Suicide Chain escrita por synchro, Alice


Capítulo 7
Alana


Notas iniciais do capítulo

Gente, demorei? Demorei. Não estava recebendo muitos comentarios, e isso desestimula. Não vou colocar algo como so postarei se tiver comentarios. Mas mesmo assim se eu não receber, apenas não tenho a vontade de escrever. Gosto de ver que pessoas ao menos leem meu trabalho.



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A uma semana e um dia atrás, eu piorei.

Estava na cama, dormindo como qualquer dia dos últimos tempos, quando algo começou a me incomodar. Primeiro era suportável, e então começou a ser constante, e então eu finalmente tive de me levantar para conferir. Era meu celular, seu LED piscava azul, indicando que eu havia recebido uma nova mensagem, algo tão raro que me fez ficar completamente acordado em segundos segurando o aparelho desajeitadamente nas mãos.

Quando finalmente consegui destravá-lo, abri a caixa de correio eletrônico e abri a primeira opção, de remetente desconhecido. Fui dar uma olhada no conteúdo, e após passar o olho três vezes por toda sua extensão, finalmente compreendi seu significado. Minhas aulas estavam voltando, e todos estavam convocados a comparecer no dia à instituição para uma palestra.

Fiz a melhor atuação da minha vida para minha mãe, tentando convencê-la a me deixar ficar em casa, mas não deu certo.

Por fim, acabei apenas aceitando o fato, e me direcionei para a escola. Cheguei bem a tempo de pegar o início da palestra. Acabei nem ficando na arquibancada nem na quadra onde ficava o palanque em que o velho diretor falava com sua voz monótona sobre o Caso Alice e tudo que os policiais tinham dito até agora. Apenas me escorei numa parede perto do portão de saída e me forcei a pensar em algo para uma distração.

Eu estava em minha casa, terminando de almoçar. Minha mãe estava no telefone com minha tia. De repente eu estava no meu quarto, em meu computador, vendo o vídeo de Alana. Eu me lembrava dela, apenas um garota, tão nova.

"Oi para todo mundo." Sua voz era aguda e ecoou em meus ouvidos, seus ombros se curvaram para baixo. "Meu nome é Alana, tenho 12 anos." Me lembrei de ter sentido pena da garota, mas foi então que uma Alice espectral apareceu parada ao fundo do quarto da menina.

"Estou fazendo isso para encontrar Alice, e também meus primos e primas, que se foram para encontrá-la também. Meus pais estão agora com um dos meus tios, cuidando do funeral de sua filha." O fantasma desapareceu da tela, e reapareceu do meu lado, logo então sentando em meu colo.

– Ah, eu me lembro do seu corpo. – Ela parecia sólida, quase palpável, mas quando tentei empurrá-la de cima de mim, minhas mão a atravessaram. – Essa não era a recepção que eu esperava. – Ela fez uma cara triste e seus olhos eram uma mistura de um predador vendo sua presa e uma forte nostalgia. – Neste mundo eu não posso fazer muito com você, mas ao menos isso eu posso. – Sua mão fantasma atravessou para dentro de meu abdômen, e eu senti como se meus órgãos estivessem sendo esmagados.

"Sei que existem meios mais fáceis de morrer, mas quero merecer chegar até Alice, e então eu, ela, e todos os outros, estaremos esperando os que quiserem chegar até nós." Alana levantou uma faca serrilhada e a mostrou para a câmera. Eu cai da cadeira com a garota fantasma em cima de mim.

– Você quer que isso pare? Venha para meu mundo, e tudo será como nos velhos tempos. – Ela desapareceu, mas a dor continuou ali. Me coloquei novamente sobre a cadeira, e sem forças para fazer mais nada, olhei o resto do fim da pequena Alana.

A menina arrastava a faca por seu braço, tentando cortar, mas era muito fraca para fazer grande dano, e apenas mutilava cada vez mais a carne, lançando pequenos pedaços desformes da mesma por todo lugar, enquanto chorava e reprimia gritos de dor. Não parou até atingir o osso, então transferiu o foco para o pescoço, e cortou, rasgou, mutilou e continuou viva. Algo tentava segurá-la nesse mundo, mas ela estava determinada a ir.

Alana se engasgava em seu próprio sangue, e começou a ficar muito pálida. Um cheiro estranho começou a entrar em minha mente. Alana decidiu por um fim aquilo, e furou o próprio peito, mas ao invés de acertar o coração, ela acertou o esterno. Eu reconhecia aquele cheiro. Alana tentou mais uma vez, e então outra, e mais uma depois dessa, e nesse processo ela apenas conseguiu atingir seus ossos que protegiam o peito. Cigarros. Sangue inundava sua camisa. O cheiro, era de cigarros, algo estava errado, eu não sabia o que era. Sua mão ainda boa tentou colocar a faca dentro de sua barriga, mas nesse momento a garota morreu de perda de sangue. Minha cabeça trabalhava para descobrir o que não estava certo. Seu corpo pequeno e agora tão branco quanto vermelho era objeto de minha admiração, ela tivera a coragem e a força de se livrar das amarras nesse mundo. Então veio, como um clique, naquela época eu não tinha cigarros, muito menos em casa. E como um sonho em que se percebe que está sonhando, eu acordei.

Ela estava ali, Alice estava em minha frente, com um cigarro em sua boca, e um leve sorriso. Me estendeu um.

– Você quer?

Eu gritei, o mais alto que pude, o mais longo grito que consegui sustentar, e cai, cai profundamente no escuro.

Aquilo não estava certo, o que eu havia feito?

Todos me olhavam.

– Quer lembrar? Venha comigo.

Eu consegui apenas balançar a cabeça formando um não antes de ela entrar em minha mente.


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Notas finais do capítulo

Como podem ver, voltei ao antigo estilo de capitulos, me digam se preferem assim, ou apenas como no cap 6.
Posso adiantar a historia ou querem mais mortes?