Academia de Vampiros - Escuridão do Espirito escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 16
Capitulo.


Notas iniciais do capítulo

Gente infelismente depois desse só tenho mais dois capitulos para liberar. Depois disso vou ficar umas duas semanas ou mais sem postas. Isso significa que todos os que vem acompanhando tem a chance de comentar, deixando pelo menos um OI.
Beijos.

PS: Esse capitulo é especial.... Esse é narrado por nosso Russo favorito: Dimitri.



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Por Dimitri Belikov.

Eu estava concentrado, discutindo algumas estratégias de varredura para começar uma busca por toda Spokane e confirmar as suspeitas que estavam circulando por ai sobre os humanos estarem realmente trabalhando com os Strigois. Ao meu lado se encontrava Janine Hathaway, uma Guardiã Dhampira muito boa quando em ação, uma das nossas melhores, ela é mãe de minha aluna e secreto amor proibido e isso me deixava estranhamente desconfortável perto dela, discutíamos como funcionaria as buscas iniciais quando a Guardiã Selly entrou bruscamente. Sua expressão denunciava que era assunto grave. Seus lábios não me mexeram, ainda assim por alguma razão eu podia sentir que seja lá o que ela estivesse tentando informar envolvia Rose.

– Perdoem-me por entrar assim sem aviso algum Belikov, mas é algo de urgência. Eu não podia esperar mais tempo. – Disse ela com a voz tensa.

– Não tem problema algum. O que houve Guardiã Cortez? –Perguntou Janine Hathaway séria e rígida ao meu lado.

– Um grupo de alunos sumiu a algumas horas, encontramos dois Guardas nocauteados perto de uma das saídas principais. Disseram que os alunos pertencem a Academia São Vladimir. Um deles inclusive é um Moroi pertencente à Realeza. –Informou ela recuperando a serenidade habitual que usávamos exatamente como uma perfeita Guardiã faria nesses casos.

Enquanto caminhávamos para fora do hotel em passos rápidos, mandei reunir um relatório sobre os desaparecidos e com isso em mãos logo comecei a pensar sobre as opções que tínhamos. Os desaparecidos eram Christian Ozera, Eddie, Mason Ashford, Mia Rinaldi e para o meu total desespero pessoal Rose Hathaway.

Reportei o problema para o meu grupo de busca, decidimos convocar a Princesa Vasilisa Dragomir que era o ponto de ligação mais próximo a eles. Para o nosso total azar, os alunos foram espertos e haviam a deixado no hotel. Eles estavam agindo literalmente por conta própria. De alguma forma eu sabia que isso ainda iria se complicar ainda mais, eu podia sentir a bola de neve crescendo.

No todo como Guardião bem treinado eu tinha plena consciência de que por fora eu tinha que ser O Guardião Belikov, perfeito, neutro, centrado, absolutamente letal. Mas agora por dentro eu era apenas Dimka, o homem perdidamente apaixonado por uma garota Dhampira de 17 anos, minha melhor aluna, apesar de rebelde. Muito embora isso só a tornasse ainda mais especial aos meus olhos.

Dentro do peito meu coração estava comprimido, minha alma gritava em sinal de puro desespero ao imaginar o que poderia ter acontecido. Rose, minha aluna, minha... Ela era como parte de minha alma. Por Deus, a minha doce Roza poderia estar nas mãos de Strigois, eles com certeza iriam machucá-la e muito. Poderiam ate se alimentar dela, tortura-la e... Essa última teoria me aterrorizava mais que todas as outras. Dependendo dos níveis de crueldade deles, iriam se irritar facilmente com o gênio forte que ela possuía. Iriam acabar matando-a ou na pior das opções lhe drenariam todo o sangue, vertendo o deles para dentro dela, tornando-a uma deles. Uma Strigoi.

Naquele momento eu me encontrava sozinho no saguão do hotel, estava incomumente inquieto, andando de um lado para outro em passos largos, minha mente estava um turbilhão de confusão. É claro que eu tinha consciência do perigo que os demais desaparecidos corriam por ai, mais ainda assim se fosse o caso de considerar coisas ruins a perda que mais me doeria sem dúvida era Rose.

Tinha plena confiança em Rose e em tudo que havia lhe ensinado durante nossos treinamentos na Academia; incluindo os extras pelas atitudes errôneas dela com relação a um membro da realeza. Ela era esperta, muito boa quando em ação, determinada, tinha muita força – em especial em seus chutes. No entanto ainda era muito jovem, seus níveis de maturidade não a deixavam inteiramente preparada psicologicamente para enfrentar algo tão maligno como os Strigoi.

Alguém interrompeu meus devaneios aterrorizantes, trazendo-me de volta a realidade com um solavanco ao chamar meu sobrenome pelo menos umas quatro vezes seguidas. Ergui a cabeça me detendo em meio a outro passo. Assumindo postura de Guardião, endireitei o corpo e me virei.

Quem me chamara foi Adrian Ivashkov. Ele era sobrinho-neto da nossa Rainha, tinha uns 22 anos ou algo assim, não dava grande importância, para várias coisas sérias. Era um desses Morois metidos a ricos, ele vivia a maior parte do tempo cheirando fortemente a cigarros mentolados e Vodca. Naquele momento ele estava adiante de mim com uma postura seria e totalmente fora do que eu estava acostumado a observar.

– Príncipe Ivashkov. –Eu o cumprimentei estendendo-lhe a mão educadamente.

– Guardião Belikov, você é exatamente quem eu precisava ver. –Disse ele devolvendo o cumprimento ainda mantendo-se sério. Definitivamente havia algo errado no modo como ele estava agindo.

– Certo. Por favor. Prossiga. –Pedi lutando para me controlar, algo que estava sendo extremamente sério quando minha mente só conseguia pensar no que Rose poderia estar enfrentando.

– Acho que eu sei onde Rose Hathaway e seus amigos estão, precisamos correr se quisermos pega-los ainda com vida. –Disse ele concentrado rapidamente me explicando como havia conseguido aquelas informações valiosas e que poderiam resolver aquela confusão.

Olha só, quem diria que o Príncipe Ivashkov era manejador do Espírito exatamente como a Princesa Vasilisa Dragomir. Ele havia usado seu dom para entrar na cabeça de Rose, pegando informações de sua possível localização e seguiu as orientações dela para chegar direto a mim. Ele passou as coordenadas que recebera e em menos de dez minutos eu já tinha um grupo de busca formado por 40 Guardiões prontos para entrar em missão de resgate.

Em quinze minutos meu grupo de busca e eu estávamos no local do que segundo o Príncipe Adrian Ivashkov possivelmente era o local do sequestro, a cada passo que eu dava sentia uma rachadura se formar dentro de meu peito. Por fora eu estava incomumente inexpressivo, mas por dentro todas as células do meu corpo transbordavam de medo. Sim, naquele momento eu realmente temia encontrar Rose, tinha medo de que tivesse chegado tarde demais. Não suportaria imaginar que poderia tê-la perdido para sempre.

Invadimos a casa cuidadosamente, todos se movendo pelos cômodos tão silenciosos e cautelosos quanto um grupo de gatos, na sequência ouvimos gritos apavorados vindos aparentemente da parte de baixo da casa, o que significava que o local possivelmente possuía um porão. Os gritos aterrorizados vinham de Rose com certeza. Por mais que isso fosse perturbador, indicava que ela estava viva, o que era perfeito. No entanto uma rápida analise silenciosa na situação deixou claro que ela não parecia nada bem. Que droga! Calma Roza eu estou chegando! Ignorando todos os mais sérios protocolos padrão dos Guardiões com relação a trabalho em grupo e varredura de ambiente eu corri na direção do som. Janine e outros Guardiões atraídos pelo som fizeram o mesmo.

O local estava com uma aparência horrível, três Strigoi estavam amarrados e amordaçados no fundo da sala onde a pouca iluminação era ainda mais reduzida que o habitual. Todos estavam mortos. Um ruído se pronunciou a minha esquerda e quando virei o corpo pronto para um ataque, vi quando Eddie Castile visivelmente ferido no pescoço vinha sendo amparados por Christian Ozera e Mia Rinaldi. Pelo que pude entender, todos os três estavam escondidos nos fundos da casa mantendo-se sobre os focos específicos de sol onde ficariam seguros a mando de Rose. Minha garota era esperta. Voltei minha atenção ao ambiente a minha volta, precisava me concentrar. Droga.

Havia outros dois Strigoi estirados no chão, um deles tinha um pedaço de vidro cravado na garganta uma vertebra importante e embaixo dele havia uma possa de seu próprio sangue e o outro teve sua cabeça desligada do corpo. E finalmente a alguns metros a minha frente de toda aquela cena macabra encontrei Rose, mal se aguentando de pé. Ah meu Deus!

Senti meu sangue gelar em minhas veias diante do que vi. Ela estava agindo completamente na defensiva assim que passamos pelas portas, estava de pé empunhando uma espada velha na frente de seu corpo, suas mãos tremulas pareciam feridas, atrás dele se encontrava Mason estirado no chão. Morto.

Rose estava parada, simplesmente não reagia a nada, ela tremia da cabeça aos pés como se estivesse com frio; mas eu sabia que não era isso, seus olhos inchados de tanto choram encaravam os Guardiões com se estivesse esperando por um ataque repentino. Seu rosto estava vermelho e com marcas roxas, pude ver que alguns pontos sangravam tanto que chegavam a manchar o chão.

Indeciso em como deveria proceder avancei alguns passos juntamente com Janine me ladeando. Por mais que estivesse aterrorizado pelo estado em que minha Roza se encontrava eu tinha que ser prudente, era uma situação muito delicada, eu tinha que agir e ainda proteger minha aluna. Mais tinha que agir.

Os olhos de Rose encontraram os meus por uma fração mínima de segundo, meu mundo simplesmente explodiu. Minha alma se partiu e meu coração se quebrou.

– Não se aproximem! –Advertiu Rose ameaçadora. –Não se aproximem dele.

Inacreditável! Rose claramente estava quebrada da cabeça aos pés, com mais danos e hematomas do que eu conseguiria contar e ainda assim isso para ela não significava nada. Apenas a segurança de Mason, seu amigo morto.

Ainda assim algo me dizia que ela estava a ponto de cair de joelhos e desmaiar a qualquer momento se ninguém fizesse alguma coisa. Todos os Guardiões atrás de mim estavam parados esperando o meu movimento afinal teoricamente eu era o líder do grupo de busca, a Guardiã Janine apesar de perfeitamente controlada parecia aterrorizada ao ver o estado de sua filha.

Ah que se danem as regras da Academia, Rose precisava de mim. Eu tinha que cuidar dela e ponto final! Dane-se o que iram pensar de mim depois de hoje, não era mais importante não quando minha Roza estava desprotegida.

– Não se aproximem! –Gritou ela com a voz tremula e, no entanto autoritária.

Atrás de mim todos os Guardiões imediatamente congelaram, eu não.

– Rose. –Falei tentando modular minha voz, mostrar que não havia mais perigo.

– Afaste-se de nós! –Rose retrucou me olhando com medo e determinação.

– Rose, você não está mais correndo perigo algum. Está tudo bem agora. –Informei calmamente avançando.

Sua postura perfeitamente defensiva vacilou um pouco com minha segunda frase, só um pouco. Indecisa. Ela parecia tentar decidir as coisas nas quais poderia realmente confiar em ceder, se concentrar e talvez baixar a guarda de verdade.

– Está tudo bem Rose. –Garanti com a voz ainda doce, tinha que acalma-la e me acalmar também. –Vai ficar tudo bem. Você pode soltar a espada agora.

As mãos dela tremeram vacilando novamente, mas não se soltaram um centímetro da espada. Mais que droga. Eu tinha que fazer alguma coisa.

– Não consigo. Você não entende. –Ela disse com a voz vincada de dor e desespero. Isso me atingiu com força. Rasgando-me por dentro. –Não posso deixa-lo sozinho. Preciso protegê-lo. Tenho que mantê-lo seguro.

– Não, na verdade eu entendo Rose. Acredite, eu sei exatamente como você está se sentindo agora. Eu juro que sei. –Falei avançando para perto dela novamente.

A espada finalmente lhe escapou da mão ferida, retinindo alto ao fazer contato com o chão de concreto. O corpo de Rose acompanhou a queda, despencando também, de quatro. Ela parecia querer chorar, mas por alguma razão não o fez.

Não aguentei mais apenas observar todo aquele sofrimento preso nos olhos dela, novamente quebrando alguns protocolos padrão dos Guardiões. Mesmo sabendo que poderia levar alguns bons socos e chutes dela que eram até bem fortes para alguém de seu tamanho, eu descongelei e avancei até estar atrás dela. Envolvi Rose com os braços com cuidado, tirando-a do chão com facilidade. A nossa volta todos os Guardiões começaram a reagir também, nos ignorando totalmente; incluindo a Guardiã Janine Hathaway. Ótimo, era melhor assim.

Sutilmente puxei Rose, mas ela não se morreu um milímetro do lugar. Parecia se recusar a sair de perto do corpo sem vida de Mason Ashford. Olhei para baixo, as mãos dela estavam bastante tremulas. Amassando o tecido de minha camisa com urgência e desespero. Seus olhos transmitiam o horror que vivera. Suspirei para me acalmar, mantendo um braço firme ao redor do corpo machucado dela, puxando suavemente todo o seu cabelo castanho para trás das costas. Afastando as lindas mechas de seu rosto angelical. Rose me encarou desesperada, soluçou, enterrando o rosto em meu peito. Abafando um grito.

Sem saber o que deveria fazer para ajuda-la continuei mexendo em seu cabelo como se estivesse fazendo uma massagem neles. Comecei a dizer que ela estava segura agora. Estava em meus braços. Eu iria cuidar dela. Proferi todas essas palavras em Russo, mesmo sabendo que ela não entenderia uma só palavra. Porem no fim das contas acho que o som de minha voz foi o suficiente para acalma-la e conseguir move-la.

Os outros Guardiões finalmente descongelaram sem esperar por ordens minhas e logo se espalharam por todos os cômodos da casa, executando a varredura padrão de segurança sem se importarem com a minha falta de cooperação no processo todo. Dois deles discutiam impressionados ao contarem a quantidade de corpos que havia ali, todos os cinco Strigois haviam sido aniquilados por Rose, sem duvida. Um som estranho se pronunciou, era Rose tendo uma crise de choro. Seus olhos estavam fixos no corpo de Mason Ashford. Eu me virei com ela, bloqueando propositalmente sua visão daquela cena ao puxa-la para meu colo, indo para a escada rapidamente. Apertando-a em meu peito com ternura.

– Tire-a daqui imediatamente, Guardião Belikov. –Pediu Janine Hathaway sem se mover ou nos olhar um só momento. –Leve-a para um local que julgar seguro e tente acalma-la. Irei assumir as coisas com os outros Guardiões a partir daqui.

– Certo, pode deixar comigo. –Respondi acenando positivamente com a cabeça.

– Obrigada. –Disse ela virando-se e proferindo ordens ao primeiro Guardião que passou em sua frente. Ela era realmente muito durona. Assim como a filha.

– Vamos, Roza. Está na hora de tirar você daqui. Vou cuidar de você. Vai ficar tudo bem. Prometo. –Falei apertando ela um pouco mais ao atravessar o pequeno jardim sob o sol e leva-la para o meu carro do outro lado da calçada.

Abri a porta de traz com um braço e a acomodei no banco de couro preto do carro que havia alugado com o outro sem o menor esforço pessoal, como ela era pequena também não era nada pesada, quando terminei me virei fechando a porta com o pé rapidamente. Ao assumir o banco do motorista ouvi um gemido de dor escapar dos lábios dela; havia algo extremamente errado e eu tinha que leva-la para a enfermaria rapidamente. Novamente ela gemeu de dor. Merda!

– Onde dói Rose? –Perguntei parando o carro bruscamente no mesmo segundo e girando o corpo para trás, imediatamente me vendo preocupado com ela.

– Tudo, eu acho que quebraram quase todas as minhas costelas e talvez o meu ombro esteja fora de lugar também camarada. –Respondeu ela com grande dificuldade, gemendo ao tentar se mover novamente.

– Aguenta firme Roza, vou cuidar de você. Prometo. –Garanti virando-me para frente e religando o carro novamente.

Pensei nas opções que eu tinha naquele momento, leva-a de volta para a Estação Real de Esqui não era uma boa ideia, uma vez que todos iriam começar a fazer dezenas de perguntas antes mesmo que ela pudesse chegar a um metro da ala hospitalar, eu não podia expor minha Roza daquela forma sem antes dar um jeito de ajuda-la a estancar seus ferimentos que sangravam bastante e só não manchavam o banco porque eu havia deixado um plástico estendido sobre o local já por precaução, então não levaria ela a lugar algum que envolvesse muitas pessoas. Não com ela daquele jeito. Tinha que pensar em outra solução mais eficaz que aquela e tinha que ser rápido. Na verdade, primeiro eu tinha que arranjar um jeito de cuidar dela pessoalmente ali mesmo ou não conseguiria ficar em paz comigo mesmo. Eu devia isso a ela. E a mim também.


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Notas finais do capítulo

Ai meu Deus.... Olha cada vez que eu escrevo um capiulo me vejo com vontade de proseguir com a história.
Espero que estejam gostando.



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