Amor a prova de fogo escrita por Bianca Romanoff
Notas iniciais do capítulo
Gente, mil perdões pela demora. Nem tenho uma desculpa plausível pra isso, mas aqui está mais um capítulo, e espero que gostem!
Jane estava agindo de maneira super estranha desde que salvou a vida daquela garota. Por mais incrível que pareça, Derek não foi assassinado, mas estava preso. Ela não parecia orgulhosa de seu trabalho, só... Cansada. Cansada e obscura. Como a antiga Jane, evitava conversas sobre sua vida pessoal, e restringia o assunto ao meu dia e a nossa filha.
— Eu nunca gostei dela. — Edd deu de ombros. Percebendo meu olhar de fúria, ele acrescentou — Mas às vezes uma conversa basta.
— Não acha que tem algo errado? Talvez algo do passado que ela não queira me contar?
— Claro que não, cara. — mas o tom de mentira em sua voz era óbvio demais.
Voltei para casa do trabalho e a encontrei brincando com Thalia na sala.
— Temos que conversar. — eu disse.
— Algo errado?
— Me diga você.
— Por mim, não. — ela era uma mentirosa meticulosa, cada mentira contada com certa indiferença.
— Jane, você está ficando indiferente. Foi algo que eu disse ou fiz?
— Não! — ela parecia querer me bater. — Não foi sua culpa. — Jane tentou se controlar, mas eu podia ver que ela não estava bem, que precisava da minha ajuda. — Como foi o trabalho?
— Foda-se o trabalho! — segurei seus ombros para forçar um contato visual, mas ela escapou, torcendo meu braço. — Ai!
— Você gritou um palavrão e acordou a Thalia, espertão. Agora você vai lá niná-la.
— Assim que você me disser o que houve.
— Eu queria poder, mas... Estou tentando proteger você.
— Sua missão já foi finalizada, você só está nos negócios, o que possivelmente pode estar acontecendo? Espera... É seu irmão de novo?!
Percebi que suas bochechas coraram. Então era isso! Ah, aquele canalha ia se ver comigo desta vez.
— John... Por favor. Vá fazê-la dormir! — eu obedeci, pegando Thalia nos braços. Ela estava diferente hoje. Algo não estava certo...
— Jane! Ela está resfriada?
— Não sei, John, você levou ela lá pra fora na neve de novo? — Jane retrucou.
— Isso foi só uma vez, e eu não sabia que estava nevando! — eu me defendi. — Ela está meio pálida. Não é, meu amor? Você está dodói? — Jane me encarou com sua máscara de julgamento, como se alterar minha voz para um bebê não fosse normal.
— Deixe-me vê-la.
Assim que entreguei-a para Jane, ela começou a chorar. E assim que a primeira lágrima escorreu, Jane alterou sua voz para acalmá-la. Arqueei as sobrancelhas para ela, que me deu uma cara amarrada em retorno.
— Ela está febril. Acho melhor levarmos ela ao médico.
Jane estava fazendo seu melhor para manter-se calma, mas não parecia verdadeiro. Então fiquei em pânico.
— Devo chamar uma ambulância? Ela tem alguma coisa? Você sabe de alguma coisa?!
— John! Está assustando a menina! Só... Pegue o carro.
Thalia não parava de chorar o caminho todo, e por causa de um documentário que assisti antes de ter o bebê, eu sabia que aquele choro não era específico de sono ou fome, e sua fralda estava limpa... então eu só pensava se ela estaria com dor, e isso me apavorava. Tanto que atravessei um sinal vermelho e Jane quase me matou.
— Preste atenção! Estamos com um bebê aqui!
— Desculpe! Desculpe, tá legal?! Não grite comigo!
— Você quem está gritando!
Então Thalia gritou, e nós dois calamos a boca.
— Pode ser só cólica. — Jane tentou nos acalmar.
— É, pode ser. Como pode ser outra coisa.
— Não diga isso. Não fique com medo, porque eu estou com medo, está bem? Preciso que você seja forte agora, e vou ser forte por você. Não deixe minhas mentiras entrarem no caminho da saúde da nossa filha, está bem?
Eu assenti e segurei sua mão em cima da marcha. Fomos acolhidos logo que entramos, e uma enfermeira levou Thalia para o quarto enquanto eu e Jane fomos obrigados a ficar na sala de espera. Olhei em volta e vi o número de pessoas chorando, ou roendo as unhas, batendo os pés... Como eu e Jane.
— Eu não estou mais amamentando. — ela revelou de repente.
— Eu sei, você disse que não queria, e eu não discordei...
— E se isso é o que está prejudicando-a? E se... Eu causei algo pra ela? Eu não quero machucá-la! Eu só... Sou tão egoísta! — Jane começou a chorar, e a passar as mãos pelo cabelo, como se quisesse machucar a si mesma.
— Para! — eu segurei seus pulsos e me aproximei. — Está tudo bem. Estou aqui, estou com você. Thalia vai ficar bem. Ela deve ter nos ouvido brigar, sabe como ela é esperta! — arranquei um sorriso de seus lábios.
— Ela é esperta como eu. — eu concordei, rindo.
Deixei que ela deitasse a cabeça no meu peito e afaguei seus cabelos. Uma enfermeira veio nos avisar que Thalia estava sendo levada para uma série de exames e precisava da nossa assinatura, mas Jane entrou em pânico.
— Pra quê tantos exames? Tem algo errado com ela? Esses exames são... Dolorosos! Não vou deixar vocês tocarem minha filha sem uma explicação!
— Senhora, você é médica?
— E isso interessa? — a enfermeira parou de sorrir.
— Ela só está sendo gentil, Jane. Assine os papéis.
— Tem algo errado com ela?!
— Eu não sei, senhora, me desculpe. Tudo que posso informar é que os médicos estã fazendo o possível para ajudá-la, e com os exames seremos capazes de diagnosticá-la.
— Tudo bem. — ela assinou rápido e voltou a chorar convulsivamente.
— Jane... Está tudo bem. Não chore, por favor. — mas eu mesmo não conseguia evitar as lágrimas.
— Ele mentiu pra mim, sobre tudo! — ela confessou. — Eu quero te contar, mas tenho medo do que ele fará se descobrir.
— Vai ficar tudo bem. Ele não vai descobrir, nunca, está bem?
Ela assentiu, e começou a falar.
Pov Jane
Desabafei com John, contei a ele, tudo, sobre minha infância que eu erroneamente pensava ser na Rússia. Depois de tudo, eu esperava que ele fugisse, que ele me julgasse, mas ele ficou. Segurou minhas mãos e me acalmou, e percebi ainda mais o quanto eu o amava. Ele não me abandonava como as outras pessoas.
— Vou ao banheiro. Os exames dela devem demorar mais algumas horas. — eu disse.
Quando estava saindo do banheiro, dei de cara com uma conhecida.
— Bonnie. O que faz aqui? — tentei sorrir, quando minhas mãos suavam. — Pensei que estivesse na Filadélfia, com a Libby.
— E eu pensei que você era médica lá.
— Eu me demiti. Não era a profissão dos meus sonhos. — mas Bonnie não parecia convencida.
— Aquele médico que cuidou dela, está preso. Por crimes verdadeiros, Jane!
— Pois é, eu também fiquei chocada. — menti.
— Ele podia ter matado a Libby!
— Ele só matava os pacientes da...
— Jane! O que há de errado com você?
— Desculpe?
— Você era minha melhor amiga. E você sabe que tenho um dom. Não vejo mais bondade nos seus olhos, Jane. Só vejo dor. O que houve com você?
— Essa coisa toda não existe, Bonnie. Nós só estávamos brincando.
— Seu irmão veio falar comigo.
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Então, o que acharam? Agora eu finalmente vou escrever mais sobre a história da Bonnie, com algumas surpresinhas por aí kk.