A Change In the Wind escrita por Sheir


Capítulo 8
Setimo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas ta aí pessoal!



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Se não fosse pela surpresa no rosto de Kevin, eu poderia confirmar que ele tinha planejado tudo isso. John estava ali em frente a porta, assim como eu me lembrava da última vez só que sem o Greg ao seu lado, ele estava meio desconfortado... Talvez pela cara que eu e Kevin estávamos fazendo.

“Seria muito pretencioso da minha parte dizer que é coincidência?” John ainda segurava seu celular e parecia sem jeito.

“Talvez, não...” Peguei o celular da mão de Kevin mas ele o pegou novamente. Ele continuava ao meu lado, apenas sorrindo pra mim e John. Idiota! Me afastei um pouco, dando espaço para que John entrasse.

“Ohh, não, não. Estou procurando o Greg, fui até sua casa e a mãe dele disse que estaria aqui...” John negava com a cabeça que não iria entrar, mas mesmo assim ele se aproximou de mim.

“Ele saiu com o Mike...” Kevin finalmente disse alguma coisa, imitando o jeito de Greg chamar meu irmão. John pareceu desapontado ao receber a notícia e é claro que o Kevin tinha mais o que falar... “Mas, o Sherl sabe onde eles provavelmente estão. Por que não vão procurá-los?” Olhou para John sorrindo e logo em seguida piscou pra mim, o que eu tinha esperança que John não tivesse notado.

“Ah, imagina! Não precisa, não é nada ur-...”

“O Sherlock não se importa, tá tudo bem! Vou ficar aqui e aviso pra vocês caso eles cheguem, tchau!” E com isso, ele me empurrou para fora e fechou a porta atrás de mim, por muito pouco ela não bateu em minhas costas.

John me olhava e eu pude ver que ele queria me perguntar várias coisas, mas não me disse nada. Apenas suspirou e olhou para mim sorrindo, meio nervoso. O porquê do nervosismo eu não consigo entender, talvez pela situação ou pelo fato de Kevin ser um imbecil! Só percebi que estava encarando-o quando ele desviou o olhar e começou a fitar o chão.

“Bom, vamos indo. Não é longe daqui.” Me afastei um pouco e comecei a mostrar o caminho, John me seguiu. Ele estava... Diferente.

O vento gelado da noite me fez encolher um pouco, abracei meu próprio corpo porque logicamente meu casaco estava no meu quarto, em casa. John andava ao meu lado em silêncio, pelo canto dos olhos podia ver ele me olhar as vezes como se quisesse dizer algo mas nada saia de sua boca. Queria perguntar o porquê de tanta enrolação para me dizer algo, eu queria tanto saber o que ele queria me falar...

Me contive, não ia pressiona-lo a nada. Quando estivesse pronto, ele falaria.

Percebi que todo aquele silêncio não era sufocante, desconfortável mas sim... Agradável. Diferente daquele em que ficava entre mim e Mycroft na volta para casa quando algum professor o convocava por algum mal comportamento meu; quando nossos pais diziam algo e tanto ele quanto eu sabíamos que nada seria cumprido. Ou nas vezes em que Kevin não sabia o que falar após sua mãe falecer e eu não saber o que dizer para conforta-lo. Lembro de ter visto algo parecido, em algum lugar...

“É assim que você sabe que encontrou alguém especial. Quando se pode fechar a boca um minuto e se sentir à vontade com o silencio compartilhado.”

Agora estou ficando pior que o Kevin, lembrando de citações apenas por estar ao lado de uma pessoa! Mantive uma distância segura entre John e eu durante nosso trajeto, como se só com um toque seu ele poderia colocar meu corpo em chamas.

“E então...” John não olhava pra mim e sim para as arvores que começavam a aparecer em volta do parque, ele tinha as mãos dentro dos bolsos da calça.

“Então...” Disse sem entender o que ele queria que eu dissesse.

“O que você queria me falar? Quer dizer... Você estava me ligando, lembra?” Dessa vez ele olhou para mim, curiosidade transbordava em seu olhar.

“Ah, sim! Posso dizer que, o Kevin acha que deveríamos nos falar todos os minutos só porque ele acha isso normal.”

“Então você não queria me dizer nada?”

“Especificamente... Não.”

John assentiu e desviou o olhar. Mesmo que eu não tenha feito nada de errado, a sensação agoniante em meu peito me fazia querer gritar e obrigar o John a me dizer de uma vez o que estava realmente acontecendo! Ao nosso lado havia um lago que se estendia por alguns quilômetros e um pouco mais a frente uma ponte para poder atravessa-lo, no fim da ponte se encontrava várias arvores altas e cheias de folhas e flores; acima das arvores era possível ver os prédios que estavam por trás com suas luzes fortes, elas dançavam na superfície da água.

Parei em frente a um banco, com toda essa vista. “Eles certamente não estão mais aqui. Caso estivessem estariam próximo àquelas arvores ali na frente, mas não essa hora, Mycroft não se arriscaria.” Apontava para as arvores pra John visualizar o caminho, mas quando o olhei ele estava sentado no banco mexendo com suas mãos sobre as próprias pernas, ele não me olhava mais.

“Isso é ridículo! É claro que você não me quer por perto e eu não precisava falar com o Greg hoje...”

“Isso não é verdade.” Por que ele precisava saber que realmente não era. Então, me lembrei do que Kevin tinha dito ao ler as mensagens, que eu não demonstrava interesse. Será que o John...

Oh.

“Olha, não precisa fingir ok? Você deve achar que não temos nada em comum e-”

“E nós não temos nada em comum...”

“Como você pode saber?” Nesse momento, John olhou para mim e procurava uma resposta em meus olhos. Abri e fechei a boca pois não consegui pensar em algo coerente para dizer, ele desviou o olhar e riu balançando a cabeça. Não podia dizer as tantas diferenças que existiam entre nós, que sabia sobre o vício da sua mãe, que ele não tinha mais tanta vontade de voltar para casa nas férias e feriados... Porque eu teria que admitir pra mim mesmo o quanto eu ainda não sei e quero descobrir sobre o John Watson.

“Eu...” Respirei fundo e esperei que dessa vez minha voz não saísse tão fraca quanto antes. “Eu não sou bom com esse tipo de coisa.” John me olhava com as sobrancelhas juntas, confuso. “Manter contato, amizades. Normalmente depois de dizer o que eu deduzi, elas não costumam permanecer.”

“Talvez você não deva dizer tudo o que consegue deduzir sobre elas...” Ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

“E por que não?” Inclinei o queixo e desta vez eu é quem estava confuso.

“Bom, as pessoas não gostam de saber essas coisas de um completo estranho. E isso se elas gostariam de saber tudo o que você sabe...”

“Mas você não se importou.”

“Não...” John negou com a cabeça lentamente e fixou seu olhar em mim. Não desviei meus olhos dos seus por um tempo, quase perguntei o porquê mas minha linha de pensamento falhou ao olhar naqueles olhos e eu não me atrevi a percorrer meu olhar sobre aquele rosto.

“Realmente não me importo, por as pessoas não ficarem.” Ao falar John piscou algumas vezes como se eu tivesse quebrado algum feitiço e começou a olhar em volta, onde poucas pessoas caminhavam.

“Eu percebi isso...” Tinha um pouco de amargura em seu tom e senti algo dentro de mim corroer.

“Você ficou.”

“Isso é bom ou ruim?”

O olhei novamente e apenas sorri, logo em seguida John estava sorrindo também e foi como se tudo estivesse no lugar, estava tudo certo no mundo.

“Mycroft deportou-os.” Antes que John pudesse perguntar, resolvi me especificar melhor. “Você quis saber o que ele fez com aqueles caras que o agrediram, eu disse que ele tinha dado um jeito. Foi o que ele fez.” John estava um pouco surpreso, provavelmente por estar falando sobre esse assunto.

“E como ele conseguiu isso?” Agora ele me olhava com atenção mas eu não podia manter seu olhar, decidi por ver algumas flores caírem na superfície do lago.

“Ele tem contatos. Para falar a verdade nem foi difícil, eles estavam envolvidos com drogas então... Mistério foi pra onde ele os mandou.” E olha que eu pesquisei.

“Ele foi até legal, se fosse comigo... Nem sei o que faria, acho que ia atrás só para quebrar a cara deles.” John riu meio sem jeito e se acomodou no banco.

“Voltar pro hospital e depois ir pra prisão por matar eles? Não seria uma solução muito inteligente.” O olhei com o canto dos olhos e ele encolheu os ombros, como se não soubesse o que dizer.

“É, pode ser. Acho que não conseguiria me segurar...” Suas mãos estavam pousadas sobre o banco e seus dedos deslizavam entre sua madeira agitados. “Sei lá.”

“Temperamental então? Estilo psicótico ou-...”

“Ahhh, shh!” John começou a rir e naquele momento, decidi que aquele som era o meu favorito. Devia ser desconfortável por ele ser o único ali rindo, eu apenas sorri de lado quando ele me olhou. “Você é inacreditável...” O olhei confuso e ele balançou a cabeça sorrindo.

O silencio pairou entre nós e o único som distinguível era do vento batendo nas arvores, derrubando mais folhas no lago. Queria dizer algo, perguntar alguma coisa mas nem eu mesmo sabia o que queria dizer ou perguntar...

“Lembra quando você me disse que eu tive problemas antes de começar a faculdade? Já deduziu qual seriam esses problemas?” John apanhou algumas pedras próximo ao banco e começou a arremessa-las no lago.

“Não cheguei a uma conclusão...” Obviamente eu já tinha pensado em muitas probabilidades, mas eu precisava de mais tempo com ele e no momento não estava me atrevendo a arriscar alguma dedução.

“Foi meu pai.” Ele respirou fundo como se procurasse forças para continuar aquele assunto. “Quando eu estava na oitava série, descobriram que ele tinha câncer.”

“Câncer de pulmão, eu presumo.”

“Às vezes um maço não era suficiente em um dia.” Nenhuma das suas tentativas de afundar a pedra no lago deu certo, elas chegavam bem perto da margem mas não prosseguiam. Quando finalmente uma delas bateu na superfície três vezes e afundou, ele continuou. “No começo até que estava indo tudo certo até que ele não estava mais respondendo aos tratamentos, depois disso foi tudo bem rápido e no fim do meu segundo ano, ele faleceu. E bem, as coisas só pioraram, então no último ano eu realmente não tinha cabeça para pensar em faculdade e essas coisas, era tudo um caos lá em casa e quando terminei o colegial fiz o melhor que pude para que as coisas seguissem seu caminho...” Agora ele observava as pedrinhas em sua mão e passava algumas entre seus dedos. “Minha mãe já bebia antes dele falecer mas isso ajudou bastante no seu vício, eu tive que sair de lá antes que perdesse minha cabeça.”

“Eu sinto muito...” Diferente de tantas outras vezes em que eu tive que dizer isso, dessa vez eu realmente fui sincero. Não podia dizer a ele que sua irmã também bebia, escondida dele e da sua mãe. Em breve ele descobriria.

Sua boca se estendeu em uma fina linha, formando um pequeno sorriso. “E é por isso que vim pra cá. Eu fazia aulas online mas tanto pelos problemas em casa quanto pelo conteúdo das matérias, decidi que seria melhor estar aqui.”

Tive que morder a língua para não dizer algo como ‘ainda bem’ ou coisa pior.

“Familiares são... Complicados, para dizer o mínimo.”

“Nem me diga...”

“Quando eu encontrei Mycroft aquele dia, eu estava voltando da aula extra que tinha toda semana então já era de noite. O que chamou minha atenção não foram os pingos de sangue me guiando até a escada, porque poderia ser de alguma amostra minha... Mas, o barulho da respiração dele. Uma de suas costelas estava fraturada e o nariz quebrado, obviamente ele não conseguia respirar direito e tinha tanto sangue...” Um rastro de sangue se estendia da entrada de casa até os degraus onde Mycroft se encontrava, ele estava sentado com uma das mãos sobre seu nariz e boca, provavelmente tentando esconder o sangramento o que era bem óbvio pois estava escorrendo pelo seu pescoço. Ainda teve a coragem de dizer que estava tudo bem e que eu não precisava me preocupar! E como eu não poderia?

“Oh meu deus! E seus pais não te ajudaram? Quero dizer... Porque a situação dele devia ser urgente...” John mantinha seus olhos fixos em mim o que não era algo nada desagradável.

“Eles raramente estão em casa.” Disse num tom de desdém. “E de qualquer jeito, eu não sou incapaz de cuidar do meu próprio irmão!” Bufei um pouco impaciente. Não é fácil ter que vivenciar memorias que eu tanto quis apagar. Mycroft só me deixou ajuda-lo pelo fato de ter desmaiado e quando acordou já estávamos num taxi indo para o hospital, sua teimosia é absurda até mesmo pra mim! John ainda me olhava com atenção e em seu olhar não havia pena nem tristeza, só entendimento e curiosidade. “O levei para o hospital e graças a burocracia ridícula de lá eu tive que ligar para a mãe do Greg. Eu realmente não esperava que ele fosse, além do mais nem eu podia fazer nada; foi a única vez em que eu o vi sem cor alguma como se fosse um fantasma em que podemos tocar. Meu irmão ficou internado duas semanas, e bem... O resto do drama você pode imaginar.”

Duas semanas quase intermináveis, se me perguntarem. Não podia ficar em casa, aquele lugar me sufocava a cada hora que se passava. Pensava na possibilidade dos meus pais ligarem e na mentira que eu teria que inventar, o que no caso aconteceu. Na verdade, eu apenas omiti o ocorrido... Até hoje não contamos à eles sobre o que aconteceu, eles sabem porque a mãe do Greg é muito amiga da minha mãe; caso contrário, eles não descobririam. Então eu ia da escola para o hospital, manter minha mente conectada com outras coisas foi uma escolha sábia e estar naquele ambiente hospitalar nunca foi nem será algo que eu faça por espontânea vontade. As cores intensamente entediantes com o intuito de trazer calma, como se isso fosse mudar o fato de que algo horrível está acontecendo com você ou com alguém que tenha um papel importante em sua vida. O cheiro que não se diferencia em todo o prédio também não é algo consolador, limpeza e vazio se encaixam em muitos aspectos... E o pior mesmo nem é isso, mas sim as pessoas.

A grande máscara que encobre seus rostos é surpreendente, logicamente é mais razoável lhes dar uma falsa esperança agora e depois lidar com todo esse sentimentalismo quando tudo já estiver feito. A camisa que ainda usava tinha manchas de sangue em toda parte, não conseguia pensar em coisas básicas do dia a dia como trocar de roupa e tomar banho sendo que aqueles caras ainda estavam livres e depois de uma semana pesquisando, consegui tudo o que podia sobre cada um. Antes mesmo que eu tomasse uma atitude, Mycroft o fez por mim... Claro que sem a minha pesquisa ele demoraria décadas, mesmo ele dizendo que eu não precisava ter feito nada, eu iria ficar de braços cruzados como se nada tivesse acontecido? Por favor!
Após ficar uma semana usando blusas por cima da minha camisa, a mãe do Greg me obrigou a trocar de roupa e tomar um banho. E quando eu digo obrigar, ela realmente fez isso; arrancou minha roupa e me trancou no banheiro com a ameaça de que se eu não tomasse um banho por mim mesmo, ela me daria... Às vezes ela realmente era exagerada. Mesmo com a camisa lavada e com cheiro de nova, eu nunca mais a usei.

Obrigado Mycroft por isso.

“Eu iria pra prisão...” Sua voz suave atrapalhou meus pensamentos e eu devo ter mostrado minha dúvida à sua frase com o rosto porque ele prosseguiu... “Sem essa. Eu preferia tentar a prisão do que saber que uns cretinos estavam livres por baterem nele.” John abria e fechava os punhos, uma tentativa de se acalmar.

“Eu dei a localização exata deles, os nomes, a rotina... Mesmo que o Mycroft não diga nada, eu sei que ele usou minhas pesquisas. Melhor isso do que ter seu irmão na pri-”

“Brilhante! Você é brilhante, Sherlock.” John disse baixo, sussurrando. Ele pousou sua mão sobre o meu braço e acariciou minha pele de leve. Até engolir foi uma tarefa difícil naquele instante, ondas de eletricidade pareciam dançar entre a minha pele a cada toque seu. Isso eu teria que procurar, calcular... Era surreal.

Nunca haviam se referido a mim com esse adjetivo.

“John. Eu...” Seu rosto era uma sombra por falta de claridade mas eu ainda conseguia ver o brilho em seus olhos. “Nós temos que ir. Esta tarde...” Afastei sua mão de mim delicadamente e me levantei.

“É claro, certo.” Ele sorriu timidamente ao se levantar e começamos a andar pelo mesmo caminho em que chegamos.

A noite estava fria, o que fazia um ótimo contraste com o meu corpo que estava queimando. Olhei atentamente aos meus braços e não vi nenhuma fumaça, com a colisão de duas temperaturas tão extremas isso deveria acontecer. Respirei profundamente e segurei firmemente a minha vontade de sentir sua pele na minha novamente. Tudo aquilo estava só na minha cabeça, minha mente jogando peças em mim. Obvio.

“Então... amostras. Você analisa qualquer tipo ou só as que você coleta?” John não olhava pra mim e sim para a rua a nossa frente, diferente de antes, ele estava descontraído e um pouco sorridente.

“Nunca ninguém coletou pra mim. Quer dizer, uma vez eu fiz o Kevin pegar umas cinzas mas... Você quer me dar uma amostra?” Mesmo surpreso, mantive meu tom calmo.

“O laboratório da faculdade tem algumas. Acho que são de diferentes tipos de solos... Desculpa, não temos sangue.” John me olhou com sua cara mais falsa de que estivesse mesmo se desculpando por isso.

“Oh.” Fingi estar desapontado e ele sorriu. “Vai mesmo pegar essas amostras pra mim?”

“Ahm, eu não sei. Talvez sim...” Ele arqueou as sobrancelhas indicando incerteza, ainda sorrindo. “Talvez não.”

“Você é um garoto mal, John!”

“Você não faz ideia...” Nos encaramos por alguns segundos e de repente ele começou a rir. Dessa vez eu não me contive e ri junto, quando percebi já estávamos em frente de casa limpando as lagrimas do rosto. Não lembro a última vez que ri tanto.

“Vou pedir pro Mycroft dizer ao Greg para te ligar.” Depois de um tempo nossas respirações estavam estáveis e eu consegui falar coerente.

“Ah, sim... Obrigado.” Quando eu ia dizer que não tinha problema, ele balançou a cabeça e disse... “Não por isso, por... Hoje. Obrigado.” Apenas o olhei por um tempo, eu que deveria agradecer pela sua presença, seu riso, sua companhia, seu toque...

Ele sorriu pra mim e eu pensei que ele pudesse ouvir o que dizia em minha mente, e então ele se virou e começou a se afastar de mim. Fiquei ali parado, o observando até que seu corpo sumisse do meu campo de visão. Quando entrei em casa, Kevin estava dormindo no sofá com meu celular ao seu lado, me aproximei e peguei o aparelho. Joguei um cobertor por cima do seu corpo e apaguei a luz, subindo as escadas encontrei Mycroft no topo e ouvi ele dizer ‘onde você estava a essa hora?’ mas esqueci da boa resposta que estava sendo elaborada em minha cabeça quando senti o celular vibrar em minha mão.

John W.
Amanhã. Só amostras de solos! Nada de sangue, ok? Durma bem.

Ouvi Mycroft estalar seus dedos em frente ao meu rosto e afastei sua mão. Fui em direção ao meu quarto e me tranquei lá antes que alguém viesse me perturbar. Pela primeira vez, senti
que minha caixa torácica era pequena demais para conter meu coração.


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Notas finais do capítulo

Acho que não tem ninguém querendo me matar né, porque até agora não teve nenhum beijo e tal AUAHAUH prometo que terá, bastante!
Bom, a citação que o Sherlock comenta sobre silêncios desconfortáveis é do queridíssimo filme Pulp Fiction!
Espero que tenham gostado :*