As Brumas de Avalon - Destinos Interligados escrita por Atena Black


Capítulo 6
Propostas respondidas




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Margo acordou no dia seguinte cansada, pois passará a noite em claro pensando na proposta de Viviane e Merlin, ela levantou e tomou seu café da manhã, algumas frutas e um pedaço de pão com queijo. Antes de começar novamente as diárias lições sobre religião, decidiu caminhar e enfim dar uma resposta a Viviane. A manhã estava quente e muito fresca o cheiro da primavera se exaltava nas margaridas espalhadas pelo chão ela então se sentou na grama ao lado de um velho carvalho que estava há anos e anos em Avalon, deitou e sentiu a ligação entre ela e o solo era como se apenas fossem um, um corpo, um coração e uma alma. Não era assim que imaginava sua vida. Sendo levada para seduzir um homem casado. Ela sonhava em uma hora sair de Avalon, mas não para isso ela queria conhecer o mundo, lutar em guerras para mostrar aos outros e a si mesmo a sua capacidade e no final descansar numa casa pequena no meio da floresta, mas sozinha sem homem e sem filhos. Queria ser como a Deusa Ártemis caçadora sempre preservando a virgindade, seus planos poderiam ser jogados agora na fogueira e queimados onde nem ao menos suas cinzas seriam guardados.

– Espíritos de Avalon, peço que me guie nesta hora, abençoem minha cabeça para que eu possa fazer a coisa certa – ela disse num prece de olhos fechadas, apunhalou algumas folhas caídas no chão. O vento soprou forte, ela sentiu como se fosse o espírito do ar lhe dando um abraço de consolo – Dê-me espíritos do ar, sopre em meus ouvidos minha decisão correta.

“Serão tempos difíceis”.

Ela ouviu. Assustou-se no começo, nunca tinha ouvido essa voz tão claramente apenas dentro de si, como sua voz interior, mas essa era diferente. Tinha um ar calmo e sereno como de um velho e sábio druida, era forte, mas graciosa não sabia exatamente quem era ou o que era apenas deitou-se no chão novamente e tentou entrar mais em conexão com a voz.

– Diga-me, voz sábia, qual serias a dificuldade que estas pra vim.

“Seu coração ira levá-la aonde ira ser necessário. A vida sonhada, a vida de solidão e de aventura será uma realização se lutares por ela, mas o caminho proposto pela Senhora do Lago seria glorioso e marcante para ti, com aventuras e dores”.

– Mas, qual deveria ser o caminho certo? O meu sonho ou a proposta?

“Não a caminho certo ou errado, o lado do caminho a senhorita que fará. Decida-se por seu coração”.

– Mas – ela calou-se e ficou mais algum tempo deitada no chão onde a voz não falará mais nada e após ouvir uma das moças de Avalon lhe chamando levantou-se tirou as folhas secas de sua saia e seu cabelo e caminhou até ela.

– Lira, estou aqui – eu disse a uma moça de apenas quinze anos que me chamava.

– a Senhora pede sua presença – Talvez fosse para a resposta final.

– Sabe o porquê ela deseja minha presença?

– Não.

Caminhei com Lira até as margens do lago de Avalon onde a bruma estava mais densa. Viviane estava em terra junto de Merlin que tinha um ar de cansado, um barco estava parado a margem.

– Senhora – Margo disse.

– Minha querida – ela veio até Margo e pegou-lhe em seu ombro – Pode ir Lira, agradeço o favor – Lira acenou com a cabeça e saiu.

– Se for pela resposta Senhora, não sei muito bem ainda qual será.

– Ah não! Mesmo com sua idade precoce para esta tarefa, quero realiza-la. Margo tu és muito poderosa, mesmo com pouca idade. Escolhi você para esta missão por ser este um dos motivos. Vamos Merlin entre no barco – ele não disse uma palavra e sentou-se na ponta do barco, ela deu passagem a mim e entrei, ela foi por último soltou a corda que amarrava o barco na margem e ele começou a deslizar. Margo não havia percebido a presença de um moço de aparência estranha no final do barco que remava até o meio do lago, ela não sabia o que Viviane estava querendo ela sentia certo desconforto, a bruma cobria tudo ela não conseguia enxergar um palmo a sua distância impedindo até de sentir o calor do Sol que brilhava forte naquele dia, Margo colocou a mão para fora do barquinho e levou a mão no lago e a medida que o barco andava a água encharcava sua mão, estava fria a água e quieta para ela a impressão era de que o barqueiro não conduzia o barco. Numa hora, o barco pequeno parou e ficaram todos em silêncio.

– Sabe o que iremos fazer? – Viviane perguntou num tom forte que queria respostas.

– Sim, acho que sim. É a prova final, é a prova em que eu tentarei afastar as brumas para que elas possam me deixar entrar em Avalon, não? – Margo respondeu num tom firme, mas que por dentro escondia a incerteza.

– Está correta. Lembra-se de como se realiza esta prova? – Merlin disse serenamente.

– Sim, senhor – ela levantou-se e caminhou com cuidado até a ponta do barco, ela caminhou como se ninguém estivesse lá, enquanto andava sentiu a barra do vestido de Viviane passar pela sua.

Ela foi até a ponta do barquinho e levantou os braços para cima e foi respirando devagar e calmamente.

“Grande mãe, aqui volto para meu lar”.

Ela desceu um pouco os braços, nada acontecerá.

“Estou em meu lugar, mostre-me Avalon a terra sagrada de onde eu vim”.

Ela desceu mais os braços e novamente nada aconteceu. E num movimento foi descendo os braços lentamente e mantendo sempre a respiração constante.

“Sou eu que peço sua filha, sua seguidora, deixe-me voltar para casa se for a tua vontade, faça com que as brumas se afastem pelos espíritos do ar, pelos espíritos da água que leve este barco até meu lar”.

O barco devagar mente começou a se mexer, ela não sabia se o barqueiro havia começado a remar, mas ela retornou ao seu trabalho.

“Aos espíritos do fogo peço que aqueçam meu corpo para realizar esta tarefa, pelos espíritos da terra peço que façam com que usem sua força para que eu volte para eles”.

“Pelos meus poderes concebidos pela Deusa e pelo Deus, ordeno agora que as brumas sumam e mostre-me os caminhos para Avalon a terra sagrada”.

Ela permanecia com os olhos fechados, pois não queria ver seu fracasso não sabia se estava pronta para essa tarefa, mas até que Margo sentiu os raios do Sol lhe beijando a face. Margo foi abrindo os olhos devagar e quando os abriu completamente pode ver Avalon nitidamente, ela sorriu. Havia conseguido Avalon a reconhecia como filha, como pertencente de suas terras. Cisnes voavam pelo céu, ela não se sentou ficou contemplando a paisagem e agradecendo a Deusa por ter conseguido e por ser parte de Avalon. Quando o barco chegou as margens do lago, ela saiu e colocou o pé suavemente na terra e esperou que Viviane e Merlin saísse e o barco se foi entre as brumas junto com o barqueiro.

– Realizou com perfeição sua tarefa, Margo dos Vales – Merlin deu um sorriso carismático.

– Sim, realizou. A cada momento vejo que você foi a escolha certa – Viviane sorriu também – Está pronta, creio que com essa nova fase já sabe qual será a resposta – ela sorriu feliz. Viviane estava feliz por Margo, lembrava-se quando Morgana realizou essa prova e ela ficará com o mesmo sorriso que Margo tinha ficado naquela hora Viviane sentiu então um grande amo pelas duas, ela queria apenas o bem delas. Elas iriam manter a religião e teriam uma vida melhor, era este caminho que Viviane queria, mas não seria esse. Morgana fora embora quando percebeu o caminho que Viviane escolherá para ela, mas e Margo? Iria embora também?

– Sim, meu coração já decidiu meu destino – Viviane tinha o coração apertado, se fosse o desejado sim ela perderia Margo, ela iria embora, mas se fosse o não o futuro era o mais incerto para todos, mas a teria ao seu lado para sempre – Quero salvar a religião e as lembranças da Deusa, quero poder ser uma peça importante neste jogo.

Viviane sorriu e a abraço, segurou as lágrimas por algum tempo até ficar longe de todos. Margo tinha um espírito guerreiro não tinha como negar, Viviane ao abraça-la sentiu algo sem explicação e sua mente fora perturbada por várias imagens. Margo deitada ao lado de Lancelote, seu filho, eles se amavam, Margo junto de Arthur tendo-o como um grande amigo e ela cercada por uma grande força maligna. Viviane tentou não demonstrar o que ela havia visto, mas fora quase impossível.

– Viviane? – perguntou Margo preocupada – Está pálida! O que houve?

– Não a nada menina – ela sorriu a Margo – Goliom voltaria hoje, vá contar a novidade a ele.

– Irei, mas tem certeza de que está bem?

– Toda certeza do mundo, foi apenas um breve cansaço. Vá, ao anoitecer quero ver-te em meu quarto.

Ela saiu correndo entre o campo atrás de Goliom, Viviane tinha a certeza de que Goliom não aprovaria a notícia, mas nada poderia fazer para trocar a resposta de Margo.

– O que houve? – Merlin perguntou atrás de Viviane.

– Ah pai – ela balançou a cabeça – Não sei bem explicar, vi coisas...

– Coisas...

– Coisas que mostram que não sei se tudo dará certo a partir de agora. Vi Margo e Lancelote juntos pai! Isso não poderá acontecer, vi-a também tendo uma grande amizade com Arthur, mas apenas isso! E a vi numa onda de energias negativas tenho medo de que faça algo de mal a ela.

Merlin foi até Viviane e a abraçou.

– Minha cara, você fez a cosia certa em escolhê-la isso é fato, mas agora é ela quem fará esse destino. Esta nas mãos dela.

– Mas, será tudo em vão se acontecer isso!

– Nem tudo, se ela realizar uma amizade verdadeira com Arthur pode ainda dar certo.

– Mas, sua esposa terá maior poder a ele! – Viviane começou a derramar lágrimas.

– Não minha cara, sinto que Arthur não será tão feliz com o casamento, a mulher que ele de fato ama não poderá nunca ser sua.

– Morgana..?

Ele ficou em silêncio, isso bastava para saber a resposta.

– Margo é encantadora sem dúvida e encanta qualquer homem que a vê-la, Arthur pode não tenha carnalmente, mas a terá espiritualmente. Eles já se conhecem na eternidade, ela ainda terá poder sobre ele, mas um poder do bem.

– Não creio tanto que ela terá sobre ele um poder apenas espiritualmente! Ele é um homem, e ela fazendo seus desejos ele seria sempre dela!

– Arthur não é como qualquer homem Viviane, rezaremos para que tudo de certo e deixaremos isso nas mãos de Margo. Tenho que voltar a Grã-Bretanha para ajudar Arthur com tudo, descanse e diga os procedimentos a Margo, nos encontraremos em uma semana.

– Sim pai – ela o soltou e deu um sorriso triste e virou-se e caminhou sem olhar para trás para seus aposentos.

Margo foi até o Thor onde ela e Goliom treinavam, ele devia estar esperando ela corria na subida sem ao menos se cansar e ela estava certa, quando chegou lá estava ele afiando as espadas.

– Goliom! – ela gritou havia tempo em que eles não se viam, Goliom havia saído em busca de aventura e de conhecer mais o mundo, havia um ano que não haviam se visto, ele fora embora próximo da data em que Morgana fora também. Ele deveria estar com uns 30 anos ela pensou, ela tinha a certeza que ele lhe traria notícias do mundo lá fora. Quando ouviu ela o chamando ele se virou com um sorriso no rosto e correu até ela.

– Margo! – eles se abraçaram, num abraço forte seus corpos se misturaram – Como você cresceu!

– Então, diga-me como foi!

– Foi incrível Margo! Você tem que ver o mundo lá fora. Quantos anos ira fazer quinze?

– Sim – ela disse feliz.

– Tenho que pedir permissão para Viviane, pois tenho que te levar para conhecer o mundo! – ele disse a levantando no ar e ela riu.

– Eu vou Goliom! Eu vou para fora daqui a uma semana – ela disse feliz.

– Como assim? – ele perguntou meio receoso.

– Irei para o casamento do novo rei da Grã-Bretanha e logo ficarei por lá, tenho uma missão a cumprir.

– Que missão Margo? – seus olhos castanhos me olharam sério.

– O rei se casará com uma cristã e eu irei para impedir de que ele quebre os votos com nossa religião, bom eu...

– Você?

– Irei seduzi-lo para isso, mas enfim eu irei sair e conhecer o mundo!

– Não irei permitir isso! Você não é garota para ficar seduzindo homens!

– Mas Goliom, é apenas para fazê-lo lembrar-se de seus votos e para que ele me obedeça!

– Margo – ele colocou as mãos grandes em meus ombros – Esse não é o futuro que eu quero para você.

– Mas é que eu quero! Irei ver o mundo isso é o que importa! – ela saiu de perto dele – Eu irei ver o mundo e se eu tiver algum poder sobre ele posso ir lutar Goliom! Eu poderei ir para guerra e sentir finalmente o ar da batalha!

Ela dizia ambiciosamente e isso assustava Goliom.

– Eu tinha medo disso – ele disse triste.

– Medo do quê?

– Do seu espírito guerreiro. Um guerreiro de verdade faz tudo para lutar numa batalha.

– E eu lutarei Goliom! Eu farei de tudo.

– Mas isso estará humilhando-a fazendo-a prisioneiro dos caprichos de um homem! Sem ama-lo.

– Goliom, isso não me importa eu estarei lá fora – ela disse calmamente e colocou sua mão pequena em seu rosto – Eu estarei bem.

– Nunca pensei que mãos tão pequenas iriam saber manusear armas melhores que um guerreiro.

Ela sorriu.

– Se isso lhe fará feliz tudo bem, mas lembre-se que um guerreiro nunca deixa que o humilhe.

– Eu lembrarei.

– Eu irei com vocês. Falarei com Viviane e irei acompanha-las, ficarei feliz de voltar para casa.

– Você é um bretão? – Margo perguntou surpresa.

– Sou – ele sorriu – Mas nunca mais coloquei os pés naquela terra.

– Por que não?

– É uma longa história e não sou bom em histórias – ele disse saindo, pegando uma espada.

– Poderia me contar – ela insistiu.

– Depois, quero primeiro ver o que você prático sem mim.

Lutaram com espadas, Margo havia melhorado bastante na arte da luta “Bom o que espera, ela é uma guerreira de nascença” ele pensou. Ela o derrotou pela primeira vez, fez o cair e colocou a espada em seu queixo.

– Corujinha, está melhor do que nunca – ele sorriu e ela o acompanhou tirou a espada de seu queixo e lhe estendeu a mão.

O por- do - sol já estava começando.

– Olhe, olhe o Deus! – ela disse e correu até um ponto onde tava para ver muito bem o por – do – sol.

Goliom a acompanhou.

Naquela hora os dois puderam ouvir o canto das irmãs.

– Sabe, nunca quis que você crescesse.

– Por que não?

– Você um dia iria aprender tudo e voar com suas próprias asas e esse dia esta chegando.

– Não, sempre terei coisas para aprender com você. Poderia contar-me a história por que você nunca mais voltou na Grã- Gretanha?

– Antigamente havia uma guerra entre os bretões e os irlandeses e nessa guerra eu conheci uma irlandesa... Ela se parece com você.

– Os mesmo traços?

– Sim, cabelos enrolados negros, olhos verdes grandes, pequenas e graciosas, mas que tem um conhecimento superior – ele sorriu – Mataram-na nesta guerra e eu decidi aceitar o caminho escolhido para mim.

– Ser um druida?

– Sim.

– Eu queria voltar para minha terra – ela disse – Não me lembro bem de lá, o que mais me lembro era de uma floresta e de minha avó.

– Gostaria de voltar para lá?

– Sim, eu iria amar voltar para lá.


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