergunta para mim mesma ou para Edward, mesmo assim ele respondeu:

 

- Minha irmã estava, digamos, um pouco saturada psicologicamente por ver seus entes queridos sofrendo. E o estado que Alice ficou depois da ultima dis... conversa entre vocês parece ter sido a gota que trasbordou o copo. – olhava para mim – Embora isso não seja justificativa, já que você não é a culpada. Eu sou.

 

Meu cérebro não processou muito bem a segunda parte, se concentrando na primeira. Mas guardaria tudo em algum canto de minha mente para, quando estivesse sozinha e mais calma, tentar analisar o que ele disse.

 

- Sofrendo? – murmurei, atônita – Mas isso não é possível... Espera! Isso tem alguma coisa a ver com o que você disse sobre Rosalie não ter mentido? – meu queixo caiu só de pensar nessa possibilidade.

 

Edward franziu a sobrancelha e estava prestes a responder quando levantei a mão e acenei freneticamente.

 

- Não. Não. Não. – aumentei alguns tons em minha voz – Você não precisa me dar explicações. Eu não preciso de explicações!

 

Eu queria deixar bem claro que não estava criando falsas esperanças sobre eles terem se arrependendo de ir embora, pois eu sei que essa era uma alternativa maluca. Não sou tão idiota assim. Entretanto, Edward ficou ainda mais tenso e franziu as sobrancelhas.

 

- Precisa sim, mas ainda não esta pronta para ouvi-las.

 

Suas palavras foram meros sussurros, tão baixos que eu julgaria que haviam sido criados por minha imaginação, não fosse o tom veemente em cada letra. Porém alguma parte de meu cérebro – acho que era a parte que controla a sanidade - me mandou ignorar essa afirmação. E foi o que eu fiz.

 

- Você já disse o que precisava? – massageei minha têmpora – Acho que estou começando a ficar com dor de cabeça.

 

Edward soltou um sorrisinho cansado, como se esperasse exatamente essa reação à suas palavras. Por algum motivo, aquilo causou uma pequena pontada de dor na região do coração. Voltei minha atenção ao chão.

 

- Uma ultima coisa, Bella.

 

Movimentei a cabeça, dizendo-o sem palavras para que continuasse, pois eu estava ouvindo.

 

- A maneira como você e nós temos agido desde que voltamos, está esgotando todos. Inclusive você, Bella. – suspirou – Acho que ainda não posso pedir para nos perdoar. Mas será que podemos nos tratar como, ao menos, conhecidos?

 

Levantei a cabeça, os olhos muito abertos. Mais uma vez a surpresa me tomou de assalto. Mas logo tive que admitir que Edward está coberto de razão. Eu não agüento mais travar aquela briga silenciosa com todos eles. Cada vez que me via em uma batalha da minha Guerra Fria particular, ficava exausta. Era muito difícil brigar com aqueles que eu amei – e continuo amando – mesmo eles tendo cravado uma faca em meu coração. O orgulho criara uma barreira, me impedindo de ver que aquilo era inútil e desgastante. Não que eu me arrependesse de ter deixado claro o que pensava, mas fui dura demais. Talvez – apenas talvez – os Cullen não merecessem uma reação tão violenta. Afinal, eles deviam ter seus motivos, e, mesmo que não tivessem, quando o amor e/ou amizade não é forte o suficiente, é melhor se afastar do que permanecer por piedade.... Acho que a segunda alternativa encaixa melhor na situação.

 

Engoli em seco ao tomar a decisão.

 

- Conhecidos. Nós podemos tentar isso desde que vocês parem de agir como se nada tivesse acontecido – falei, cautelosa.

 

Seus olhos encontraram os meus e eles brilhavam de... esperança?! Franzi o cenho.

 

- Obrigado – falou, rouco.

 

Então eu engasguei em busca de ar ao ver seus lábios perfeitos se repuxarem em meu – ou costumava ser – sorriso torto.

 

- Nós podemos ir para escola agora? – mudei meu peso de perna – Tentar pegar o que restou das aulas.

 

- Claro. Você quer carona até lá? – perguntou enquanto caminhávamos.

- Como...? – virei em sua direção.

 

Edward apenas deu de ombros despreocupadamente.

 

Balancei a cabeça, deixando a pergunta morrer, já que não era realmente necessário descobrir como ele sabia da falta de meu porshe.

 

- Não acho que seja uma boa idéia – mordi o lábio inferior.

 

- É apenas uma carona. Conhecidos fazem isso.

 

Ponderei por um instante. Eu não posso escolher nadar e ficar com medo de entra na água! Respirei fundo.

 

- Ok. Acho que vou aceitar.

 

Desde a minha resposta até estacionarmos na escola, um sorriso deslumbrante faiscou no rosto de Edward.

 

Consegui chegar a tempo de assistir o terceiro horário. Cumprimentei Luke, antes de me sentar ao seu lado. Ele sorriu. Suspirei aliviada por hoje ser sexta e eu não ter as primeiras aulas com nenhuma dos meus amigos, livrando-me de perguntas indesejáveis sobre minha ausência. Perguntas que eu não poderia responder com a verdade porque mantenho firme minha opção de não os envolver ainda mais em meu assunto Cullen. E eu odiava mentir para os três, principalmente para Brooke.

 

Aquela manhã passou como um borrão. A única coisa que realmente ficou em minha memória foram expressões incrédulas nos rostos dos outros quatro Cullens quando eu correspondi timidamente o sorriso de Edward. Por sorte ninguém mais pareceu notar meu gesto.

 


- Brooke, me leva em casa? – apoiei os braços cruzados no teto da Mercedes.

 

- Se você tirar as patas da preciosidade, eu levo. – respondeu, abrindo a porta do motorista. – Cadê seu carro?

 

- Ficou no hospital. Meu pai me levou ontem á noite.

 

Ela balançou a cabeça e virou para se despedir do namorado.

 

- Tchau meus amores Scott! – beijei os dedos e sofrei na direção deles – Amo vocês. – entrei no carro.

 

- Você é o amor da minha vida, Isabella Marie Swan. – ouvi Chad brincar antes de sairmos do estacionamento.

 

xxx

 

Chegando a casa, tomei outro banho, peguei minha bolsa – MP3, celular e dinheiro – e liguei para meu pai. Minutos mais tarde ouvi a buzina. Depois de uma pequena discussão, ainda relutante, Charlie aceitou que eu passasse a noite no hospital, já que amanhã não tem aula. Alguma coisa me dizia que, secretamente, papai estava aliviado por não ter que dormir mais uma vez em cadeiras de plástico.

 

Conversei a tarde inteira com Jack e só fui para a sala de espera ao término do horário de visitas. Folheei algumas revistas e quando o tédio se tornou demais para ser suportado, fui à cantina empurrar algum sanduíche sem sal para meu estômago. De volta à sala de espera, as músicas em meu MP3 me distraíram até eu sentir as pálpebras pesadas. Guardei os fones, abracei a bolsa em meu colo e, encostando a cabeça na parede, dormi.

 

E sonhei. Em algum momento daquela noite eu me peguei sonhando. Minha bolsa foi delicadamente tirada de meus braços, então eu não estava mais sobre a cadeira. O perfume maravilhoso me embriagou quando me aconcheguei em seu peito de aço. Mas ele está tão longe! Virei um pouco para encontrar seu olhar, o qual refletia grande surpresa. Sorri.

 

- Oi amor – sussurrei, rouca.

 

Então vi seus olhos se arregalarem ainda mais quando me inclinei e colei nossos lábios. Edward ficou tenso e começou a se afastar, mas usei toda força que tinha para segurá-lo – embora soubesse que esse esforço não significaria nada se ele realmente quisesse se mover. Com um gemido derrotado Edward abriu os lábios. Passei uma mão por seus cabelos, a outra apertava seu ombro enquanto recebia sua língua em minha boca. As mãos dele faziam carinho em minha cintura, seu beijo faminto me fazia ver estrelas. Cada canto de minha boca foi explorado. Cada fio daquele glorioso cabelo acobreado foi tocado por meus dedos. Separamo-nos, pois meus pulmões realmente precisavam de oxigênio. Girando a cabeça, voltei a mergulhar nas profundezas douradas que agora brilhavam em um sentimento profundo. E foi quando eu percebi que não estava dormindo.


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Notas finais do capítulo

Heeey Juuuude    BEATTLES FOREVER s2
 
Amoreees da minha vida, como vcs estão? Espero que tenham gostado do capítulo novo.
 
yep! A escola já começou a pegar no emu pé. Colegial é complicado. :( Mas vou encontrar algum tempo pra escrever pra vcs. Garanto que o próximo capítulo dependerá apenas dos review, pois ele já está escrito õ/
 
Love you ;*
 
ps: sem ameaças à vida da autora devido ao final do capítulo, por favor. Obrigada. AUAHUAHUAHUAHUAH