Do I Wanna Know? escrita por Miss Ann


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas cheguei! Terceira e última parte da nossa trilogia. Ou seja: você tem que ter lido Even Flow ou Miss Missing You para saber o final deles aqui!
Para indicar sobre qual casal está sendo falado, eu boto ali no canto direito da tela. O nome em negrito é aquele que está tendo sua narração acompanhada!



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Kagami/Sakura.

Sakura acordou naquele dia com a cabeça latejando. Sua sorte era que as janelas de seu quarto possuía grossas cortinas que reduziam consideravelmente a entrada de luz, porque seus olhos também estavam sensíveis. Pudera. Havia chorado todos os fluídos que tinha em seu corpo e tinha que agradecer a kami-sama se ainda tinha sua alma ou se ela também havia se esvaído por seus olhos. Sentou-se na cama, sentindo frio: vestia apenas roupas íntimas. Ficou em pé e foi ao banheiro, abrindo a torneira da banheira na água mais quente possível antes de voltar para perto da cama. Olhou o travesseiro e a fronha estava manchada com maquiagem porque ela tinha chegado direto da festa e ido deitar. Encontrou seu vestido caído sobre o braço da poltrona, seus sapatos jogados de qualquer maneira. Seu armário também estava revirado e o que tinha procurado com tanto afinco estava espalhado sobre o colchão onde ela tinha dormido por cima, como se fosse uma maneira de sentir a dor reduzida. Sakura suspirou ao ver as dezenas de fotos espalhadas. Eram tantos ângulos de Taiga que ela tinha tirado só para poder admirar cada traço e poder gravar cada detalhe do rosto e do corpo que tanto amava. Havia duas especiais que Sakura estendeu as mãos e segurou ente seus dedos delicados. Ambas tinham sido tirados na festa de aniversário surpresa dela: ela estava entretida conversando com Alex e Kagami, a alguns metros, a observava e seu olhar parecia tão fascinado que chegava a perder o fôlego. E a segunda era quando cortaram o bolo e o primeiro pedaço tinha sido para ele. Sakura se conhecia bem: sabia descrever perfeitamente seus cabelos, seus olhos, seu rosto. Mas, naquela foto, ela quase se encontrava irreconhecível. Seu sorriso feliz vendo o rosto de Kagami sujo. Seus olhos violetas brilhavam de uma maneira que ela jamais pensaria que poderia. Aquilo em seu rosto era fascinação, era paixão e era todo o turbilhão de sentimentos que logo viria a preenchê-la por completo.
Devolveu as fotos para a caixa jogada e começou a recolher todas as memórias espalhadas. Até chegar a última. Ela expirou fundo, pegando o papel de textura conhecida por tantas vezes que lera: as bordas já amarelavam e algumas partes permaneceriam enrugadas das lágrimas que já havia deixado cair. Reconheceu a caligrafia, o estilo de escrever e podia ouvir a voz dele por trás de cada vocábulo. Doía. Pensar nele doía demais. Reencontrá-lo era pior. E, mesmo assim, ainda não conseguia deixar de sentir a pequena pontada de felicidade que brigava com todo o gelo que existia em seu peito. Porque, apesar da dor, da queimação, da mágoa e desapontamento. Porque, apesar de tudo que pensava dele por causa daquela carta, ainda era ele. Ainda era Kagami. E ainda o amava. Oh, como o amava!
Jogou o papel dentro da caixa e fechou-a com um laço vermelho. Se afastou e foi para o banheiro, se despindo das últimas peças e entrando no chuveiro, tomando uma ducha rápida antes de entrar na banheira de água quente. Apoiou os pés sobre a torneira e a cabeça ficou encostada numa almofadinha. Puxou um controle remotou que deixava ali perto e ligou o player que tinha instalado no banheiro, ouvindo a voz bonita ecoar entre os azulejos azulados do cômodo. Fechou os olhos e foi embalada pela harmonia.

A única coisa que pensava, a aquela altura da noite, é se era capaz de fugir pelo vaso sanitário ralo abaixo, uma vez que a janela era muito estreita para que seus peitos passassem. A alternativa comum chamada porta estava sendo ocupada por um ruivo insistente (que, por sinal, parecia ter ficado muito mais gostoso durante o afastamento deles, obrigada). Já estavam há meia hora sem conversar absolutamente nada, mas Sakura podia ouvir os resmungos e as falas que ele ensaiava no outro lado, enquanto mantinha a testa colada contra a parede, pensando que, se batesse com a cabeça contra a superfície, poderia ocupar o tempo de maneira proveitosa. Por fim, ele parecia ter desistido e falou:
— Por favor, abra a porta e vamos conversar.
— Não. Talvez uma folha de papel passe por debaixo da porta, então você pode se dar por satisfeito. - sabia que aquilo iria machucá-lo, mas ela ainda estava machucada. Mesmo depois de dois anos, ainda sentia a ferida queimar seu coração.
— Eu sei que te magoei. - comentou com uma voz derrotada. — Mas naquela época...
— Não comece. - cortou ela, bufando. — Por que não fingimos que nada aconteceu e você vai embora e me deixa em paz? - ele resmungou e Sakura ouviu uma batida na porta. Do jeito que o conhecia, ele poderia estar da mesma maneira que ela.
— Eu poderia arrombar essa porta.
— Você iria me machucar se fizesse isso. Me machucar fisicamente. - mordeu o lábio. Tinha tentado de tudo para esquecer aquilo: assim que chegou aos Estados Unidos, se enfiou com todo afinco que tinha em seu trabalho e melhorou rapidamente seu estilo de jogo, voltando a sua forma original — antes de perder a perna — em poucos meses. Não demorou a estar apta a jogar no time principal e, seu trabalho era tão árduo e esforçado, que levou menos tempo ainda para ser elevada a título de capitã novamente.
— Por favor. Deixe que eu me explique. - o que ele queria explicar? Sakura cerrou os olhos e deixou uma lágrima solitária escapar. Tinha tentado reconstruir sua vida em outro país e falhara miseravelmente. Seu trabalho poderia estar indo as mil maravilhas, mas não poderia dizer o mesmo de sua vida pessoal. Tinha conhecido outras pessoas. Algumas, até mesmo interessantes. Mas outras foram divertimentos passageiros e as raras que alcançaram seu colchão nunca proporcionaram o que o ruivo-super-gostoso-e-insistente no outro lado da porta proporcionara. Naqueles momentos, descobria como sexo, às vezes, dependia de tantas variáveis para ser bom. — Não precisa ser hoje. Não precisa ser agora. - a voz dele pedia clemência. Era como se Sakura estivesse sendo culpada de tudo.
— Por favor. - disse ela, baixinho. — Não torne as coisas mais difíceis do que já são.
— Eu só quero te tocar e sentir sua pele quente. Quero ouvir sua respiração e, se ainda fosse possível tamanho atrevimento, sentir seus batimentos cardíacos. E se você me rejeitasse tudo isso, eu não me importaria porque ainda poderia ver como está linda longe de mim. E como ficaria ainda mais maravilhosa ao meu lado. Eu só queria que pudéssemos esclarecer os meus erros e, que se você aceitasse, eu voltaria rastejando porque você não sabe como dói ficar longe de você. A cada dia que passa sem sua risada, sem suas broncas. - Sakura tremia por inteiro, seu interior totalmente quente, como se jorrasse uma fonte de chocolate em seu peito. As lágrimas escorreram grossas. Isso não devia ser justo. Ela não respondeu. Apenas ficou ali, ouvindo a respiração pesada dele, cheia de mágoa por ter se declarado e não ter ouvido uma resposta. — Eu vou continuar tentando, Sakura. Eu já disse uma vez e eu vou repetir: você é a mulher da minha vida.

O toque quente a surpreendeu e Sakura abriu os olhos, assustada, percebendo que havia cochilado. Seus olhos encontraram Daiki e ela relaxou no mesmo instante, levando a mão ao peito, visivelmente atordoada.
— Cheguei a ver a luz agora, Aho. Com o susto que você me deu, eu já estava quase indo para o lado do Michael Jackson. - o moreno sorriu, mas de um modo afetado e ela arqueou a sobrancelha. — O que aconteceu? - chegou a esquecer sua nudez e ficou em pé, fitando os olhos de Aomine. Eles continuavam azuis, mas estavam tão opacos. Tão sem vida que Sakura se arrepiou. Ele ainda usava a roupa da festa da noite anterior, o que a fez franzir a testa. Tocou o rosto dele. — Meu bem?
Foi involuntário ela responder ao gesto. Talvez ainda estivesse triste e, principalmente, carente. Então aquilo só colaborou para que Sakura abrisse os lábios e permitisse que Daiki aprofudasse aquele beijo num gesto desesperado e voraz. A pele grossa de suas mãos grandes descobriram as curvas da jogadora, sem qualquer tipo de pudor ou carinho, puxando-a para si, envolvendo os dedos naqueles declives que ela possuía.E ela respondia ao mesmo nível, rasgando a pele da nuca dele com suas unhas, descendo para os ombros ainda cobertos com a blusa. Mas num momento em que entreabriu os olhos e surpreendeu-se ao encontrar a pele morena e os olhos azuis, Sakura resfolegou. Ela estava totalmente submissa àquele beijo porque parecia tão parecido... A intensidade daquilo era desesperador para Sakura porque lembrava tanto Kagami, mas aquele era seu melhor amigo! E aquilo poderia ferir toda a relação que haviam construído com os anos. Apoiou a mão sobre o peito largo e o empurrou, vendo a dúvida nos olhos dele, antes de se transformar em raiva.
— O que foi? - vociferou ele, mais agressivo do que pretendia. Sakura suspirou.
— Vamos nos arrepender se fizermos algo mais. - saiu da banheira e puxou o roupão, cobrindo seu corpo e, pela primeira vez, sentindo vergonha do olhar que ele lançava a ela. —Esfrie a cabeça na banheira, sei lá. Eu vou deixar uma muda de roupa pra você e depois conversamos, ok? - saiu rapidamente do banheiro, pouco se importando com o fato de molhar o chão por completo, e bateu a porta atrás de si, expirando profundamente. A vida não estava uma merda só para ela, mas também para seu melhor amigo.

Aomine/Kise

— Você está bem, Ryouta-kun? - o loiro afastou o rosto do travesseiro, encontrando Misaki com cabelos revoltos ao seu lado. — Está tão quieto.
— Acho que bebi demais ontem. Minha cabeça dói. - forçou um sorriso e se levantou da cama, vendo o corpo da garota envolto no lençol.
— Tem dipirona no armário do banheiro. - ela se encolheu como uma bola. — Depois deixe eu ver as fotos da festa. Aposto que você estava lindo. - Misaki voltou a adormecer, visivelmente cansada, enquanto ele ia ao banheiro e abria o chuveiro numa ducha quente.
Misaki estivera durante o plantão a noite inteira e só havia chegado pela manhã quando... Kise engoliu em seco. Fechou os olhos, encostando a cabeça na parede e sentindo a água quente escorrer pela pele. As palavras de Aomine ainda ressoavam em seus ouvido tão dóceis e tão apaixonadas que os arrepios ainda percorriam seu corpo.


A boca de Aomine começara com delicadeza, mas logo se aprofundava num beijo feroz. Ele agia como se quisesse devorar Kise somente naquele beijo e isso o fazia perder completamente o fôlego e Kise simplesmente estava adorando aquela possessivade com que seu corpo estava sendo tomado. As mãos dele tomavam sua cintura e se enfiavam por sua blusa, desabotoando os botões de maneira tão hábil que ele mal percebeu quando já expunha completamente seu torso pálido que logo apresentava marcas vermelhas dos apertões que o moreno distribuía. O loiro ofegou quando seus lábios foram abandonados e a boca de Aomine desceu voraz pelo pescoço dele e, em meio aos beijos e mordidas, ele sussurrava coisas que fazia o coração de Kise bater enlouquecidamente em seu peito.
O barulho da porta sendo destrancada fez o loiro distrair-se por um instante.
— Ryouta-san? Acordado ainda? - som de saltos se chocando contra o chão.
Kise percebeu desesperadamente que Aomine não tinha ouvido. Empurrou-o com violência e puxou um cobertor, jogando sobre os ombros para esconder as manchas avermelhadas. E conseguiu fazer isso a tempo, antes que Misaki entrasse no quarto e avistasse os dois.
— Ah. Não sabia que iria trazer um convidado! - exclamou a garota, surpresa. — Estou toda desalinhada. - disse, puxando os cabelos bagunçados pelo vento num coque
— Fiquei preocupado com Kise porque estávamos bebendo e preferi vir com ele para evitar acidentes. - disse Aomine, sorrindo afetadamente. Misaki não pareceu perceber. — Aomine Daiki. Acredito que seja Misaki-kun.
— Ah, Aomine-san! Um prazer. Desculpe os trajes e a minha expressão cansada. O plantão foi complicado hoje.
— Mesmo assim, percebe-se porque ele está com você. - tentou lançar seu sorriso sedutor. — Vou deixá-los descansarem.
— Não quer passar a noite aqui? - o moreno negou e o loiro expirou fundo. Não tinha se pronunciado durante a situação inteira.
— Não vou atrapalhar a intimidade de vocês. - fez uma reverência curta a garota.
— Kise, leve-o até a porta, ao menos! - disse, brigando com o loiro que sorriu fraco. Assentiu para ela e acompanhou o moreno até a porta. Daiki pegou o pulso dele com delicadeza
— Você sabe tudo que eu sinto, não sabe? - murmurou Aomine, olhando fixamente nos olhos dele. — Por favor, eu preciso saber da sua resposta.
— Foi muito repentino, Aominecchi. - confessou Kise. Por que? Ele estava se entregando nos braços dele há poucos minutos, então por que esse medo? — Como vou justificar o término do noivado com a Misaki? - ele viu os olhos de Aomine ficarem vermelhos, mas ele não chorou. Não esbravejou, sequer fez nada.
— Não vou aceitar essa negação, Kise, porque tanto você quanto eu, sabemos que nóstemos muito mais chance. - rosnou, antes de se afastar a passos largos. Kise olhou o afastamento dele e sentiu seu coração doer.

Saiu do chuveiro e enrolou o roupão no corpo, secando os cabelos loiros com uma toalha pequena. parado na frente do espelho, viu as marcas em seu pescoço e tratou de escondê-las com um pouco de base. Admirava-se que Misaki não havia reparado nas marcas de imediato, mas ela estivera tão cansada que quando ele voltou para dentro do quarto encontrou a garota cochilando ainda com as roupas da rua. Ele tinha despido a garota com cuidado e a enrolou nos lençóis para depois ir se deitar ao lado dela. Seria aquilo traição?Ele estava confuso. Kise olhou as olheiras em seu rosto e franziu a testa, saindo do banheiro. Precisava conversar com alguém. Vestiu um jeans, uma blusa de gola alta para evitar qualquer risco de verem as manchas e, depois de pegar seu óculos de sol e carteira, rabiscou um bilhete para Misaki e deixou o apartamento. Acenou para alguns paparazzis que ainda insistiam em fuxicar sua vida e pegou um táxi. Esperava que conversar pudesse aliviar sua cabeça.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Vou tentar não demorar, mas vai ser difícil, uma vez que minha faculdade está me deixando louca! Kiss kiss!!



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