The Queen and Hunter escrita por Bia Fonseca


Capítulo 10
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal :) Muitooo obrigada pelos comentários tenho que dizer que a cada dia ficam melhores do que já são! Eu gostaria de ter postado esse capítulo antes,mas fiquei doente e só melhorei um pouco agora,portanto estou aqui para vocês.
Gente,obrigada mesmo por me ajudarem a continuar essa fic,senão fossem vocês eu não teria passado nem do primeiro capítulo com minhas ideias malucas! Sei que é meio repetitivo mas não me canso de agradecer a vocês ;)
Ei você aí leitor fantasma,eu gostaria de te conhecer! (não lanço maldição,nem jogo água benta em você não precisa ter medo).
Espero que gostem desse capítulo,ele ficou meio romântico.
Boa leitura!



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P.O.V Regina

–Ai!-digo quando Dean encosta levemente a adaga em uma posição curvada em minha bochecha.

Deveriam ser altas da madrugada e ainda estávamos lá nos amando como se não houvesse mais nada lá fora que pudesse acabar com a nossa felicidade.Meus braços já estavam um pouco dormentes por não os mexer nas últimas horas mas não me importo.Estou com Dean e isso é tudo o que importa.Ainda não sei como consegui desenvolver sentimentos tão profundos por alguém que conheci a pouco tempo,sendo que sempre demorei anos a pelo menos sentir alguma coisa por qualquer um.Era estranho,mas reconfortante.Talvez agora que eu tenha começado a gostar realmente de alguém eu possa pelo menos tentar a sorte em conseguir um final feliz.Quem sabe depois de todos esses anos de dor,sofrimento e solidão eu possa ter alguém que faça isso parar e senão fizer,posso dividir isso com ele.

–Eu te machuquei?-o loiro arregalou os olhos olhando para mim.

–Não,-ri.-isso tá gelado.

Vejo alívio naqueles olhos perfeitos.

–Até porque você está tão quente.-diz.

Ele sorri,um sorriso travesso que me encanta mais a cada momento que passamos juntos.Com uma das mãos,ele deita a adaga e vai correndo ela pelo meu corpo levemente,com a outra mão fazendo o mesmo caminho agora sentindo minha pele gelada em contado com a dele.

–Você confia em mim?-pergunta subitamente a mim.

Penso por um momento.Chego a conclusão que seria uma louca senão confiasse.Estou trancada em um armário,amarrada e esse cara está com uma adaga! Eu tenho que confiar nele,se realmente gosto dele tenho que crer no que ele faz ou deixa de fazer.

–Sim.-respondo por fim tomando certeza daquilo que acabei de dizer.

Parecendo satisfeito com a resposta,ele para seus movimentos astutos e me encara sério.Ele desamarra as cordas que prendiam meus braços a barra de ferro,me livrando da sensação de paralisia que se estendia por eles.Permaneço parada pensando se devo fazer ou dizer algo mas resolvo apenas esperar.

–Isso pode doer em pouco.-avisa.

Pegando meu braço esquerdo com sua mão,ele desliza a ponta da lâmina de leve pelo meu braço.Não chega a sangrar,mas uma linha fina vermelha se forma de leve por um curto perímetro.

Ele para e volta a me olhar nos olhos esperando minha reação.

–O quê é isso?-pergunto olhando fixamente a ferida que agora fazia parte de mim.

–Pode-se dizer que uma espécie de ritual que os caçadores fazem quando tem confiança plena um no outro.Fazem isso para provar que não abandonarão um ao outro por deslizes e erros de ambos como as outras pessoas facilmente fariam.Cada caçador pode possuir mais de um desse,desde que a confiança seja selada com um corte sincero.-me explica atencioso.-Não é preciso ser alguém de coração puro para isso,somente tem que se concentrar no que há de bom em você e no outro.É antigo,mas vem sendo usado nos últimos cem anos por vários caçadores isso vai passando de geração em geração ou seja,nunca acaba.Se chegarmos a ser extintos isso pode acontecer mas mesmo assim as pessoas põem confiança plena umas nas outras todos os dias sem ao menos perceber,por exemplo,quando você conta um segredo para alguém você está crendo que ela o guardará para você.

Essa última parte me trouxe lembranças nada agradáveis.

–Eu demonstrei confiança em alguém,Branca de Neve para ser mais exata,contei meu mais profundo segredo tendo esperança que ela o guardaria,mas não foi isso que aconteceu.-encaro o chão triste,mas ele levanta meu queixo com uma das mãos.

–O quê você contou a ela?-pergunta sereno,mas interrogativo.

Eu conto? Era melhor me abrir,uma hora ou outra ele irá descobrir.

–Eu gostava muito de cavalgar,os cavalos,o vento,tudo.Na casa em que eu morava havia um estábulo e consequentemente um cavalariço.Seu nome era Daniel.Nós nos apaixonamos,mas mantivemos isso em segredo porque sabíamos que minha mãe nunca aprovaria nosso romance.Cora era uma mulher determinada e supersticiosa,só tinha interesses materiais com as pessoas.Ela me odiava,nada que eu fazia a agradava ou era bom o suficiente.Enfim,eu salvei a Branca quando o cavalo dela disparou sem controle.Adorei ela no início,adquiri um carinho especial por aquela garotinha meiga e cheia de carinho.Seu pai,o rei me pediu em casamento.Isso não poderia acontecer,eu queria ficar com o Daniel por isso não respondi,mas minha mãe resolveu dizer por mim.Ela aceitou sem dúvida alguma,mas aquilo era loucura! Eu não queria ser rainha,não queria uma vida nobre só queria ser feliz.Uma noite,Neve viu eu e Daniel juntos.Eu tentei argumentar com ela mas precisei contar que estava apaixonada pelo homem que cuidava senão ela não ouviria a voz da razão.Depois de uns dias,eu e Daniel planejávamos fugir mas fomos surpreendidos por minha mãe.-lágrimas começam a escorrer pela minha face,tomando seu caminho e atingindo o chão em seguida.-Ela o matou.Ela matou Daniel.Só depois de muito tempo descobri que aquela criança que eu julgava ser tão boa havia contado a Cora sobre nós.Por culpa dela ele morreu.

Dean ouvia cada palavra atentamente,não deixando escapa nenhum detalhe da minha triste história.

–Talvez ela não merecesse sua confiança,talvez você a tenha depositado na pessoa errada.Está na hora de mudar isso.Está na hora de começar a realmente confiar em alguém.-ele estende o cabo da adaga para mim,segurando firmemente pela ponta como se não se importasse.-Faça o mesmo que fiz em você,assim selaremos nossa crença.

Pego a faca com a mão trêmula,e se eu o machucasse? Tentarei ser cuidadosa.Posiciono a ponta muito fina em seu antebraço esquerdo,exatamente como o meu.Deslizo nervosa por uma extensão de 15 centímetros a lâmina,que para minha surpresa deixa um rastro parecidíssimo com o que eu havia recebido.

Jogo a faca longe e o abraço,com os braços envolta de seu pescoço enquanto ele apoiou as mãos em minha cintura.Permanecemos assim algum tempo,aproveitando nosso momento e depois nos afastamos somente para podermos nos perder nos olhos do outro.Agito as mãos e um lençol aparece no chão,nos deitamos sobre o mesmo.Eu uso o peito do loiro como apoio enquanto o braço dele passa atrás de minha cabeça.

–Dean,você disse que é um ritual de caçadores.-pergunto.

–E é.-ele responde olhando para o teto.

–Então porque eu consegui fazer?

Ele pensa por um momento,com certa dúvida também como se não tivesse pensado nisso anteriormente.

–Não sei,talvez porque você passou grande parte da sua vida caçando alguém,acho que isso tem quase o mesmo significado.-dá de ombros como se não fizesse diferença.-Vamos dormir um pouco.-ele fecha os olhos e eu fecho os meus também,mas fico pensando por um tempo.

A sensação de conforto que eu estava tendo naquele momento era tão grande,que praticamente esqueci de tudo o que já havia passado.Dean tinha esse poder comigo.Ele podia fazer tudo o que eu tinha de ruim se estinguir pelo menos por algum tempo,mas é o suficiente para eu perceber que é com ele que quero estar.

Toda garota sonha com seu príncipe encantado venha com um cavalo.

Mas o meu é diferente.

O meu veio com um Impala 67.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço o quê? Bjsss



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