Suicide Chain escrita por synchro, Alice


Capítulo 1
O início.


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic no estilo, não me matem plx.



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Eu entrei no site que me mandaram, algo como a corrente suicída. A página era simples, apenas um fundo branco e um player de vídeo no centro.

Esperei até o horário marcado e atualizei a página. Não existia mais um fundo branco, e sim uma imagem de um anjo numa cidade destruída. No vídeo, apesar de completetamente preto, tinha o símbolo de "Live" no topo, o que mostrava que já estava transmitindo.

Apareceu um quarto simples, uma cama, um guarda-roupas, paredes brancas um pouco manchadas, e no foco da imagem uma garota. Não sabia dizer sua altura, pois estava sentada e a camera só mostrava seu busto, mas ela era linda. Cabelos negros repicados, na altura do ombro, pele alva e olhos castanho-claros, a boca tinha um meio sorriso com baton vermelho.

"Olá, eu estou fazendo isso para que no futuro entendam a razão para meus atos.

Meu nome é Alice, eu tenho 17 anos.

Fui diagnosticada como depressiva com tendências suicidas aos 14 anos e meus pais vêm tentando me 'ajudar' desde então, assim como alguns de meus 'amigos' da escola."

Sua voz mudou de tom nas palavras amigos e ajudar, e percebi que não eram na verdade amigos dela.

"Mas eles simplesmente não sabem como ajudar. Fingem gostar de mim, ou pelo menos tentam, descaradamente. Meu pai é funcionário de uma fábrica de calçados, seu chefe não gosta muito dele e por isso sempre o degrine frente à outros funcionários.

Como meu pai não pode revidar seu chefe ou é despedido, foi em mim que descontou por toda a vida sua raiva, em mim e em minha mãe. Ela é uma dona de casa que algumas vezes trabalha como doméstica para ajudar nas contas, mas apesar disso quando está aqui mal fala ou faz algo comigo, pois diz que só nasci por falta de cuidado deles e sou indesejada.

Claro, eles mudaram as atitudes depois de meus problemas, mas ainda percebo que é falso.

Não considero essas coisas problemas muito graves quando penso sobre aqueles que vivem nas ruas ou na miséria. Mas eu não sou eles e não acho meu 'sofrimento' justo.

Quanto a escola, sou uma aluna mediana, quase não fico de recuperação e essas coisas.

Não sou exatamente excluída, pois depois que souberam do meu 'problema', começaram a me incluir em todas as atividades possíveis, desde educação física, onde sou a primeira a ser chamada, até para comer com o pessoal popular no intervalo. É interessante como quando você está prestes a morrer, ou quase isso, as pessoas tentam compensar tudo de errado que fizeram pra você.

Mas eu percebo como isso é falso, é como se estivessem esperando eu morrer para suas vidas voltarem ao normal."

A expressão dela ficou melancólica e eu podia ver onde isso iria terminar.

"Um garoto chamado Murilo conseguiu por cinco meses 'gostar' de mim.

Nós nos aproximamos e começamos a namorar. Eu achei que minha vida tinha de verdade melhorado, até um dia em que ele foi na minha casa, e estávamos vendo Constantine, pois eu adorava filmes em que ocorriam suicídios, e começamos a nos beijar.

Eu subi em seu colo e puxei sua blusa pra cima. Tirei a minha própria blusa e o sutiã. Ele simplesmente não conseguiu mais fingir, e disse que não suportava mais aquilo tudo quanto a mim, pegou sua roupa e foi embora. Nunca mais nos falamos depois disso, e eu entendi que nunca teria algo na minha vida ali, como era difícil pra eles suportarem serem amigos da garota com tendências suicídas.

Não que eu queira fazer drama sobre minha vida, apenas estou compartilhando com vocês o que eu sei sobre ela. Não quero ser considerada a coitada da história.

Estou fazendo isso pelo motivo de não achar mais esse mundo interessante, ou ao menos possível de viver nele. Quero deixar minha existência, e a quem quiser vir para a próxima existencia comigo, estarei esperando.

Pai, mãe, amigos, Murilo, nada disso é culpa de vocês, afinal todos sabiam que isso aconteceria algum dia."

Uma lágrima rolou em seu rosto.

"Adeus."

Sua mão se levantou e ela segurava algo preto nela. Quando eu percebi que aquilo era uma arma, era tarde demais para fechar o site, e o barulho do tiro me marcou de uma forma que me acompanharia por toda a vida nos meus pesadelos.

Olhei para o vídeo pela última vez, ela estava morta, seu corpo repousava deitado na cadeira, e ao fundo uma voz gritava seu nome.

A página ficou branca. Eu atualizei pra tentar ver o que tinha acontecido, mas apareceu apenas uma imagem dizendo que a página não tinha sido encontrada.

Percebi que o site foi tirado do ar naquele momento, mas odiei uma mania minha de sempre gravar as "Lives" que eu via. E naquele momento eu tinha gravado eu meu computador o suicídio de Alice Bittencourt, apenas o primeiro de muitos que começariam.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sério eu nunca tinha feito nada parecido, preciso de opiniões. Não, não é obrigatório, você pode ser um fantasma.Mas se algum dia sentir a necessidade de falar algo, faça um review.Se quiserem enviar personagens pra eu amtar, so mandar e contar da vida dele.