Blue is the coldest color escrita por Maria Laura Almeida


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal,espero que gostem da fic!♥



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Anne estava sentada em uma das cadeiras do enorme salão. Não demoraria para a palestra começar, e as poucas pessoas que estavam ali já haviam se acomodado. Ela estava em uma das fileiras sozinha, não gostava de companhia havia muito tempo, e dessa vez não quebraria a promessa que fez a si mesma um ano atrás.

Sentiu alguém se aproximando, ‘’ótimo’’, pensou. A pessoa sentou-se ao lado dela, e logo se pronunciou.

-Ora, se não é Anne Belmort!- Não, aquela voz não. Ela reconheceria de longe aquela voz rouca e o dono tão desagradável.

-Olá Arthur!- Cumprimentou, e fitou o garoto ao seu lado. Não havia mudado nada, apenas o cabelo preto estava maior, batia nos ombros e faziam contraste com os olhos verdes. O piercing no lábio inferior que ela tanto gostava de admirar ainda estava ali. Bonito, como sempre. Mas aquele sorriso malicioso no rosto lembrou porque haviam terminada. Era um idiota.

-Parece que cada vez está mais bonita! Sentiu minha falta?- ‘’Bonita?’’, ela sim não havia mudado muito desde a última vez que se viram. Continuava com os cabelos na cintura pintados de azul, com seus 1,60 de pura palidez e algumas sardas. Porém, havia uma coisa que gostava em si mesma. Os olhos. Era heterocromática, tinha um olho azul, outro castanho. Muitas pessoas achavam estranho, mas ela gostava, nunca foi muito normal.

-Não sei se agradeço ou meto um tapa nessa sua cara de arrombado!- Respondeu. O que ganharia ao ser educada com ele? Pois é, nada!- Aliás, não senti sua falta!- Continuou. Mas o sorriso do garoto continuou ali. Ah, como ela odiava aquele sorriso com aqueles dentes extremamente brancos.

-Vejo que não mudou em nada, e ainda frequenta palestras sobre filosofia. Sério Anne?- O que raios ele tinha contra o amor dela por filosofia? E se ele não gostava o que fazia ali?

Anne sorriu sem mostrar os dentes e continuou.

-Se não gosta de palestras sobre filosofia o que faz aqui?- Ela viu por um segundo o sorriso sair dos lábios do garoto, que logo estava ali novamente.

-Vim procurar você!- Ele respondeu de uma forma que Anne diria até, envergonhado?

Mas como assim procurar por ela? Já se passava dois anos desde aquele dia que a azulada deixou bem claro que aquilo acabava ali, e não havia volta.

Quando ia responder o palestrante chegou e começou a falar sobre a origem da filosofia entre outras coisas, que ela não conseguiu prestar atenção. Pensava na última vez que vira Arthur, aquele maldito dia.

Flashback on

Anne com seus quinze anos ia até a casa do namorado Arthur. Depois que saíram da escola combinara que só se veriam a noite.

Mas ela havia recebido uma notícia incrível. A história que havia escrito para aula de literatura iria ser publicada no jornal local. E para Anne Belmort aquele não podia ser um dia melhor.

Chegando na rua da casa de Arthur viu que além do carro do mesmo havia um outro vermelho, que não parecia de ninguém da família dele.

Bem, não deve ser nada. Pensou.

Entrou mesmo sem bater, aliás já estava acostumada a fazer isso na casa do namorado.

Seguiu pelos corredores do andar de cima ,onde foi até o quarto do garoto e viu que a porta não estava trancada. Então quando abriu a mesma, pensou que deveria ter sido melhor nem ter feito isso. Viu a cena que nunca mais gostaria de ver em anos.

Lá estava Arthur beijando sua prima Julieta. Sim, beijando, e gostando pelo jeito como ele colocava a mão em sua cintura.

Anne pensou em correr, chorar, gritar, xingar, bater. Mas nada disso foi sua reação, ela não faria isso na frente daquele merda. Não mesmo.

-Oi!- Ela falou simplesmente com um sorriso, que ela podia jurar que mais parecia uma careta de dor.

-ANNE!- Gritou Arthur empurrando a garota que até poucos minutos estava com a boca encostada na sua. Ele ainda continuou. –NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ ACHA QUE É, ELA ME AGARROU, EU JURO!

-Oh, coitado! Isso é assédio sabia? Imagine, essa garota trinta centímetros menor que você pode fazer um estrago.- Anne sabia usar a ironia quanto era necessário, oh como sabia.

-Anne, eu...- Ele tentou falar algo ,mas não deu tempo já que a garota dos cabelos azuis já havia saído da sua casa batendo a porta.

Ele ligou milhares de vezes, mandou mensagens, foi na casa dela, escreveu cartas, mandou flores. Mas nada disso fez ela se quer olhar para ele. Ela era teimosa, e ele sabia disso.

Flashback off

O palestrante havia começado a falar sobre os maiores filósofos que o mundo já vira, mas ela pensava no maior idiota que ela já vira, que estava ao lado dela nesse momento olhando fixamente para a mesma com aquele sorriso nos lábios. Será que ele não iria parar de sorrir daquele jeito?

Começou a prestar atenção melhor no que o homem baixinho e barbudo dizia sobre como utilizamos a filosofia no nosso cotidiano. Ou melhor, tentou prestar atenção. Já que é um pouco difícil fazer isso com uma pessoa olhando para você o tempo todo.

E assim já havia se passado uma hora, e a palestra na estava no fim quando Anne levantou-se da cadeira e foi até a saída com alguém atrás de si. Ah, não!

Ela virou-se rapidamente e bateu com seu rosto no ombro do menino que estava atrás dela. Será que ele não a deixaria em paz nunca?

-O que você quer Arthur?- Perguntou vermelha, é, ela estava com raiva e esse era o aviso de ‘’Perigo, afaste-se!’’. Ela podia ser bem menor que ele, mas com aquela cara de brava assustava até um vilão dessas histórias em quadrinhos.

-Conversar.- Ele respondeu, seguido de um sorriso simples, sem segundas intenções. O que era raro para aquele rapaz.

-E o que te leva a pensar que quero conversar com você?- Ela perguntou cruzando os braços e fazendo um bico, que na opinião dele era extremamente fofo.

-O fato que não vou deixar você em paz até me ouvir!- Ele sorriu, sabia que ela desistiria fácil.

-Fale logo, não tenho o tempo todo!- Ele sorriu. Não disse?

Foram até um banco em uma praça próxima dali onde sentaram-se, e o garoto começou a falar.

-Olha, aquele dia. Eu realmente tive culpa, eu traí você!- ‘’Eu traí você!’’, aquilo quase a fez chorar, mas não na frente dele, não agora.- Mas Anne, eu te amo, e espero que entenda que as pessoas erram e merecem segundas chances. Merecem que alguém acredite nelas! Eu realmente mudei. Eu sei que mudei! E espero que me perdoe!- Ele continuou a falar.

Ela sorriu.

-Sabe Arthur, ouvi uma vez que quando as pessoas dizem que mudaram, é porque continuam as mesmas! E vejo que não é diferente com você. Espera que depois disso eu o perdoe? Palavras bonitas não me compram mais como antigamente!- Ela suspirou, e continuou.- Essa não seria sua segunda chance, nem terceira. Já perdoei suas mancadas diversas vezes, mas eu cansei! Cansei de verdade. Eu mereço mais do que alguém que mente, que não cumpre suas promessas! Me desculpe, mas, agora talvez você possa ter mudado. Mas eu também mudei, eu acho! Até logo Arthur!- E saiu. Deixando um garoto sentado em um banco com cara de bobo.

Mas sorriu, com uma lágrima no rosto. Ela estava livre de tudo que achou que era presa para sempre!


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Notas finais do capítulo

Comentem gente!♥



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