Duas Mulheres escrita por Tina Granger


Capítulo 7
Capítulo 7




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Revelações.

Severus estava corrigindo os trabalhos, quando percebeu uma presença na sua frente. Era Samara, com uma expressão não muito agradável.

- Oi, diretor, tudo bem? – ela pediu, com a voz um tanto tristonha.

- Sanders, algum problema? – ele questionou, percebendo que ela começou a olhar para as paredes. Seu plano estava a pleno vapor, e antes que Lucio fosse declarado como insano, os pacientes reais do St Mungus estavam sendo transferidos em sigilo para outras partes da Inglaterra. Membros da Ordem iriam tomar a poção Polissuco durante o período em que Lucio ficasse na Ala, para que quando os outros Comensais o fossem libertar fosse uma emboscada.

- Nenhum. Apenas pensei em ficar um pouco sozinha, mas com esse frio lá fora, pensei em me esconder um pouco por aqui. O senhor se incomoda se eu ficar, especialmente de boca fechada?

- Se ficar de boca fechada, eu não me importo. – ela sorriu e fingiu passar um zíper na boca. Foi se sentar na última carteira e tinha o olhar pensativo. Já era terca-feira, e não havia o menor sinal de Potter nem de Granger. Snape agora estava começando a ficar preocupado. – Alguma noticia dos seus amigos? – Samara havia deitado a cabeça na carteira, com o rosto voltado para baixo. Os cabelos negros espalhavam-se na carteira.

- Não. E reviramos todo o castelo. Entramos onde podíamos e com certeza onde não podíamos também. – ela ergueu o rosto. – O senhor já sentiu a sensação de saber uma coisa, mas quando ergueu a mão para tocar nisso, plat! Se desfez, na sua frente?

- Está se referindo a o quê?

- A algumas coisas que eu sempre tive certeza... Mas que agora... Estão se apresentando um tanto... diferentes do que eu supunha.

- Por exemplo?

- Meus amigos. Minha vida. – a voz estava muito séria ao fazer a afirmação.

“- Você está estranha, Cavendish. – Severus falou. - não fez nenhuma das piadinhas habituais. - Aliás, a garota estava estranha desde a volta das férias.

- Não me diga. Agora eu sou obrigada a ser o tempo todo feliz e amigável?Me dá um tempo, vai. – ela reclamou, enquanto fechava os livros e levantava. – Marca outra hora, que eu já não tenho cabeça para estudar hoje.

- Você não teve cabeça para estudar o ano inteiro, Cavendish. O que aconteceu? Seu namorado trouxa a trocou por uma outra?

- Escuta aqui, Severus Snape: minha vida não é da sua conta! E se fosse, nem mesmo assim eu contaria, está bem? Já me basto para criticar-me. – Sem mais nenhuma palavra, ela saiu porta afora, com certeza para o seu dormitório na Grifinória.

Dois dias depois, todos estavam fazendo os deveres no salão principal, quando ele percebeu que Cassandra havia entrado, a expressão séria no rosto. Sem falar com ninguém, ela postou-se atrás de Lupin, e ficou observando a mesa da Sonserina. Angélica Malfoy, um ano mais velha , que havia reprovado no primeiro ano, e como conseqüência agora era sua colega, não parava de falar coisas relacionadas a tecidos, cores. Quando ela pareceu esgotar o assunto, Severus percebeu que Cassandra cochichava algo no ouvido de Lupin, que apenas balançou os ombros. Obviamente a garota não gostou de ser ignorada, pois o puxou para trás, ignorando os protestos dele . Quando os “amigos” dele se levantaram, ela estendeu o braço esquerdo, e disse com uma voz autoritária:

- Vocês três tratem de guardar os materiais de Remo, que eu não vou deixar ele se matar de estudar. Que espécie de amigos são vocês heim? Francamente, se ele não tivesse uma namorada decente, já estaria no cemitério! – sem falar mais nada, ela o arrastou, puxando a varinha quando em determinado momento ele resistiu. – Não me obrigue a usar magia contra você, Remo John Lupin! – a ameaça pareceu ter surtido efeito, pois Remo não resistiu mais, mas continuou protestando. – Ah,Lílian, segura os amigos de Remo aqui, que não quero ninguém me incomodando! – ela gritou sobre os ombros.

Severus ao olhar para o lado, percebendo que Angie havia sumido, deu um suspiro satisfeito. Aquela garota conseguia irritar a todos, especialmente por que havia feito amizade com uma grifinoria, que por coincidência do destino ou não, era Cassandra. Estava suportando Angie, para ver se conseguia descobrir a razão da garota grifinoria estar tão mudada, mas a loira não mudava de assunto!

Decidiu dar uma volta nos jardins, para ver se conseguia decifrar o enigma, percebendo que Evans estava dando mais uma bronca nos amigos de Lupin. Saiu rapidamente do Salão Principal, imaginando onde a garota poderia estar, tendo sérias duvidas que ela estaria namorando Lupin. Certa vez, ela comentara, que mesmo que quisesse, não teria tempo para isso...

Percebeu a garota entrando na Floresta Proibida, mas nem sinal de Remo. Sem pensar, foi atrás dela. A encontrou logo, estava pulando de uma pedra grande para outra. Quando Severus perguntou o que estava fazendo, ela respondeu:

- Pulando pedras, é obvio. Por quê?

- Sabia que está na Floresta Proibida?

- Não me diga... Achei que estava na Disneylândia, sabe? – respondeu irônica.

- Cavendish...

- Severus, vá olhar os primeiranistas desse jeito! Para me assustar, você vai ter que mudar e muito! – ela pulou novamente. – Aliás, vai ser meio difícil você me assustar, pelo simples fato que eu me encaro todos os dias no espelho! – ela parou de pular, mas ficou olhando alguns instantes para uma grande arvore. Severus não acreditou quando ela simplesmente começou a subir.

- Cavendish, desça imediatamente! Você vai se machucar! – foi totalmente ignorado. Ou melhor, Cassandra continuou a subir. – Cassandra, é sério! – ela olhou para baixo de olhos arregalados, e soltou-se. Severus não teve tempo nem conseguiu pensar em algum feitiço que bloqueasse a queda da garota. Quando percebeu, ela já estava no chão, tendo soltado um grito de dor.

- Nunca mais, Severus me assuste desse jeito! – ela levantou-se, batendo das roupas as folhas amassadas.

- Eu que te assustei? Francamente, Cavendish, você quase se mata e me leva junto no susto! – Severus estava muito zangado.

- Exatamente! Você me chama o tempo inteiro de Cavendish e quando me chama pelo nome, não quer que eu caia? Depois sou eu quem faz piadas sem graça! – indignada, ela sentou-se em uma das pedras. Severus a imitou. – podia ter esperado eu estar no chão!

- Desculpe, mas fiquei curioso, está bem?

- A curiosidade matou o gato – ela resmungou, olhando para o outro lado. – Faz logo a bendita pergunta.

- Onde está Lupin?

- Não percebeu que estou sentada em cima dele? Ah, francamente, Severus, sua implicância com Remo é revoltante.

- É verdade o que você disse no Salão? Que está namorando Lupin?

- Quê?- ela voltou-se para ele, surpresa. – Eu não disse essa asneira!

- Cass, você está bem? – Angie apareceu, seguida por Remo. Estava obvio que os dois estavam juntos, pelo simples fato que o batom que Angie usava, estava borrado tanto na sua boca, como na boca de Remo.

- Malfoy... – Severus sorriu, ao perceber a loira corando fortemente, o mesmo acontecendo com Remo, nenhum dos dois desviando o olhar.

- Snape. Uma palavra a meu irmão e eu juro...

- Nossa, que coragem... ameaçando um monitor. E da sua própria Casa...

- O que você quer para calar a boca, Snape?

- Toma lá, dá cá certo? Agora consigo compreender como essa sangue-ruim tem conseguido se vestir razoavelmente nos últimos tempos...

- Ofenda a minha amiga mais um pouco, Snape, e você vai fazer parte da patrulha de morcegos-fantasmas. – Remo tomou o partido para defender Cassandra, que olhava para o outro lado, fingindo que não estava ouvindo o que falavam.

- E ele nem tem imaginação, para fazer isso... Ai, ai... Sinceramente, Lupin, eu esperava que lendo tanto, você tivesse mais inspiração para...

- Snape, o que você quer? – Angie repetiu, fria.

- Muito bem. Quero uma lista, com os nomes das garotas que...

- Lista com garotas? Sinceramente, eu achei que fosse Sirius o pervertido de Hogwarts! – Cassandra comentou, ignorando o olhar gelado que ele lhe lançou, e os olhares de surpresa de Angie e Remo. Angie caiu na gargalhada, ao ver a expressão azeda de Severus.

- Quando a conversa chegar à cozinha, te aviso.

- Cassandra? Na cozinha? – A idéia fez Angie gargalhar ainda mais. – Desculpe, Snape. Mas eu decididamente não como nada que ela cozinhar. E o que você estava falando mesmo? Uma lista com as garotas que...

- Que usam o perfume de rosas.

- E para que você quer isso? Metade das garotas de Hogwarts usam perfume de rosas! – Angie ficou ligeiramente mais relaxada. – Tudo bem. Mas se uma única palavra vazar pro meu irmão... Hogwarts inteira vai saber dessa sua preferência!

- E se uma palavra vazar, Hogwarts vai saber que Cavendish não passa de uma alcoviteira.

- Não me metam nessa conversa de cobras! Só porque Remo não é o cunhado dos sonhos de Lucio, por ser grifinorio e um ... – ela engoliu o que ia falar, quando percebeu o olhar de Remo.

- E um o que, Cassandra? – Severus ficou curioso com a hesitação dela.

- E um cara de um nível um tanto diferente, isso não quer dizer que ele não seja apaixonado por Angie, monitor Snape. E é como eu estava lhe dizendo antes: por mais barreiras que o mundo coloque um amor verdadeiro supera tudo.

- Isso é uma bobagem... – Severus levantou-se e sem falar mais nada, voltou para o castelo.

Angie olhou para namorado.

- Nós devíamos te-lo chantageado por estar conversando com Cassandra.

- Façam isso e eu escrevo para o seu irmão no instante seguinte. – a grifinória levantou-se e encarou Angie. – E nem pense em colocar o meu nome na tal lista, senão eu mato você. Se não queria ser descoberta, devia tirar o seu batom antes de beijar o seu namorado. Ou nem usar.

Severus caminhava pelos corredores, quando percebeu que Cassandra estava saindo de uma das salas, com uma expressão de fúria que o fez sorrir, até o momento em que percebeu Black saindo atrás dela, com a mesma expressão.

- Ora, Cassandra, deixe de ser dramática. Só porque eu...

- Sirius, a resposta continua sendo não! – ela se virou, para ficar longe dele, mas antes que pudesse dar dois passos, Sirius retomou a palavra.

Pois eu aposto que esse cara não beija tão bem quanto eu. – Aquilo pareceu ser a gota d’agua para Cassandra, pois ela se virou e chegou muito perto dele. Murmurou, mas as pessoas que estavam ao redor, escutaram muito bem.

- Pois saiba que eu trocaria um milhão de beijos seus por um único beijo dele. – e antes que o maroto pudesse falar alguma coisa, Cassandra virou-se novamente e saiu dali. Quando Sirius percebeu a loira já estava fazendo uma curva.

- Sabe que isso vai ter volta, não sabe, Cavendish?

- Não estou na Grifinória por ter medo de um idiota petulante! – a resposta somente serviu para alimentar os risos daqueles que escutavam a conversa. Sirius bufou e foi em direção contrária à garota, com a expressão carregada.

- Essa é para ficar na história. – Angie disse, tirando alguns pergaminhos da mochila. – esse tapa doeu até em mim!

- Eu não sabia que gostava de Black. – Severus comentou, percebendo que as pessoas estavam já comentando o fato. Iria ser muito divertido ver como a popularidade de Sirius ia ser abalada pelo fato.

- Não gosto. Mas... Você sabe. – ela olhou diretamente para ele. Os olhos cinzas estavam divertidos. – Só que eu quero saber uma coisinha, antes de te passar isso aqui. – ela balançou os pergaminhos. – O por quê desse pergaminho estar escrito com os nomes... Você sabe. Prometo não abrir a boca pra ninguém.

- Vou confiar em você, Malfoy. Vem comigo. - Severus e Angie foram para o salão comunal da Sonserina, pois sabia que estava vazio aquela hora. – Bem, há algum tempo, quando faço a ronda... – Severus estava relutante em contar a Angie, mas visto que ela o ajudara, e Cassandra que era a pessoa mais relutante que ele via, além de si próprio, confiava nela, por que não? – uma garota aparece, consegue me desarmar e... Você não precisa saber de mais nada. – Severus estava vermelho. Jamais contaria à sonserina, que uma garota o beijava no escuro, e sendo que a única coisa que ele sentia, alem do corpo, era o perfume de rosas.

- Não preciso saber mas consigo imaginar... – Angie sorriu, com malicia. – Eu não sei, mas acho que você devia dar uma olhada nessa lista, começar a procurá-la, para...

- Aplicar uma detenção. – Severus estava impassível, e Angie concordou, rindo.

- Exato. Aplicar A detenção e se ver livre disso tudo. – ela suspirou. – Para te ajudar, eu comecei com as grifinórias, separei por casa... Alias, Cass me ajudou muito, se você quer saber. Ela precisava se distrair um pouco, esquecer os problemas que tem em casa.

- Que problemas? – Severus tinha a face séria. Angie suspirou. O fazendo jurar que não contaria nada a Cassandra, a sonserina contou que a mãe da loira grifinória havia fugido de casa, abandonando o marido e os quatro filhos, além de ter dito coisas horríveis para a filha mais velha, quando procurada por ela.

- Cassandra não tem a menor idéia que eu sei disso tudo. E só estou te contando para você dar um desconto a ela, quando não quiser conversar.

- E por que...

- Severus, sou loira, não burra. Dei uma bebedeira nela, no meu aniversario para ver se conseguia descobrir o nome do cara por quem ela está apaixonada. E me caiu essa bomba!

- Por que eu deveria me importar com isso?

- Dois motivos: sendo péssima em Poções, como ela conseguiu melhorar do nada? Só com a ajuda do melhor aluno, que por acaso é você. E o segundo motivo, é que você fica mais humano quando convive com ela... Por isso achei bom você saber, para não dar nenhuma mancada. Olha logo essa lista, antes que os fedelhos do primeiro ano apareçam.

- Minerva McGonagall? – Severus a encarou, com a testa franzida.

- Você não especificou idade, especificou?

- Eu mereço. – ele abaixou a cabeça, se concentrando na lista, e ignorando a gargalhada da loira.

- Severus, como você está? – Cassandra perguntou suavemente, enquanto se aproximava, observando se Madame Pomfrey estava por perto.

- Como você acha que eu posso estar?Quase fui morto por um lobisomem! – a raiva reprimida estava buscando algum alvo para sair, Cassandra pareceu não per perceber.

- Escuta aqui, Remo não tem culpa alguma do que aconteceu! Por Merlin, isso é instintivo para ele, não tem nada a ver com o que a parte racion...

- Como você sabe que é Remo?

- Por acaso existe algum outro lobisomem nessa escola? Eu acho que não!

- Você sabia e não me contou?- Severus ficou possesso.

- O segredo não era meu! – ela ficou apreensiva, quando percebeu que ele tentou se levantar.

- Vá embora! E nunca mais...

- Severus, por favor! – Cassandra ficou parada.

- Eu não quero nada com uma sangue-ruim, falsa... – ela colocou as mãos nos ouvidos, não sentindo as lagrimas escorrerem pelo rosto. – Vá embora, case-se com Black, tenha filhos sangue-ruins e não se atreva a falar nunca mais comigo! E pode esquecer qualquer conta que tenha comigo.

- Cavendishs pagam todas as contas que possuem, Severus... Mesmo que você não queira, eu vou lhe pagar, essa é a minha última palavra. – sem falar mais nada, Cassandra saiu pela porta, deixando um cheiro de jasmim atrás de si.”


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