Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 14
302, Central Park, 96


Notas iniciais do capítulo

Não demorei tanto, como prometido 😊



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Rachel estava dentro de um taxi mais ansiosa do que jamais esteve. Logo após ter saído da casa de Vivian, pegou o primeiro avião para Nova Iorque. Ela estava tentando pensar positivo. Não deixava que a hipótese de Quinn rejeita-la mais uma vez chegasse ao seus pensamentos.

Ela havia deixado um bilhete para seus pais. _ Se mandasse uma mensagem era capaz de Leroy ter tempo para impedir o vôo. _ Esperava que quando voltassem não a matassem. O que era bem provável de acontecer.

E se fosse para morrer, que se fizesse tudo que não tinha coragem para fazer antes.

_ Obrigada! _ Rachel, apressada, disse ao motorista.

Ela praticamente jogou o dinheiro no colo do senhor que aparentava ser latino. Ele não reclamou, pois Rachel lhe dera setenta dólares para pagar uma corrida de cinquenta.

O botão do elevador com certeza iria passa por um manutenção. Rachel o apertou até a porta se abrir. Ela se olhou no espelho e começou se ajeitar. Não queria receber um não por causa da aparência. O elevador chegou ao terceiro andar e ela saiu apressada, porém estancou em frente ao número 302.

Estava sentido uma mistura de sentimentos. Nervosismo, ansiedade, medo, esperança.. Sentia. Ela respirou fundo e apertou a campainha, aguardando a loira abrir. Mas, para sua frustração, uma outra loira abriu a porta.

_ Rachel! _ Brittany disse, surpresa.

_ Oi, Brittany _ Tentou parecer calma. _ , a Quinn está?

_ Britt, quem é?

Rachel reconheceu a voz latina e percebeu que seria mais difícil falar para Quinn o que sentia.

_ É a Rachel, san! _ Disse em um tom mais alto para que Santana escutasse. _ A Quinn deu uma saída, foi passear com Freddie.

Rachel não queria aparentar decepção, mas foi impossível não percebe-la em seu semblante.

_ Ah, que pena.. eu queria dizer algo a ela.

_ Anã! _ Santana se postou ao lado de Brittany. _ Pensei que a gente tinha se livrado de você.

A cara de bitch e o comentário de Santana, quase a fizera perder a calma. Mas ela estava ali para falar com Quinn e nada, nem mesmo Santana, a impediria de dizer o que sentia.

_ San! _ Brittany a repreendeu. _ Não fale assim com ela.

_ Desculpe, Britt. _ Pensei que não a veríamos mais. _ Reformulou a frase. Porém, o sarcasmo era presente.

_ Você sabe que horas ela chega? _ Direcionou a pergunta a Brittany, ignorando Santana.

_ Ela saiu tem uns Quinze minutos, acho que vai demorar um pouquinho ainda.

_ Entendo.. Você sabe onde ela costuma passear com Freddie?

_ Ela costuma ir ao Central Park.

_ Ok, eu vou para lá então. Muito obrigada, Brittany!

Rachel mal agradeceu e foi chamar o elevador. Ela tinha que achar Quinn.

Quando a porta do elevador estava fechando, Santana a segurou e entrou no mesmo.

_ O que você quer agora, anã?

_ É meio óbvio.

Rachel não queria dar satisfação para Santana de nada, muito menos sobre Quinn.

_ Não há nada óbvio aqui! _ Fechou a cara. _ Eu já te avisei uma vez, mas parece que você não entendeu. Se você a machucar eu ..

_ Eu não vou! Eu também já te disse isso.

Suas faces estavam há centímetros de distância.

_ Não estou brincando, Hobbit, você não tem noção de como a deixou. Ela não come direito, está dispersa, quase não fala..

Rachel escutou as palavras de Santana e sentiu um aperto no peito. Não sabia que Quinn estava do jeito que Santana descrevera. Se soubesse, não deixaria Quinn sozinha em instante algum.

_ Foi ela quem quis se afastar, Nunca foi uma vontade minha. Mas não importa, eu não vou deixar que ela se sinta assim novamente!

_ Como, sendo uma uma mimada filhinha de papai?

_ Dizendo que a amo! Porque não importa as nossas diferenças, eu vou estar ao lado dela dando o melhor de mim! E não vai ser você e sua cara feia que vão me impedir de ficar com ela.

A porta do elevador se abriu e Rachel passou deixando uma Santana sem ação. A latina achava que Rachel só queria brincar com Quinn. Entretanto, depois das palavras mais que sinceras de Rachel, considerou a possibilidade da morena sentir-se assim verdadeiramente.

Havia se passado três dias que Quinn tinha encontrado Kurt na biblioteca. As palavras ditas pelo o garoto ainda estavam frescas em sua memória. Principalmente a parte de não dar a mínima para o que as outras pessoas vão pensar.

Fora criada de uma forma que o julgamento alheio era importantíssimo. - Menos do que o de Deus, é claro. Mas ainda assim, importantíssimo. - Em Lima, tudo o que fazia, tinha que estar dentro dos critérios de conduta cristã. Devia ser conservadora, prendada e, acima de tudo, submissa. Era quase que uma ordem silenciosa. Não podia expressar sua opinião, caso fosse divergente a dos "bons" costumes. Uma ditadura colorida.

E por mais que tentasse, Era difícil se entregar a algo que sempre fora vetada de fazer.

Ela caminhava com Freddie pelo Central Park. O cachorro estava todo animado, diferente da sua dona. Mesmo com um dia bonito, Quinn não enxergava mais nada assim. Fazia tudo de forma mecânica, coisa que para ela tinha se tornado normal. Se jogou nos livros e era difícil tira-lá deles. E assim ía levando.

Sentia falta de Rachel quase todo tempo. Embora levasse o que tiveram como um sonho, uma coisa irreal, não conseguia deixar de querer viver aquilo novamente.

Ela sentou em um banco vazio e fechou os olhos apreciando o vento tocar sua pele. Ficou assim até uma voz masculina interromper seu momento de paz.

_ Seu cachorro é muito bonito, igual à dona.

Quinn abriu os olhos e viu um belo rapaz. Ele aparentava estar na faixa dos vinte. Moreno, forte e com um par de olhos azuis, passou a mão direita sobre os cabelos e perguntou:

_ Eu posso me sentar com você?

Ela ponderou um pouco, não era comum, em Lima, este tipo de abordagem. Não estava acostumada, mas não via mal algum o rapaz sentar-se com ela. Quando ía responde-lo, escutou uma voz conhecida.

_ Você até poderia, se sua cantada fosse melhor e se ela não tivesse namorada.

O rapaz presenciou Rachel sentar-se no lugar que estava cobiçando há alguns minutos. Sua boca estava entre aberta, revelando sua surpresa. Ele se recompôs e, dando de ombros, falou:

_ Ela nem é isso tudo mesmo.

Quinn que estava surpresa com o comentário e presença de Rachel, presenciou a morena pular em cima do rapaz e ataca-lo fisicamente e verbalmente.

_ Repete, se for homem!

Rachel seguia presa ao rapaz agredindo-o sem pena alguma. Freddie latia incentivando. As pessoas que passavam pelo local, ficaram espantadas com a força e a agilidade da morena.

_ Pára, sua louca!

Rachel escutou, mas não atendeu. Ele ofendeu a pessoa que ela amava, ela não pararia até vê-lo estendido no chão.

_ Não! Até você aprender que não se fala mal da namorada dos outros!

Quinn via Rachel encher o rapaz de sopapos, perplexa. Ela era contra à violência, porém o rapaz merecia uma lição. Também estava perplexa com o fato de Rachel dizer, com convicção, que ela era sua namorada. Já havia se formado um círculo de espectadores em volta deles. Quinn achou que ele já tinha aprendido a lição e resolveu parar Rachel.

_ Já chega, Rachel!

A sensação de Quinn chamando o seu nome, fez Rachel parar o que estava fazendo. O rapaz aproveitou que a morena havia saído de cima dele e correu para bem longe dalí. Rachel ajeitou sua roupa, olhando para Quinn. Elas mantinham contato visual, mas depois de um tempo Quinn desviou o olhar.

_ Me desculpe por isso.. Eu queria falar com você e passei no seu apartamento e disseram que você estaria aqui. Aí eu vi aquele idiota tentar usar uma cantada barata para cima de você e bem, Você viu o que aconteceu..

Rachel queria falar tanta coisa que se enrolava com as palavras.

_ É, eu vi. _ Quinn, mecanicamente,disse. Mesmo sem acreditar no que seus olhos enxergavam. Não conseguia acreditar que Rachel estava mesmo ali, Não acreditava que ela havia a chamado de namorada, muito menos no fato da morena a defender com unhas e dentes. Literalmente _ Você disse que queria falar comigo.

_ Eu quero! _ Corrigiu, olhando para o seu relógio.

Os ponteiros marcavam dez horas da manhã e seu estômago roncava. Não havia comido nada desde da hora que tinha entrado no avião. Estava nervosa demais para ingerir algo. Mas agora, quase dez horas sem comer, seu organismo pedia por alimento.

Rachel xingou seu estômago mentalmente e disse:

_ A gente pode conversar lá em casa? acho mais reservado e, para confessar, estou morrendo de fome. Eu saí do vôo e vim direto falar com você.

Quinn estava achando aquilo tudo estranho demais. Sabia que Rachel viajara para Londres, o que ela não sabia era o que tinha acontecido lá para a morena vir até ela. Ela queria perguntar o real motivo de Rachel estar ali, porém apenas comentou:

_ Eu encontrei o Kurt na biblioteca e ele me disse que você tinha ido a Londres com seus pais.

Rachel balançou a cabeça e sorriu nostalgicamente. Ela não conseguiu evitar de sorrir com o fato de que se alguém queria encontrar Quinn, deveria começar procura-lá em uma biblioteca.

_ Por que está rindo? _ Quinn não conseguiu controlar sua curiosidade.

_ De nada _ Ria mais. _ , de nada..

Quinn estreitou os olhos, não acreditando em Rachel.

_ Não parece ser nada. _ Disse, arqueando a sobrancelha.

Rachel teve que fazer um esforço maior do que estava fazendo para não beijar Quinn naquele momento. A loira não podia arquear a sobrancelha, era o ponto fraco de Rachel.

_ Não é nada demais _ Ficou séria. _ ,eu juro.

_ Ok. _ Concordou, mesmo sabendo que Rachel ria de algo relacionado à ela.

_ Você não me deu sua resposta..

_ Eu não sei, Rachel.. Hoje é sábado e seus pais devem estar querendo descansar e..

_ Eles estão em Londres! A casa está vazia. _ Falou mais rápido do que o normal.

Quinn estava atordoada com tudo que estava acontecendo. Há dez minutos estava aproveitando a brisa nova-iorquina e agora estava de frente para o furacão que era Rachel. Ela não sabia o que esperar do convite da morena, não sabia se era certo aceitar, só sentia seu interior pedir mais tempo com Rachel.

_ Eu tenho que deixar o Freddie em casa antes..

_ O Scar pode ir também!

Quinn deu um meio sorriso com a insistência de Rachel. Não havia notado, sentia falta do que um dia odiou. O jeito sarcástico, a determinação e a pretensão, junto com tantas outras coisas.

Ela se sentiu refém mais uma vez. Não conseguiu seguir o que sua mente indicava. Sabia que sua vida seria mais correta sem Rachel junto a ela. Mas, pela primeira vez, ela queria errar.

_ É só uma conversa, certo?

_ Só uma conversa.

[...]

Rachel apertou o digito noventa e seis e a porta do elevador fechou-se. Freddie estava no meio das duas, fazendo Rachel ficar um tanto quanto distante do cachorro e de Quinn. Por mais que tentasse parecer serena com o cão ali, morria de medo dele a atacar.

_ Não precisa beijar a parede, ele não vai fazer nada. _ Quinn disse, a olhando pelo espelho.

Rachel relaxou um pouco, se afastando da parede.

_ Precaução nunca é demais.

_ Disso eu entendo.

Rachel olhava para o perfil pensativo de Quinn, tentando decifrar o que a garota estava querendo dizer por trás do comentário. Quinn sentia o olhar de Rachel sobre ela e se sentiu aliviada quando a porta do elevador se abriu.

_ Você pode deixar o Scar na varanda do meu quarto. _ Rachel ofereceu, depois que fechou a porta atrás de si.

_ Freddie. _ Corrigiu.

_ Sim, sim, Freddie..

Quinn apontou para o corredor e caminhou até ele. Rachel não a acompanhou, optou por ficar e pedir algo para comer.

A loira deixou o canino na grande varanda e saiu rápido, evitando olhar para a imensidão que a cercava. Ela parou um pouco e ficou observando o quarto da morena. Era a cara de Rachel. A decoração mais contemporânea e significativa do que a sua, chamava sua atenção. Era tudo muito diferente do que Quinn estava acostumada e isso a assustava por não saber lidar com toda aquela grandiosidade.

Quando estava perto da porta, seu olhar passou por um porta retrato pequeno. O objeto Parecia estar ali, escondido, para que só uma pessoa pudesse vê-lo. A foto não parecia com nenhuma que ela já vira de Rachel. Não era antiga, nem tampouco recente. Uma Rachel risonha estampava a foto. Não era o tipo de sorriso que normalmente as pessoas dão em fotos; era um sorriso despreocupado, espontâneo. O fotógrafo havia conseguido capturar a essência da emoção no momento certo.

Sua mão foi até o objeto e o trouxe para mais perto de seus olhos. Seu polegar passou pela imagem despreocupada de Rachel com delicadeza. Ela acariciava a foto com um certo ar de saudade. Se alguém lhe dissesse que aquela garota da foto mexeria tanto com ela, não acreditaria. Nunca foi de acreditar no inesperado.

_ É minha foto preferida.

Quinn se assustou ao ouvir a voz melodiosa de Rachel. Ela segurava, sem graça, o porta retrato. Embora Rachel sorrisse para ela, a sensação que tinha era que foi pega fazendo o que não devia.

_ Desculpa, eu não quis te assustar.

A morena desencostou do batente da porta, onde observava Quinn olhar para sua foto, e caminhou para mais perto de Quinn.

_ Eu vim deixar o Freddie e o seu retrato acabou me chamando atenção, não queria mexer nas suas coisas, até porque não sou disso..

_ Hey! _ Rachel parou uma Quinn nervosa. _ Tudo bem, você só quis ver mais de perto uma foto de uma garota linda. Totalmente compreensivo.

Quinn que se sentia mal pela situação, arqueou a sobrancelha e indagou:

_ Como você pode ser tão pretenciosa?

_ Não é pretensão, é um fato.

_ É um fato que sua pretensão é sem limites.

_ Igual a sua arrogância!

_ Eu não sou arrogante!

_ Às vezes é!

_ Não mais que você!

Elas continuaram por um bom tempo com aquela troca de farpas típica delas. Quanto mais se insultavam, mais alimentavam o desejo que tinham uma da outra. - Certas pessoas preferem a meiguice , o romantismo, porém com elas era diferente. Gostavam de mimos, como toda pessoa gosta, mas o insultar funcionava melhor. Era como se fosse combustível para o forte sentimento. Talvez o exaltar das diferenças as deixassem em par de igualdade.

_ Isso tudo _ Apontava para Rachel. _, porque você é uma mimada.

Rachel deixou uma risada descontente sair.

_ Não sou minada!

A loira desviou o olhar para a varanda e quando o fixou no de Rachel novamente, afirmou:

_ Você é a pessoa mais mimada que eu conheço.

_ Isso tudo o quê? _ Rachel quis saber.

Quinn se remexeu um pouco, antes de responder.

_ Você sempre quer tudo. Se não for do seu jeito, faz birra igual a uma criança.

_ Então, na última vez que nos vimos, foi só uma questão de birra? Eu te procurar depois que você simplesmente sumiu, foi birra também?

Estavam bem próximas, respiravam o mesmo ar. Agora já não se insultavam mais; estavam colocando as cartas sobre à mesa.

_ De certa forma, acho. Não vou me omitir, fugi de você porque tive medo de me machucar. E assumo que fui covarde. Porém, isso não muda o fato de você me querer por simples capricho. Você sempre tem tudo o que deseja, mas comigo foi diferente.

Rachel demorou um pouco para assimilar as palavras de Quinn. Desde o início, não sabia como explicar sua atração por ela. Era desejo - ainda é -, mas não um capricho. Sentia a necessidade de estar perto, de saber como havia sido o dia de Quinn, de discutir sobre uma coisa banal. Não era capricho, era amor o que Rachel sentia por Quinn.

Rachel fechou os olhos, deixando que uma lufada de ar escapasse. Estava cansada, fisicamente e mentalmente, só queria que Quinn entendesse o que ela sentia.

_ Então é isso que você acha que é para mim, um simples capricho? _ Questionou quando abriu os olhos novamente. _ Por que você não aceita o fato de que eu realmente gosto de você? De que é uma garota incrível, mesmo com toda essa sua arrogância! Merda, Quinn! Eu gosto demais de você! Pra ser sincera, é mais que gostar.

O peito de Rachel subia e descia, revelando seu nervosismo. Expor o que sentia não era algo de seu cotidiano. Costumava ser uma pessoa reservada com seus sentimentos, não os deixava a mostra. E, mesmo que indiretamente, deu a entender o que sentia.

As palavras de Rachel, deixaram Quinn atônita. Ela não conseguia vê o que a morena enxergava nela. Se achava uma garota normal, com objetivos normais, não entendia o porquê de tanta insistência por parte da morena. Não precisava usar da sua inteligência para entender o que Rachel havia acabado de sugerir. Até se fosse uma total leiga, entenderia o que se passava ali. Ela evitou olhar para Rachel sentando -se na cama. Passou a mão sobre o cabelo que estava a frete da sua visão e perguntou:

_ O que você quer dizer com " mais que gostar"?

Rachel respirou fundo e sentou-se perto de Quinn. Estava nervosa e com medo do que poderia vir acontecer, contudo não havia mais volta; sentia-se pronta para deixar Quinn saber sobre o seu sentimento.

_ No dia em que nos conhecemos, quando você esbarrou em mim, eu lembro de ter sentido uma coisa estranha. Nada desses clichês que costumamos ver nos filmes, sabe? Eu senti uma necessidade de tentar um contato com você, mesmo ele vindo ser hostil. Eu queria, de alguma forma, estar, falar, ver você! E você só aumentou essa vontade quando foi ao meu socorro na boate. O tempo foi passando e a vontade foi crescendo junto com ele de uma maneira que hoje é maior do que minha insegurança de confiar em alguém nesse sentido. Com você eu posso fechar os olhos que eu sei que estarei bem. Eu nunca disse isso para alguém antes, também nunca me senti dessa forma.. _ Rachel fez uma pausa, engolindo seco. Sentiu que suas mãos apertavam as laterais das pernas e afrouxou o aperto. Seu olhar encontrou o de Quinn e, dessa vez, os olhos verdes não fugiram; pelo contrário, permaneciam fixados na morena. _ Estou apaixonada por você!

O coração de Quinn batia fortemente contra o peito. Seus olhos arregalaram, mas não desviaram dos olhos chocolates de Rachel. Quinn não esperava que Rachel dissesse que estava apaixonada, mesmo ela dando a entender anteriormente. Seu interior estava uma bagunça! Tinha uma lado que queria sair daquele quarto luxuoso e dar adeus há tudo aquilo que não fazia parte do seu cotidiano. O outro, mais passional, queria segurar Rachel bem próxima e saborear o que a morena tinha para oferecer.

Ela levantou da cama, abruptamente, dando um susto em Rachel. Abriu a boca algumas vezes, tentando expressar o que para ela era inédito. Ela tentava. Respirou fundo, fechando os olhos. Naquele instante, tentou esquecer seus medos, seus preconceitos, sua criação..

A morena assistia, apreensiva, Quinn tentar verbalizar o que sentia. Quando ía falar algo, Quinn a questionou:

_ Como pode ter certeza de que se sente assim por mim? Nos conhecemos há tão pouco tempo e você falou com tanta certeza..

Quinn nunca se manteve tão focada em Rachel. Seus olhos acompanharam a morena levantar e se aproximar dela. Rachel, com delicadeza, pegou na mão de Quinn e a pôs sobre o seu peito.

_ Está sentindo? Essa é minha certeza de que estou apaixonada por você.

Quinn sentia o coração de Rachel bater igualmente ao seu ou mais. Não saberia dizer. Diante do pulsar e do calor que emanava do corpo moreno, ela sentiu a sinceridade do sentimento de Rachel a invadi-la. Ela levou a mão até o rosto moreno e acariciou o local com o polegar.

_ Quando você está comigo, quando você me toca.. _ Rachel dizia, quando fechou os olhos apreciando o afago de Quinn. _ Tudo perde a importância! Tudo!

Quinn chegou mais perto e pousou sua testa sobre a de Rachel. Ela aspirou o cheiro da morena e deixou que sua mão esquerda encontrasse a cintura da mesma.

_ Eu senti sua falta. _ Perto da boca de Rachel, em um sussurro, Quinn confessou.

_ Não mais que eu! _ Envolveu o pescoço de Quinn com os braços. _ Não me deixa mais, por favor.

Quinn balançou a cabeça negativamente e Rachel não demorou muito para encostar seus lábios nos de Quinn. Entretanto, quando estava prestes a beijar a mulher por quem estava apaixonada, a campainha tocou.

_ Não.. _ Quinn disse, mantendo Rachel junto a ela.

Mesmo com fome, cansada, Rachel não sairia daquela posição. Tudo o que ela precisava estava ali: Os braços da pessoa que ela amava a envolvendo. Estava com Quinn, se sentia em paz.

_ Eu não vou sair daqui!

_ Me beija, Rachel!


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Notas finais do capítulo

E a Rachel se declarou 🙏
Gostaram? Me deixem saber!
P.S: Responderei todos os comentários do capítulo anterior hoje ainda.
Uma boa semana para vocês 0/