Vigésimo Quarto Capítulo - Prisão

“Você está presa” aquela frase ecoou nos ouvidos da cinzenta, que não conseguia se mover de choque. Todos que estavam por perto arregalaram os olhos surpresos. Ela não podia simplesmente ser presa, ainda mais por Arcadius que viu ela ajudando-os na missão.

— O que? - Natsu questionou com os punhos em chamas, encarando o militar. Lucy estava por perto, ainda abismada com o que havia acabado de acontecer.

Os guardas ao redor haviam parado de atacar para observar a reação da famosa mercenária, porém Eiko não correspondeu a expectativa dos guardas, pois ela simplesmente abaixou a cabeça e aceitou a declaração.

Ela sabia sobre sua situação e sabia que a qualquer momento aquilo poderia acontecer. Foi arrastada para longe dos amigos da Fairy Tail e jogada dentro de uma carruagem mágica, algemada.

Ficou pensando sobre o que Gray iria pensar quando soubesse que estaria presa. Mordiscou os lábios apreensiva e graças à movimentação da carruagem ela acabou caindo e batendo a cabeça na madeira fria.

Quis chorar, chorar por estar sendo presa e por principalmente não poder terminar a única missão que havia aceitado de todo o coração.

Ficou imaginando como que os companheiros de luta estavam naquele momento. Se assustou quando um homem de vestes azuis e uma capa branca abriu a carruagem e a retirou dali bruscamente.

Ela sabia onde estava e se sentia humilhada por isso. Nunca esteve no Concelho Mágico e ser julgada ali era humilhante demais. Sentia mais vontade de chorar, sentia vontade de esconder o rosto no chão.

Não levantou uma vez se quer o rosto quando chegou no tribunal. Apenas ouviu todas as acusações que fizeram contra si e concordou com um balanço de cabeça ao ouvir sua sentença.

Não tinha o que fazer, ela havia cometido todos aqueles crimes, ela era da Angel Tail e seguia o pensamento da guilda mercenária com fé até semanas atrás, mesmo questionando-os.

Foi levada para a prisão subterrânea onde outros prisioneiros se encontravam e quando notou que Hide estava lá sua espinha congelou e engoliu em seco. Rezou para que não colocassem-na em uma cela onde já houvesse alguém, porém suas preces não foram ouvidas e Eiko foi jogada na mesma cela de Azumi.

~*~

Eiko conseguia sentir o próprio medo e dor escorrendo pelas lagrimas que desciam pelo seu rosto. Azumi não havia lançado nenhum feitiço na garota, porém chutou e bateu várias vezes.

A boca com gosto de sangue tentava capturar o pouco de ar que conseguia, encolhida no canto da sela enquanto ouvia Hide conversar com Azumi em um tom mais alto que o normal graças ao local que se encontravam.

Se lembrou do que a Lucy do futuro disse e bateu a própria cabeça na parede. Caso não morresse por causa dos dragões, iria morrer por causa de Azumi. Fechou os olhos e suspirou torcendo para que a Fairy Tail conseguisse deter os dragões.

Por estar no subterrâneo não ouviu o que acontecia lá em cima, devia ter passado horas, ou até mesmo alguns dias, porém ao ver um funcionário do Concelho Mágico. Era Mest Gryder. Eiko não entendeu o porquê de Azumi e Hide ficarem tão inquietos quando o rapaz apareceu para conversar com Cobra. Ela não conseguia entender o que Mest falava com o outro criminoso e sinceramente ela não queria saber. Só gostaria de saber como estavam todos da Fairy Tail.

— Eiko - a voz dele parecia apreensiva, como se estivesse pensando antes de continuar a falar. Ela permaneceu quieta no canto da cela com as mãos algemadas e a cabeça na parede - Você vem comigo, a Fairy Tail precisa de você… O país presa de você.

~*~

Ao finalmente sair da cela e abandonar Hide e Azumi desejando que a prisão se dissolvesse sobre suas cabeças correu com dificuldade graças aos machucados em direção a Capital totalmente destruída graças aos sete dragões que haviam saído do portal.

Como um estalo Eiko se lembrou que sua irmã morava ali, porém não sabia onde. Deixando as orientações de Mest de lado tentou procurar Suzume. Grande parte das casas estavam destruídas e notou que não havia civis por ali.

— Devem ter evacuado a cidade - disse e ao virar para trás viu um ser estranho. Parecia ser um lagarto porém bem maior que a maioria, ficando de pé e maior que a própria Eiko.

O animal abriu a boca e um raio saiu de lá. Conseguindo se esquiva e com os olhos arregalados passou a mão na cintura notando que não estava com sua vasilha.

Correu o mais rápido que conseguia. Não estava com tanta força para invocar água ou controlar a água do corpo do animal, caso ele tivesse. Porém talvez fosse melhor que ela ficasse onde estava.

A cena ao longe fez seu coração se despedaçar e uma força incomum brotar em seu corpo. Gray havia sido atingido por vários raios de luz, criando buracos em seu corpo e caindo imóvel no chão.

Em um grito de dor Eiko correu em direção aos animais cinzentos que haviam matado Gray. Invocou uma grande poça funda d’água quente sob os pés dos animais, esses afundaram na poça e simplesmente sumiram após Eiko fazer a água evaporar. Olhou para Juvia, que estava apavorada com o que havia acontecido e então olhou para o corpo do irmão sem vida.

Engolindo em seco fechou os olhos e sentiu as lagrimas escorrem pelo seu rosto suco de sangue.

Lyon estava por perto, porém não ousou se aproximar da irmã do Fullbuster.

Entretanto como um se fosse mágica Eiko estava de volta procurando a casa de Suzume, encarando de frente o dragão pequeno e cinzento de pouco tempo atrás. Eiko franziu o cenho e disse:

— Que merda é você? - esticou os braços e uniu as mãos fazendo um jato d’água atingir o animal. Correu na direção contrária em que o animal havia aparecido e então se lembrou do que viu. Gray havia sido atingido várias vezes por raios daqueles dragões menores e havia morrido.

Porém ao chegar lá Gray estava de pé, falando com Juvia, Meredy e Lyon. Os dragões menores estavam congelados e o coração de Eiko parecia estar saltando pela boca.

Em um impulso correu para perto do quarteto e encarou Gray com água nos olhos. O mais velho franziu o cenho ao notar a presença de Eiko ali.

— Você não havia sido presa? - Lyon perguntou virando-se para encarar a mais baixa. Gray encarou o amigo de infância com olhos arregalados, como se aquilo fosse novo para ele.

Eiko respirou fundo e explicou o que havia acontecido de forma rápida.

— Precisamos sair daqui de qualquer maneira - ela disse respirando fundo e olhando para o céu. Dessa vez sentia-se mais confiante para terminar aquele trabalho.