Coração de Vidro escrita por Raquel Eloi Bisquin


Capítulo 2
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Gente eu fiquei tão empolgada que resolvi postar logo o segundo capítulo ♥ Espero que gostem *-* Esse capítulo é em homenagem a KyonLau que foi super fofa e fez um comentário maravilhoso no último capítulo... Lau isso é pra ti *-* No mais aproveitem.



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Alessia suspirou pela centésima vez, na sala do trono sua mãe, a rainha Niamh á olhava com um ar de diversão. Parecia estar se divertindo com a situação da filha mais nova, enquanto Alina discursava sobre costumes e deveres de uma princesa.

—Entrar em uma reunião oficial sem ser autorizada! Além de escapar incontáveis vezes para o mundo humano.- Alina sequer respirava de tamanho furor- A conduta de Alessia deve ser devidamente punida majestade.

—Ora Alina, acalme-se! O comportamento de sua irmã é o menor dos problemas nesse momento.

— A profecia que foi feita a ela.- O príncipe Elísio que estava de pé na outra extremidade do salão e se pronunciou pela primeira vez- É a primeira profecia em anos!

—A profecia não foi feita a ela principe Elísio!- Alina parecia estar prestes a congelar todos num raio de cem km- Ela apenas estava no lugar errado e na hora errada.

—Ah, poupe-nos querida Alina… Todos nós vimos a sacerdotisa humana caminhar até a princesa Alessia e proferir a profecia!

—Não se meta nos assuntos de nosso reino Príncipe Elísio!- Alina o olhava com um olhar feroz, o príncipe recuou ao perceber que a temperatura do ambiente havia diminuído drasticamente.

—Chega, Alina!- A princesa piscou algumas vezes e o ar novamente voltou ao normal- Creio que não é hora para discussões! O ponto em questão é que devemos interpretar a profecia e para isso devemos achar uma nova sacerdotisa humana imediatamente.

—O reino de Youma ajudará nas buscas majestade- Elísio caminha e faz uma meia reverência- Creio que esse seja um assunto que também seja de nosso interesse.

—De fato- Uma Alina mais controlada se aproxima- O último verso da profecia é muito preocupante…

Elisio, Alina e a rainha Niamh se voltam para Alessia que os encarou com surpresa.

—”Os servos seguem ao norte até o fim do luar…- Niamh cita a profecia…- Onde todos param de reinar.”

 

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“Merda no que me meti!” Alessia corria com todas as suas forças “Não estou entendendo nada, ao que essa droga de profecia se refere?”

Após a reunião, Alessia fugira furtivamente do castelo, não queria enfrentar os olhares espinhosos da irmã e nem receber algum tipo de advertência da mãe. Ela agora corria para o único lugar em que realmente se sentia a vontade: O mundo humano.

Alessia gostava de ver os seres humanos levando uma vida normal e sem a loucura que encontrava em seu mundo. O mundo humano era completamente diferente do seu. Enquanto ainda vestiam vestidos, armaduras e moravam em fortalezas. O mundo humano era moderno e cheio de aparelhos e geringonças engraçadas. Veículos sem cavalos (Como se moviam sozinhos a garota se quer imaginava) Em alguns lugares altos edifícios se erguiam, Alessia tentava imaginar como não caiam, seria alguma mágica?

Ela chegou no limite das terras dos youkais, onde a barreira mística que separava humanos e youkais, estava erguida. Só passava por ela os youkais mais inofensivos ou os de família real, e mantinha de fora os que causariam algum dano ou ameaça-se o segredo. Alessia atravessou a barreira com facilidade, já que além de ser da família real, também era meio humana. Caminhou por entre algumas pedras e pegou um pacote enrolado em couro que havia escondido ali. O desdobrou e tirou uma calça jeans rasgada e uma camiseta humana grande demais para seu corpo, entrou atrás de algumas arvore e trocou de roupa, seus vestidos chamaram muita atenção da primeira vez em que se aventurou no mundo humano. Todos haviam apontado para ela admirados, e alguns exclamaram:

—Olhe essa roupa, será que estão gravando algum tipo de filme aqui por perto?

—Olhe os olhos dela… Será uma lente de contato brilhante?

Após esse desconforto Alessia pegara algumas peças de roupa em uma corda esticada e passará a usar todas as vezes que vinha até aquele lugar.

Ela pegou um chapéu grande e engraçado que devia ser moda na mundo humano (chapéu de palha) e colocou na cabeça para disfarçar seus olhos azuis brilhantes. Após acabar de se vestir, colocou o vestido dentro do pacote e o escondeu no mesmo lugar.

—Prontinho… Onde eu vou primeiro?

Então a menina saiu saltitando alegremente, sem nem ao menos perceber que estava sendo seguida.

 

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—Onde ela está?- Alina estava na entrada da oficina de armas encarando Paco que amolava sua espada.

—Alessia? Não sei. A deixei mais cedo no palácio após o treinamento na arena.

—Não creio que ela atreveu a fugir novamente.- Alina cuspiu furiosamente- Essa garota não tem ideia do que está acontecendo, não é?

A princesa deu as costas e começou a se afastar quando Paco a segurou pelo braço.

—Alina… Eu…

—Tenho que procurar Alessia, a rainha quer vê-la.- Ela o cortou,  se soltou do aperto de Paco e continuou caminhando, mas Paco logo apareceu na sua frente.

—Temos que conversar! Até quando continuará fugindo?

—Não tenho interesse em conversar com o senhor general! Lembre-se que sou sua princesa e saia da minha frente!

O rapaz suspirou e deu uma passo para o lado, dando passagem para Alina, que continuou caminhando prepotente.

—Não se preocupe…- Alina parou e disse sem se virar- Seu segredo está seguro! Alessia não irá saber de nada.

Paco a encarou e depois abaixou a cabeça encarando o chão com infelicidade.

—Obrigado.- disse após um silêncio desconfortável.

—Não me agradeça! Se vocês dois continuarem no meu caminho eu os esmagarei! Não tenho nenhum interesse naquela pirralha, sendo minha irmã ou não.

—Você diz isso…- Paco levantou seus olhos e disse com um meio sorriso- Mas acredito que Alessia tenha conseguido derreter um pouco esse gelo de seu coração!

Alina virou o rosto e lhe lançou um olhar congelante, seguido de um vento frio que fez Paco estremecer, e disse simplesmente:

—Você é irritante.

Deu as costas e deixou Paco imersos em seus pensamentos.

 

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Alesia estava sentada em um tronco no limite da floresta observando os humanos de longe. Ela não estava com ânimo para explorar o mundo humano. A velha morta aos seus pés, a profecia e o rosto furioso de sua irmã inundavam sua mente a cada segundo. Mas o que havia de errado? Aquela não era a Alessia de sempre, antes ela iria fazer pouco caso e procurar algo para fugir de seus deveres reais, ou para melhorar seus poderes. Mas o fato é que aquela profecia pesava sobre seus ombros com um peso esmagador. Ela se pôs de pé em um pulo.

—Não vou deixar isso me esmorecer! Vamos explorar!- A garota pós as mãos pro alto como em busca de suas forças até então perdidas, foi quando pode ouvir um grito feminino de dentro da floresta. Seus ouvidos eram mais apurados do que o de um simples humano e Alessia ouviu um som de tapa. Seus pés agiram por conta própria e a princesa correu em direção ao som. Com medo de interferir em algum costume humano ela subiu em uma árvore e observou a cena que se desenrolava. Um homem humano barbudo prensava uma jovem contra uma árvore.

—Que sorte a minha encontrar uma garota linda e sozinha em um lugar assim.

—Por favor me solta!

“tapa”

—Cala a boca, se você se comportar isso acabará rápido.

Alessia não precisava ser uma especialista na cultura humana para saber o que estava acontecendo. Com um salto desceu da árvore e chegou perto deles. Com o movimento seu chapéu de palha cai, revelando sua cabeleira castanha e seus intensos olhos azuis.

—Com licença senhor. Será que poderias soltar a nobre dama?

—O que é isso?- O homem solta a menina que cai no chão com lágrimas nos olhos.- O Aurélio ambulante? Dá o fora gracinha, ou posso começar o serviço por você!

—É melhor o senhor não se aproximar…

—Que menina educada!- Ele ri e tira um canivete do bolso.

—Cuidado moça- A menina grita ainda caída.

O homem investe contra Alessia que apenas desvia para o lado com facilidade. Ele olha confuso e tenta outra vez, porém a princesa é novamente mais rápida. Ele olha nos olhos dela e percebe que são brilhantes e estranhos. Recua até a menina caída, a levanta e prensa o canivete contra seu pescoço.

—Fique longe! Ou eu mato ela!

Alessia fica petrificada e tenta decidir o que fazer. Com medo de que a humana morresse por sua causa ela estende as mãos e congela o homem. Ela caminha até eles e solta a humana dos aperto congelado de seu agressor.

—O que é você?- A menina a olha com admiração.

—Eu sou…-Alessia iria responder mas é cortada por uma voz vinda de cima de uma das árvores:

—Bravo!- A voz rouca diz, sendo seguida por palmas- Foi uma atuação e tento princesa.

Alessia se depara com os olhos negros e o sorriso cínico de Elísio que está sentado num galho de árvore.

—Todos irão adorar saber…Que a princesa mais nova de Yousei quebrou nossa leia mais absoluta.

 


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Notas finais do capítulo

Galera eu não tive tempo de revisar, então se tiver algum erro por favor me digam que irei concertar...
A imagem desse capítulo é o personagem Elísio ♥



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