Duas Mulheres escrita por Tina Granger
plano
- Você está pensando em fazer o quê? – Henry não se preocupou com o volume da sua voz ecoando pela casa.
- Ficou completamente louco. – Lupin encarava Severus como se ele tivesse duas cabeças. Severus deu um sorriso debochado.
- É bom saber que vocês gostaram do plano. Justamente por eles pensarem que eu não seria capaz de...
- Severus, só não te passo um atestado de loucura agora mesmo, porque senão eu é que vou ter que te aturar na ala psiquiátrica. – Henry passou a mão pelos cabelos vermelhos. – Merlin, e eu que já achava que os seus neurônios não batiam bem há dezesseis anos, agora tenho a comprovação que você é um louco. Louco perigoso.
- Obrigado pelo incentivo, Henry. Mas não me interessa a sua opinião pessoal. Acham que o plano tem chances de dar certo?
- Se tivesse saído das cabeças dos gêmeos as chances seriam muito melhores. – Henry murmurou, após um instante. – só para lhe avisar: se sair algo errado, pode ir dando adeus a essa cara de morcego. Porque Você-Sabe-Quem é trouxa, mas não tanto.
- Lupin? – Severus ergueu a sobrancelha.
- O plano é tão... – ele suspirou. –Sirius jamais teria concebido uma coisa ao mesmo tempo tão idiota como brilhante.
- Que bom saber disso. Então vou mandar os convites agora mesmo.
- Não devia estar trabalhando, ao invés de ter idéias de...
- Caso não tenha percebido, eu estou trabalhando.
- Ah, certo, escrever cartinhas de amor aos Comensais agora justifica o salário de professor de Poções... E por falar nisso, como ela é? Me refiro a Samara. Boa nessa matéria?
- Catastrófica é um termo mais adequado. E não entendo esse seu interesse por ela. – ele ficou irritado.
- Ah, por nada. Tirar um sarro da sua cara por conta de uma grifinoria é muito divertido para que eu deixe passar em branco.
- Tem certeza de que os gêmeos são seus sobrinhos? Parecem filhos.
- Absoluta. Sem querer desmerecer Molly, ela me lembra um dragão soltando fogo pelas ventas. E além do mais, depois de ter feito um filho chato feito Percy, nada mais justo que Artur fizesse dois anjos feito os gêmeos. – Ignorou o olhar fulminante de Severus. - E assim, só por curiosidade, quem vai fazer a segurança? – Olhou para os dois e balançou a cabeça, quando percebeu que ambos o olhavam. – Estão me olhando desse jeito por que?
- Eu vou lhe explicar o que tenho em mente, Henry. Qualquer dúvida, Dyndy vai lhe ajudar.
- Não é nada mal, se considerarmos, que eu também vou lhe ajudar. – Lupin pareceu até divertido quando o outro grifinório fez uma careta. – Vai ser emocionante para mim passar um tempo fazendo nada.
- Por que eu tive que abrir a minha boca grande? - Henry franziu o nariz. – Mas o diretor sabe que você teve esse plano maluco?
- Com o desaparecimento de Potter, as chances dele dar certo são maiores.
- Que desaparecimento. Ele está escondido em algum canto do colégio, namorando a tal de Hermione Granger. Aposto dançar cancan nisso. E vestido a caráter!
Do nada, Lupin começou a rir.
“Uma Cassandra contente entrou na sala, sorrindo muito, enquanto cantava meio desafinado.
- Oi, Severus! O dia não está esplendoroso? – a pergunta foi desproposital, pois uma chuva que não parava há dois dias, o prenúncio de um inverno gelado. Cassandra odiava o inverno, repetindo isso a cada aula que tinham. – Ai, se eu pudesse escolher um dia para morrer feliz, escolhia hoje.
- O que aconteceu? Está muito contente para o meu gosto.
- Só porque você tem o humor de um limão azedo, não quer dizer que as outras pessoas tenham que ter o mesmo humor, certo? – Ela começou a tirar o livro de Poções da mochila. – E além do mais, eu estou muito, muito, muito feliz mesmo para me irritar com qualquer coisa... A não ser que Sirius apareça aqui do nada. Aí vou ficar irritada. Quer chocolate? – Ela ofereceu uma barra, que Severus recusou com a cabeça.- Não sabe o que está perdendo. – ela deu uma mordida no chocolate.
- Qual a razão dessa alegria toda, pode me contar? – ele tinha ficado curioso.
- Lembra da prova de Poções? Bom, duas semanas atrás, Sirius fez o favor de como sempre me encher a paciência. E ele estava querendo apostar que se ele tirasse uma nota mais alta que eu, que iríamos ir a Hogsmead. Se fosse eu, eu escolheria o que quisesse.
- Você fez essa aposta idiota?
- Fiz, porque tenho um professor de Poções que apesar de ser um charme comigo, é muito bravo com a questão de horário. – Riu da careta que Severus fez.- E adivinha quem venceu? Se quiser, eu lhe respondo: uma linda garota loira com um cérebro que está começando a funcionar graças a um certo sonserino. Só que eu tenho uma dúvida cruel, Severus, e antes que me xingue, poderia me ajudar com ela?
- Você não vai me deixar te explicar nada antes que me diga, não é?
- Exatamente! – ele balançou a cabeça mandando que ela prosseguisse, coisa que ela não perdeu tempo. – Bom, sei que vai ter um Baile, daqui a três semanas. E que a visita a Hogsmead é daqui a duas. Será que o Sirius vai ficar mais bonito com um vestido feminino de gala no baile tendo que convidar o Lucio Malfoy para dançar, ou na visita a Hogsmead usando uma minissaia mais curta que as que eu costumo usar e sandálias de salto alto, com maquiagem no rosto?
- Cavendish, você é diabólica.
- Eu? Diabólica? Sabe, depois que conhecer os meus irmãos, as pessoas costumam dizer que eu sou um anjo. Alias, estou te devendo uma coisa. – ela se levantou e deu um beijo rápido na bochecha dele. – Isso é por me ajudar a ganhar a aposta. – ela se sentou ignorando o olhar espantado dele.- Para que serve mesmo o sumo de...”
- Sirius quase apanhou das garotas, quando desceu com aquele vestido vermelho. – Henry se juntara as gargalhadas de Lupin.
- Pois ele quase apanhou mesmo quando convidou o Lucio para dançar... – Lupin completou, tentando ficar sério.
- Nunca imaginei que Narcisa tivesse tanto ciúme de Lucio. Vocês podem parar de rir e começar a se preparar?
- Que horas vai começar o ‘grande’ evento? – Henry ergueu a sobrancelha.
- Depois das nove. Antes Sanders tem detenção a cumprir.
- Detenção é? Depois sou eu quem não consegue se afastar das garotas. Velho pervertido! – Severus apenas olhou Henry, antes de ir até a lareira e voltar para Hogwarts.
Mas você está enganado, Lupin. Narcisa tinha ciúmes sim... do DINHEIRO do Malfoy.
Snape. – a voz gélida de Narcisa Malfoy não contribuiu em nada para melhorar a dor de cabeça que o professor de Poções estava sentindo.
- Sra Malfoy. Tão elegante como sempre.
- E você sempre galanteador. Espero que o convite que você me fez não seja relacionado a Draco.
- Na realidade, passa muito longe. Seu filho tem mostrado um comportamento exemplar.
- É mesmo? Engraçado, ouvi rumores muito diferentes a respeito disso. Draco por acaso está namorando uma nascida trouxa?
- Não que ele tenha me dito. – Narcisa o encarou levemente, como se estivesse aborrecida.
- Então, o que quer?
- Uma aliança. Consegui apurar, dentro de Hogwarts, alguns fatos interessantes.
- Tais como? – ela não tinha pressa em falar.
- Tais como? Bem, Lucio não pode mais andar livremente por aí, e digamos que se correrem certos boatos por aí... Talvez o Ministério, se for convencido que Lúcio está como direi... fora de seu juízo perfeito, concorde em colocá-lo em uma das alas do St Mungus.
- De onde ele pode fugir mais rapidamente. E como esses rumores se espalhariam, Severus? – o próprio Voldemort estava curioso.
- Essa é uma explicação que eu vou adorar ouvir. – Belatrix Lestrange apertou os olhos.
- Muito simples... Cobrando alguns favores, concedendo outros... Belatrix, use o cérebro. Se seu marido fosse persuadido a se entregar, com certeza todos achariam um sinal de burrice. Uma entrega especial assim, e Dumbledore vai acreditar que estamos nos desmantelando.
- E por que não usamos você como isca?
- Cale-se, Belatrix. Com os dementadores do nosso lado, isso até que faz sentido. Fingimos perder um descerebrado e recuperamos um cérebro... E com relação a Macnair, Nott, Crabe e Goyle?
Embora não tenha certeza, acredito que Milord queira cérebro, não músculos. E com Potter desaparecido, qualquer ação deve ser executada com precisão.
Esse é um dos motivos que lhe salvaram a vida, Snape. Seu cérebro. – Voldemort olhou com desprezo para Rabicho. – E sua fidelidade.
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