Open Up Your Eyes escrita por Stark


Capítulo 3
Capítulo 3: Bem – Vindas (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, quero que me desculpem pela demora, só agora consegui me reorganizar nas ideias e voltei a escrever... desculpem mesmo , espero que gostem do capítulo e uma boa leitura! ❤



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“Chorar ajuda por um tempo, mas depois é preciso parar de chorar e tomar uma decisão.”

— As Crônicas de Nárnia

 

O silencio permaneceu por longos minutos, tempo suficiente para que todos normalizassem sua frenética respiração promovida pelo susto, nervosismo e curiosidade de ambas as partes.  Aslan que estava na parte mais alta daquele salão onde jaziam os tronos, agora descia calmamente aproximando-se das garotas desconhecidas.

 – Não tenham medo. – o majestoso leão se pronunciou e os olhos, de Frender, Darwin e Landsteiner se mantiveram ainda mais firmes nele.

— Que lugar é esse? Tá quero dizer, sabemos que é Nárnia, mas que diabos é Nárnia? – Chelsea questionou um tanto atônita pela expressão de curiosidade estampada nos olhos dos outros cinco seres que ainda as observavam. – E parem de nos olhar como se fossemos aberrações. – antes que alguém pudesse responder a sua pergunta, a garota loira completou permitindo que Aslan risse e os reis se entreolhassem.

— Nárnia é o nosso Lar. – Edmund pronunciou-se firme caminhando até as desconhecidas, deixando bem claro em sua voz que elas eram intrusas. Meio deselegante de sua parte, mas a desconfiança o fazia agir daquela forma. Aslan olhou-o como se o repreendesse e ele uniu as sobrancelhas perguntando o que tinha feito, como se aquilo não fosse nada demais.

—Mas em que lugar fica o seu “Lar” gênio? – com certa ironia que quase nunca usava Katheryne questionou ao jovem rei de olhos e cabelos negros e o mesmo a olhou imediatamente com um leve sarcasmo. Lucy riu disfarçadamente pelo pequeno e precoce desafeto das garotas para com seu irmão, ela sabia que Edmund não ajudava muito no quesito “fazer amizades” o que era engraçado.

 – Nárnia é um mundo plano e geocêntrico, ao contrário do seu. Aqui a infinita água do oceano é doce e coberta por flores, o céu encontra o mar. O céu é habitado pelas estrelas, que também são vivas e realizam danças que os sábios podem interpretar para fazer predições sobre a chegada dos reis ou indivíduos desconhecidos e outros acontecimentos. O sol é um disco em chamas que dá a volta em torno do mundo de Nárnia uma vez a cada dia. É no sol que estão as flores de fogo... Ou seja, se um amigo estiver ferido, basta algumas gotas do líquido que essas flores contem para curá-lo. – O Grande Leão explicou com calmaria do que realmente era Nárnia para as garotas e os reis que ouviram com atenção. O mais engraçado é que até mesmo os reis estavam fascinados com tamanha explicação dada, eles não se recordavam de tal informação que Aslan lhe dera da primeira vez que estiveram ali.

— Nossa... – a garota de cabelos negros e olhos da mesma cor, deixara escapar de seus lábios uma pequena palavra que expressava admiração e fascínio por está participando de algo desconhecido e ao mesmo tempo grandioso. Como ela sabia que aquilo era grande? Pelo simples fato do olhar que emanava justiça daquele Leão a sua frente.  – Então fica confirmado que aqui não é o céu. – a mesma continuou supondo e recebeu uma resposta enigmática.

— Depende da sua definição de céu. – Aslan lhe respondeu agora voltando para a área em que estavam os tronos.

— Morremos ou não? –a alemã perguntou de sua forma um tanto esbaforida fazendo com que a atenção de Peter O Magnífico se intensificasse sobre ela. O rei sorriu com o que a mesma disse e sentiu apreço por sua forte personalidade.

— Afinal, por que acha que vocês morreram? – agora era a vez de Lucy perguntar aproximando-se das outras meninas que lhe olhavam com ternura. Antes que a resposta fosse dada as três se olharam e Katheryne tomou a frente para ceder tal informação.

— Antes de virmos parar aqui cada uma estava em um lugar que um dia chamaram de lar. Eu me chamo Katheryne Darwin, estava no porão da minha casa e decidi sair para procurar alimento já que a situação em que a cidade em que moro é catastrófica está em Guerra, a Guerra das Duas Rosas na velha Londres... – a ruiva começara a falar e nesse momento os Pevensie se entreolharam, pois o primeiro local que ela citava era de onde eles também vinham. – No momento em que saí do porão em poucos minutos fui atingida por uma bomba lançada pelas maquinas voadoras que pairavam no céu,senti meu corpo arder em chamas,e fechei os olhos e tudo o que vi foi a floresta e o sol batendo contra meu rosto. Mas o mais estranho de tudo é que eu venho do século XV  , as garotas não tem noção da Guerra ao qual enfrentamos, ambas vem de época diferente da minha, são da Alemanha, onde um tal de Hitler tem o poder nas mãos, o que é ruim pois segundo as mesmas, ele é uma pessoa má.

Caspian encheu os pulmões para dizer alguma coisa, mas antes que pudesse fazê-lo outra garota começava a dar sua versão de como fora parar naquele lugar.

— Hitler não é mal, é alguém doente, sem escrúpulos. –a garota loira a corrigiu assim que viu que o termo “mal” não era o suficiente para descrever aquele homem. – Bom, eu me chamo Chelsea Landsteiner, eu venho da Alemanha Nazista de Adolf Hitler, para começar ele não é alemão, é um Austro-Húngaro que conquistou toda a Alemanha com uma ideologia doente de que somente uma raça pura mereça viver. Raça criada por ele, a maldita raça ariana ao qual só é digno de vida quem obtiver olhos esverdeados ou azuis e cabelos loiros como os meus. Pessoas com características contrarias como negros homossexuais e judeus morrem todos os dias. Minha família ajudou a família Frank, uma família judia e também morreu. E como eu vim parar aqui? Estava fugindo do soldados de Hitler que me encontraram, minha alternativa era pular de um penhasco ou ficar e morrer nas mãos deles, fechei os olhos e... – a essa altura Chelsea já tinha os olhos marejados.

— Então você pulou. – Caspian supôs e ela balançou a cabeça em afirmação. – E quando pulou estava aqui. – mais uma vez depois que o Telmarino se pronunciou a garota afirmou em gesto.  O silêncio se instalou pelo pesar que os relatos dados anteriormente por duas das três garotas trouxeram. Edmund tinha seu olhar preocupado assim como o de Peter, Susan e Lucy estavam com os olhos marejados pelo o que acabaram de escutar. Caspian sentia certo incomodo ao imaginar ambas as situações.

— Agora, só me resta. – a garota que praticamente não se pronunciou desde que entrara ali, disse com timidez por ter todos aqueles olhares atentos sobre si, esperando pelo o que seria dito.

Para Hanna era mais difícil falar sobre aquilo, pois diferentemente de Katheryne e Chelsea, ela sim estava esperando de fato pela morte, ser atingido por uma bomba ou ter que pular de um penhasco foram conseqüências da situação em que estavam, mas com Frender não, ela estava ali pois outra pessoa a escolheu para morrer, a sua “conseqüência” era existir.

—Bom, me chamo Hanna Frender, eu sou Judia, da mesma época da Alemanha Nazista como Chelsea, nós não nos conhecíamos até agora, mas enfim... – a garota começou e respirou fundo para prosseguir. – Como todos já sabem, todo judeu ou pessoas com característica contraria ao padrão de Adolf são mortos, antes de vir parar aqui, eu estava em uma fila para morrer em uma das câmaras de gás tóxico , vi dezenas de crianças, jovens e adultos morrendo antes de mim, eu vi o ultimo olhar de cada um deles, é desesperador.

 –Pare por favor.– Edmund disse tencionando o maxilar, um nó já se formava em sua garganta ao escutar que ela passara por aquela desumanidade.

 –Por favor, eu preciso continuar, eu preciso. – a essa altura Hanna estava de cabeça baixa enquanto tecnicamente pedia para que ele a deixasse ser forte. Edmund expressou um pedido de desculpas com o olhar quando ela levantara a cabeça em sua direção, assim ela prosseguiu. – Como eu dizia, estava na fila, depois de muitos outros que se foram chegou a minha vez, eu entrei na câmara de gás sendo empurrada por um dos soldados de Adolf para os braços da morte. Não demorou muito para que porta fosse trancada e o gás fosse liberado, em poucos segundos eu já sentia meu corpo reagir a aquela química, eu sentia uma ardor muito forte como se todos os meus órgãos estivessem fritando,foi quando fechei os olhos e tive o mesmo destino que as garotas.

Hanna completou e mais uma vez o silencio se instalou ali, até que uma voz suave preenchesse todo o salão, voz que pertencia a Rainha Susan A Gentil.

 –Eu não a conheço, na verdade não conheço nenhuma de vocês, mas quero que saibam que estou feliz que estejam em Nárnia, se estão aqui é porque há um propósito, e falo isso por todos nós. – Susan disse com ternura e em seguida olhou para os irmãos, Caspian e Aslan que com olhares diziam tudo, que concordavam com o que a mesma dizia.

 – Susan tem razão, nós oferecemos nossa hospitalidade a todas vocês, se estão em Nárnia é porque são merecedoras disso. – Peter disse e Caspian concordou com suas palavras.

 – Podem aprender a lutar aqui, a cavalgar entre varias outras coisas. – Caspian verbalizou sorrindo e as garotas retribuíram o gesto em gratidão.

  – Podem ficar despreocupadas, pedirei para nossos amigos que preparem um quarto para cada uma de vocês. – Lucy disse referindo-se aos criados com certa animação permitindo que os outros rissem, exceto Edmund que era mais fechado. No fundo ele não via mal algum em deixá-las ficar, só pensava que não havia necessidade de dizer isso em voz alta, às vezes o orgulho lhe sucumbia.

Por um momento todos olharam para o Pevensie que tinha a fama de birrento, até mesmo Aslan o olhava com diversão, estava a espera que o mesmo dissesse algo em relação às garotas,um certo tipo de boas vindas as novas hospedes de Cair Parável.

Imediatamente Edmund percorreu o rosto de todos, inclusive dos outros reis de Nárnia parando seus orbes negras sobre as notáveis senhoritas. Olhou primeiramente para Chelsea, depois Hanna e por ultimo Katheryne  em quem descansou seu olhar. Ed observou sua estatura magra, cabelos ruivos e olhos castanhos e seu rosto cansado, mas ainda assim a achou bonita. Katheryne percebeu o olhar e o devolveu com certo ceticismo, algo que durou por pouco tempo, assim como Edmund se perdeu nos seus, ela se perdeu nos olhos dele. A cor dos seus olhos poderiam ser um tanto comum mas a intensidade que jaziam neles fascinavam ambas as partes. Se Aslan não tivesse rugido talvez tivessem ficado ali por muito tempo.

Um tanto desconcertado pelos risinhos dos outros que observaram a cena Edmund finalmente dissera o que todos ali estavam esperando.

—Quero que saibam que o importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre. Não importa o que passaram, foi deixado para trás, se são dignas de Nárnia... Sejam Bem–Vindas. – o jovem rei completou e mais uma vez seu olhar cruzou o da britânica, algo lhe dizia que algo novo estava por vir.

 


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