P.o.V Adria

Nunca tinha sentido uma dor tão infernal como aquela. Das cabeças aos pés, era como se tivesse levado um crucio, e ele nunca tivesse parado. Mal conseguia abrir os olhos, foi preciso de muito esforço. A primeira coisa que eu vi, foi o branco. Supremo, e eterno. Depois tudo entrou em forma. Inclusive, duas pessoas se agarrando.

– Oi? - Chamei, foi agora que eu notei, olhando a minha mão, estava muito muito pálida. Os dois se separaram, e aqueles eram...

Draco e Hermione?! Praticamente se comendo! Hermione corou violentamente e saiu murmurando que ia pegar água. Draco e o seu sorriso sem graça, se sentando ao lado da cama.

– Vejo que está tudo perfeito hein... - disse, tossindo.

– Está! Acho que vamos ficar juntos. Estou pensando em pedir em namoro... - E eu apenas olhava para o teto.

É claro que eu amo o Draco, mas a certos momentos que você devia parar de se preocupar com os outros e voltar a se preocupar com si mesma. Além do mais, quem precisa da Adria, agora que já tem a garota nos braços?

– O quê eu tenho? - Perguntei rispidamente enquanto ele falava sobre como pedir a Hermione em namoro. Ele me olhou sem entender. - Ah, desculpe, por interromper todo esse seu falatório. Mas é que tem alguém que está morrendo aqui, e quer saber o que tem.

– V-você, está em meio que um limbo. Foi afetada pela poção do Morto Vivo, mas está viva, por quê ela meio que tava vencida. Mas vai ficar bem. - ele disse apreensivo. - Desculpe.

Foi então que as lágrimas começaram a rolar, lentamente.

– As vezes eu acho que só sirvo pra consolar e ajudar os outros. Eu meio que não tenho uma vida própria. - disse, tentando secar as lágrimas.

Draco baixou a cabeça e disse:

– Eu sei, eu sou o pior irmão do mundo. Fiquei usando a minha irmã, para poder conquistar a garota que eu gosto. E nem me importei em me perguntar como ela estava. Se ela estava gostando de uma garoto _não que eu aprove_, mas eu também, sou um babaca por simplesmente ignorar o que ela sente. - Ele me encarou, e uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. - E quando ela está aqui, praticamente em seu leito de morte, eu me gabando de uma garota. Quando devia estar preocupado com ela. Sinto muito.

Foi então que eu desmanchei em lágrimas. Agora essa coisa de limbo está me afetando emocionalmente é? Se tem uma coisa que eu odeio, é chorar. E chorar na frente dos outros é lastimável. Eu me inclinei, tentando inutilmente ignorar cada pontada de dor que machucava até a alma, que não duvido estar ferida também, e abracei Draco.

– Eu te amo maninha. - Ele disse.

– Eu também te amo, sua fuinha albina. - Eu disse, e ele riu.

***

Mesmo que o medi-bruxo tenha dito que eu deveria ficar de repouso, e com o máximo de "paz" que eu conseguisse, foi meio complicado, com tantas visitas.

Primeiro, Hermione, de verdade, que ficou bastante corada, por eu ter visto aquela cena, mas não falamos sobre ela e Draco, mas sobre... sobre tudo na verdade. Depois o Harry, Rony e uma garota ruiva, emburrada que depois fiquei sabendo ser chamada Gina. Namorada do Harry, que não estava muito feliz que estarem ali, mas depois parece que ficou melhor. Depois as minhas colegas de dormitório, Merida, Rayahnne. Depois minhas outras amigas de outras casas, Natthalya e Tris da Grifinória. Katherine da Corvinal e Viria da Sonserina. Elas vieram juntas, nunca tive uma tarde tão divertida. (apesar de toda a dor, e que piorava a cada segundo).

Então o horário de visitas acabou, mamãe e papai ficaram aqui comigo, e conversamos. Eu tomei as poções, e dor, e palidez foi se esvaindo aos poucos, mas só o pouco da dor que se foi, foi um alívio e tanto. Hermione foi embora, e Draco também.

Draco não quis ir, queria passar a noite ali, comigo, mas a mãe não deixou por causa da escola. Mas no fim, depois de muita negociação, que deixava que ele viesse amanhã, e que poderia trazer mais uma pessoa, ele concordou em ir embora.

Agora, estou tentando fazer a minha mãe, deixar com que eu escreva uma carta para Marta, a minha elfa. Ela não e só minha elfa, mas minha melhor amiga.

– Por favor, por favor! - Eu implorei, e ela me deu a pena, tinteiro e papel.

Olá Marta,

Estou com tantas saudades! Gostaria de poder te dar todos os detalhes sobre Hogwarts, mas não quero escrever um livro, e sim uma carta. É tão magnifica, esplendida, não acho que sejam suficientes para descrever Hogwarts. Mas é o quê eu tenho para agora. Sinto em dizer que não estou no meu dormitória (Eu fui para a Lufa-Lufa como queria, não é incrível?!), mas sim no St'Mungo's.

Eu estou com uma coisa chamada Varíola do Morto Vivo. É como se eu fosse meio que um zumbi sabe? Viva, porém ao mesmo tempo meio que morta. E o pior. Achei que zumbis não sentiam dor, mas acho que por não ser definitivamente um zumbi eu sinto dores que até mesmo uns 30 crucios seriam melhor, acredite. MAs para todos os efeitos... bem, eu estou bem. As dores estão passando. Estou bem com o Draco, mamãe, e papai; Tenho várias amigas agora!

Mas não se preocupe, eu nunca, nunca nunca vou te substituir, até por quê, vai saber né? Elas podem negar, mas o ressentimento por ser Malfoy sempre vai existir.

Gostaria de poder escrever mais, só que a mamãe está com o olhar "Vamos logo, ou eu te tranco no quarto e nunca mais sai de lá!". Então acho que vai ter que ficar por aqui.

Acho que é por quê tenho que descansar... escreve em breve.

Com amor,

Adria.

Depois e entregar a minha mãe, e pedir que entregasse a Marta (sim, ela sabe ler), eu logo adormeci.