– Ei... - Hanna e Emily viraram-se ao ouvir uma pessoa chamando. A feição das duas era indecifrável ao ver a pessoa a sua frente - Sentiu minha falta? - o sorriso nos lábios da pessoa era tão indecifrável quanto a feição das duas garotas a sua frente -

Depois de alguns segundos constrangedores, Emily ainda confusa balança sua cabeça e olha para a garota ao seu lado.

– Eu definitivamente não senti sua falta - respondeu Emily direcionando um olhar bastante intimidador para a pessoa -

– Não estava falando com você lindinha, estou falando com meu docinho - Emily voltou a olhar para Hanna como se pedisse explicação para isso -

– Se importa de explicar? - Hanna parecia esta em transe -

– Em, esse é... - Hanna olhou novamente e quando iria falar novamente foi interrompida -

– Caleb Rivers, namorado da loirinha ao seu lado. - o sorriso do garoto era genuíno, ao ouvir isso Emily fuzilou o garoto com seu olhar -

– Ex - namorado! - corrigiu Hanna furiosa -

– Por enquanto, voltei para NY exatamente e unicamente por você docinho - Caleb fez movimento para se aproximar de Hanna, mas Emily pôs sua mão no peito do garoto parando-o -

– E quem é seu cão de guarda aqui? - perguntou o garoto não gostando muito da atitude de Emily -

– Emily Fields! - a voz de Emily saiu firme, o que fez Caleb pensar que Emily não deveria ser apenas amiga de Hanna -

– Muito bem Emily Fields, se você não se importa, eu gostaria de falar em particular com minha namorada - Caleb pôs seu melhor sorriso malicioso ao falar com Emily -

– Caleb! Parou! Eu não sou sua namorada, e não, você não pode falar em particular comigo - tudo que Hanna menos queria era mais uma pessoa atrapalhando seu possível relacionamento com Emily -

– O que aconteceu docinho? - Caleb esticou sua mão para encostar no queixo de Hanna. Emily assistia toda a interação com um enjôo no estômago -

– Quer saber, eu vou embora - Emily ajeitou sua bolsa e fez menção de ir embora -

– Em, não. - pediu Hanna segurando o braço da garota -

– Acho que você tem coisa melhor para fazer - Emily puxou seu braço fazendo com que Hanna soltasse, as palavras frias de Emily fez com que Hanna quisesse matar o garoto ali presente -

– Em... - disse Hanna mais uma vez, a garota nem sequer olhou para trás - Quando eu acho que você esgotou sua cota de imbecilidade, você vem e me surpreende! - Hanna girou seus olhos em desaprovação e o garoto apenas sorriu -

– Como eu senti sua falta, docinho... - o garoto passou seu braço pela nuca de Hanna trazendo-a para si -

....

– "Docinho"? - Emily falava sozinha em seu carro enquanto dirigia até sua casa - Quem ele pensa que é para chama-la de docinho? Argh! - a garota desviava de todo carro que ficava a sua frente, ganhando barulhos infernais das buzinas dos outros motoristas - Ah! Vão se danar! - gritava Emily para os outros -

Ao chegar, Emily estacionou seu carro e logo subiu para o apartamento, não se deu o trabalho de cumprimentar os que passavam por ela, estava tão concentrada em odiar o novo garoto que nem percebeu as pessoas ao seu redor.

– Olá pra você também! - disse Pam ao ver sua filha entrando e indo em direção ao seu quarto - Jovens... - disse a mulher para si mesma -

Pam terminou de colocar a lasanha no forno e subiu para falar com sua filha.

– Você costumava cumprimentar sua mãe... - Pam encostou-se na porta do quarto de sua filha, enquanto a mesma parecia surpresa ao vê-la -

– Desculpa mamãe, não vi que você estava aqui quando cheguei - Emily endireitou-se em sua cama, enquanto sua mãe fazia o caminho para sentar ao lado da garota -

– Percebi, falei com você e você nem sequer olhou pra mim... Agora me conta, o que aconteceu? - Pam apertou levemente a perna de Emily chamando sua atenção -

– Nada de mais - a garota deu de ombros fazendo pouco caso -

– Isso tem haver com garotas, você sabe que pode me dizer o que quiser, não sabe? - Incentivou Pam, Emily suspirou dando-se por vencida -

– É que tem essa garota...que eu tô meio que gostando... - Emily começou a baixar seu olhar -

– E... - pediu Pam -

– E o ex dela acabou de retornar à cidade, e acho que eles ainda têm alguma tipo de conexão... - por algum motivo Pam sorriu ao saber do empecilho, o namorado, -

– Querida, você tem certeza que esta pronta para um relacionamento? Não me entenda mal, só não quero ver você sofrendo novamente. Se esse garoto voltou, talvez seja um sinal dizendo para você não investir nessa garota... - Pam abraçou Emily que apenas absorvia as palavras de sua mãe -

– Será mamãe? Ela é uma garota encantadora e realmente me prendeu de alguma forma - confessou a mais nova -

– Essa é minha opinião, meu anjo. Mas independente de qualquer coisa, siga seu coração...você é a única que pode decidir. Não se preocupe se não der certo com ela, até porque já existe alguém para você - Pam beijou o topo da cabeça de sua filha e a deixou pensando -

A mais velha pegou seu celular e logo discou um número irrelevante, depois de quatro toques, Pam pôde falar.

– "Querida? O que me diz de uma visita à New York? Ótimo. Não vejo a hora de ter-la por aqui" -

Pam desligou e foi verificar como estava sua lasanha.
Trinta minutos depois, a campainha toca e Emily que estava conversando com sua mãe foi abrir a porta.

– O que você ta fazendo aqui? - perguntou Emily sorrindo -

– Que modos são esses mocinha? - Ezra foi logo entrando - Hum... Que cheiro bom é esse? - perguntou ele já se sentindo em casa -

– Filha quem é? - perguntou Pam seguindo para sala -

– Mamãe, esse é o meu amigo - Emily apresentou o garoto que ficou maravilhado -

– É uma honra enorme conhece-la Doutora, eu sou Ezra, Ezra Fitzgerald, futuro neurocirurgião, tenho uma admiração enorme por você - Ezra beijou a mão da mulher que ficou encantada com o rapaz -

– Mas que amor, me chame apenas de Pam, querido. Você chegou em ótima hora, acabei de fazer minha especialidade, lasanha - os olhos do garoto brilharam, o que fez Emily gargalhar -

– Não dê muito corda pra ele mamãe - pediu Emily -

Todos seguiram para a mesa e começaram a saborear a comida.

– Está divina Pam - comentou Ezra sobre a lasanha -

– Obrigada querido, agora me responda uma coisa... Você conhece a pretendente da minha filhinha? - Pam falou tentando não parecer grande coisa, como se fosse uma pergunta como qualquer outra -

– Mamãe! - bronqueou Emily -

– Claro que conheço, mas qual delas? - Ezra sorriu sabendo que aquela conversa iria longe e deixaria sua amiga constrangida -

– Qual delas?! - Pam perguntou surpresa olhando para Emily - Achei que fosse apenas uma - Emily engoliu com dificuldade enquanto recebia um olhar questionador de sua mãe -

– Sua filha por onde passa deixa as garotas suspirando por ela, se eu tivesse alguma chance eu também já estaria na cola dela - Pam sorriu com o comentário do garoto -

– É encantadora não é? - Emily corou com o comentário de sua mãe - Então, me fale sobre essas pretendentes... - pediu -

– Okay! Já chega de falar sobre minha vida amorosa! - Emily se impôs no meio daquela conversa - Mamãe, você sabia que Ezra namora a Aria? - Emily tentou mudar o foco da conversa -

O jantar fugiu do foco de Emily e começaram a falar sobre assuntos leves e divertidos. Pam adorou o rapaz, assim como Ezra adorou conhecer sua heroína.
Depois do jantar Ezra subiu para o quarto com Emily enquanto Pam insistiu que limpava tudo sozinha.

– Então, fiquei sabendo das notícias... Como você esta? - Ezra ficava rodando na cadeira de estudo de Emily -

– Que notícias? - perguntou Emily que estava com suas costas apoiada na cabeceira da cama -

– Hanna me ligou perguntando se eu estava com você, ela estava bastante preocupada, disse que você não atendia as ligações e blah blah blah - Ezra brincou fazendo a "mão falante" - Até que ela me disse que o ex tinha aparecido na sua frente e você parecia chateada e foi embora - completou ele -

– Foi, tive a infelicidade de conhecer o garoto, que por sinal é um idiota. - Ezra poderia dizer com toda certeza que sua amiga estava se mordendo em ciúmes -

– E por quê você esta chateada com ela? Ignorando-a? Até onde eu sei você não a namora - alfinetou o garoto -

– Hoje eu ia chama-la para um encontro oficial, mas depois desse balde de água fria, desisti. Nunca pensei que seria tão complicado mudar para New York. - o celular de Emily vibrou, mas a morena apenas o desligou sem ao menos saber quem era -

– E Spencer? - perguntou -

– Aquela garota do que tem de encantadora, tem de louca. Uma hora ta me odiando e na outra me agarrando - Emily não deixou de sorrir com o próprio comentário -

– Você adora isso, sua destruidora de corações - Ezra recebeu um belo soco de almofada no rosto - Ei! Isso não foi legal! - reclamou -

– Agora vai embora, amanha preciso acordar cedo - Emily se despediu do garoto e o acompanhou até a porta -

– "Não se preocupe com isso querida, você ficará aqui no nosso apartamento, não será incomodo algum... Faz tempo que não nos vemos, temos muito o que conversar. Certo, certo, ótimo. Atenção mais." - Emily passou pelo quarto de sua mãe e a ouviu no celular. Não pôde deixar de ficar curiosa para saber com quem ela estava falando, e o mais importante, que visita seria essa -

...

– Só pode ta brincando comigo! - Hanna fechou os olhos, estresse logo pela manhã não era bom sinal - O que você esta fazendo aqui? - perguntou Hanna ao ver Caleb parado em frente a sua casa -

– Vim levar minha bela donzela à escola - respondeu ele tirando os óculos escuros - Adoro seus olhos - respondeu ele olhando nos olhos claros da loira -

– Caleb desiste Okay?, "nós" nunca vamos acontecer, não de novo - a garota ia em direção ao seu carro, mas Caleb pegou em seu braço, exatamente o que estava imobilizado - Claro que vamos acontecer, ninguém vai me separar de você docinho - respondeu ele apertando um pouco mais o braço de Hanna -

– Me solta! Ta me machucando! - implorou Hanna começando a sentir uma dor fina em seu braço -

– Espero que tenha ficado claro, docinho. - Caleb puxou Hanna pelo o braço machucado e beijou seu rosto - Te vejo no final da aula - respondeu ele colocando seus óculos e entrando em carro -

Hanna deixou umas lágrimas caírem, não sabia se era de dor ou por Caleb esta de volta. A loira enxugou as pequenas lágrimas e entrou em seu carro esperando sua mãe para leva-la até a escola.

...

– Ei, deixou cair isso - Emily pegou o livro que havia caído do braço de Hanna -

– Achei que não iria falar mais comigo - respondeu Hanna pegando o livro -

– Desculpe pela a minha atitude infantil de ontem, não foi justo. Só achei que você iria querer resolver algumas coisas com o garoto - Emily começou a acompanhar Hanna ate sua sala -

– Não tinha nada para resolver, Caleb e eu terminamos há algum tempo e nunca voltaremos. Ele é um imbecil que eu queria nunca mais ter que olhar para cara dele - Emily percebeu a raiva no tom de Hanna -

– Acho que isso será impossível... - Hanna olhou para a garota buscando respostas -

– Como assim? - perguntou -

– Quando eu cheguei aqui, vi ele saindo da sala do diretor e tenho quase certeza que ele será o novo aluno - Emily também não gostava nada da idéia, mas tinha que falar para Hanna -

– Isso não pode esta acontecendo... - Hanna de repente sentiu como se fosse viver tudo o que havia acontecido quando namorava Caleb -

– Hanna? O que aconteceu entre vocês dois? - Emily ficou preocupada com a loira quando o semblante de Hanna era de pavor -

– Nada fora do normal... Enfim, tenho que ir para sala - respondeu Hanna, Emily a beijou antes deixa-la ir -

Emily sentiu uma certa insegurança em Hanna, suspirou e foi para sua sala.

– Então a lindinha é quem está no meu caminho? Bom saber... - Caleb estava no final do corredor e viu o beijo que Emily havia dado em Hanna. Seu sangue borbulhava ao ver os lábios de Hanna tocando os de outra pessoa -

Emily não tinha visto Hanna o dia todo, nem na hora do intervalo havia visto a loira. A morena estava colocando os livros em seu armário, quando o fechou deu de cara com Caleb.

– Que susto garoto! - Emily pôs a mão em seu peito se assustando -

– Qual é lindinha, não sou tão feio assim... - o sorriso galanteador estava posto nos lábios do garoto - Enfim, você parece não gostar muito da minha presença então vou ser bem objetivo. - Caleb se aproximou mais e Emily não se moveu, o garoto não a intimidava - Quero você longe de Hanna. - um sussurro ameaçador saiu dos lábios do garoto -

– Odeio destruir seus desejos, mas isso não vou fazer garotão. Vai precisar muito mais do que palavras ameaçadoras para me afastar dela. Agora eu sugiro que você, não se aproxime dela, se você fizer alguma coisa com ela, pode ter a certeza que você irá se arrepender, meu caro. - Emily pôs o dedo no ombro de Caleb afastando-o -

– Eu posso usar muito mais do que palavras para te ameaçar - os olhos de Caleb gritavam fúria -

– Não vejo a hora de você tentar - Emily debochou do garoto e saiu. Caleb deu um soco no armário chamando atenção dos alunos que passavam -

....

"Every breath you take, every move you make, every bond you break, every step you take. I'll be watching you"

– Você pode mudar a música? - pediu Emily para Ezra -

O garoto estava fazendo algum teste neurológico de sua invenção, queria saber o que ocorre com a mente da pessoa ao ouvir uma música qualquer.

– Interessante... - disse Ezra anotando algumas coisas -

– Essa música me trás algumas lembranças, por favor troca - pediu Emily novamente -

"O can't you see you belong to me how my poor heart aches with every step you take"

Ezra aumentou ainda mais o volume da música e ficou observando atentamente os movimentos corporais e as expressões de sua amiga.

– Okay, já chega. - Emily levantou do gramado e saiu. Ezra continuou escrevendo enquanto a morena tinha ido embora -

Emily foi para casa com a música grudada na sua cabeça, praguejou Ezra até chegar em casa. Sua mãe estava com a semana de folga, o que ela achava ótimo.
Assim que chegou na porta pode ouvir gargalhadas e uma voz que ela conhecia muito bem, um calafrio percorreu sua espinha dorsal, abriu a porta e comprovou que sua mãe estava com visitas, uma mala vermelha estava perto do sofá.

– Em? É você? Adivinha quem está na cidade? E vai passar uns dias conosco... - gritou Pam da sacada, chamando Emily -

A garota olhou novamente para a mala vermelha e viu um nome etiquetado na mala, escrito perfeitamente o nome: DiLaurentis.

– O que você fez mamãe? - disse a garota para si mesma, sentando no sofá