Rosalie e eu fomos buscar Alice na casa ao lado no outro dia de manha, e é claro que ela estava um caco dizendo coisas como “quebrar sua promessa feminista de nunca beijar um machista e blábláblá”, Alice sabe fazer drama quando quer...

-eu não vou à aula... Como eu posso colocar minha cara para fora de casa depois disso? –ela choramingou quando contamos que tínhamos visto tudo o que aconteceu.

-Alice, você não precisa sair por aí contando a todo mundo que beijou Jasper Hale. –Disse tentando não rir.

-você quer dizer que eu posso... Mentir? –ela perguntou limpando os olhos.

-não boba... Apenas omitir. –sorri e Rosalie piscou para mim... Uma coisa nós tínhamos certeza: A escola inteira provavelmente já estava sabendo.

-tudo bem, mas se alguém me olhar torto, eu fujo. –rimos baixo a vendo correr para o banheiro.

-ela surta, não é? –Rosalie perguntou mexendo em seus perfumes.

-você acha? –rimos.

-EU TO OUVINDO! –ela berrou do banheiro.

-e nós sabemos. –murmurei ainda rindo.

Finalmente Alice parou de fazer drama e nós corremos para a escola, já que estávamos quase atrasadas. Quando o sinal bateu, Alice correu para a sua sala sem nem ao menos nos esperar. Rose revirou os olhos enquanto eu fazia careta. Edward apareceu ao meu lado quando eu entrava na sala de Calculo.

-bom dia. –ele murmurou me abraçando pela cintura e me beijando com cuidado.

-Ei, bom dia. –pisquei e ele riu.

-hm, está de bom humor. – ele disse me abraçando forte e colando sua bochecha a minha.

-sempre estou de bom humor. – mordi o lábio inferior para não rir, apenas ouvindo enquanto o retardado ria.

-ahan... –mais risadas. –hm, estava pensando se não quer sair mais tarde... Só eu e você. –ele revirou os olhos e mordeu as bochechas enquanto eu sorria como uma idiota.

-está me chamando para sair Edward Cullen? –ergui uma sobrancelha e ele fingiu tossir um pouco.

-hm, estou tentando. –nós rimos.

-tudo bem, algum lugar em mente? –ele deu de ombros.

-na verdade pensei em simplesmente sair por aí sem nada em mente. –ele sorria, ainda com os braços em minha volta. Essa tranqüilidade ao seu lado era tão estranhamente confortável que algumas vezes eu poderia até pensar que sempre fora assim.

-tudo bem então. –sorri e abraçando mais forte, como se assim o fizesse ficar comigo para sempre.

-tem alguém carente hoje. –ele notou com uma mão afagando meu cabelo.

-não é nada. –ri um pouco me afastando e olhando em volta. As aulas já tinham começado, o que significava dizer que estávamos no corredor sozinhos.

-certeza? –ele perguntou com a testa franzida, sua mão ainda em meu cabelo. Assenti.

-é claro que sim. –segurei uma de suas mãos, tão grande perto da minha.

Ele olhou em volta também, parecendo perceber a mesma coisa e depois olhou no relógio, com um sorriso torto que significava encrenca. Ainda com o sorriso no rosto ele começou a me rebocar para algum lugar.

-o que está fazendo? –perguntei meio rindo e meio preocupada com o barulho que fazíamos ali.

-a aula já começou há cinco minutos, sabe que não podemos mais entrar, então... –ele piscou e me levou para fora do prédio.

-Edward...

-estou falando sério, não podemos mesmo entrar em sala. –ele disse rindo, já andando para o banquinho em que nos sentamos no dia da confusão com Rosalie e Tânia.

Suspirei vendo a grama verde, os passarinhos feios (pombinhas = Ratos voadores) as flores coloridas e o céu azul lá em cima com pouquíssimas nuvens brancas. Eu poderia dizer que mais tarde choveria talvez, o que era um milagre para Phoenix. Uma mão de Edward continuava segurando a minha mão enquanto sorria me olhando.

-você está estranha. –ele comentou com os olhos castanhos esverdeados cravamos em mim, o sorriso torto ainda no rosto, brincando.

-estava pensando em como as coisas mudaram de um tempo para cá. –disse voltando a olhar para a paisagem a nossa frente. – quanto tempo se passou até que chegássemos aqui, até que virássemos quem somos...

Eu o olhava cuidadosamente, estudando cada gesto que fazia. Cada movimento de seu rosto cuidadosamente guardado na memória, cada sorriso bobo que ele dava agora, e como seus olhos pareciam mais para dourados agora, por baixo dos cílios grossos e escuros. Edward me abraçou forte, o rosto colado ao meu carinhosamente.

-gosto de como as coisas estão. –ele afirmou tocando meus cabelos com as pontas dos dedos. –gosto de como te vejo e do que passamos a representar um ao outro. –ele sorriu e se afastou um pouco. –não queria fazer isso assim, aqui, mas acho que é um bom momento. –ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e aproximou os lábios de minha orelha. –eu quero você... Para mim.

Um arrepio cortou todo meu corpo, uma sensação agradável de estar perto de quem se gosta tomou conta de mim. Uma felicidade indescritível crescia, me fazendo sorrir para ele como uma retardada. Abracei seu pescoço com força.

-você já tem. –ele sorriu colocando uma mão atrás de minha nuca e me beijando carinhosamente, enquanto eu tentava pesar nossas palavras.

-vem. –ele disse me puxando novamente para sei lá onde, enquanto eu ria atrás dele, sem sequer pensar.

[Rosalie]

Bella tinha matado aula, fato. Era hora do almoço e Alice ainda estava trancada na ultima cabine do banheiro enquanto eu tentava convencê-la de que não tinha motivos para tanto escândalo já que eu nem tinha certeza se meu irmão tinha nos visto no corredor enquanto Alice tentava fugir dele outra vez.

-Alice, talvez ele nem tenha nos visto. E depois... Você prometeu a ele, lembra? –ela choramingou.

-eu estava bêbada. –segurei a risada.

-não minta, eu sei que não. Você só bebe suco de clorofila e refrigerante, esqueceu? –tentei novamente abrir a porta.

-é, mas eu estava... Drogada... De sono. –ri alto.

-não seja impossível Alie. –ela fungou.

-é o caos, é o caos! –ela disse abrindo a porta e suspirando.

-primeiro, você não está realmente preocupada com o que vão pensar, mas sim se você vai quebrar a cara, e eu te digo: sim, vai. Mas e daí? Segundo...

-realmente muito animador, tem mais?

-é claro que sim, está pensando que eu estava mesmo prestando atenção na aula ao invés de pensar em discurso para te dizer? É claro que não. Segundo: você não vai quebrar nenhuma regra feminista, sabia que Coco Chanel era casada? Sabia que Arthur Boyle era o amor de sua vida? E você acha que isso a faz menos... Sei lá eu o que você pensa. É claro que você vai quebrar a cara com Jasper, e varias vezes eu te digo, mas é isso que faz uma pessoa gostar de outra. Não é o fato de ela ser linda e de tentar ser perfeita. É exatamente todos os defeitos, o jeito egoísta e o temperamento difícil... Não teria graça se apaixonar por alguém todo certinho. –ela fez um bico que eu só tinha visto criança fazer. Por um segundo me arrependi de ter dito tudo aquilo.

-tudo bem, você já me convenceu quando disse que tinha feito esse discurso na aula. –suspirou pesadamente. –vamos almoçar...

-UFA!

[Emmett]

-Jasper, O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO? –berrei o vendo se esconder atrás de um vaso de flor.

-SHIU! Estou tentando fazer com que Alice não me veja. –ele sussurrou olhando para a baixinha encapetada e a loira fatal almoçando.

-mas você não queria o contrario? –ele revirou os olhos.

-é claro que sim, mas isso foi antes do que aconteceu ontem... –ele murmurou suspirando.

-e o que aconteceu ontem? –perguntei curioso.

-ela me beijou. –deixei a boca cair.

-VOCÊ GANHOU A APOSTA! –berrei pulando.

-SHIU! É por isso que estou me escondendo. Se Alice descobrir que eu apostei que conseguiria sair com ela, ela morre... Ou me mata, o que eu acho mais provável. –ele suspirou pesadamente sentando ao chão.

-ué, e daí? Você ganhou, não é? –ele me olhou de relance.

-é, mas...

-mas...

-mas ela nunca mais vai querer falar comigo, nem me ver, nem tentar me matar com uma sandália ou jogar suco de clorofila em meninas que vem falar comigo e provavelmente... Passaria a me ignorar para o resto da vida. –o retardado suspirou com o olhar distante. PUTA MERDA!

-ah, não. –falei dando um passo atrás.

-o que foi?

-ALGUÉM CHAME UMA AMBULANCIA! ESTAMOS COM UM CASO GRAVE DE GRIPE A AQUI! –berrei chamando a pessoa mais próxima a mim.

-GRIPE A? AAAAAAAH, É GRIPE SUÍNA, GRIPE SUÍNA! –o menino saiu berrando para um reservatório de álcool em gel mais próximo, apertando o negocio em cima da cabeça. 

-eu to dizendo que ele ta com gripe DE APAIXONADO, idiota. –bufei puxando Jasper para longe daquela gente. Povo louco!

Para a minha alegria, quando saímos da escola Edward e Bella estavam dentro do carro que acabara de estacionar. Outro caso grave de Gripe tipo a. Edward saiu do carro com a testa franzida e correu para o lado da garota que nos olhava com uma sobrancelha levantada.

-o cara ta mal, to levando para o hospital. –avisei o colocando dentro do meu carro.

-HOSPITAL?! –Jasper berrou indignado enquanto eu o empurrava para o branco de trás.

-Alice tentou matar ele de novo? –Bella perguntou mordendo o lábio inferior. Ri alto.

-não... –ela suspirou aliciada. –ainda.

-hm... Ótimo. –ela falou pegando a mão de Edward e voltando para o carro.

-não vai atrás dela? –Edward perguntou confuso.

-Jasper está indo embora, então acho que tudo vai ficar bem. –ela deu de ombros rindo e Edward correu novamente para o carro, dando partida logo em seguida.

-Emmett, eu não preciso ir a hospital nenhum, de licença. –Jasper foi andando novamente para a escola enquanto eu fazia minha promessa interna de nunca me apaixonar por ninguém.

[Alice]

(música gente: http://www.youtube.com/watch?v=beu9ffvAdqg&feature=related )

Tentei manter a calma enquanto almoçava, mas na verdade tudo o que eu queria era sair correndo de lá o mais rápido possível, e com Bella fugindo da escola nada seria muito fácil. Rose tomava seu suco sem sequer me olhar, enquanto outras pessoas conversavam sem nem sequer me encarar. Soltei um suspiro de alivio e olhei novamente em volta, encontrando um olhar verde em minha direção.

-FUDEU! – berrei. Olhei em volta e achei uma boa desculpa que me ajudasse. – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, UMA BARATAAAAAAAA!!!!!!

Me joguei em baixo da mesa enquanto todas as meninas começavam a gritar. Angela logo estava ao meu lado com os olhos arregalados enquanto Rosalie me lançava um olhar fulminante por cima da mesa. Ben estava em cima de sua mesa gritando igual uma menininha, enquanto Angela começava a rir.

-Alice, o que está fazendo? –Rosalie perguntou desviando de um pedaço de pizza voador.

-tentando salvar minhas roupas, é claro. –ela ergueu uma sobrancelha.

-aha. –deu um tapa em um copo e jogou suco para todos os lados. –da um espaço para mim aí.

Fui um pouco para o lado e ela veio para de baixo da mesa também, enquanto os alunos enlouquecidos, liderados pela menina nova, Jessica, se divertiam lambuzando a cara de patricinhas... DEUS ME LIVRE!

-é melhor sairmos daqui antes que isso se torne a terceira guerra mundial liderada por adolescentes com comida na cabeça. –Rose falou para nós apontando para a mesa ao lado que logo nos refugiamos.

-e tudo isso por que Alice disse que tinha visto uma barata. Imagino o que aconteceria se fosse um rato. –Angela riu pegando uma bandeja e a fazendo de escudo.

-minha roupa nunca mais desencardia, é claro. –murmurei pensando nas manchas de molho que poderiam causar.

Corremos para a outra mesa, mas aparentemente ela já estava sendo ocupada. Empurrei o grandão para o lado e me escondi atrás do menor, esperando que ele fosse o suficiente para me defender de macarrão e tomates.

-da licença moço. –gritei quando o grandão tentou se levantar.

-EMMETT? –Rosalie gritou olhando a pessoa que eu tentava sufocar.

-Emmett? –sussurrei vendo o gigante abestalhado levantar o dedo polegar em positivo. –opa...

Sai de cima dele com cuidado para não bater a cabeça no tampo da mesa e foi quando o menino pequeno (o qual eu tentava me esconder atrás) virou e me encarou, com os olhos verdes arregalados. Engoli em seco vendo meu puta azar.

-Alice? –ele murmurou ainda me encarando.

-hm... Jasper. –respondi igualmente retardada.

O que aconteceu em seguida foi simplesmente insano. Eu queria editar a história, mas Bella está ao meu lado com um chinelo de coelhinho nas mãos pronto para jogá-lo em minha cabeça, enquanto vê o que estou escrevendo, o que significa que seria suicídio mudar os fatos um pouquinho que seja.

Nos abraçamos no mesmo instante em que terminei de dizer seu nome. Logo senti seus lábios quentes e úmidos nos meus e isso me causou uma sensação tão agradável que eu poderia facilmente confundir aquela escola em pânico com o céu.

-ah, ótimo. Tudo isso está acontecendo porque ela estava tentando se esconder dele e agora estão aí... Era só o que me faltava. –Rose murmurou enquanto eu ouvia Angela rir.

Ignorei todos os barulhos que estavam em minha volta e o puxei para mais perto, colocando minhas mãos entre seus cabelos encaracolados e desajeitados. Dane-se o que o resto iria pensar, se aquilo, ou ele, me fizesse feliz... Estava tudo bem para mim.

[Bella]

-Edward onde estamos indo? Está começando a chover. –disse rindo e sendo puxada por ele no centro da cidade.

-não gosta de chuva? –ele perguntou parando no meio de uma rua vazia.

-gosto, mas vamos ficar molhados e o banco do seu carro... –ele riu.

-você está mesmo preocupada com o banco do meu carro? Nem eu estou. –ele riu e a primeira gota de chuva caiu em nós. –está vendo? Chuva é a melhor coisa que existe nesse calor.

-você está certo. –ri um pouco e abracei seu pescoço.

-eu sei. –ele murmurou em meu ouvido me abraçando forte e me girando no ar enquanto a chuva começava a ficar mais forte.

-EDWAAAAAAAAAARD! –gritei rindo enquanto ele parava lentamente, me deixando colocar os pés no chão.

-Bella! –ele imitou meu tom de voz rindo e colocando uma mão no meu rosto.

-você é um bobo! –afirmei sorrindo.

-por você! –ele sorriu e então me beijou, enquanto a chuva batia em nós provocando uma sensação gostosa e reconfortante. Me abracei a ele com todas as minhas forças, afinal é sempre bom um pouco de realidade na vida.