Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 13
"Pé na estrada"




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Sam arrombou a porta apontando a arma para todos os lados, institivamente deixei a minha cair sobre o chão e levantei minhas mãos.

– Você não idiota! Onde estão eles? – Olhou para os lados procurando pelos suspeitos, mas não avistou algum.

– Fugiram, não pude impedi-los e a Jess estava inconsciente. –Disse eu encarando a arma na mão de Sam.

– Não acredito. Estávamos tão perto e você deixou que eles fugissem.

–Sam! Não. – Jess se levantou.

–Podem entrar. – Logo Shun e Aline entraram.

Ao voltarmos para agência a dupla recebeu uma bronca por terem deixado os suspeitos escaparem. Me coloquei como o culpado expliquei o que havia acontecido naquele quarto alugado. O chefe da agência perguntou o meu nome e ameaçou de me prender por agir cumplice como do garoto e do demônio. Sam e Jess tentaram convencer o senhor Théo a me perdoar, contanto que eu não me envolvesse em mais casos ele aceitou. Eles não sabiam das minhas habilidades e quem realmente eu era, então queriam me manter afastado no caso de eu ser algum espião ou algo parecido.

Fui para casa do meu amigo Shun, em tão pouco tempo ele já tinha comprado uma moradia muito bonita, um casarão, apesar não ligar muito para dinheiro Shun era bem exigente em suas compras. Passei um bom tempo na casa com ele, essa vida de caçar monstro era muito para mim, eu sentia muito medo, poderia morrer a qualquer instante. Durante os meses que fiquei morando na argentina com Shun arranjei alguns bicos como fotografo, mas nada que desse muito dinheiro, não que eu precisasse. No final da semana pela manhã, eu havia acabo de acordar, o telefone tocou.

– Alô – Pude ver Shun andando como um zumbi até a cozinha, para fazer chá.

– Alô, Lauri? Aqui é a Jess, boas notícias, sabemos onde seu corpo está.

Eu congelei por um instante, eu sabia que aquele não era meu verdadeiro corpo, mas quando ela falava desse jeito parecia que eu já estava morto. Porém eu me senti aliviado, finalmente eu poderia ser eu de verdade.

– Onde está?

– Em algum lugar do Brasil, não sabemos ao certo onde exatamente, mas conhecemos alguém que pode saber.

– Quem? – Fiquei muito ansioso, Shun se aproximou do celular para ouvir a conversar e então eu deixei no alto falante.

– Ele fazia parte da tal Fênix que a Kimberly mencionou, pelo visto ele foi o único que escapou.

– Escapou do que?

– Da mesma coisa que levou sua memória e seu corpo.

– Tudo bem Jess, por favor o nome e onde ele vive. - Pediu Shun, impaciente.

– Nome dele é Fenrir, alguns o chamam de “O deus lobo”, ele vive no Rio de Janeiro.

– Tudo bem, vocês vêm com a gente? –Perguntei.

– Olha Laurique infelizmente não vai dar, nossa agencia é aqui e a menos que seja algo muito importante nosso chefe não iria nos transferir, agora é com vocês, mas aconselho a levarem Aline, ela é uma peça importante do quebra cabeça, eu já a avisei, a qualquer momento ela pode estar aí.

– Obrigado Jess, por tudo.

– Por nada, precisar, sabe o meu número. – Encerramos a ligação.

Poucos instantes depois ouvimos a campainha tocar, fui atender, era Aline, fofa como sempre, estava toda produzida, com sapatilhas pretas e vestido azul, segurava a chave de um carro.

– Então, vamos? - Apontou com a cabeça a direção da saída.

Eu avistei um Fiat Mille amarelo, suspeitei que fosse dela. Cocei minha bunda.

– E nós vamos de carro?

– Sim e por que não? Adoro viagens de carros. – Shun se intrometeu na porta e olhou para garota com um sorriso que ele acreditava ser sexy.

Olhei para Shun seriamente.

– Você detesta viagens de carro.

Aline tirou da bolsa uma caixinha de tic tac, dentro dela haviam pastilhas com umas bandeirinhas do lado, ela nos disse que deveríamos comer para caso precisamos falar com alguém que não entendesse Inglês, Japonês ou Castelhano. Então percebi que eu já era um Trilíngue, e agora iria poder falar em português.

Arrumamos nossas coisas e partimos de carro em direção ao Brasil, a uma terra desconhecida, falar com um homem desconhecido que atende pelo nome de Fenrir “O deus lobo”, que foi o único que não perdeu o corpo e a memória e poderia ter uma pista de onde estaria o que eu e Aline perdemos. Mas ainda sim tudo isso era muito estranho para mim, se éramos um grupo e estávamos sempre unidos, como ele poderia ser o único que escapou ileso. Pesquisei sobre esse nome que me parecia familiar, o outro Laurique já havia ouvido falar sobre esse nome em algum lugar, então encontrei informações. Segundo a mitologia Nórdica Fenrir era um lobo gigante, filho do deus Loki, e mataria Odin no grande dia chamado de “Ragnarok”.

Durante toda a viagem os pombinhos flertaram até que em um certo ponto decidiram se pegar, eu tinha acabado de voltar da loja no posto de gasolina e vi Aline e Shun, fazendo sexo no banco de trás do carro, levei dias para esquecer aquela cena.


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