Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 5
Vulnerabilidade


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Consegui atualizar mais rápido dessa vez o/
Então, como acho que só volto ano que vem aqui, eu gostaria de deixar meus agradecimentos: Obrigada a cada um de vocês que esteja acompanhando, comentando, favoritando.. Vocês não sabem como me deixa feliz quando acontece isso, muito obrigada! Como só volto ano que vem, desejo a vocês um feliz natal e que esse próximo ano seja repleto de saúde e sorte, pois o resto a gente conquista 😉
Sem mais delongas, boa leitura.



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Rachel, desde pequena, sempre fora uma pessoa perspicaz. Era difícil engana- la, sempre sabia onde pisar e como pisar. Quando Quinn girou a chave e abriu a porta do seu apartamento ela sabia que tinha que dar o fora dalí. Quinn mexia com ela e não de um jeito que ela estava acostumada, sua intuição levantava placas com letras garrafais: PERIGO! Entretanto, decidiu não enxergar o que era lhe mostrado.

Não é que ela esteja ficando mole com relação as atitudes de Quinn, era que a garota fora extremamente legal e não parecia muito com a arrogante que ela vira nas primeiras vezes. Esse era o problema, ela estava começando a gostar da companhia de Quinn e isso ia contra ao que pensava anteriormente. Contudo, resolveu colocar a culpa no seu emocional e na bebida. Amanhã tudo voltaria para seu lugar, e elas poderiam voltar a se odiar novamente.

_ Rachel, você pode vir até aqui?

Rachel ficou tão absorta em seus pensamentos que nem viu quando Quinn saiu de perto dela.

Não respondeu, foi direto para o balcão onde Quinn olhava sugestiva para um copo, uma garrafa d'água e um comprimido.

_ Quem vai tomar isso? _ Rachel perguntou, mesmo sabendo que era pra ela.

_ Muito engraçada. Tome o comprimido e a garrafa d'água até o fim. _ Quinn encheu o copo de água e colocou o comprimido na mão de Rachel. _ Tome.

_ Alguém já te disse que você é muito mandona?

_ Não. Agora tome.

_ Sim, mamãe. _ Rachel tentou tomar com satisfação, porém não demorou muito para aparecer uma careta infantil. _ Satisfeita, loira mandona?

_ A garrafa agora. _ Falava sério.

_ Nem se eu quisesse. Deve ter um litro e meio aí, não vai rolar. _ Falou convicta.

Quinn deu a volta no balcão e ficou de frente para Rachel.

_ Vai, porque mais do que ninguém você não quer acordar de ressaca no seu aniversário.

_ Pra ser sincera, não estou ligando muito para isso. Tanto faz eu acordar de ressaca ou não. _ Sentou no banco vermelho que contrastava com o branco do balcão.

Rachel ainda sentia o seu redor rodando, porém não como na boate, estava conseguindo se situar sobre tudo o que acontecia. Ainda estava sem filtro, pensava e quando via já tinha saído pelos seus lábios, rezava interiormente para não falar demais. Tinha um mau pressentimento que acordaria com uma ressaca moral em vez da tradicional.

_ Ok.. _ Quinn cruzou os braços. _ .. Você tem duas escolhas: Ou bebe a água toda ou um banho gelado te aguarda, qual a sua escolha? _ Arqueou a sobrancelha desafiadoramente.

_ Um dia ainda quero aprender a fazer esse lance com a sobrancelha! _ Soltou uma risada embriagada. _ Depende, na segunda opção você vem junto comigo? _ Falou sugestiva, mas logo depois caiu na gargalhada.

_ Tinha esquecido que hoje a sua idade mental havia diminuído. _ Quinn revirou os olhos _ Acho que você escolheu a segunda opção. _ Passou o braço pela cintura da morena a guiando até seu quarto.

_ Espera! Eu bebo, eu bebo.. _ .. Saiu do apoio que Quinn lhe dava e pegou a garrafa tentando beber o máximo possível. _ Eu já te disse que eu te odeio?

_ Eu já te disse que a recíproca é verdadeira?

_ Várias vezes, nerd loira, várias vezes.. Mas eu não acredito nisso, está estampado na sua cara que você não pensa assim.

_ Como é mesmo que a Santana te chamou? Ah, claro, anão embriagado! _ Quinn começou a rir e Rachel fechou a cara. _ Está na minha cara que eu achei hilário esse apelido?

_ Nossa, ela e a namoradinha acham que são engraçadas. Deixa eu te atualizar: Não. Tem. Graça.

_ Diz isso porque você não sabe lidar com brincadeiras, fica esquentadinha! _ Ria mais. _ E a Santana não é minha namorada. _ Apoiava-se no balcão.

_ Não foi o que pareceu. _ Bebia os últimos goles. _ " Boa noite, Quinn, me liga. " _ Imitou a piscadela de Santana.

_ Ela só estava se despedindo e eu não a vejo dessa forma. Mesmo se ela fosse, não consigo ver o que você tem a ver com isso. _ Constatou.

_ Absolutamente nada. _ A morena acabou de beber o restante da garrafa de uma só vez. _ Eu vou indo.. _ Levantou do banco pegando sua bolsa que havia deixado em cima do balcão. _ Não sou de dizer muito isso, mas obrigada pela ajuda. Disse, apressada, indo em direção a porta.

Como se fosse um remédio instantâneo, a água trouxe um despertar para Rachel. Na verdade ela só queria sair dalí antes que as coisas se confundisse mais e mais, e receber ordens de uma garota bonita como a Quinn não estava ajudando-a.

Quinn achou que era uma brincadeira, mas quando viu que a morena colocou a mão na maçaneta a chamou:

_ Ei, espera! _ Foi até a morena. _ Por que isso agora?

_ Eu já estou melhor e não quero mais incomodar.. Só não me peça para fazer o quatro, não estou tão bem assim. _ Fingiu um sorriso que Quinn percebeu. _ Boa noite. _ disse, abrindo a porta.

Quinn fechou a porta antes que Rachel conseguisse passar.

_ Se fosse algum incomodo eu não ofereceria. Você não tem condições de ir embora, por isso vai passar a noite aqui. _ Continuava com a mão na porta olhando para Rachel que evitava o seu olhar.

Rachel havia mudado de ideia e resolvido seguir sua intuição. Quinn estava mexendo com ela, fazendo-a se sentir vulnerável.

Vulnerabilidade não era algo que Rachel apreciava.

Ficar presa a algo sempre é um risco e, apesar disso, Rachel adorava riscos. Porém, se tratando de Quinn, sentia que sairia como a perdedora da história. Não era a intenção dela, contudo, se pegou presa no olhar intrigante de Quinn. A cor, o formato, por vezes a intensidade, tudo naquele olhar a intrigava.. Quando se deu conta que estava olhando por muito tempo desviou o olhar.

_ E-eu, eu, estou melhorzinha. _ Se amaldiçoou por ter gaguejado e usado um diminutivo. _ Eu já vou indo ago..

_ Rachel, não vou discutir isso com você. _ Passou o braço em torno da cintura da morena a guiando para o quarto. _ Agora você vai tomar um banho e dormir. Sem mais, entendeu?

Rachel não respondeu e deixou ser guiada para o quarto de Quinn. Estava cansada demais para discutir, ou brincar. Fechou os olhos e pensou: Ok, é só uma noite.

Elas chegaram no quarto e enquanto Quinn mexia no closet, Rachel observava o quarto da loira. Não era grande como o dela, mas era espaçoso e confortável. Tinha uma cama de casal box com um jogo de cama cor azul com detalhes brancos, uma escrivaninha ficava situada na parede ao lado da cama com alguns papéis e um notebook fechado sobre ela e na parede contraria havia uma estante no formato de uma gota cheia de livros. Mas, o que realmente chamou a atenção da morena foi o pôster/quadro dos Beatles que ia do chão a quase o teto do quarto. Ela ia chegar mais perto para ver melhor quando escutou a voz da loira.

_ No armário do banheiro tem toalha e na segunda gaveta escova de dente, acha que precisa de mais alguma coisa? _ Perguntou, entregando um short de seda branco e uma camiseta amarela para Rachel.

_ Não preciso. Eu vou para o banheiro. _ Apontou para a porta ao lado do closet e seguiu em direção a ela.

Quando fechou a porta atrás de si soltou uma lufada de ar e se olhou no espelho.

_ Como eu fiquei assim?

Rachel começou a tentar se ajeitar: Cabelo, maquiagem, roupa.. Conseguiu algo, apesar disso só com o banho ela ficaria "Rachel" de novo.

Despiu-se. Pegou uma toalha de dentro do armário e pôs no suporte para a mesma. Puxou a Porta de correr do box e deu te cara com Freddie, mas que para ela parecia o Scar do filme Rei leão.

_ OH, MEU DEUS! SCAR?! Não, Não! QUINN, SOCORRO!! _ Gritou indo em direção a porta.

Quinn, que estava jogada na cama pensando como aquela noite fora a mais agitada da sua vida, ouviu o grito e correu para o banheiro apressada. Ela abriu a porta e sentiu um corpo se lançar de encontro ao seu e apertar os braços em volta do seu pescoço antes mesmo dela entender o que tinha acontecido.

_ Fecha a porta, o Scar está no banheiro! _ Rachel suplicou se agarrando mais a Quinn.

Quinn fechou a porta rapidamente com a morena grudada ao seu corpo. As respirações de ambas estavam quase no mesmo ritmo e eram escutadas sonoramente por causa do susto que tomaram. Rachel afrouxou o aperto em que se mantinha na loira e deixou, involuntariamente, seus rostos a mililitros de distância.

_ Ra-chel.. _ Quinn olhou para baixo.

_ Merda, eu esqueci de pegar a toalha. _ Disse, observando como Quinn fechou os olhos rapidamente ficando sem graça.

Era certo afirmar que em Lima -Ohio as pessoas eram muito conservadoras, os Fabray's não fugiam a essa estatística. Os pais de Quinn não se envergonhavam de dizer que eram moralistas. Na verdade, se orgulhavam, porém, como indicava a tradição, faziam com jeitinho.

Ao contrário dos pais, Quinn não era moralista. Porque, se tinha uma coisa que Quinn era, era mente aberta. Não concordava em quase nada com o que saía pela boca dos pais e muito menos com as ações deles, entretanto as respeitava. Era difícil a convivência com pessoas de pensamentos tão distintos.

Mesmo assim, quando convivemos muito com alguém é inevitável não absorver algo da pessoa: Seja uma filosofia de vida, uma mania, o vestuário ou até mesmo a maneira de falar. Não é uma coisa intencional. Acontece. E, num belo dia, você se pega fazendo algo absorvido involuntariamente.

E Quinn, Quinn absorveu o conservadorismo.

Ela se mantinha de olhos fechados para a cena. Sabia que era bobagem se sentir envergonhada daquela forma, contudo não conseguiu evitar de estar. Seu interior se modificava mais e mais a cada segundo; toda respiração que vinha de Rachel era combustível para sensações, até então, desconhecidas. Se antes de Rachel se jogar em seus braços seu estado era de calmaria, agora mais parecia como excitação.

Rachel no primeiro instante estranhou a ação da loira, mas depois de olhar por alguns segundos como Quinn se mantinha na mesma posição entendeu o que a garota estava fazendo.

Para Rachel, desde da primeira vez que a vira, Quinn passava uma ingenuidade atípica das garotas da sua idade. Brincar com Quinn era instigante, ela levava as coisas muito a sério e não via que Rachel brincava com ela justamente por isso. Porém, agora vendo Quinn tão de perto constrangida com a nudez que nunca fora constrangimento para ela, não caçoaria da atitude, pois era mais que ingenuidade ali, era respeito.

Sem dizer nada, Rachel foi para trás de Quinn para que a garota quando abrisse os olhos não a visse.

_ Quinn, você pode pegar a toalha que eu deixei no banheiro? _ Pediu de forma educada.

Quinn escutou a voz da morena atrás de si e balançou a cabeça positivamente se dirigindo até o banheiro.

Quando fechou a porta do banheiro, suspirou de alívio. Estava tensa e não conseguia fazer com que seu corpo se movesse de acordo com que a sua mente mandava. Ela não queria ter sentido o que sentiu, não queria ter ficado sem graça, não queria ter se sentido tão venerável para uma pessoa que sabia como atingi-la.

Sentiu Freddie lamber sua perna e agachou-se para fazer carinho no cão.

_ Você não parece o Scar.. _ Alisava o cão carinhosamente. _ .. Mas tem que perder essa mania de ficar aqui no banheiro. Vem!

Ela levantou, pegou a toalha do suporte e segurou a coleira de Freddie o guiado até a porta.

_ Rachel, eu vou deixar a toalha em cima da cama, vai pro closet que eu vou sair com o Freddie. _ Pediu, e escutou a porta do closet fechando.

Rachel, assim que entrou, achou o closet de Quinn pequeno. Nem um terço dos sapatos dela caberia ali, as roupas então.. Tudo naquele cubículo era extremamente arrumado e a vontade de desarrumar alguma coisa estava crescendo nela.

Pelo espelho, no canto esquerdo do closet, Rachel viu um violão sob uma capa preta e se perguntou se havia mais alguma coisa que ela não sabia sobre Quinn.

Veio de uma cidade pequena. É ingênua onde não é comum ser. Na maioria das vezes passa a imagem arrogante. É inteligente, nerd,chega a ser chata. É mandona, muito mandona! Tem uma amiga chata que se acha engraçada. É dona de um monstro chamado Freddie. Gosta dos Beatles. Tem um violão. Não é orgulhosa. Tem olhos bonitos. Merda, ela é muito bonita!

Depois de enumerar o que sabia sobre Quinn, Rachel foi pro banheiro tomar o esperado banho. Ela desistiu de entender e poupou sua cabeça que não estava em condições de entender muita coisa.

Olhando para o céu da madrugada nova-iorquina, Quinn contemplava, junto com Freddie, a movimentação na ruas. O canino se movimentou e deu as costas para a paisagem depositando sua atenção em Quinn.

_ Não me olhe assim, ok.. Eu não sabia que nós teríamos visita.

Freddie levantou as orelhas como quem diz não acreditar muito na afirmativa.

_ Eu juro, eu não sabia.. Aconteceu tudo muito rápido, uma hora eu estava aqui com a Santana e na outra estava na boate ajudando Rachel.

O cão abaixou as orelhas.

_ Apesar dela ter te chamado de Scar, ela não é de todo ruim. Quer dizer, ela é pretenciosa, atrevida, mimada, muito debochada, insolente na maior parte do tempo.. Mas quando ela não usa essas coisas como defesas ela fica legal, engraçada até. _ Sorria. _ Fica bonita.

O cão, como se entendesse a dona, apenas deito-se sobre os pés de quem o salvara uma vez, dizendo, inconscientemente, que tudo bem ela se sentir dessa forma. _ Sentimentos, bons ou ruins, são para serem sentidos. Ou se achar melhor, vividos.

Rachel tinha terminado seu banho há mais de uma hora. Ela não sabia se Quinn voltaria pro quarto ou dormiria em outro cômodo, o que ela sabia era que suas pálpebras estavam pesando toneladas e esperar estava se tornando uma tarefa quase impossível.

Soltando alguns palavrões, Rachel foi até o closet, pegou uma coberta e juntou com o travesseiro que tinha pego em cima da cama. Ela daria a roupa de cama para Quinn e finalmente dormiria.

_ Quinn, cadê você? _ Chamava, praticamente com olhos fechados.

Ela passou pela sala, depois cozinha e nada de Quinn. Ela lembrou que a garota falara que estaria na varanda e se dirigiu até o local. Pela porta de vidro viu Quinn dormindo numa espreguiçadeira. Abriu a porta, com a mão livre, chamando Quinn:

_ Quinn, acorda. _ Sussurrou, na esperança da garota acordar, mas não obteve sucesso. _ Ai que saco.. _ Resmungou.

Rachel, de má vontade, foi até Quinn.

_ Estou fazendo isso porque você me ajudou hoje.. _ Cobria a garota. _ .. Não é porque eu gosto de você, que fique bem claro. _ Colocava o travesseiro embaixo da cabeça de Quinn.

Freddie, que estava dormindo embaixo da espreguiçadeira, acordou fazendo Rachel ficar paralisada. O canino foi caminhando até a morena, que tremia toda, e começou a lamber a perna de Rachel. A morena foi escorregando devagar para o lado de Quinn e num movimento rápido se pôs sob a coberta abraçando a garota. Freddie sonolento deixou sua cabeça descansar sobre as pernas de Rachel.

_ Garoto feio! _ Repreendeu-o, sussurrando, porém o cachorro não se moveu.

Rachel ficou olhando, por um tempo, o cachorro folgado em suas pernas balançando a cabeça negativamente. Voltou seu olhar para Quinn e pôde ver como ela dormia pesado, provavelmente cansada por causa do dia que tivera.

_ Fique sabendo que se eu acordar mordida, eu nem sei o que faço com você e com o projeto de Scar, mas faço.. _ Sussurrou, colocando atrás da orelha da garota uma mecha que caíra sobre o rosto sereno. _ .. Além de assustador, seu cachorro é muito folgado. Hoje o dia me surpreendeu, nem preciso perguntar para você, né? Meus olhos estão fechando, nerd loira.. Boa noite. _ Encostou seus lábios nos de Quinn. _ Eu ainda te odeio.

Na sua embriaguez sonolenta, Rachel descobriu que odiar não era algo tão ruim assim.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Quem ama o Freddie? Haha
Deixe-me saber 😉



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