Quando a Chuva Encontra o Mar: Uma Nova Seleção escrita por Laura Machado


Capítulo 21
Capítulo 21: POV Victoria Marin




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Argh! Como esse príncipe é idiota! Não acredito que ele se atreveu a dar um passo atrás quando eu cheguei perto dele.
"Acho melhor irmos devagar," ele disse, se afastando de mim quando eu tentei fazê-lo me beijar.
"Como assim, devagar?" Perguntei, colocando as mãos na cintura.
"Que tal começar com você me falando que tipo de coisa você quer fazer?"
Bufei alto, irritada. Mas rapidamente voltei à minha pose, mirando-o com meus olhos sérios.
"Por que você não me mostra seu quarto?" Levantei uma sobrancelha, tentando fazer ele entender o que eu queria dizer.
Mas ele revirou os olhos, se divertindo com minhas tentativas.
"Isso não era o que eu estava pensando quando falei para irmos mais devagar," disse.
Não estava entendendo qual era o problema dele! Eu estava ali, pronta para oferecer tudo que ele pudesse querer. E ele achava que precisávamos ir mais devagar? Para que ir devagar se podíamos ter tudo que queríamos de uma só vez?
Apostava que minha irmã não estaria nem de longe disposta a se entregar tanto. Quase falei isso para ele, mas depois achei melhor não. A última coisa é que eu queria era ele pensando na Vanessa.
"Então qual é a sua ideia?" Perguntei, ainda com minhas mãos na cintura.
"Você gosta de cachorros?" Ele perguntou, me oferecendo seu braço.
Passei o meu em volta do dele, e começamos a andar pelo corredor.
"Sim," eu menti. "Adoro cachorros."
Não sei porque diabos eu fui falar que gostava de cachorros! Enquanto eu passei a manhã tentando fazê-lo olhar para mim, ele estava ocupado brincando com o beagle gordo dele. Que, aliás, nem gostou muito de mim. Ele rosnava para mim toda vez que eu chegava perto de Charles e não me deixou nem fingir que queria passar a mão nele. Estava esperando ter a chance de fazer carinho em Charles, não no cachorro dele. Quem saber sentar no colo dele, e não ficar de pé assistindo ele jogar um toco tosco de madeira no ar para o bicho ir buscar e começar de novo.
"Não quer jogar?" Ele me perguntou uma hora, segurando o toco para eu pegar.
Seu cachorro estava indo à loucura em volta da gente, tentando alcançar o toco de madeira e falhando miseravelmente.
"Não, acho melhor não," eu falei, tentando fazer cara de menina tímida. "Não sei se conseguiria jogar muito longe."
"Não tem problema," ele falou, sua insistência começando a me irritar. "Aqui, só tenta o melhor que você puder."
Peguei o toco com cuidado para não estragar minhas unhas compridas demais para uma atividade tão brusca. Sorri para Charles, mas não sabia quão verdadeiro aquele sorriso poderia ter saído quando eu estava odiando cada segundo daquilo.
Me afastei um pouco dele e tentei jogar o toco o mais longe possível, mantendo minha prioridade de não estragar nenhuma unha. Mas ele não foi longe e caiu a dois passos de mim. O cachorro parecia feliz com aquilo. Ele o mordeu e acabou se sentando para poder aproveitá-lo.
Charles só riu e veio até mim.
"Você tem que pensar menos e jogar mais para cima," ele falou indo até o cachorro para pegar o toco de novo.
"Não!" Eu falei e ele parou antes de chegar até ele. "Estou começando a ficar com frio," passei minhas mãos pelos meus braços, fingindo estar tentando me aquecer.
"Quer entrar?" Ele perguntou.
"Sim, muito!" Falei e já comecei a andar em direção ao castelo.
Ele deu algumas poucas instruções ao guarda que tinha ido com a gente e logo correu até mim.
Nós ficamos quietos o caminho inteiro até lá e eu não conseguia pensar em mais nada que pudesse fazer ele me beijar.
"Eu preciso ir me encontrar com o meu pai agora," ele disse finalmente, colocando o braço em volta do meu.
"Sério?" Falei, fazendo a voz mais triste que eu podia. "Mas eu queria tanto passar um tempo com você!" Eu reclamei, soltando o seu braço e cruzando os braços à minha frente.
Nó paramos na porta e eu me virei só um pouco para o outro lado.
"Desculpa, querida, de verdade," ele disse, indo ficar na minha frente. "Ainda temos muito tempo para passarmos juntos."
Eu estava fazendo um bico, mas ouvir ele me chamando de querida me disse que ele estava lentamente chegando ao que eu o queria.
"Está bem," falei finalmente, mas ainda fazendo papel de contrariada e incomodada. "Você vai ter que me compensar depois," levantei uma sobrancelha e sorri.
Ele não pareceu gostar muito da ideia de primeira, mas acabou concordando e se inclinando para me dar um beijo no rosto.
Quando ele estava se afastando de mim, aproveitei para virar o rosto e roubei um beijo seu. Foi rápido, mas pelo menos consegui o que queria. Ele ficou desconsertado mas não falou nada. Depois sorriu de um jeito esquisito e seguiu seu caminho.
Eu fiquei lá para comemorar na minha cabeça que pelo menos eu tinha tido a vantagem de ter encostado minha boca na dele! Agora só precisava descobrir se aquela infeliz da Beatriz Biersack tinha conseguido mais do que eu!


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