— VOCÊ MENTIU PRA MIM SEU DESGRAÇADO?! — Grito pulando em cima de Lucas, desferindo socos no maior enquanto ele tentava se defender.

— A ideia não foi minha.

— E EU PENSAVA QUE TU IRIA MORRER SUA PESTE DOS...

— Acalme-se Nash! — Lupin veio a meu encontro junto a Bryan.

— Vocês dois também sabiam disso?! — Pergunto assustado. Ambos concordam com a cabeça.

— Mas... Mas...

— Olá Nash! — Uma mulher com voz serena diz me acalmando. Ela está sentada sobre um trono e seu manto é um tom de azul bem claro. Ao seu lado há mais três tronos. Um ocupado por um velho idoso cujo cara é de uma múmia que acabou de sair do sarcófago. Uma menina que não alcança o chão com os pés e um homem robusto e forte que parece que tomou mais anabolizantes que a mulher do circo domada pela carta força. — Meu nome é Sui e eu sou a guardiã do elemento água. — Ela continua observando minha reação de observar cada detalhe do local. — Como pode perceber, nós somos o conselho. Observamos suas lutas e batalhas há anos e decidimos por em prática tudo o que você aprendeu com Lucas na teoria.

— Isso quer dizer que vocês me testaram?

— Sim. — A menina mimada responde. — Bryan e Lucas tiveram essa missão após o seu sucesso com a captura da terceira carta.

— Mas... mas...

— Sei que pode parecer confuso agora, mas o teste serviu para fortalecer os seus poderes para que assim pudéssemos ter plena certeza se desta vez você iria conseguir selar todos os amuletos.

— Desta vez? — Sussurro.

— Sim. — O homem robusto fala com voz de locutor de rádio. — Como sabes, Lucas já te conhecia em suas vidas passadas. Em todas essas vidas, ele tentava fazer você selar as doze cartas.

— Mas quando você não conseguia e alguma ameaça acontecia, ele se matava ou morria e tudo se repetia.

— Isso quer dizer que eu já tinha selado essas cartas antes? — Resmungo incrédulo.

— Sim. — Lupin responde — Entretanto, seu limite foi seis cartas. Depois você conseguiu quatro, e depois duas e depois nenhuma e agora tens três. — Ele diz.

— Percebemos que ao selar a carta do Mago de primeira, suas habilidades haviam dobrado desta vez.

— Queríamos ter certeza se Lucas estava te levando ao caminho certo. — O homem robusto volta a dizer.

— E isso quer dizer que isso tudo foi um treinamento? — Pergunto. No fundo me sinto usado.

— Também. — Bryan diz. — Mas principalmente percebemos que sua motivação, o amor, fez você fazer coisas completamente impossíveis como conseguir as asas do desejo.

— Que agora servirão de asas comuns para que você possa voar sem o auxílio das cartas. — O velho diz como se tivesse com tuberculose.

— É SÉRIO?! — Berro.

Todos começam a rir, então Sui responde: — Sim. Agora você é um anjo por completo. — Ela diz.

— yupiiiiiiiiiiii! — Pulo de um lado para o outro. — Mas tenho uma pergunta.

— Faça.

— O que o conselho faz? — Pergunto olhando para cada um deles. — Por que eu tenho a árdua missão de selar doze cartas e unir doze tribos o que me deixa vinte e quatro vezes mais cansado.

A mulher sorri de forma serena.

— Primeiro, iremos nos apresentar. — Ela diz — Como sabe, eu sou a Sui guardiã da Água.

— Chi. — Verbaliza o homem robusto. — Guardião da terra.

— Ka. — A menininha diz balançando os pés de forma agitada. — Guardiã do fogo.

— Fu. — O velho fala sorrindo. — Guardião do Ar.

— Nós somos responsáveis pela paz que há entre as tribos até que o anteposto revele seus poderes sobre nós.

— Como assim?

— Reza a lenda que Shat criou as tribos com a gota dos elementos. — A mulher diz apontando para um monte de bolinha colorida girando em círculos um atrás do outro. — Por isso, cada nação recebe um elemento do qual o doma.

— Ah. Entendi. — Mas enfim, o que vocês fazer além de ficar com a bunda na cadeira?

— O Conselho é responsável por cuidar e vigiar cada gota para que assim não aja colisão com os demais.

— Em outras palavras, somos os responsáveis pelo andamento da missão de Lucas e Bryan.

— E responsáveis por evitar guerras entre as tribos. — O velho com voz de tosse diz.

— Entendi. — Digo.

— Agora precisas ir Nathanael. — Sui diz me olhando. — Sei que estás exausto e que precisa descansar.

— E como!

— Bryan, Lucas e Lupin, por favor, apresentem-se diante o conselho. — Chi fala como se fosse dar uma bronca neles.

Eles andam até ficar de frente ao trono.

— Lucas. — Sui diz sorrindo. — Sua lealdade, amor, compaixão, solidariedade e carinho com o anteposto, o tornaram mais forte e sábio. — Sorri. — É por isso que a partir de agora, iremos lhe dar uma terceira metamorfose.

— Uma... Terceira?! — Ele diz assustado.

— Sim. — Fu verbaliza. — Como andas no meio de humano, deverás agir como um. Afinal, não queremos ninguém se assustando com suas orelhas e rabo de gato. E isso serve pra você também Lupin.

O velho diz fazendo Lupin abrir um belo sorriso.

— Serei um humano? — O garotinho pergunta.

— Sim. — A pirralha do conselho responde. — Essa será a terceira metamorfose. A primeira é a felino, a segunda híbrido e a terceira é a de humano. Vocês só precisam dizer Miau-Metamorphose.

Que gay! — penso.

Lupin e Lucas sorriem.

— Além disso, conseguimos uma casa perto de Nash. — Sui alerta. — O lugar estava abandonado, então decidimos que vocês poderão morar lá. Transformamos em casa e os móveis já estão no seu devido lugar. Vocês não precisam mais dormir no quarto de Nathanael.

Lupin sorri animado, mas Lucas cora de uma forma estranha.

— Bryan. — Chi limpa a garganta. — Você obedeceu nossas ordens, testou e guiou o anteposto.

— Estávamos pensando e decidimos lhe dar isso. — Sui diz materializando um colar na frente de Bryan que o agarra e coloca no pescoço. — Esse colar é capaz de aumentar a sua força duas vezes mais.

MAIS?! O CARA JÁ É DA TRIBO DOS LEÕES E GANHA UM COLAR PRA DOBRAR A FORÇA?

— Obrigado. — Ele responde sorrindo.

— Sem mais delongas, vocês estão dispensados. — A mulher diz nos fazendo desaparecer aos poucos.

— E quando eu quiser voltar pra cá pra pedir conselho a vocês? Como irei voltar pra cá? — Pergunto rapidamente

— Suas asas contém o desejo do teletransporte. — A menininha diz balançando os pés. — É só desejar. — Ela disse

E em um piscar de olhos eu já estou de volta em casa. Desta vez, sem Lupin e Lucas no meu quarto.