Old Money escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 1
Old Money


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu cheguei a comentar na Give In To Me que tinha uns projetos paralelos. Este é o primeiro deles, e se eu me senti incentivada o suficiente eu posto os demais na velocidade da luz, porque sim, sou uma escritora sensível e preciso disso pra funcionar as vezes >< Aqui vai algumas informações sobre a oneshot:

1- Além do prompt, eu me inspirei vagamente na música Old Money da Srta. Lana del Rey (linda, te amo), e super gostaria que a ouvissem enquanto lessem porque ela já prepara o coração, sério OUÇAM: http://www.itemvn.com/song/?s=1CF341024B
2- Eu a fiz há um tempinho pra postar ainda na Semana Helsa, só que eu não tive tempo de revisá-la e por isso acabei postando só agora ):
3- Esta é a lista de prompts: http://lovegirlwiththebread12.tumblr.com/post/89515336771/helsa-week-prompt O que eu usei foi o terceiro - Lost all control.
4- É Modern AU como já foram avisados.

Espero que gostem, ma' daisies *-*



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A batida contra a porta do apartamento foi firme e brutal, e Elsa lembrou instantaneamente do quão diferente foi da vez passada, quando ele bateu tão suave que ela quase não ouviu. Enquanto os ruídos dos nós grossos contra madeira ecoavam sem sessar, com a perseverança que ela bem conhecia e a confiança de que ela abriria, a moça pôs-se de pé, e em vez de rondar em círculos nervosamente, desta vez apenas lidou melhor, caminhando com determinação para onde ele a chamava. Preparou sua melhor faceta de insatisfação, engoliu os suspiros mais petulantes e ainda com a velha ilusão de estar pronta para enfrentá-lo, ela abriu.

– Elsa! – Ele berrou, e a visão da loira fora bloqueada quando ele avançou para ela e puxou-a contra si.

– Hans... – Respondeu abafada pela escuridão da camisa social branca com que seu rosto era pressionado de forma aconchegante, e já arfava pelos primeiros sinais de que iria falhar novamente quando o cheiro do perfume masculino a invadiu, e o queixo roçava carinhosamente sobre o topo de sua cabeça.

Cansada, restou-lhe apenas empurrá-lo com toda a força que tinha, e encarar de olhos semicerrados em severidade, a face do homem que esboçava desespero. Eles já sabiam por que estavam ali. Já conheciam a história como a um dinheiro velho e apagado, que embora ultrapassado, ainda poderia ser guardado no fundo do cofre na esperança camuflada de que um dia ele possa voltar a valer.

– Por favor... – Pediu o rapaz entre dentes, e ela jurou ter vistos os olhos menta marejarem brilhantes para ela, e uma pontada de satisfação a tomou como forma automática de se consolar pelo fato de não ser a única vivendo essa tragédia.

– Eu já disse que não... Não dá! – Ela o cortou antes que lhe coubesse ter que secar as lágrimas que a qualquer momento poderiam brotar dele, e uma vez naqueles braços, ela temia não poder se desvencilhar de novo.

Cabisbaixo, ele bufou e enterrou as mãos nos cabelos a ponto de puxá-los. Elsa apenas o observou mudar gradualmente de abatido para um homem em agonia. Ele se controlou como podia, chegou a agachar-se e fechar os olhos contra a palma da mão enquanto vibrava em uma inquietude que só seria suprida quando chegassem ao fim daquela noite, e ambos sabiam como terminaria. Elsa limpou a garganta ao notar que o silêncio havia se estendido demais.

– Estou farta de sempre ter que repetir isso, mas ainda sim vou fazer até que entre na sua cabeça de uma vez por todas. Nós traímos Anna, você a traiu, eu a traí... – Elsa uniu suas mãos junto ao peito, encolhendo-se como sempre fazia quando tinha que se lembrar de tal assunto. Não iria chorar, já estava seca e esgotava o suficiente para não fazê-lo. – Já é ruim ver que ninguém nunca vai esquecer isso, que todos vão me julgar para sempre como a irmã destruidora de casamentos. E sabe, Hans, eu estou tão grata por Anna ter me perdoado... Estamos vivendo em paz agora. – Ela suspirou, e lançou-o um meio sorriso que, junto aos olhos azuis-turquesa mortos e vidrados, poderia fazer qualquer um chorar de pena. – Então, se tem o mínimo de respeito por mim, saia... Daqui. – A mulher finalizou deixando os lábios descurvarem-se novamente.

Ele se pôs de pé lentamente, intimidando diante da seriedade que tomou seu semblante, e foi questão de alguns passos para tomá-la para si e abusar da fragilidade física e emocional para conseguir um beijo fácil. Não havia necessidade de se perguntarem como estavam, o que tinham feito todo esse tempo, ou o que estavam fazendo antes de se reencontrarem. Elsa tinha gosto de chocolate, soluçava vez ou outra enquanto o mordia e beijava, e ainda estava com seu uniforme. Antes de se verem ela estava tomando seu costumeiro chocolate quente, ainda trabalhava no mesmo lugar, estava vulnerável e sentia falta dele. Hans provava amargamente, rosnava a cada vez que a agradava e a sentia corresponder, e trajava a camisa de sempre. Antes de se verem ele esteve bebendo (provavelmente com John, seu amigo de bar) e claramente demonstrava desespero, Elsa oscilava entre a possibilidade de uma ruína financeira ou de usar a mesma vestimenta só por saber que era a preferida dela, e por fim, a saudade o castigava também.

Ainda arfante, horas depois, quando finalmente voltou a si, Elsa repetiu que era a última vez que ele viria. E enrolando-se na primeira peça de roupa que encontrou em seu campo de vista, o empurrou até a porta e lhe disse adeus.

Como cada vez, ambos rezariam secretamente. A loira platinada, para que ele voltasse a importuná-la, enquanto o rapaz, para que seu orgulho continuasse destroçado permitindo que pudesse voltar naquele apartamento para sempre.

Ambos torceriam em seu âmago por uma perda de controle eterna que os levasse daquele dia a poucos meses, a recompensar cada suspiro de uma dor reprimida com algumas horas de inconsequência. Antes de voltar à realidade que parecia fazer menos sentido do que aquela loucura em que os dois persistiam, mesmo diante da verdade há muito aceita sobre o medíocre dinheiro velho que jamais veria seu valor.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentar não dói, então eu vou sentar aqui e jogar bem-me-quer mal-me-quer na expectativa de receber reviews que independente do número de palavras sempre fazem o dia do autor. BEIJOSMIL s2

Ah, eu não tive coragem de marcar como terminada, porque algo me diz que talvez eu possa postar um segundo capítulo algum dia. Então por precaução está como não concluída, mas ainda é uma ONESHOT.



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