P.O.V – Elsa

Tenho que o manter afastado! O manter afastado! Ele não podia… Eu não podia, não podia voltar a ser como era! Não! Não é isso que eu quero pra mim! Tenho que voltar antes dele! Tenho que chegar antes dele!

Minha cabeça estava tão a mil, que não me lembrava se tinha criado outro cavalo-alado ou como tinha subido no que estava lá.

Em menos tempo que na ida, cheguei ao castelo, porem nem Marshmallow nem Olaf estavam brincando ao lado de fora, ou seja, Jack Frost havia retornado. Deixei meu cavalo do lado de fora, criei um lugar para ele ficar e entrei. Logo no topo da escada estava Olaf, com o maior sorriso já visto em um boneco de neve.

– Eu disse! Eu disse! Jack está de volta! – Olaf dizia e descia as escadas sentado no corrimão.

– E onde ele está agora Olaf? –Perguntei com a maior cara de inocente, sabia que Olaf jamais me deixaria expulsar Jack do castelo.

– Está tomando banho para o jantar. – Essa era uma ótima ideia, um banho, passei a tarde toda fora, estava querendo ou não, muito cansada.

– Vou fazer o mesmo, quando o jantar estiver pronto você poderia me chamar Olaf? – Perguntei e comecei a subir as escadas assim que ele afirmou com a cabeça.

Entrei no meu quarto, e fui em direção ao banheiro, tirei a roupa e fui tomar um banho morno. Ambas as mechas loiras caíram sobre meus ombros, pensei em corta-las. Mas logo a ideia sumiu da minha cabeça. Terminei o banho, me troquei, penteei meus cabelos e quando estava abrindo a porta ouvi Olaf berrar:

– O jantar está pronto! – Se fosse para me chamar aos berros pedia para Marshmallow.

Desci sem muito animo, assim que entrei na sala de jantar, pude ver a cabeleira prateada de Jack, ele estava de costas conversando com Marshmallow, Olaf estava para lá e para cá arrumando as comidas na mesa.

– Bem vinda de volta rainha Elsa. – Jack disse se virando, os olhos azuis com um brilho diferente, um brilho de entendimento, como se soubesse de algo.

– Quem deveria dar as boas vindas sou eu a você Jack. Não fui eu que passei dois dias sumido. – A frase saiu muito diferente do que eu esperava. Não parecia que eu estava brava, e sim com… Ciúmes!

Jack deu um meio sorriso, e eu sem querer fiquei vermelha. O que está acontecendo com você Elsa? Está sem graça porque Jack sorriu? Esse pateta vive fazendo isso!

Jantamos em silencio, e como sempre Jack terminou primeiro. Desta vez, eu fiz um sinal para que ele me esperasse.

Terminei o jantar não muito depois de Jack. Subi e o encontrei sentado na cadeira de frente para minha penteadeira.

– Preciso falar com você! – Falamos juntos assim que entrei no quarto.

– Você primeiro. – Ele disse quando me viu ficar sem graça com a situação.

– Jack… Preciso que você vá… - Ele não me deixou terminar, ele já havia entendido onde eu queria chegar, e então me interrompeu.

– Eu vi… Tudo. Suas lembranças, desde o primeiro aniversario de Anna… Até a morte da mesma. – Ele disse serio, porem encarando o chão.

– Você… Você não podia… - Eu disse desapontada. Porem logo depois uma onda de fúria me atingiu. – Como você pode!? Eram minhas lembranças! Só minhas! Você não tinha esse direito!

Falei e falei, e Jack estava tentando falar também, mas eu estava com tanta raiva! Do lado de fora uma tempestade de neve começara. E do nada parou. Ou melhor, e apenas parou, quando senti os lábios de Jack se pressionaram contra os meus. No começo quis tira-lo de perto de mim, quis que ele fosse embora!

Mas depois, outra coisa inusitada aconteceu, meus lábios, estavam se abrindo, sozinhos! Eu juro! E então aprofundamos o beijo, os lábios de Jack eram mais quentes que os meus, macios e tão doces. Passei os braços pela nuca dele, e ele passou os braços pela minha cintura. Ficamos ali, parados, apenas nos beijando.

Até que a minha ficha caiu. Eu iria manda-lo embora! Não era para eu estar ali! Beijando-o!

– Desculpa, mas… Foi o único jeito que arrumei para te fazer parar de falar. – Ele disse quando finalmente paramos de nos beijar.

– Tudo bem… Quer dizer… Bem… - Não conseguia formular uma frase! Que raiva, minha cabeça estava a mil.

– Nos vemos amanha então? E conversamos tudo o que tínhamos que conversar hoje, pode ser? – Jack perguntou sem fazer qualquer movimento demonstrando que queria sair.

– Ah... Tudo bem… Pode ser… - Eu disse me distanciando um pouco, ainda não conseguia criar uma frase direito.

E assim Jack me deu boa noite, e saiu. Joguei-me na cama e fiquei pensando como aquilo foi acontecer!? Passei os dedos pelos lábios… Não importa como foi acontecer, o que importa é que não me arrependo.