Who You Love? escrita por Sky


Capítulo 21
Three Can Keep a Secret, If Two of Them Are Dead


Notas iniciais do capítulo

Olá olá, espero que gostem dessa pequena reviravolta.
Boa leitura



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...

Hanna’s POV

Olhei para meu celular olhando o horário, hoje é o dia em que meu pai me obrigou a conhecer sua noiva e a família dela, que logo se tornaria dele também, sinceramente não vejo a hora disso acontecer, talvez ele esqueça de vez de mim e pare de tentar ser o pai do ano, quando na realidade nunca está presente e acha que mandar uma boa quantia em dinheiro substituirá sua presença. Ouço a campainha tocar e não faço questão alguma de me mover para atender a porta.

– Hanna! Deve ser seu pai – disse mamãe descendo as escadas, estava um pouco mais produzida do que o normal, sempre que meu pai me visitava fazia questão de mostrar o que ele perdeu ao pedir o divórcio – Ponha um sorriso no rosto e seja gentil – pediu olhando uma última vez no espelho e indo abrir a porta –

– Wow! Ashley... – levantei-me do sofá e caminhei até a porta – Você está linda, como sempre – meu pai sempre falava a mesma coisa quando voltava a ver mamãe, mas tenho certeza que esse é um modo gentil que ele achou para cumprimenta-la –

– Olha só minha princesinha – girei os olhos com o apelido – Não me venha com essa atitude, você sempre será minha princesinha – repetiu me abraçando –

– Tenham uma boa noite, até mais tarde meu amor – mamãe se despediu de mim e depois cumprimentou meu pai formalmente, o jantar ainda não estava nem no começo e já estava querendo que ele acabasse –

– Hanna pode dormir na minha casa, tenho certeza que ela irá adorar as novas irmãs – olhei para ele me certificando se era brincadeira ou se ele realmente estava falando sério –

– Não obrigada, quero deixar bem claro que estou indo porque você me obrigou. Vamos logo, quanto mais cedo chegarmos, mais cedo posso voltar – respondi dando um beijo em minha mãe e indo em direção ao carro –

– Pegue leve com ela – ouvi minha mãe dizer ao seu ex-marido que apenas assentiu –

...

– Oh então essa é a adorável Hanna? É linda! – disse a noiva do meu pai, tentei ao máximo parecer gentil e sorrir, espero que ela não tenha percebido que era um sorriso forçado –

– Obrigada – respondi sem trocar elogios –

Tomei um tempo para dar uma boa olhada na casa, era grande e bem harmonizada, tenho que admitir que essa mulher tem um bom gosto para decoração, conheci a filha mais nova, Vivian, a menina tinha 6 anos e em cinco minutos pude perceber o quão irritante aquela garotinha era, Kate – a noiva – tentou puxar assunto comigo mas eu sempre respondia sem dar chances que a conversa pudesse prosseguir.

– O cheiro está delicioso – comentei em uma tentativa dela acelerar logo aquilo tudo –

– Que bom, espero que o sabor esteja também – sorri simpática com seu comentário – Vivian, pode dizer as garotas que desça, quero apresentar Hanna – Kate pediu para o monstrinho dar o recado, espera aí, ela disse “as garotas?”, pensei que ela tinha apenas duas filhas. – Tenho certeza que vocês serão melhores amigas, ela é só dois anos mais velha que você – comentou –

Ela pediu licença e foi para cozinha, meu pai tentou conversar comigo mas usei logo a desculpa do celular e fiquei mexendo até ouvir gargalhadas de outras pessoas, levantei meu olhar e duas garotas estavam descendo as escadas, uma de cabelos loiros, alta e de olhos claros, parecia um daqueles personagens de The Originals, a outra era linda e seu sorriso ainda mais, não conseguia tirar meus olhos dela, seus olhos verdes contrastavam perfeitamente com os cabelos negros, talvez esse jantar não seria tão chato quanto achei.

– Querida, essa é a Hanna – Kate apareceu e logo fez questão de nos apresentar – Hanna, essa é minha filha mais velha, Jenna – Jenna, repeti bobamente na minha mente, sorri e ela gentilmente fez o mesmo –

– Então essa é a nova irmãzinha da Jen? – a garota loira ao lado de Jenna comentou, já não gostei dela –

– E você, quem é? – perguntei diretamente para a garota –

– Samara Cook – respondeu –

– Família também? – perguntei, Kate e Jenna gargalharam com minha pergunta e não entendi o porquê –

– Família? Com certeza um dia oficialmente, sou a namorada dela – minha boca provavelmente estava aberta, sério isso? Não me entenda mal, não estou julgando, na verdade estou com inveja dessa garota, sem sombra de dúvidas eu estava atraída por Jenna –

– Já que estamos todos aqui, vamos comer por favor – comentou meu pai levando-nos à mesa –

O Jantar foi bastante entediante, Kate falava dos preparativos para o casamento, Jenna e sua namorada trocavam caricias e eu tinha que sorrir e opinar sobre como deveria ser o vestido de Kate. Depois do jantar, Samara se despediu de todos nós e foi para casa, sem demorar muito, logo sentei ao lado de Jenna e tentei puxar assunto, a cada minuto que passava me sentia ainda mais atraída por ela...

– Então, o que você pensa em fazer depois do colégio, Han? – em pouco tempo ela já se sentia confortável o bastante para me chamar por meu apelido, sorri isso –

– Eu quero fazer medicina, quero ir para NY estudar na NYWS e ir para Columbia depois – respondi com certeza com os olhos brilhando, medicina é meu grande sonho –

– Isso é incrível, tenho certeza que você será uma grande profissional. NYWS é uma excelente escola preparatória, já ouvi falar muito bem – respondeu –

A conversa estava tão agradável que não percebi o quão tarde já era, meu pai teve que me chamar para avisar que já passava de 23:00 h e perguntou se eu já queria ir, me despedi de todos e por último de Jenna, ela me abraçou e trocamos números, fui embora com a promessa de Jenna dizendo que queria me ver mais vezes, ah querida, vamos nos ver bastante.

...

– Dois meses depois -

Hoje faz dois meses que conheci Jenna, eu sei, falando assim parece que eu sou algum tipo de garota obsessiva, dentro desses meses Jenna e eu ficamos bastante próximas e ficaríamos muito mais se não fosse pela impostora da namorada, não sei o que ela ver naquela garota, eu sou muito mais atraente do que ela, em todos os sentidos. Eu acho que Jenna já está percebendo que estou gostando dela, acho que sou muito óbvia, mas como posso esconder isso? Toda vez que a vejo sorrio e fico vermelha quando ela responde, ela flerta comigo tanto quanto eu flerto com ela, ela já sabe de tudo, mas parece se importar demais com a namorada para comentar qualquer coisa sobre isso, Samara também já deve saber que eu sinto algo por Jenna, porque de repente ela passou a me odiar e não mais confiar em Jenna comigo, parece se sentir ameaçada ou algo do tipo, isso é bom não é?

– Hanna? O que... o que isso significa?! – estava tão concentrada desenhando que não percebi mamãe entrar e muito menos olhar meus desenhos –

– Mamãe... – falei surpresa fechando meu caderno –

– Quem é essa garota que está em todos os desenhos? – mamãe parecia assustada com aquilo, não contei mas provavelmente tinha uns cinquenta desenhos de Jenna espalhados pela minha cama enquanto eu estava desenhando o próximo –

– É... é só uma amiga – respondi juntando todos, mas mamãe pegou meu braço –

– Isso parece ser mais do que uma amizade, Hanna, você sabe que pode me contar qualquer coisa – falou querendo uma explicação mais coerente para os desenhos –

– Eu sei mamãe, e estou falando a verdade – respondi, não estava mentindo, éramos apenas amigas por mais que eu queira mais –

Enquanto desenhava tomei uma decisão, irei falar com Jenna, irei dizer tudo o que sinto...

...

– Hanna... – Jenna atendeu a porta logo me abraçando –

– Hey Jenna, podemos conversar? – pedi suando frio, estava tremendo com a reação que ela poderia ter –

– Claro, entra – respondeu ela me dando passagem para entrar, parecia estar sozinha em casa o que agradeci mentalmente – Então, o que foi? – perguntou sentando-se no sofá confortavelmente, não sabia por onde começar, estava pensando seriamente em desistir –

– É... – minha boca começou a ficar seca e minha mente me dizia tantas coisas que o que saiu logo após foi em um completo momento de surto – Eu te amo – falei, e só depois de ver a reação de Jenna que me dei conta do que tinha falado –

– Como assim me ama, Hanna? – ela sorria, mas completamente sem graça –

– Eu amo você, simplesmente assim. Sei que não deveria sentir isso, mas eu não consigo parar o que sinto. Você já havia percebido, não é mesmo? Todos os olhares e os flertes, você já sabia... – falei vendo o sorriso em seus lábios –

– Tenho que confessar que cheguei a pensar que você poderia ser atraída por mim sim, mas não achei que era verdade... – ela se aproximou de mim com seu olhar generoso – Eu gosto de você Han, é uma pessoa divertida e linda, mas eu amo a Samara – meus olhos começaram a encher de lágrimas, lagrimas de ódio e não de tristeza – Se não ela não existisse na minha vida, não tenha dúvidas de que lhe daria uma chance, mas sou completamente apaixonada por ela –

– Eu... eu tenho que ir... – falei levantando –

– Hanna – ela segurou meu braço impedindo-me de ir – Desculpa – ela falou me soltando –

– Vou tirar essa garota do nosso caminho – falei sorrindo e com lagrimas nos olhos –

– Como assim? Hanna! – saí e ela vinha atrás de mim – Hanna! – ela gritou mais uma vez e entrei no carro deixando-a gritando por mim. Em breve ficaremos bem, meu amor –

Entrei no carro tentando ao máximo me manter calma, não poderia morrer agora que acabei de encontrar o amor da minha vida. Uma ideia me veio à cabeça, sorri e fui atrás do único que poderia me ajudar, Garrett.

Estacionei meu carro ao lado de um barzinho, saí e andei em direção ao beco escuro e até assustador, já estava acostumada e alguns já me conheciam por ali, então não dei muita bola para o quão pavoroso aquele local poderia ser, ao fim do beco reconheci o garoto de capuz e fui até ele.

– Olha só, se não é a princesinha – disse ele ao me ver, mandou dois homens que estavam ao seu lado irem embora – A que devo a honra? Mais das minhas pílulas mágicas? – perguntou ele já tirando de seu bolso –

– Não, o que eu preciso hoje é outra coisa – ele se endireitou e arqueou uma sobrancelha – Preciso de uma arma, Garrett. – respondi sussurrando –

– E pra quê você precisa disso, princesinha? –

– Para fazer um churrasco! Idiota, para que serve uma arma se não para matar? – falei enfurecida –

– Trouxe a grana? – peguei minha bolsa e mostrei o que tinha, ele hesitou por um momento mais acabou aceitando o que eu tinha – Quer uma dica? Depois que usar essa belezinha, vá para qualquer cidade e enterre isso, será para seu próprio bem – falou me entregando a arma –

– É sempre bom fazer negócio com você – falei logo saindo daquele lugar nojento –

...

Voltei para casa já era quase madrugada, abri a porta com cuidado fazendo o máximo para que minha mãe não acordasse.

– Não se esforce tanto, estou acordada – fechei os olhos ao ouvir a voz de minha mãe – Hanna Marin, onde diabos você estava?! – ela não gritava ou fazia algum tipo de escândalo, mas era perceptível sua fúria –

– Estava dando uma volta por aí – respondi fazendo meu caminho até o quarto, mas ela pegou braço –

– Você não vai simplesmente subir e achar que estar tudo bem! Você saiu daqui a tarde Hanna, sabe que horas são? Você não atendia seu telefone, eu estava ficando louca, liguei para o seu pai e ele disse que uma das filhas de Kate estava com você a tarde! O que raios está acontecendo com você? – perguntou, por alguns segundos pensei em contar a verdade para ela, mas ela não iria entender –

– Eu fui na casa do meu pai sim, mas depois saí e fui para casa do Theo, você conhece ele mamãe, desculpa, meu celular deve ter descarregado e eu não percebi – falei evitando seus olhos –

– Hanna, fala comigo – quando ela falou essas palavras passou rapidamente pela minha cabeça que ela estava achando que eu estava com problemas. Estou perfeitamente bem, céus! Sou apenas uma adolescente que tem suas crises, isso é normal –

– Boa noite, mamãe – falei dando um beijo em seu rosto e subindo para o quarto –

Não consegui dormir, meus pensamentos estavam tão altos que era impossível eu fechar meus olhos e dormir, pensei em Jenna, depois em como faria para tirar Samara do nosso caminho, era apenas isso que estava impedindo de nós ficarmos juntas, e ela mesma me confessou isso, não consigo tirar suas palavras da minha cabeça “Se não ela não existisse na minha vida, não tenha dúvidas de que lhe daria uma chance”, não se preocupe mais com isso meu amor, em breve ela não estará mais em sua vida.

Olhei para o relógio que ficava na minha escrivaninha, marcava 04:28h, foi quando meus olhos desistiram e fecharam...

...

Hoje não iria a escola, meus planos seria passar o dia na cola de Samara, do momento que ela saiu de sua casa até ir buscar Jenna para irem à escola, ela não desgrudava um momento de Jenna, onde ela ia, ficava ao seu lado como se fosse um cão de guarda, olhei para a arma que estava em meu porta luvas, não iria conseguir fazer isso, por mais que minha cabeça gritasse para eu fazer, para eu apontar para Samara e atirar, eu simplesmente não conseguia, respirei fundo e deixei de espionar a garota, não conseguiria fazer isso, eu não...

Em meu caminho de volta para casa, fiquei pensando em minha vida, não havia me apaixonado assim, e se Jenna fosse realmente minha alma gêmea? Eu passaria o resto da minha vida infeliz, sem puder amar corretamente a única pessoa que me fazer sentir bem comigo mesma. Entrei na esquina à direita e peguei outro caminho, talvez eu não conseguisse fazer isso, mas conheço alguém que faria.

– Duas visitas em dois dias, você deve estar apaixonada por mim, não é princesinha? – Garrett diferente de ontem estava com um corte na sobrancelha, deve ter se metido em alguma briga –

– Preciso da sua ajuda – pedi –

– Deixa eu adivinhar, quer que eu faça seu trabalho sujo? – ele sorriu – Garota, você deve ter o quê, 15 anos? Quem te causa tanto ódio assim –

– Eu tenho dinheiro, só preciso do seu serviço, vai me ajudar ou não – perguntei impaciente –

– Eu cobro caro –

– E desde quando dinheiro foi problema pra mim – comecei a explicar para ele como era a pessoa e entreguei uma foto para ele, Samara iria desaparecer de nossas vidas para sempre –

Eu tinha três dias para conseguir a quantia que ele me pediu, entramos em seu carro, ele me fez diversas perguntas sobre o porquê de eu estar querendo fazer aquilo, mas nenhuma de suas perguntas obteve respostas, esperamos anoitecer, mandei uma mensagem para minha mãe avisando que iria dormir na casa de uma amiga, ela pareceu não acreditar muito mas acabou deixando, paramos o carro em uma rua no qual elas passavam todos os dias para irem para casa, não era muito movimentado principalmente nas noites de inverno, por mais que fosse perigoso eu está ali, queria ter a certeza de que tudo iria sair como planejei, Garrett iria fingir um assalto, depois iria atirar em Samara, depois de quase desistir de esperar, percebi as duas vindo de mãos dadas, o que me deu náuseas, apontei para ele alertando-o, colocou seu capuz e guardou a arma dentro da calça, eu estava ali, com os vidros do carro fechados, no banco do motorista, esperando a fuga.

Garrett foi logo anunciando o assalto, percebi o terror no rosto das duas, Samara logo entregou tudo o que tinha, me sentir mal por alguns instantes, fechei meus olhos com o primeiro disparo e gritos vindo de Jenna, quando abri meus olhos vi a figura de Samara ao chão, e Jenna deitada ao seu lado, Garrett falava algo mais não consegui entender, ninguém saia de suas casas para ver o que estava acontecendo, provavelmente com medo, não conseguia mais olhar para aquela cena que eu havia causado, ouvi outro disparo que me assustou, parecia que aquela cena estava sendo em câmera lenta, Jenna caindo ao chão, meu coração parou por alguns segundos, saí do carro e corri em direção à eles.

– QUE DIABOS VOCÊ FEZ GARRETT? – gritei vendo Jenna ao chão com a mão em sua barriga sangrando –

– ELA VEIO PARA CIMA DE MIM, EU TIVE QUE FAZER ALGUMA COISA! – ele falou alterado –

– Ha...Hann...Hanna – Jenna falava com dificuldade – Foi...foi você... – Jenna já havia ligado tudo –

– Não fala nada Jen, eu vou salvar você – falei chorando ao ver sua dificuldade de respirar. Liguei para ambulância imediatamente –

– Se... seu eu sair dessa... – ela procurava ar enquanto o sangue saia de seu estomago – Você vai pagar por isso! – ela ameaçou e fiquei em choque, eu iria me ferrar, olhei para toda a cena, Samara provavelmente já estava morta com um tiro na cabeça, Garrett estático, e Jenna clamando para sobreviver, peguei a arma de Garrett e atirei em mim mesma, no mesmo local que Jenna havia sido atingida, Garrett gritou algo dizendo que eu era louca e saiu dali mais rápido que eu pudesse imaginar, eu estava sangrado e começava a ver tudo escuro ao meu redor, a última coisa que eu ouvi foi o som da ambulância se aproximando –

– Nós vamos...sair dessa... – sussurrei para Jenna antes de apagar de vez –

....

“O caso ainda está sendo investigado, testemunhas relatam que houve três disparos, alguns moradores que estavam em suas casas ouviram tudo mas estavam muito assustados para fazerem alguma coisa. Samara Cook chegou a falecer sem ao menos chegar ao hospital, o tiro foi direto na cabeça, uma morte instantânea, Jenna Marshall continua em cirurgia que já segue em sua sétima hora, a última vítima desse trágico assalto foi Hanna Marin, ainda não temos nenhuma notícia da adolescente que segue no hospital. As testemunhas seguiram para delegacia em uma tentativa de ajudar à polícia a encontrar o culpado.”

Consegui ouvi ainda sem abrir meus olhos, alguém provavelmente estava assistindo algum noticiário aonde eu estava, meu corpo doía, e o clarão no meu rosto dificultava abrir meus olhos, lentamente fui abrindo-os e era tudo um borrão.

– Filha! – meu pai foi o primeiro a notar que eu estava acordada – Graças a Deus! Você está bem, está doendo em algum canto? – vi as lagrimas nos olhos de meu pai o que me deixou ainda pior –

– Jenna... – foi tudo o que eu conseguia falar –

– Jenna está em cirurgia o tiro ficou alojado em seu estomago, o caso dela é muito delicado – ele me explicou e sentir uma dor infernal em meu estomago –

– Jenna... – chamei entre lagrimas –

– Meu amor, se acalme por favor – pediu minha mãe – Enfermeiras! – ela começou a gritar e foi quando eu apaguei novamente –

...

Quando fui liberada do hospital para ficar em casa, ainda não estava completamente bem, eu sentia uma culpa imensa dentro de mim. Jenna estava em coma, o oxigênio não chegava ao seu cérebro e ela acabou ficando em coma, por minha causa, Samara estava morta, por minha causa, eu acabei com a vida de duas pessoas, inclusive com a minha, eu estava com remorso...

Os policiais estavam me esperando sair do hospital para prestar depoimento, claro que inventei tudo, por um lado foi bom que Jenna esteja em coma, seria muito pior se ela contasse toda a verdade e eu estaria condenada a uma vida de prisões. Depois de sair da delegacia fui prestar meu consolo a Kate, e segui para casa junto com mamãe.

Minha barriga estava com um curativo que até quando eu sentava sentia o incomodo, minha mãe sentou no sofá de frente para mim e me deu um papel dobrável com os seguintes dizeres, “Global’s Psic Center”

– O que isso quer dizer, mamãe? – perguntei com medo de ouvir a resposta –

– Isso é uma instituição que ajuda pessoas com problemas psiquiátricos, transtornos psicológicos – eu estava pronta para argumentar, mas ela continuou – Nós duas sabemos o que aconteceu naquele dia, não foi um simples assalto, você está doente Hanna... e eu juro, se você não aceitar ir por livre e espontânea vontade para essa instituição, eu vou até a delegacia e digo o quão estranha você estava nos dias que antecedeu o “assalto” inclusive os desenhos suspeitos. Eu amo você filha, e isso é para seu próprio bem... – comecei a chorar e ela me abraçou, prometendo que tudo voltaria ao normal –

...

Já fazia três meses que eu estava sendo tratada nessa instituição, queria desesperadamente voltar para minha casa, para minha casa não, eu quero ir para New York, uma nova vida me esperar por lá, tudo vai ser diferente.

– Ei docinho – olhei para o lado e vi um garoto de cabelos até os ombros e com um sorriso charmoso –

– Quem é você? – perguntei –

– Caleb Rivers – ele sorriu me tirando um belo sorriso dos meus lábios –

....

Com o passar dos dias já estávamos bastante próximos, ele era um garoto adorável que me entendia, ele é a única para qual eu contei toda a história de Jenna, eu confiava nele, ele me passava segurança, nós nos entendíamos, ele também estava sendo acompanhado na clínica, Caleb era sem sombra de dúvidas a pessoa mais interessante daqui, ele só iria ficar por mais algumas semanas na clínica, de acordo com os profissionais, ele já estava “curado”. Ele estava mexendo em algo no notebook e me veio uma curiosidade.

– Você consegue encontrar na web se algo está sendo comentado ou o que foi comentado? Tipo, se eu te der um nome você consegue fazer um filtro de quem estava falando do assunto? – perguntei e ele pareceu um pouco confuso –

– Me diga o nome, docinho – ele perguntou –

– Samara Cook – ele digitou e depois de alguns minutos ele conseguiu fazer um filtro, aparecendo todas as pessoas que comentaram esse nome nos últimos cinco meses –

Várias pessoas falando da morte da garota, cidade pequena, as notícias se espalham mais rápido do que doenças contagiosas, tinham algumas especulações sobre o acontecido e algumas até me acusando só porque não aconteceu nada de grave comigo, ele abaixava os comentários enquanto eu lia cada um, mas um me chamou atenção, era um texto enorme falando de como era inadmissível a insegurança da cidade e tudo mais, sorri com a ingenuidade, olhei para a foto da pessoa que estava comentando e olhei seu nome.

– Clica nesse comentário – ao clicar redirecionou exatamente para a página de uma rede social da garota, wow! Ela era linda – Emily Fields – li o nome enquanto Caleb passava suas fotos. Que garota mais adorável –

Caleb e eu começamos a conversar e ele me dizia o quanto ele estava apaixonado por mim, sorri e o beijei, talvez poderíamos dar certo, o estranho foi que enquanto eu o beijava a imagem da tal garota do comentário não saia da minha cabeça, Emily Fields...


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Tenho uma pergunta para os fãs de Hannily, estão bravos comigo? :( fiquem não...
Bjors e até o próximo