O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 10
No fim do mundo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Antes de mais nada, desculpem o atraso. Eu ia postar este capítulo no sábado passado, mas fiquei com preguiça de revisá-lo porque esses dias foram bem corridos no meu trabalho, aí eu fiquei exausta e para completar uma gripe do mal me derrubou. Na verdade, ainda estou meio negoçada aqui, mas xapralá.

Sobre o capítulo, acho que ele é um dos mais importantes da fic até agora. Cheio de retornos, reviravoltas, choro, drama e... Uma sementinha para uma fic futura. Quero só ver se vocês vão perceber que sementinha é essa ahahahahah

Bem, nas notas finais eu explico melhor os paranauês.

Espero que gostem, que chorem e xinguem bastante! Oi?



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Mia estava sentada numa poltrona, no quarto de Rachel, folheando um livro, do arquivo dos Homens das Letras, e tentando encontrar alguma forma de abrir um portal para o mundo paralelo onde o Slender Man mantinha as suas vítimas.

De vez em quando, ela olhava para Isabel, que estava dormindo na cama de Rachel.

Havia amanhecido há algumas horas e aquele era o sexto dia desde que Rachel e Henry haviam sido levados por aquela criatura.

Depois de virar a página do livro e passar as mãos pelo rosto, para espantar o sono que sentia, Mia olhou para a filha, viu que ela tinha acordado e que a encarava com aquele mesmo olhar que a caçadora via tantas vezes em Castiel. Não era apenas a cor intensamente azul dos olhos, era o jeito peculiar, curioso e apaixonante de olhar.

Depois de sorrir levemente para a menina, Mia fechou o livro e perguntou:

— Dormiu bem? — quando Isabel fez "sim" com a cabeça, ela quis se certificar: — Tem certeza? Nenhum pesadelo desta vez?

Isabel balançou a cabeça negativamente e contou:

— Eu tive um sonho muito bonito, mamãe.

— Jura? Como era o sonho? — interessou-se Mia.

— Eu posso desenhar? — propôs a menina.

Mia lembrou que a filha adorava desenhar e concordou:

— Claro.

Em seguida, a caçadora levantou da poltrona, deixou o livro sobre ela, caminhou até uma escrivaninha perto da janela e começou a procurar, nas coisas de Rachel, papel e lápis de cor.

— Cadê o papai? — perguntou Isabel.

Depois de pegar o papel sulfite, os lápis e também um caderno para servir de apoio, Mia se aproximou da cama, sentou-se, entregou as coisas para a filha e, satisfeita por não precisar mais mentir quando ela lhe fazia aquele tipo de pergunta, a caçadora respondeu:

— No Céu. Os anjos precisam dele por lá também. Mas, ele vai aproveitar e tentar descobrir se algum deles sabe onde fica o tal lugar para onde... A Rachel e o Henry foram levados. Ele pode demorar um pouco para voltar.

Isabel ficou pensativa e Mia imaginou que ela estava preocupada com os amigos, imaginando onde eles estariam e se Castiel conseguiria alguma informação que pudesse ajudar a trazer as crianças de volta.

No entanto, a menina acabou surpreendendo Mia ao perguntar:

— É difícil para você, mamãe? Ser casada com o papai, mas ter que dividí-lo com o mundo e com os outros anjos?

Mia ficou um pouco desconcertada com aquilo, mas resolveu responder com sinceridade:

— Bem... É difícil. É como ser casada com um super-herói, um deus ou... Algo do tipo. Mas eu sei que o seu pai faz o possível. E que não é fácil para ele também. Além disso, o mais importante é que quando ele está comigo, não importa por quanto tempo, cada segundo vale a pena.

— Mas você não se sente sozinha quando ele não está aqui? — quis entender Isabel.

— Não. — respondeu Mia seguramente. — E sabe por quê? — a caçadora tocou a ponta do nariz da filha com o dedo por um instante e explicou: — Porque ele me deu você. Então, toda vez que o papai precisa se ausentar por mais tempo e eu fico com saudade dele, eu olho para você, Isabel, e tudo passa, porque eu percebo que uma parte dele sempre estará comigo.

Isabel encarou a mãe com carinho, em seguida sorriu, ficou de joelhos na cama e a abraçou. Mia a abraçou de volta e a ouviu dizer:

— Eu te amo, mamãe.

— Eu também te amo, meu anjo. — retribuiu ela antes de Isabel se afastar. — Mais alguma coisa que a senhorita queira me perguntar?

— Sim! Só mais uma coisa. — anunciou a menina e depois de uma breve pausa, questionou: — Quando você tem alguma premonição e sabe que pode salvar alguém, não sente medo por você? De que alguma coisa dê errado ou de acabar se machucando?

— Isabel... — começou Mia sem entender por que a filha estava fazendo aquele tipo de pergunta.

— Apenas responda, mamãe. Por favor. — pediu ela interrompendo a caçadora.

Mia a encarou por algum tempo, pensou um pouco e por fim resolveu explicar:

— Sim, eu sinto medo. Mas então eu lembro que há pessoas sentindo mais medo do que eu. E que se eu posso salvar uma dessas pessoas... Vale a pena me arriscar. — depois de alguns instantes observando a filha mais uma vez, ela indagou: — Por que você está me perguntando essas coisas?

— Só curiosidade. — respondeu Isabel tranquilamente.

Mia acreditou nisso porque fazia poucos dias que a menina tinha descoberto a verdade sobre ela e Castiel. Com certeza, estava cheia de perguntas sobre aquele assunto mesmo.

Pensando desta forma, Mia encerrou:

— Ok. Então agora faça o seu desenho, depois tome um banho e desça para o café da manhã, tudo bem?

A menina assentiu com um meneio de cabeça, se acomodou na cama e começou a desenhar enquanto Mia se levantava. Logo ela deixou o quarto.

Ao ouvir um barulho de um carro, a caçadora parou em frente a uma janela no corredor e avistou o Camaro de Natalie chegando no bunker.

Sam e Dean tinham preferido não contar para as esposas que os filhos tinham sido levados pelo Slender Man. Dar a notícia por telefone não pareceu ser uma boa ideia, na época. Dizer que era melhor elas voltarem para o bunker o quanto antes faria com que as duas ficassem desconfiadas e, consequentemente, preocupadas.

Além disso, Natalie e Claire estavam no meio de uma caçada quando tudo aconteceu e não poderiam fazer nada se soubessem que Rachel e Henry tinham desaparecido daquela forma sobrenatural. Sam e Dean também não podiam esquecer que pessoas iriam morrer se elas voltassem às pressas, sem resolver o caso dos vampiros.

Por todos esses motivos, os irmãos acharam melhor esperar que elas voltassem. E assim como Mia, naquele momento, eles observavam, só que de uma janela no andar inferior, as esposas saindo do carro.

Claire trazia consigo uma caixa de tamanho médio e embalada com um papel bem colorido. Sam deduziu que era a boneca nova que ela havia prometido para a filha.

Natalie, por sua vez, segurava uma sacola de papel de uma lanchonete, onde ela havia comprado uma deliciosa torta de chocolate. A favorita de Henry.

As duas caçadoras caminharam em direção à entrada do bunker. Instantes depois, abriram a porta enquanto conversavam e sorriam ao imaginarem a reação das crianças quando vissem o que elas haviam trazido.

No entanto, quando elas adentraram a sala e viram os maridos, Bobby, Jody, Garth e Mia (que já havia descido e se juntado a eles) com expressões sérias e aflitas, as duas desmancharam os sorrisos imediatamente e entenderam, naquele exato instante, que havia alguma coisa errada.

A sacola caiu das mãos de Natalie e Claire abaixou a caixa que segurava.

XXX

Enquanto isso, Isabel terminava de pintar o desenho que havia feito. Mas ao ter uma sensação estranha, de que estava sendo observada, ela parou de mover o lápis e olhou na direção da janela.

Dali era possível ver a estrada bem ao longe e algumas árvores ainda mais distantes. Apesar da distância, Isabel teve certeza de que tinha alguma coisa entre a vegetação. Alguma coisa a olhava de volta. Ela não podia ver exatamente, mas podia sentir uma presença. A presença de algo maligno.

Lembrando do sonho e da conversa que teve com a sua mãe, Isabel conteve o medo que sentia, abandonou o desenho e levantou da cama. Caminhou até a escrivaninha e pegou uma mochila, que estava pendurada na cadeira e que pertencia à Rachel.

Abriu o guarda-roupa, pegou dois agasalhos e duas calças de moletom. Colocou as peças dentro da mochila. Depois ela iria ao quarto de Henry e pegaria roupas para menino também. Em seguida, ela teria que ir até a cozinha e separar alguns suprimentos. Mas antes disso, ela precisava trocar de roupa, já que estava de pijama.

Por fim, Isabel teria que fazer o mais difícil: sem que ninguém visse, ela teria que pegar a tal arma, sobre a qual ela tinha ouvido os adultos conversando no dia anterior, e sair às escondidas.

Havia uma grande chance da Colt destruir o monstro que levou Henry, Rachel e uma outra garotinha, que Isabel viu no sonho que teve naquela manhã. E, lembrando do que a sua mãe lhe disse, se havia uma chance de salvar alguém, então ela deveria deixar o medo de lado e se arriscar.

XXX

Os adultos tinham ido até a biblioteca, deixando a mesa da sala principal repleta de livros, recortes de jornais antigos, com relatos de outros casos envolvendo o Slender Man, e anotações diversas, além do notebook de Sam e uma caixa de madeira na qual ele tinha guardado a Colt.

Quando souberam o que tinha acontecido, Claire e Natalie ficaram arrasadas. Mas, ao contrário do que Sam e Dean imaginavam, elas não ficaram procurando por culpados. Todos tinham uma parcela de culpa, mas discutir sobre isso, não iria adiantar nada.

A ideia de que seus filhos estavam lá fora, em uma dimensão qualquer, com um monstro implacável e cruel, era um problema bem maior e urgente. Na verdade, era um terrível pesadelo. Rachel e Henry estavam correndo risco de vida nas mãos do Slender Man.

— Eu quero a minha filha, Sam... — disse Claire aos prantos enquanto o marido a abraçava. — Eu quero a minha Rachel... Ela deve estar tão assustada...

— Nós vamos trazê-la de volta, Claire. Vai dar tudo certo. — afirmou Sam, embora não tivesse como garantir isso, apenas desejava o mesmo que ela: a filha deles de volta, sã e salva.

Natalie, por sua vez, deixou o seu corpo cair em uma das poltronas, que havia na biblioteca, e ficou olhando para um ponto qualquer do chão enquanto se lembrava de quando Henry era só um bebê. De como era mais fácil protegê-lo naquela época, quando ele era algo tão pequeno em seus braços. Natalie daria qualquer coisa para poder protegê-lo daquela forma de novo.

Dean se aproximou com certa cautela, se abaixou diante da esposa, segurou em suas mãos e pediu:

— Baby, diz alguma coisa.

Natalie permaneceu em silêncio e imóvel enquanto lágrimas de desespero e preocupação começavam a sair de seus olhos estáticos. Então Dean se aproximou mais um pouco e a abraçou forte. A loira escondeu o rosto no ombro dele e fechou os olhos, o que fez com que mais lágrimas saíssem deles e molhassem a jaqueta de Dean.

— Nós vamos encontrar o nosso Bebê Awesome, Naty. Eu prometo. O Henry vai voltar para casa. — assegurou Dean.

Enquanto isso, Mia andava de um lado para o outro, torcendo para que Castiel voltasse o mais rápido possível e com alguma informação útil.

Bobby, Jody e Garth se aproximaram dos casais e tentaram dar algum tipo de apoio naquele momento. Enquanto todos conversavam e tentavam acalmar Claire e Natalie, Isabel colocou a mochila de Rachel nas costas e, tomando muito cuidado para não fazer nenhum ruído, ela saiu do bunker pelos fundos.

Em algum lugar longe dali...

Rachel estava com os pés sobre os ombros de Emily, que estava com os pés sobre os ombros de Henry, que tentava suportar o peso das duas garotas. Os três estavam diante de uma das paredes imundas da caverna, justamente aquela que possuía uma pequena abertura por onde talvez eles pudessem fugir.

— Eu não vou aguentar por muito tempo... — avisou Henry sem fôlego enquanto tentava manter o equilíbrio.

— Nem eu. — admitiu Emily enquanto segurava nos tornozelos de Rachel com mais força.

— Eu estou quase conseguindo... — disse a filha de Sam e Claire se esticando mais um pouco em direção àquela abertura.

Henry reuniu todas as suas forças e ficou nas pontas dos pés. E assim, finalmente, Rachel conseguiu ver o que havia do lado de fora.

Decepcionada, ela viu que o lugar onde os três estavam era cercado por montanhas bem íngremes e onde toda a vegetação parecia ter morrido há décadas. O céu era totalmente encoberto por nuvens escuras e pesadas. Um vento gelado soprava por toda a parte, produzindo o único ruído que podia ser ouvido naquele cenário desolador e vazio. E para completar, havia uma névoa densa em alguns pontos, impedindo a menina de ver se havia mais alguma coisa ao longe.

— Oh não... Que droga... — resmungou Rachel.

— O que foi? O que você está vendo? — quis saber Emily.

— Onde nós estamos, Rachel? — indagou Henry.

— Eu diria que... No fim do mundo. — respondeu ela.

— O quê?! — exclamaram Henry e Emily ao mesmo tempo causando um desequilíbrio na "escada" que formavam.

Os três gritaram assustados enquanto tentavam se manter em pé, porém sem sucesso. Em um segundo, Rachel escorregou sobre Emily, que caiu sobre Henry e então os três estavam no chão.

Depois de gemer um pouco, por causa da dor da queda, Emily perguntou para Rachel:

— Você está bem?

— Sim... — gemeu ela. — E você?

Emily assentiu com um meneio de cabeça e as duas olharam para Henry, que estava estirado embaixo delas. As meninas se afastaram e sentaram ao redor dele.

De olhos fechados, Henry ergueu a mão direita e se pronunciou também com um gemido:

— Eu vou sobreviver.

Instantes depois, Henry finalmente se recompôs e também se sentou. Em seguida, fitou a prima e indagou:

— Como assim "no fim do mundo"?

Com tristeza e um profundo desapontamento, Rachel explicou:

— Não tem nada lá fora, Henry. Pelo menos, nada que vai nos ajudar. Mesmo se nós sairmos daqui, com certeza... Não vamos durar muito tempo lá fora. Nós não temos para onde ir.

O menino engoliu em seco, enquanto Emily parecia temer por algo e fitou o chão tentando controlar aquela sensação ruim.

Inconformado, Henry se levantou, começou a andar de um lado para o outro e logo estava batendo em uma das paredes com força enquanto esbravejava:

— Eu não vou morrer aqui! Eu não vou morrer aqui!

Rachel começou a chorar e Emily a abraçou enquanto lembrava os dois:

— Ele vai nos ouvir!

As duas viram Henry parar de esmurrar a parede e ficar em silêncio quando percebeu que uma das suas mãos estava sangrando. Então ele ficou parado por alguns instantes e depois sentou no chão, com as costas apoiadas na parede e um olhar vazio no rosto.

Henry olhou para as duas meninas e a ideia de que, assim como ele, elas fossem morrer ali, nas mãos daquele monstro e ele não poderia impedir, o deixou ainda mais desesperado. Então Henry fechou os olhos e encostou a cabeça na parede. Ficou ouvindo o choro de Rachel se extinguir e Emily dizer:

— Vocês ainda tem tempo. Seus pais vão acabar encontrando um jeito de tirar vocês daqui.

Henry abriu os olhos e, assim como Rachel, fitou Emily com um olhar interrogativo. Querendo entender por que ela estava falando daquele jeito, ele perguntou:

— Como assim "vocês"? Nós três vamos sair daqui, Emily.

— Não... — discordou a menina e Henry percebeu que ela estava prestes a chorar. — Eu não vou...

Preocupado, ele se levantou e caminhou até ela. Sentou-se ao seu lado e perguntou:

— Tinha outras crianças aqui, não tinha? — depois que Emily balançou a cabeça afirmativamente, ele prosseguiu: — O que aconteceu com elas?

Emily hesitou ao sentir um arrepio de medo percorrer o seu corpo, mas por fim, conseguiu explicar:

— O monstro as levou. Nós éramos quatro quando eu cheguei aqui. E ele as levou... Uma a uma. Eu não sei por que, eu não sei para onde, mas... Quando ele aparecer de novo, eu sei que eu vou ser a próxima.

— Ele não vai chegar nem perto de você. Eu não vou deixar. — assegurou Henry. Mas quando a garotinha fitou o chão mais uma vez, pouco convencida daquilo, ele ergueu o queixo dela com o dedo indicador, olhou em seus olhos e completou: — Palavra de Henry Jones Winchester. Eu prometo.

Embora não soubesse como aquele menino iria impedir que aquilo acontecesse com ela, Emily sentiu-se mais segura e confiante enquanto o encarava de volta. Resolveu acreditar nele e manter as esperanças até o fim.

Depois de assentir com um meneio de cabeça, ela viu o corte na mão de Henry, por onde saía um pouco de sangue. A mesma mão que ainda estava no rosto dela.

Então Emily a segurou, a colocou em seu colo e, enquanto rasgava um pedaço do tecido da blusinha que vestia, explicou:

— Nós temos que estancar o sangramento e manter o local protegido. Do contrário, pode infecionar. — Henry franziu o cenho confuso e ela esclareceu: — Minha mãe é enfermeira.

— Ah... — murmurou o menino.

Em seguida, ele observou Emily passando o pedaço de pano em volta da mão dele e amarrando de uma forma firme, para que não soltasse.

Enquanto isso, Rachel encarava o primo sem entender por que o rosto dele estava ficando ligeiramente vermelho.

— Pronto. — disse Emily depois que terminou de dar o último nó.

— Obrigado. — agradeceu Henry com um leve sorriso.

— Sem problemas. — respondeu Emily.

E então os dois continuaram se olhando e Rachel franziu o cenho, sentindo-se meio desconfortável, como se estivesse "sobrando" ali.

XXX

Fazia meia hora que Isabel tinha saído do bunker às escondidas. Ninguém tinha dado por sua falta ainda, porque ela havia deixado a luz do banheiro acesa, ligado o chuveiro e fechado a porta, como se estivesse tomando banho.

Naquele momento, ela caminhava pelo acostamento de uma estrada deserta da região e, de vez em quando, olhava para uma floresta ao longe. Toda vez que fazia isso, a menina tinha aquela sensação estranha de novo, como se algo maligno a espreitasse e acompanhasse os seus passos atentamente.

Isabel sabia que aquilo não era uma mera sensação. Ela era filha de um anjo e estava desenvolvendo certa sensibilidade para o sobrenatural.

Enquanto caminhava, ela lembrou do seu último passeio com a mãe, em uma praça em Wichita Falls. Havia alguns brinquedos no local, como balanços e gangorras. E também havia árvores. Uma quantidade razoável delas.

Isabel começou a se perguntar se foi naquele dia que o Slender Man a viu pela primeira vez. E sobre os últimos sonhos que teve, ela sabia que não tinham sido apenas premonições. Em alguns momentos, ela tinha visto Henry e Rachel tentando fugir, mas em outros... Parecia que o Slender Man estava atrás dela também. Mas o mais importante era o que ela tinha visto no sonho daquela manhã. Algo que lhe deu coragem e esperança para executar aquele plano. Algo que ela retratou no desenho que ficou na cama de Rachel.

O barulho de um carro se aproximando fez Isabel deter o passo, parar de pensar naquelas coisas e olhar para trás, a tempo de ver um Siena preto passar por ela.

O motorista, um homem de aproximadamente quarenta anos, branco, de cabelos castanhos e que se chamava Ethan, achou estranho ver uma criança sozinha no meio do nada e ainda com uma mochila nas costas. Então ele resolveu parar o veículo no acostamento e verificar se ela estava perdida.

Antes de sair do Siena, ele olhou para o banco detrás, onde o seu filho, que tinha oito anos, havia acabado de acordar, e orientou:

— Erik, fique aqui. O papai já volta, tudo bem?

O menino assentiu com um meneio de cabeça, se acomodou melhor no banco e, pela janela traseira, olhou para a mesma coisa que tinha chamado a atenção de seu pai: uma garotinha sozinha no acostamento.

Seus olhares se cruzaram por um breve instante e Erik acenou para ela discretamente. Isabel não esboçou qualquer reação e, instantes depois, parou de olhar para ele. Deu alguns passos para trás ao perceber que aquele homem se aproximava dela.

— Calma, eu não vou te machucar. — tranquilizou Ethan, parando de caminhar e erguendo as mãos em sinal de rendição. — Qual é o seu nome? — Isabel não respondeu e ele mudou de estratégia: — Onde estão os seus pais? Você se perdeu? Quer que eu ligue para eles?

Isabel entrou em pânico. Aquele homem intrometido iria arruinar os seus planos e ela não podia deixar isso acontecer. Henry, Rachel e a menina do seu último sonho precisavam de ajuda. Isabel podia salvá-los e ninguém iria impedí-la de pelo menos tentar.

Pensando desta forma, ela deu mais alguns passos para trás e olhou em direção à floresta. Se corresse, conseguiria chegar lá em cinco minutos. Então, o Slender Man a encontraria e a levaria para o mesmo lugar onde os seus amigos estavam.

— Está tudo bem. — disse Ethan dando alguns passos a frente, o que fez Isabel recuar mais um pouco. — Eu não vou te machucar. Eu só quero te ajudar a encontrar os seus pais. Você não quer encontrá-los? Eles brigaram com você? Você está fugindo deles? Olha... Tem um posto policial perto daqui, eu posso te ajudar.

Isabel ficou ainda mais tensa. Aquele homem ia estragar tudo, ela tinha que ser rápida. Não podia explicar quem era e o que estava fazendo no meio do nada. Sendo assim, ela deu passos rápidos para trás e depois saiu correndo em direção à floresta, deixando o homem completamente confuso.

— Ei! — chamou ele dando longos passos para fora do acostamento e alcançando uma área coberta por grama e vegetações rasteiras, para onde ela havia ido.

Ethan pensou em correr atrás da garotinha, mas parou ao se lembrar do filho no carro. Não podia deixá-lo sozinho. Mas também não podia deixar aquela menina assustada e perdida na floresta.

Pensando em tudo isso, ele gritou para o filho:

— Erik, mantenha as portas fechadas até eu voltar!

O menino obedeceu prontamente e depois voltou para a janela a tempo de ver o pai começando a correr na direção da menina. Isabel correu o máximo que pôde, mas acabou sendo alcançada por Ethan, que a segurou pela mochila.

— Me deixe em paz! — pediu Isabel desesperada e se debatendo para se livrar do homem.

A mochila acabou saindo das suas costas e, sem pensar duas vezes, Isabel correu em direção à floresta dando o máximo de si.

Ethan ficou ainda mais confuso com o comportamento daquela garotinha e a chamou novamente:

— Ei! Volta aqui! Ei!

Isabel olhou para trás por um instante, mas em seguida correu ainda mais e adentrou a floresta. Ethan ficou parado, olhou para a mochila e depois para o carro. Ele já tinha ido longe demais, não podia deixar o filho sozinho e se enfiar naquela floresta atrás daquela menina.

Então ele resolveu voltar para o carro e ligar para a polícia. Enquanto isso, Isabel continuava correndo na floresta, passando por clareiras e por entre as árvores.

De vez em quando, ela olhava para trás, para se certificar de que aquele homem não estava mais atrás dela.

Quando chegou no seu carro, Ethan olhou para o filho e viu que ele indicava algo na floresta. Então o homem se virou e olhou, ainda mais confuso, para uma névoa que se erguia entre as árvores. Até poucos instantes, aquela névoa não estava ali e agora estava se espalhando rapidamente.

Isabel finalmente parou de correr ao se lembrar da sua mochila que tinha ficado para trás. Xingou baixinho e fechou os olhos por alguns instantes.

Mas em seguida, ela sentiu aquela presença maligna novamente. Mais forte e mais perto dela. Abriu os olhos e olhou para frente e para os lados. Não viu ninguém.

Ao ouvir o barulho de folhas secas sendo pisoteadas logo atrás de si, ela ficou totalmente imóvel e tensa.

Olhou para o chão ao ver uma névoa que se espalhava pelo lugar e fechou os olhos antes de dizer para si mesma:

— Eu não tenho medo de você.

O barulho dos passos se tornava cada vez mais próximo até que finalmente cessou.

Isabel sabia que o Slender Man estava bem atrás dela, naquele exato instante. Podia sentir a sua presença mais forte do que nunca.

O monstro não entendia por que a sua vítima tinha decidido vir até ele daquela forma. Mas não estava preocupado com isso. Afinal, o que uma garotinha poderia fazer contra ele? Ninguém podia detê-lo.

Então... De repente... Isabel sentiu dedos compridos e magros tocarem em seu ombro. Abriu os olhos e gritou, demonstrando que estava com medo sim. Mesmo assim, ela não tentou fugir.

Logo a névoa a envolveu por completo, bem como vários braços enormes que a prenderam com facilidade...


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Notas finais do capítulo

Isabel???? WTF??? O que você foi fazer, menina??? Como assim??? O que esta autora maluca fez contigo? Não satisfeita pelo Slender ter levado Rachel, Henry e a doce Emily, agora a Isabelzinha entrou na roda também? OMG!

Calma, calma. Eu sou doida, mas não sou maluca. Aguardem e confiem. Existe um motivo para a Isabel ter agido deste jeito suicida (oi?) e está relacionado com o sonho misterioso que ela teve...

Bem, não sei se ficou claro, mas o Slender também tinha visto a Isabelzinha antes. Claro que eu inventei isso há pouco tempo porque a princípio, ela não ia ser raptada pelo magrelo do mal. Mas... Fui devaneiando, devaneiando e devaneiando e o rapto da nephilim era necessário para o desdobramento dos fatos.

Mudando de assunto, sentiram o climinha entre Hemily? kkkkkkkkkkkkkk

Mudando de assunto de novo, perceberam qual a sementinha que eu plantei? Não? Então, eu conto!!! A famigerada sementinha é... TCHAN TCHAN TCHAN TCHAAAAAAAAAAAAN: ERIK! Guardem este nome, sociedade. Voltarei a falar dele em breve.

Sabem... Este TCHAN TCHAN TCHAN TCHAAAAAAAAAAAAN: me lembrou aquela música assim: Esta é mistura do Brasil com o Egito, tem que ter charme pra dançar bonito... Oi? Ah, tá, é que é do É o Tchan. Deletem. Eu estou gripada e misturei um monte de remédios aqui kkkkkkkkkk cool.

Bem, eu queria fazer uma resenha sobre este capítulo e destacar cada coisinha que escrevi kkkkkkkkkkkk mas é melhor parar por aqui, né? Tô meio negoçada hoje.

Ah! Vou tentar atualizar H&H hoje também.

Agora é com vocês!!! Reviews?

PS: Assistiram SPN? O que acharam? Confesso, que não sei mais o que pensar ou dizer sobre esta série. Eu gosto, é minha série favorita e tudo, mas... Não sei mais o que pensar a respeito kkkkkkkkkkkkkkkkkkk



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