Setevidas escrita por tony


Capítulo 2
O menino e o felino


Notas iniciais do capítulo

POV (significa): Ponto de Vista!
Sempre que aparecer POV na história, significa que ela está sendo narrada pelo personagem em questão.



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...(POV Caos)...

Existe um lugar, em uma dimensão não tão distante, uma tribo de seres vazios. Aparentemente, todos são como fantasmas vagando de um lado para o outro sem cor, brilho e alma. Seres sombrios que se movimentam, sugam e se alimentam pela essência da escuridão.

Entretanto, nem todos assumem a mesma forma.

Há uma classe de seres evoluídos, chamados de híbridos da essência, que surgiram através do escuro e do vazio. São espécies raras e apenas um desenvolveu a capacidade de se comunicar, quanto a isso não sozinho. Foi preciso um processo de infinitos séculos para ensinar à única classe racional da dimensão.

Um infinito preso dentro de um cubo, cujo nome é uma anarquia perante o Caos.

O menino híbrido rola de um lado para o outro no chão gélido do vazio ao lado de seu cubo infinito.

— A profecia está para ser cumprida. — O garoto de cabelos louros sussurra. — O dorminhoco desperta.

— Arquivo de informações atualizado. — Outra voz, um tanto robótica, responde aos termos do menino. A voz vinha do cubo. — Encontrando o portão dimensional mais próximo, o processo poderá demorar alguns instantes.

O louro sorri.

— Você não sabe o quanto me irrita quando fala desta forma seu protótipo de cubo mágico.

— Base de informações concluídas. — O cubo transparente emerge um pequeno brilho azul. — O portal dimensional abrirá em dois dias na área dimensão de Vênus. — diz emitindo um holograma da planta da área.

— Hum... Vênus. — O garoto diz enquanto se levanta do chão gélido. — Acho que precisamos partir imediatamente se quisermos chegar a tempo.

— Entendido mestre Caos. — O cubo responde quase que imediato. — Calculando rota de percurso.

— Anark? — Caos o chama.

— Sim, mestre?

— Cale a boca!

...(POV Nathanael)...

No planeta Terra, o sol se despede.

O crepúsculo anuncia o fim do dia e a entrada cerimonial da noite. O trânsito na pequena cidade começa a ficar turbulento. As crianças correm para suas casas depois de uma aula cansativa e tediosa. Algumas felizes por entrarem de férias. Outras tristes visto que não verão seus amigos por um bom tempo.

Nathanael está incluído no primeiro caso.

Ele não está acostumado a ter amigos. Desde pequeno nunca se envolve muito por questões desconhecidas, apenas prefere ficar sozinho. Tanto nos trabalhos escolares quanto nas outras coisas da vida profana. Por incrível que pareça, o menino nunca se sente solitário. O seu vazio interior era preenchido por uma coisa que nem ele mesmo sabia o quê.

— Droga de aula de ciências, logo no último dia de aula aquela velha decide ficar enrolando. — O menino pensa enquanto corre rapidamente pelas ruas. — Pense positivo Nash, poderia ser pior. — Ele diz tentando se entusiasmar.

Um carro em alta velocidade passa em sua frente lançando água da poça de lama em sua roupa.

— Eu e minha boca grande.

Ele reclama atravessando a esquina correndo e diminuindo o ritmo ao chegar perto de sua casa.

— Ninguém merece. Primeiro ciências e agora isso! — Nathan resmunga tentando retirar a blusa molhada da escola.

Ao passar por um beco, o menino observa um pequeno gato que dorme entre duas latas de lixo. O pequeno animal parece frágil. Quando Nathanael se aproxima, as orelhas começam a se mexer e o gato desperta.

— Ei, pequeno? — Nathan se ajoelha em frente ao lixo. — O que faz aqui sozinho? — ele pergunta guardando a blusa molhada na mochila.

O gatinho levanta as orelhas.

— É melhor eu tira-lo daqui, vai ficar muito frio para você ficar aqui fora.

O gatinho permaneceu estático olhando para o garoto. Ele pega o animal e embrulha o seu corpinho embaixo do casaco que tira da mochila. Sente a tremedeira do animal ao segurá-lo e por isso, aperta seus passos para chegar em casa mais rápido. Ao chegar, sacode seus pés e grita:

— Mãe?

— O que foi Nathanael? — Ela corre da cozinha.

Denner retira sua atenção da TV ao ver o pequeno gato.

— De quem é? — ele pergunta. Seu irmão realmente era muito curioso.

— Encontrei na rua, sozinho. — O garoto responde. — No frio. — completa — ...no lixo... — sussurra.

— Não pode ficar com ele querido. — Desta vez sua mãe se pronuncia.

— Mas...

— Sabe o que seu pai irá dizer se ver esse animal aqui dentro. — completa serenamente.

Sua cabeça foi abaixando aos poucos.

— Pelo menos, posso deixá-lo essa noite aqui? — ele pergunta forçando uma expressão triste. —Vai ficar muito frio lá fora mãe.

Pronta para responder negativamente a mãe estufa o peito para falar, mas Denner a interrompe.

— Por favor, só esta noite. Amanhã de manhã, eu mesmo o coloco pra fora. — Ele disse fazendo sua mãe ceder.

A mulher não respondeu, então Nathanael continuou:

— Eu o escondo no porão esta noite. Papai não irá vê-lo. — insiste.

— Está bem. – Apenas diz, além de um pequeno “Esconda logo”.

Nathan e Denner correm para o porão e pegam algumas cobertas antigas. O corpinho trêmulo foi parando aos poucos. Era visível. O pequeno Nathan não conseguia parar de olhar.

— É macho. — Finalmente o maior quebrou o silêncio.

— Como você sabe? — O irmão caçula levanta a sobrancelha como se desconfiasse.

Denner não sabe como responder então pergunta:

— Qual vai ser o nome?

Nathan não responde. Em vez disso olha para o gato.

A cor de seus pelos é um preto bem escuro. Hum, espere. Não sou muito bom com as cores. Era uma espécie de cor escura e ele não usa coleira ou algo para identificação. Provavelmente, foi abandonado a própria sorte. Talvez, só talvez, a própria morte.

— Luke! — O menino sorri.

— Legal. Nome... exótico. — O mais velho diz se levantando do chão.

— Denner, você quer ir ao mercado? — A mãe pergunta enquanto o garoto sobe as escadas.

— Estou indo! — Ele grita avisando sua mãe.

O gatinho continua dormindo.

Nathanael pega a mochila e retira um pequeno livro.

Ele começa a ler, mas não demorou muito para pegar no sono e dormir ali mesmo no chão do porão.

— Hey garoto. — Uma mão acaricia o rosto do menino. — Eei, preguiçoso.

Nathanael abre os olhos aos poucos e se depara com o gatinho sentado na sua frente.

— Finalmente acordou. — O animal diz sorrindo.

Nathan se levanta rapidamente. — Você... — Ele diz assustado.

— Que que tem eu? — O gatinho diz olhando desesperado para o seu próprio pêlo do corpo não esperando encontrar nada de anormal.

Aterrorizado, Nathan abre a boca para tentar dizer algo. — KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!


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