Sem perceber você não vai conseguir mais viver sem meu amor. Você sabe que eu sou, seu amor.

Toda Vez Que Eu Te Beijar - Henrique e Juliano

2 meses depois ....

Depois do dia que falei eu te amo para Esquentadinha, tudo mudou e por incrível que pareça foi para melhor, apesar de ela não ter me dito ainda as palavras que eu gostaria de escutar, ela me disse coisas que jamais esquecerei.

Ela me olha, e então começa a chorar e é assustador ver Karina chorar. O choro dela não é aqueles escandalosos, ela apenas abaixa a cabeça e as lágrimas descem.

– Por favor, não chore. Se quiser eu retiro o que disse. – digo tentando mudar isso.

– Não se atreva. – ela diz, e então respira algumas vezes, e pega minha mão. – Pedro você sabe o quão difícil é para mim escutar essas palavras? Eu não as escuto frequentemente a um bom tempo, meu pai diz isso pra mim poucas vezes, Bianca era a que mais falava e agora parece me odiar, e minha mãe eu nunca tive a chance de escuta-la dizer.

– Me perdoa, sabia que não deveria ter dito. – eu digo, me arrependendo de fazer ela sofrer.

– Não diga isso, eu fico realmente feliz, na verdade estou no céu com suas palavras, a verdade é que não sei se posso responder a isso. – ela diz, e é a minha vez de ficar mal, ela não sente o mesmo. – E não é por que não sinto o mesmo que você, você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu só não sei se estou pronta para assumir o risco e depois algo acontecer. Eu me machuco mais facilmente por dentro. E depois do que houve com o Duca, eu realmente fico com o pé atrás.

– Quer saber? Eu não ligo se não dizer hoje, nem amanhã, ou depois. – eu digo, apesar de querer ouvir ela dizer que me ama também, sei que ela é insegura e não quer arriscar sofrer mais uma vez se admitir que ama alguém. – Eu te amo, e isso não vai mudar independentemente do tempo que você conseguir me responder.

– Obrigado, Pedro. – ela diz, e então nos abraçamos e nos beijamos apaixonadamente.

Depois daquele dia um laço maior se formou entre nós, ás vezes ainda tenho dúvidas, mas sei que ela sente algo por mim.

O tempo passou voando Galera da Ribalta fez vários shows, começamos com algumas músicas tocadas em algumas sociais de alunos da Ribalta ou até mesmo da Academia do Mestre Gael, Nando conseguiu alguns shows em restaurantes mais pro centro. Já Karina focou totalmente em seus treinos, até demais na verdade, nem tínhamos tempo para namorar mas mesmo cansada sempre dava um jeito de assistir meus showzinhos. Quando Gael percebeu que Karina estava se esforçando demais, fazendo um treinamento muito pesado, então ele me ligou e mandou que eu fosse ao treino dela para que ela desencanasse um pouco, e claro que fui com uma ideia maravilhosa, que eu seria o treinador dela por um dia.

– Sobe no ponto mais alto do trepa trepa, e desce o mais rápido que você puder. – eu digo apontando para o brinquedo, enquanto Karina e eu atravessamos a rua. – Mais toma cuidado, ta amor.

Ela sorri e então faz o que pedi, aproveito para imitar o pai dela.

– Vai, vai. Um, dois, aqui não tem moleza não. – grito batendo palmas. – Isso, muito bom, vamos lá, desce. Agora pula amarelinha.

– Mais isso é moleza né. – ela diz, e vai para a amarelinha.

– Então pula com os olhos fechados, que é para trazer concentração para o ringue. Vamos lá, vamos.

Tem umas meninas que estavam brincando também, mas pararam para ver a gente, e estão rindo, me viro pra elas e digo:

– Ó que beleza, é minha namorada, essa linda aé ó.

– Para Pedro. – Karina reclama enquanto pula.

– Para Pedro, Pedro para, esse Pedro é uma parada. – eu começo a cantar, mas então ela para de pular e me olha feio. – Parei já, vai. Mas não acabou não, quero ver você agora pulando de costas.

– Você tem quantos anos? – ela pergunta.

– Oito que nem você. – respondo sorrindo, percebo que ela está menos tensa. – Vou te mostrar como é que faz. – vou até ela e começo a pular de costas, e bato nela, ela me segura. – Ah! Minha heroína.

Ela me abraça e eu nos viro, e a beijo. Esses momentos que eu percebo o quanto ela me faz bem e vice versa.

– E nada de beijinho não. – digo, a empurrando, enquanto ela tenta me beijar. – IOU, IOU, treinamento. Quero dez voltas no chafariz, pode começar.

– Ah! Mais um beijinho vai, mais um beijinho. – ela diz, se aproximando, e eu pego seus braços e a afasto.

– Não, não. Você não queria treinar, Esquentadinha? – pergunto, mas ela vem mais uma vez, então abro os braços. – Só mais um beijinho.

Ficamos a tarde inteira brincando, ou melhor dizendo, treinando. Ela riu, pulou e finalmente relaxou, falta apenas uma semana para o campeonato e ela estava tensa demais. Quando ela termina, a puxo pela cintura e agarro forte.

– Depois de todo esse treinamento, merece até um beijo gostoso. – digo, a beijando.

– Ai, Pê para. Se meu pai pegar a gente em público assim, ele nos mata. – ela diz com medo.

– Posso até morrer de medo, mais eu sou brasileiro e não desisto nunca. – digo, a beijando de novo.

– Aé? – ela diz, e então pula em minhas costas e me dá uma chave de pescoço. – E agora?

– E agora, é aqui ó. – digo, a fazendo sair. – Você é lutadora, mais eu sou malandro.

– Aé? Uhum, sei. – ela diz, debochando.

– Ta de bobeira, aqui ó. – digo, e parto pra cima dela, fazendo cosquinhas, e a deito no banco e subo em cima.

– Cosquinhas, não, não, está desclassificado em. Para Pedro. – ela diz, se mexendo de baixo de mim. Continuo a brincar com ela, e adoro escutar suas gargalhadas.

– IOU. – escutamos Gael gritar, e eu na hora levanto as mãos. – Sai de cima da minha filha.

– Calma, mestre sogrão. Não é nada disso que o senhor está pensando. – eu digo. – Só estou fazendo o que o senhor mandou.

– Pedi para você ajudar ela a relaxar. – ele diz, e então me puxa de cima da K. – Já mandei sair de cima dela.

– Calma mestre, só estávamos brincando para fazer ela relaxar.

– Você faz seu serviço muito bem, vou me lembrar disto. – ele diz, e então sai puxando a Karina.

Sorrio ao me lembrar disto, foi um dos melhores momentos nosso.

Depois de noite neste mesmo dia, João e Camila ficaram pela primeira vez, ele veio à minha casa todo feliz e contente. Eu já desconfiava que iria acontecer, os dois viviam jogando juntos, e sempre batiam o maior papo. E João nunca parava de falar dela.

Estávamos jogando quando João do nada para o jogo e diz:

– A Camila me beijou.

– Como assim te beijou? Ela que tomou iniciativa? – pergunto curioso.

– Sim, e depois saiu correndo e entrou no carro do tio dela.

– Mais o que a fez te beijar?

– A gente estava conversando sobre o novo jogo que começamos a jogar, então ela tropeçou e eu a segurei quase caindo também, então rolou um clima e quando eu ia beija-la, ela que tomou atitude e me beijou.

– E você ficou lá parado, deixando apenas a menina beijar?

– Demorei um pouco para reagir, mas pelo menos consegui corresponder depois.

– Então você gosta dela?

– Sim, acho que gosto.

– Você acha? Já tinha certeza disso faz tempo. – digo, e então pulando em cima dele grito. – ATÉ QUE FIM DESENCALHOU EM, Jonhy !

Camila e João ou Jomila como Tomtom nomeou começaram a namorar faz pouco tempo, ele a pediu em namoro em um jogo online, e ela adorou. Como já disse antes, dois estranhos.

Estou me arrumando para o grande dia da Karina, ela vai lutar hoje e todos vamos. Ela já está no local do campeonato, eu disse que iria depois e como Tomtom também queria ir, então falei que iria depois, Jade iria comigo também. Ela e Karina estão numa espécie de amizade muito estranha, as duas conversam, e se tratam bem, saímos em casal umas duas vezes, apesar que Cobra e eu ainda não somos tão amigos.

– Pedro parece que está indo casar, que demora. – Tomtom entra no quarto. – Jade já está esperando com o taxi lá embaixo.

– Calma, pirralha já estou indo. – digo, pegando meu celular e o chaveiro.

Quando apareço na sala, Jade me olha com raiva e Tomtom também.

– Você parece uma noiva, como que demora tanto assim pra se arrumar. – Jade reclama emburrada. – Vamos que eu quero ver a luta da K, e depois ainda tem a do Cobra.

Então partimos pra rua, para pegarmos um taxi, já que éramos os únicos que ainda não tínhamos ido para o campeonato.

Ao chegarmos vamos direto para arquibancada aonde estão João, Camila, Dandara.

– E aí galera, cheguei. – digo rindo.

– Pedrinho que bom que chegou, a Karina já veio aqui duas vezes pensando que não viria. – Dandara diz.

– Cadê ela? – pergunto, e Dandara aponta para um lugar aonde tem vários lutadores com a camisa da Academia do Gael. Eu me direciono para lá e Jade vai comigo.

– Pedro até que fim. – Karina diz ao me ver.

– Pensou que eu não viria ver minha gata arrebentar a cara de outras pessoas, que não seja eu? – pergunto, ela sorri e me dá um selinho.

– Karina cadê o Cobra? – Jade pergunta.

– Ele está ali com os iniciantes. – ela diz, e aponta mais para trás.

– Então, está preparada para arrasar? – pergunto pra minha linda.

– Espero que eu consiga, quero que meu pai se orgulha de mim. – ela diz olhando para o pai que está conversando com o Wallace.

– Ele vai estar, eu sei que você é a melhor daqui. – digo.

– Karina vai fazer seu aquecimento e pare de conversar com esse moleque. IUO, decorou? – seu Gael diz, e K rapidamente arruma sua postura, e eu volto para arquibancada.

As lutas passavam e eu nem liguei, odeio lutas mas só gosto de ver a minha Esquentadinha lutando, apesar de morrer de medo dela se machucar. Só sei que na academia do Gael, quem ganhou medalha até agora foi: Wallace, Zé e Zack. Na categoria feminina a Pri quase consegui, mas uma garota a detonou.

– Senhoras e senhores, continuando na categoria feminina diretamente de São Paulo, Fernanda Almeida pela academia Tatica. – o locutor diz apresentando a rival da K. – Enfrentando Karina Duarte pela academia do Mestre Gael.

– Vai Esquentadinha, essa é tua. – eu grito, e as pessoas me olham estranho.

As duas sobem no ringue, Karina está concentrada e encara a adversaria, o cara que fica no meio do ringue, pede para as duas se aproximarem, e então toca o gongo.

Ver Karina lutando pra mim é uma coisa linda, ela está fazendo o que ama, eu começo a torcer como se eu estivesse num estágio de futebol, Dandara fica rindo de mim, enquanto João e Camila morrem de vergonha, e Jade fica concentrada na luta sem esboçar reação. Então Karina recebe um soco e cai no chão, automaticamente tento pular a grade, mas João me segura.

– Ela sabe o que está fazendo. – ele diz.

– Ela ainda não levantou. – digo olhando apreensivo.

– Pedro para de drama, ela está se levantando. – ele fala, e eu olho de novo. Karina está de pé e começa a distribuir golpes na menina, e a nocauteia. Quando vejo todos comemorando, percebo que ela ganhou. Eu pulo rápido, e corro até o ringue, ela está abraçando o pai, e a galera está dando os parabéns para ela. Quando ela me ver corre para meus braços e pula no meu colo.

– Venci, moleque. Eu venci. – ela diz ao meu ouvido, enquanto a agarro.

– Para mim não teve surpresa nenhuma, você é uma vencedora. – digo e ela me beija apaixonadamente.

– IOU, podem parar com isso. – Gael se aproxima. – Karina você esqueceu que tem que pegar a medalha?

– Não pai. – ela diz descendo do meu colo e me dá um selinho. – Até daqui a pouco.

Eu fico na beirada do ringue, e vejo ela subir de novo. Ela cumprimenta a adversária, e então o cara pega a mão dela e a levanta dizendo.

– E a vencedora é Karina Ramos da Academia do Mestre Gael.

Todos batem palmas e gritam, eu fico apenas sorrindo quando ela exibe a medalha pra mim, mas que na verdade é para seu pai que está atrás de mim.

– Você sabe que ela faz isso tudo para o senhor ter orgulho dela, né? – digo encarando meu sogro.

– Sei sim, moleque. E Karina me daria orgulho de qualquer modo, lutando ou não. – ele responde e então vai abraçar a filha.

Depois a Karina pendurou sua medalha e sentou conosco na arquibancada para assistir as duas últimas lutas uma do Duca e a outra do Cobra. Assistimos e torcemos, quer dizer a Karina e a Jade torceram, pois eu apenas me sentei e devorei uns três cachorros-quentes.

Quando acabou tudo, Duca e Cobra tinham uma medalha também. Ajudamos a todos se organizarem, alguns queriam comemorar mas Gael vetou e disse que comemorariam no outro dia que era um sábado, pois todos precisavam descansar. Karina preferiu ir na van com os outros alunos da academia, eu fui no carro do Cobra, com Camila, Jade, João.

Tinha combinado que depois da 20h iria passar na casa Karina, já que o campeonato acabou às 19h, e ela disse que primeiro iria tomar um banho, e ai poderíamos ver um filme. Aproveitei também e separei uma pizza de Aliti pra gente comer. Então quando dá a hora, passo no restaurante e pego a pizza e vou pra casa dela.

– Já vou. – escuto Karina gritar depois de tocar a campainha. Ela abre a porta, e sorri. – Ah, é você, pensei que fosse a Bianca.

– Em falar na irmã do mal, cadê ela? Ela não foi ver nem o namorado lutar? – pergunto.

– Ela está na casa da BB, ela e o Duca brigaram feio, e ela disse que não queria ficar aqui em casa. – ela diz, e então entramos e paramos na cozinha.

– E seu pai pensei que ele iria ficar em casa? – pergunto, já que ele não apareceu pra reclamar de algo comigo.

– Na verdade, eu não disse que você viria. – ela diz sorrindo. – Ele vai dormir na casa da Dandara, e já que esses meses a gente quase não namorou, pensei que poderíamos aproveitar um pouco.

– Você não tem noção do perigo né? – pergunto rindo, e quando vou agarra-la ela sai correndo e vai para seu quarto, corro atrás dela, ficamos correndo um atrás do outro, até que a empurro na sua cama, e pulo em cima dela.

– Já disse que sou malandro. – digo a fazendo rir. Então a beijo e o clima de brincadeira acaba tão rapidamente quando começou, ela devolve o beijo totalmente entregue, nos beijamos por um tempo até que precisamos tomar um ar. Ela beija meu pescoço e eu me arrepio, cada vez mais fica difícil me controlar com ela, nas poucas vezes que ficamos sozinhos nesse tempo sempre quase chegamos ao finalmente, e ela sempre parava dizendo que não estava pronta, e eu a respeitava. Mas está cada vez mais difícil, pois nossos corpos querem algo que a Esquentadinha ainda não está pronta.

Eu olho em seus olhos lindos, e ela está sorrindo, e digo as palavras que sempre desejo escutar o retorno.

– Eu te amo tanto. – digo, e ela fecha os olhos e sorri como se estivesse saboreando as palavras.

– Pedro, eu também te amo. – ela diz, e então me beija. O que sinto não pode ser descrito, demorou meses para ela me responder, mas sei que este foi o momento certo. Mas são as suas próximas palavras que me excita, me assusta e me desarma. – E eu estou pronta para minha primeira vez.