Chains escrita por Priy Taisho


Capítulo 34
Capitulo 33 - A Caça


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo reescrito em 28/06/21.
Espero que gostem! Acho que a partir de agora teremos "poucas" mudanças heheh
Boa leitura!



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A caça 

Sasuke olhou para o portão de ferro que havia sido derrubado. Um humano não teria forças para fazer algo como aquilo, nem mesmo se estivesse tomado por desespero.  

E o cheiro de sangue que impregnava o nariz de todos era conhecido. Sakura.  

— Haviam pelo menos duas pessoas aqui – Shikamaru murmurou agachado não muito longe da entrada. As pontas dos dedos dedilhavam os rastros no chão que eram quase imperceptíveis para inexperientes. – Isso é terra vermelha. Tem algum lugar como este nessa cidade? 

— Não – Ino quem respondeu, aproximando-se de Shikamaru com os braços cruzados abaixo dos seios. – Estamos no centro de uma das cidades mais movimentadas deste país, não há nada como isso por perto – Ela agachou-se e após descruzar os braços, passou os dedos pela terra os levou até perto do nariz. – Tem o cheiro daqueles lobos – Ela olhou para Sasuke e aguardou até que ele dissesse algo. 

— Por que os lobos trariam Sakura até aqui? – Itachi questionou e também olhou para o irmão que permanecia em silêncio. 

— Sente todo esse cheiro? – Sasuke murmurou e fechou os olhos por um momento. – É um rastro, querem que nós procuremos por ela. 

A tranquilidade nas palavras do Uchiha mais novo incomodou a todos. Ninguém sabia quais tipos de terrores que passavam pela mente de alguém como ele. 

Naruto estava adiante, do outro lado da calçada e observava o Uchiha com um vinco entre as sobrancelhas. Aquilo não era bom e ele já conhecia Sasuke por muito tempo para saber do que aconteceria. 

— Vão deixar mais rastros como esse – O Uzumaki, que até então estava em silêncio se pronunciou. Os chumaços de cabelo que encontrou estavam dentro de um saco plástico pequeno, mas não passaria despercebido por eles. 

Fios rosados de Sakura. 

Ino molhou o lábio inferior com a ponta da língua enquanto refletia sobre aquilo. Nem mesmo os pingos de chuva que faziam parte da tempestade torrencial seria capaz de desviá-los do caminho que estavam destinados a traçar. 

A verdadeira caçada. 

X-X-X 

Eram quatro da manhã. 

Os vizinhos ouviam gritos na casa ao lado. Joana, uma das moradoras mais antigas do bairro observava escondida atrás de uma cortina bege. Não era a única a espiar e também tinha certeza de que não era a única surpresa. 

Há semanas que o casal de vizinhos vinham discutindo fervorosamente, o motivo era incerto, mas muitos diziam que o marido, Josh, estava tendo um caso com a secretária. 

Mare, a bela vizinha de cabelos cor de fogo gritava xingamentos com uma voz repleta de amargura e Joana, que continuava a espiar, viu o momento em que ela jogou um dos vasos de flores na direção de Josh, que desviou pedindo que ela o escutasse. 

Joana sabia que Mare não o escutaria. A mulher tinha um temperamento explosivo, muito contrário ao do marido, que apesar dos gritos, tentava a todo o custo apaziguar a explicação. A velha também achava que Josh não possuía caso algum com a secretária, ele não faria aquilo com a esposa, não quando a observava de forma tão apaixonada. 

Quando os gritos cessaram, Mare permaneceu estática, com os braços largados ao lado do corpo e o rosto vermelho, enquanto os olhos verdes reluziam por conta das lágrimas. Quando Josh se aproximou, ela o deteve com as mãos e pegou o casaco preto em cima do sofá. 

— Mare, por favor... 

— Não. - Disse ela firmemente. - Eu preciso pensar, Josh. - Baixou os olhos por um momento. - Eu... Eu não sei se é isso o que eu quero para mim. 

— Juro que eu não fiz nada. - Josh disse tentando aproximar-se dela novamente. - Evangeline...Ela não é mais que uma colega de trabalho. 

— Agora não importa. - Mare disse seguindo até a porta. 

— Onde vai? 

— Eu preciso pensar. - Ela girou a maçaneta e sentiu o vento frio ao abrir a porta. 

— Eu amo você. - Josh sussurrou alto o suficiente para que ela ouvisse antes que a porta fosse fechada. 

Mare sentia-se dentro de um turbilhão, enquanto seus passos ecoavam pela calçada. Por muito tempo, ela não soube por onde estava indo. 

Passou por uma farmácia, por uma lanchonete e em frente de um supermercado 24 horas. Conforme ela se aproximava do centro, o movimento de pessoas diminuía e aos poucos se tornavam raras às vezes em que um carro era visto. Mare apertou o casaco contra o próprio corpo e apressou-se ao passar em frente à um Pub que ela nunca havia frequentado. 

Ao virar em uma esquina deserta, ela teve a impressão de ter algo atrás de si. Parou e olhou para trás aflita, sentindo seu coração pulsar violentamente contra o peito e as mãos suarem enquanto apertava ainda mais o casaco contra o corpo. Observou por breves instantes e recomeçou a andar, tendo a sensação de que seus próprios passos soavam alto demais. Um gato urrou próximo a uma lixeira e ela olhou para trás ao ver uma sombra sobre ela. Nada. 

Com a respiração entrecortada, Mare correu procurando voltar para a avenida o mais rápido que podia. Antes de virar a esquina, jurou ter ouvido um uivo. 

Suas pernas tremeram, os olhos arregalaram-se enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto. Ela não pensara que o fim chegaria assim, em uma noite onde tudo havia dado errado. 

Aquilo não era uma peça de sua própria mente. Os monstros em sua frente eram tão reais quanto os carros que passavam pelas avenidas próximas dali. 

Ela conseguia ouvi-los, os rosnados, as unhas com longas garras em contato. Podia sentir o cheio que emanava de seus pelos eriçados, o desejo de sangue. 

— Assustadores, não são? — A voz atrás de si era terrivelmente divertida. — Precisa ver o que eles fazem quando recebem o comando certo. 

Mare se virou e encontrou uma mulher de cabelos róseos que estava com os braços atrás das costas. Ela vestia roupas escuras, botas de couro que cobriam os joelhos e tinha olhos vermelhos brilhantes. 

— Está nervosa? — A pergunta da mulher foi feita no mesmo tom baixo. — Consigo ouvir seu coração — Ela deu um passo na direção de Mare que recuou.  

— O que você quer comigo? — Mare gaguejou e evitou recuar um novo passo ao ouvir os rosnados. Estava cercada. 

— Não fique com medo — A mulher de cabelos róseos seguiu na direção dela e displicentemente enfiou uma das mãos no bolso do casaco que Mare trajava. — Meu nome é Sakura...Mare? É esse o seu nome? — Sakura ainda mantinha o tom de voz baixo, mas parecia conter uma grande empolgação.  

Mare aquiesceu sem saber o que dizer. Sakura olhava para o documento entre seus dedos com interesse desmedido.  

— Você vai dar um recado meu para alguém que irá encontrá-la — A Haruno jogou a identidade no chão e deu um passo na direção da mulher que recuou mesmo diante do rosnar dos lobos. — Diga que estou esperando que ele me encontre. Que tenho sede.  

— Por favor, não faça nada comigo, por favor... 

— Não, não, Mare — Sakura encostou ambas as mãos no rosto da mulher e a trouxe em sua direção. — Eu preciso fazer. Se não fizer, Sasuke não virá me procurar.  

— Por favor, eu nem mesmo sei quem ele é... Eu... 

— Não é sobre você — O sorriso ladino de Sakura exibiu as presas afiadas dela. — É apenas um jogo. — Sakura afastou as mãos dela e os olhos da mulher se arregalaram com surpresa. 

Mare aproveitou uma única brecha para correr na direção oposta em que eles estavam, para longe dos lobos e da mulher que tratava tudo aquilo como um simples jogo. 

Ela sentia o coração acelerado e que as pernas se moviam única e exclusivamente pelo medo.  

A risada alta de Sakura ficava cada vez mais distante. Uma lembrança de que Mare estava indo longe apenas porque ela tinha sido capaz de permitir. 

X-X-X 

Tinha sido fácil encontrar o primeiro rastro, principalmente quando o cheiro parecia ser convenientemente carregado pelo vento indicando onde eles deviam ir. 

A mulher escondida em um beco escuro também tinha sido um alerta eficiente. Os olhos dela estavam injetados de medo, o corpo coberto de sangue e ela não parava de falar sobre um demônio de cabelos róseos que a atacara. 

Ino estava ao lado dela, amparando a mulher que sequer tinha forças para levantar. Uma rápida análise de Itachi constatou que ela havia torcido o tornozelo, provavelmente durante uma fuga sem sucesso. 

Naruto e Gaara olhavam pelo local em busca de pistas que indicassem o paradeiro de Sakura. 

— Sasuke... — A mulher murmurou e olhou fixamente para o Uchiha que a observava em silêncio. — Esse é o seu nome, não é? — O sangue no rosto dela era como um adereço de uma pintura aterrorizante. 

— Como sabe quem sou? — Sasuke aproximou-se da garota, mas parou ao notar que ela recuou, mesmo com toda expressão de dor em seu rosto. 

— Ela me disse que você era assim — A mulher disse em um murmúrio. — O homem com a expressão de quem não é capaz de salvar outra pessoa da morte — Os olhos dela se arregalaram e um grito foi sufocado quando ela percebeu que Sasuke estava próximo dela com os mesmos olhos vermelhos da mulher que havia lhe causado isso. — Não me mate, por favor... Eu... 

— Me diga o recado.  

— Recado? — Ino questionou com confusão. — Por que ela deixaria um recado? 

— Porque é um jogo — Sasuke respondeu observando os ferimentos na pele de Mare que parecia cada vez mais intimidade. — Essa mulher não foi morta por um motivo e quero saber qual é — As últimas palavras soaram como um rosnado baixo. 

— Os limites da cidade — Mare respondeu em uma voz quebradiça. — Onde a natureza encontra-se com o concreto, onde há sangue na terra... Onde... — Os lábios dela tremeram e seus olhos lacrimejaram. — Onde a alcateia se reúne para uivar — As mãos dela tremiam e ela olhou para Sasuke com desespero. — Por favor, não me mate... 

— Ino, peça para que Shikamaru venha até aqui — Sasuke anunciou levantando-se do chão. — Fique com ela até que os ferimentos sejam tratados e a memória dela apagada. 

— Não acha que deviamos levá-la até o hospital? — Ino questionou com o semblante sério. — A criança que ela carrega no ventre pode estar ferida. 

— Faça o que bem entender, confio em sua descrição — Sasuke declarou antes de começar a se afastar. — Vamos. 

Itachi e Naruto desapareceram no mesmo instante, seguindo o Uchiha para longe dali tão rápido quanto relâmpagos. Gaara hesitou, mas foi incentivado a prosseguir por Ino, que já cobria a mulher com seu próprio casaco enquanto discava o telefone de Shikamaru. 

Eles não tinham tempo. 

X-X-X 

Sakura abandonou o corpo do homem em um gesto de descaso, mas permaneceu agachada com o polegar nos lábios carmesins. Alguns fios do cabelo rosado grudavam nas laterais do rosto, mas não pareciam incomodá-la. 

— Vamos ter companhia em alguns minutos. – Ouviu a voz de Cassandra próxima de seu ombro direito, mas os olhos permaneceram fixos no corpo do homem de aparentes trinta e seis anos. – Eles seguiram sua isca. 

—Não baixe a guarda. – Sakura instruiu. – Eles são perigosos. – Ergueu os olhos para o horizonte, esperando ver a qualquer momento as sombras dos vampiros que estavam bem próximos dali. 

— O homem ainda respira. – Cassandra disse enfática. – Mate-o de uma vez. 

— Não pense que pode me dar ordens, Cassandra. – Sakura rosnou encarando a Alfa com raiva. – Cuide da sua alcateia imunda. – Praticamente cuspiu as palavras, mas pode ver que a morena sequer esboçara uma reação. 

— Fez a mesma coisa com a mulher. – Cassandra agachou-se até ficar na mesma posição que Sakura. – Este homem não terá um propósito. 

Sakura permaneceu em silencio. O homem parecia respirar com dificuldade e das marcas no pescoço escorriam sangue, a camisa azul também estava suja. 

— Estão aqui. 

Sakura permaneceu impassível enquanto observava o grupo de vampiros aproximando-se de forma ameaçadora. Cassandra levantou-se e logo os lobos estavam em seus flancos, rosando em expondo as garras e os caninos. 

Pararam á cerca de cinco metros dos lobos e de Sakura. 

— Por que nos trouxe até aqui, Sakura? — Apesar do ritmo frenético em que seu próprio coração estava, Sasuke manteve a guarda alta, principalmente porque conhecia o olhar da vampira em sua frente como nenhum outro. — O que fizeram com você? 

Sakura piscou e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios cobertos de sangue, mas nada disse. Ela não parecia preocupada com a aproximação, mas a curiosidade brilhava em seus orbes carmesins. 

Em uma época quase esquecida, Sasuke lembrou-se de como ela permanecia com aquela mesma expressão quando estava prestes a dar o bote. 

Sakura adorava aquele maldito jogo. Em grande parte das vezes, ela era capaz de surpreende-lo, atacando de maneiras diferentes.  

— Sasuke... – Itachi começou, mas o Uchiha mais novo ergueu um dos braços para para-lo. 

— Não mova um dedo, Itachi. – Sasuke ordenou e pode ouvir os protestos de Naruto. – Todos vocês. Eu não permito que interfiram nisso. – Sakura esboçou um sorriso sádico e sua cabeça pendeu para a esquerda, os olhos vermelhos ainda fixos em Sasuke. 

— Tsc. 

As espadas chocaram-se produzindo um estrondo de doer os tímpanos. Sasuke sentiu a lamina próxima ao seu rosto e conseguira impedir o dano por um único segundo. Sakura saltou para longe e investiu novamente, dessa vez mirando uma das costelas do Uchiha, que bloqueara o ataque. 

Ela pareceu surpresa quando Sasuke revidou e ele comprovou isso quando ambas as espadas pararam próximas ao rosto da Haruno. Sakura substituiu a expressão surpresa por uma cínica e chutou a coxa de Sasuke, empurrando-o para longe. 

Quando recuperou o equilíbrio, Sasuke sentiu uma dor aguda nas costelas e teve tempo somente para bloquear mais um ataque de espada antes que ele atingisse seu braço direito. O Uchiha girou o punho e ambas as espadas voaram para cantos opostos; Sakura tentou recuperar uma que estava próxima de si, mas não teve tempo de reagir antes que Sasuke puxasse sua perna e a jogasse de encontro ao chão. 

A Haruno o puxou, porém, dessa vez, Sasuke havia sido mais rápido e desferiu um golpe no rosto de Sakura. Ela levantou-se cambaleante e com a mão esquerda tentou amparar o sangue que escorria de seu nariz, rosnou e partiu para cima do Uchiha novamente, dessa vez, acertando-lhe um chute no estomago e quando Sasuke tentou evitar o próximo ataque, a vampira acertou o rosto dele em seu joelho. 

Antes que Sasuke pudesse fazer algo, ela o prendeu em uma chave de pescoço, embora fosse alguns centímetros mais baixa que ele. Sakura encostou o nariz na base do pescoço do vampiro e os caninos roçaram a pele, agora avermelhada. 

— Então você continua o mesmo depois de todos esses anos – Murmurou ela tão baixo que só ele ouviu. 

O Uchiha aproveitou a deixa e a agarrou pelos ombros, puxando o corpo de Sakura para frente e fazendo com que as costas dela fossem de encontro ao chão, reproduzindo um estalo alto. A vampira gritou e esticou o braço agarrando uma das espadas ao ver que Sasuke tinha feito o mesmo. 

Recomeçaram uma dança violenta, as espadas chocando-se constantemente e os punhos indo de encontro à carne um do outro durante as brechas. Sasuke tinha um corte no rosto e o braço de Sakura estava sangrando, já não existia sombra alguma de sorrisos nos lábios da Haruno. 

— Sasuke. – Ela arfou baixando a espada e mirando a lamina suja do Uchiha. – Você não será capaz de me matar, não é mesmo? – Perguntou com convicção. 

Sasuke permaneceu em silencio, mas Sakura percebeu que ele, embora segurasse a espada firmemente, não possuía indicio algum de que reagiria caso ela se aproximasse. Sakura deixou com que a espada caísse e notou a surpresa nos olhos de Sasuke. 

Aproximou-se sorrateiramente, o pescoço próximo a lamina da espada que continuava estendida e logo, ela estava com o corpo colado no do Uchiha. Sasuke estava paralisado e somente pareceu despertar do transe ao sentir os lábios de Sakura contra os dele. 

O beijo era aflito e urgente, tinha gosto de sangue e parecia ser uma extensão da luta que estava ocorrendo há pouco. Os dedos de Sasuke afrouxaram o aperto no cabo da espada e esta despencou. 

Os sentidos de Sasuke retornaram quando ele notou que não havia ouvido o barulho da espada contra o chão. Ao afastar-se, Sakura o acertou com o cotovelo e deu-lhe uma rasteira. Sasuke sentiu a própria espada atravessando seu peito e sentiu o frio do aço próximo de seu coração. Sakura girou a espada lentamente, tendo esta ainda cravada no peito de Sasuke, que gritou. 

— Não se aproximem! – Bradou o Uchiha ao ver que Naruto e Gaara fizeram menção de aproximar. – Não cheguem perto! 

— SASUKE! 

— Que cavalheiro, Sir Uchiha. – Sakura murmurou num falso tom cortes, enquanto sentava-se sob o tronco do Uchiha, que começava a cuspir sangue. – Não acha que um rei deveria estar ao lado de seu povo? – Ela estava com o rosto tão próximo do dele que Sasuke podia sentir seu hálito doce. – Achei que me daria uma luta melhor. – Ela encostou os lábios no dele. 

— Acabe logo com isso. 

— Não te matarei agora, quero uma luta justa. – Sakura apoiou as mãos na espada e não pareceu incomodar-se com a careta de dor que Sasuke havia feito. – Da próxima vez deixe de me encarar com desejo e comece a me ver como uma oponente.  

— Acabe comigo agora, Sakura. – Sasuke disse com a voz entrecortada e esboçou um sorriso exibindo os dentes sujos de sangue. 

— Não existe graça nenhuma em derrubar um reino sem um Rei, Sa-su-ke. – Ela levantou-se e puxou a espada, jogando-a longe do alcance de Sasuke. – Vamos embora. – Disse virando-se para Cassandra e os lobos que a encaravam atentamente. – A diversão acabou por hoje. – Acrescentou caminhando até a própria espada e a recolocando na bainha antes de desaparecer. 

Os lobos a seguiram e a Alfa permaneceu encarando-os com curiosidade, antes de transformar-se em um lobo preto. Ela uivou e correu atrás dos outros, desaparecendo nas sombras. 

— Você é maluco?! – Naruto gritou correndo até onde Sasuke estava. – Deixou que ela te desse a maior surra! Qual o seu PROBLEMA?! – Continuou berrando e Sasuke fechou os olhos, não tendo forças para mover-se. 

— Aquela não era a Sakura. – Gaara disse repleto de raiva. – Vamos matar aquela cópia e recuperar a verdadeira Sakura. – Socou a palma da própria mão determinado. 

— Não. – Itachi discordou, ele, ao contrário dos outros, não encarava o irmão caído no chão. – Aquela era a verdadeira Sakura. Eu reconheceria aqueles golpes de qualquer lugar, você se lembra, não é Sasuke? – O Uchiha mais velhos sorrira amargamente. – Poderia ter bloqueado todos aqueles ataques se você quisesse. 

— Não me diga que... — Naruto começou e olhou na direção em que os inimigos haviam partido. — Precisamos segui-los. 

— Cale a boca, Naruto. – Sasuke rosnou ainda de olhos fechados. – Vamos voltar para Konoha. – Ele deixou com que um sorriso triunfante nascesse em seus lábios. 

— Não deveríamos ir atrás da Sakura? – Gaara perguntou confuso. – Ainda conseguiremos rastrear o cheiro dela se... 

— Vamos para Konoha. – Sasuke repetiu. – Eu entendi a mensagem. 

A vampira ria divertida e ao mesmo tempo, erguia o vestido – agora sem as alças – com uma das mãos, a outra segurava a espada, embora parecesse totalmente frouxa caso precisasse reagir à um ataque. 

— Essa postura despreocupada é somente uma forma de enganar o adversário, não é? – Sasuke perguntou e as sobrancelhas dela se ergueram. – Você aparenta estar desprevenida, mas está pronta para enfiar essa espada em meu pescoço a qualquer momento. 

— Essa é a intenção. – Sakura disse maliciosa, girando e com um movimento rápido do punho fez com que a espada de Sasuke, que realmente estava desatento, caísse no chão. – Se essa fosse uma batalha séria, você estaria morto, Uchiha. – Acrescentou encostando a lâmina no pescoço do moreno. 

— Você não teria coragem de me matar. 

— E se ocorresse uma guerra e nós estivéssemos em tropas opostas? – Sakura perguntou intimidadora. Sasuke, ao contrário, parecia realmente despreocupado, os olhos negros não desviaram dos dela em momento algum. – Você hesitaria em me matar? – Questionou e ele olhou para o céu, parecendo pensativo. 

— Depende muito do quanto você me irritaria. – Sasuke respondeu ainda sem fita-la. – Acredito que perderia minha vida ao invés de tirar a sua. 

— Não teria graça em tomar um reino cujo o Rei desistisse tão fácil. – Sakura falou debochadamente e Sasuke riu baixo. – Você não me perguntou, mas eu não conseguiria te matar mesmo se quisesse. – Ela continuou ainda com a espada próxima do pescoço dela. – Então, eu provavelmente trairia minhas tropas e me aliaria a você. E juntos nós venceríamos a guerra. 

— E como eu saberia disso? – Sasuke a encarou desafiador e ela sorriu, jogando a espada na grama e aproximando seu corpo do dele. – Afinal, seriamos inimigos, não é? 

— Eu te daria uma surra. – Sakura murmurou divertida encostando seus lábios nos do Uchiha que sorriu com o ato. – E em seguida, fincaria uma espada aqui. – Encostou a mão fria próxima ao coração de Sasuke. – Porque deveriam pensar que eu realmente estaria disposta a te matar, parte de uma dramaturgia básica. – Sasuke revirou os olhos. – Em seguida, eu te beijaria pela segunda vez, porque teria encontrado alguma forma de beijar durante a batalha, mas dessa vez, seria um simples roçar de lábios. – Demonstrou encostando os lábios nos de Sasuke mais uma vez e sentiu sua pele se arrepiar ao sentir o toque dele em sua cintura. – Mas não daria o golpe de misericórdia. – Murmurou antes de encostar a cabeça no peito de Sasuke. 

— Não quero que isso aconteça. – Sasuke disse acariciando a base das costas dela. – Mas se acontecer, eu prometo que salvarei você. 

— Eu sei disso, você está sempre disposto a salvar uma donzela que sabe em qual perigo está se envolvendo. – Ela riu baixinho. – Então só prometa-me que se lembrara disso, será nosso segredo. 


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Notas finais do capítulo

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Beijão, até a próxima semana! ♥