Setevidas escrita por tony
Notas iniciais do capítulo
POV (significa): Ponto de Vista!
Sempre que aparecer POV na história, significa que ela está sendo narrada pelo personagem em questão.
...(POV Caos)...
Existe um lugar, em uma dimensão não tão distante, uma tribo de seres vazios. Aparentemente, todos são como fantasmas vagando de um lado para o outro sem cor, brilho e alma. Seres sombrios que se movimentam, sugam e se alimentam pela essência da escuridão.
Entretanto, nem todos assumem a mesma forma.
Há uma classe de seres evoluídos, chamados de híbridos da essência, que surgiram através do escuro e do vazio. São espécies raras e apenas um desenvolveu a capacidade de se comunicar, quanto a isso não sozinho. Foi preciso um processo de infinitos séculos para ensinar à única classe racional da dimensão.
Um infinito preso dentro de um cubo, cujo nome é uma anarquia perante o Caos.
O menino híbrido rola de um lado para o outro no chão gélido do vazio ao lado de seu cubo infinito.
— A profecia está para ser cumprida. — O garoto de cabelos louros sussurra. — O dorminhoco desperta.
— Arquivo de informações atualizado. — Outra voz, um tanto robótica, responde aos termos do menino. A voz vinha do cubo. — Encontrando o portão dimensional mais próximo, o processo poderá demorar alguns instantes.
O louro sorri.
— Você não sabe o quanto me irrita quando fala desta forma seu protótipo de cubo mágico.
— Base de informações concluídas. — O cubo transparente emerge um pequeno brilho azul. — O portal dimensional abrirá em dois dias na área dimensão de Vênus. — diz emitindo um holograma da planta da área.
— Hum... Vênus. — O garoto diz enquanto se levanta do chão gélido. — Acho que precisamos partir imediatamente se quisermos chegar a tempo.
— Entendido mestre Caos. — O cubo responde quase que imediato. — Calculando rota de percurso.
— Anark? — Caos o chama.
— Sim, mestre?
— Cale a boca!
...(POV Nathanael)...
No planeta Terra, o sol se despede.
O crepúsculo anuncia o fim do dia e a entrada cerimonial da noite. O trânsito na pequena cidade começa a ficar turbulento. As crianças correm para suas casas depois de uma aula cansativa e tediosa. Algumas felizes por entrarem de férias. Outras tristes visto que não verão seus amigos por um bom tempo.
Nathanael está incluído no primeiro caso.
Ele não está acostumado a ter amigos. Desde pequeno nunca se envolve muito por questões desconhecidas, apenas prefere ficar sozinho. Tanto nos trabalhos escolares quanto nas outras coisas da vida profana. Por incrível que pareça, o menino nunca se sente solitário. O seu vazio interior era preenchido por uma coisa que nem ele mesmo sabia o quê.
— Droga de aula de ciências, logo no último dia de aula aquela velha decide ficar enrolando. — O menino pensa enquanto corre rapidamente pelas ruas. — Pense positivo Nash, poderia ser pior. — Ele diz tentando se entusiasmar.
Um carro em alta velocidade passa em sua frente lançando água da poça de lama em sua roupa.
— Eu e minha boca grande.
Ele reclama atravessando a esquina correndo e diminuindo o ritmo ao chegar perto de sua casa.
— Ninguém merece. Primeiro ciências e agora isso! — Nathan resmunga tentando retirar a blusa molhada da escola.
Ao passar por um beco, o menino observa um pequeno gato que dorme entre duas latas de lixo. O pequeno animal parece frágil. Quando Nathanael se aproxima, as orelhas começam a se mexer e o gato desperta.
— Ei, pequeno? — Nathan se ajoelha em frente ao lixo. — O que faz aqui sozinho? — ele pergunta guardando a blusa molhada na mochila.
O gatinho levanta as orelhas.
— É melhor eu tira-lo daqui, vai ficar muito frio para você ficar aqui fora.
O gatinho permaneceu estático olhando para o garoto. Ele pega o animal e embrulha o seu corpinho embaixo do casaco que tira da mochila. Sente a tremedeira do animal ao segurá-lo e por isso, aperta seus passos para chegar em casa mais rápido. Ao chegar, sacode seus pés e grita:
— Mãe?
— O que foi Nathanael? — Ela corre da cozinha.
Denner retira sua atenção da TV ao ver o pequeno gato.
— De quem é? — ele pergunta. Seu irmão realmente era muito curioso.
— Encontrei na rua, sozinho. — O garoto responde. — No frio. — completa — ...no lixo... — sussurra.
— Não pode ficar com ele querido. — Desta vez sua mãe se pronuncia.
— Mas...
— Sabe o que seu pai irá dizer se ver esse animal aqui dentro. — completa serenamente.
Sua cabeça foi abaixando aos poucos.
— Pelo menos, posso deixá-lo essa noite aqui? — ele pergunta forçando uma expressão triste. —Vai ficar muito frio lá fora mãe.
Pronta para responder negativamente a mãe estufa o peito para falar, mas Denner a interrompe.
— Por favor, só esta noite. Amanhã de manhã, eu mesmo o coloco pra fora. — Ele disse fazendo sua mãe ceder.
A mulher não respondeu, então Nathanael continuou:
— Eu o escondo no porão esta noite. Papai não irá vê-lo. — insiste.
— Está bem. – Apenas diz, além de um pequeno “Esconda logo”.
Nathan e Denner correm para o porão e pegam algumas cobertas antigas. O corpinho trêmulo foi parando aos poucos. Era visível. O pequeno Nathan não conseguia parar de olhar.
— É macho. — Finalmente o maior quebrou o silêncio.
— Como você sabe? — O irmão caçula levanta a sobrancelha como se desconfiasse.
Denner não sabe como responder então pergunta:
— Qual vai ser o nome?
Nathan não responde. Em vez disso olha para o gato.
A cor de seus pelos é um preto bem escuro. Hum, espere. Não sou muito bom com as cores. Era uma espécie de cor escura e ele não usa coleira ou algo para identificação. Provavelmente, foi abandonado a própria sorte. Talvez, só talvez, a própria morte.
— Luke! — O menino sorri.
— Legal. Nome... exótico. — O mais velho diz se levantando do chão.
— Denner, você quer ir ao mercado? — A mãe pergunta enquanto o garoto sobe as escadas.
— Estou indo! — Ele grita avisando sua mãe.
O gatinho continua dormindo.
Nathanael pega a mochila e retira um pequeno livro.
Ele começa a ler, mas não demorou muito para pegar no sono e dormir ali mesmo no chão do porão.
— Hey garoto. — Uma mão acaricia o rosto do menino. — Eei, preguiçoso.
Nathanael abre os olhos aos poucos e se depara com o gatinho sentado na sua frente.
— Finalmente acordou. — O animal diz sorrindo.
Nathan se levanta rapidamente. — Você... — Ele diz assustado.
— Que que tem eu? — O gatinho diz olhando desesperado para o seu próprio pêlo do corpo não esperando encontrar nada de anormal.
Aterrorizado, Nathan abre a boca para tentar dizer algo. — KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
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