You and Your Heart escrita por QueenB


Capítulo 13
O clube dos cinco


Notas iniciais do capítulo

NYAH TA CORTANDO MINHAS NOTAS! voltei mais cedo né? hehe, to tomando jeito! Primeiramente feliz natal atrasado, e boas festas de réveillon á todos! Segundo: como a fic tava meio na cara, fiz algumas moderaçoes, posso dizer q vvcs vao se surpreender com o final, pf n deixem de acompanhar, e me deem minha primeira recomendaçao kakaka BEIJAP



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Pov – Nico

A primeira ideia quem teve foi Annabeth, não era uma ideia que ajudaria passar a noite aqui, mas era a melhor coisa a se fazer. Elas e as meninas saíram em busca de pedra e de urucum* para fazer uma sinalização de socorro na praia. Eu e os meninos estaríamos encarregados de fazer o abrigo. Fiquei com a tarefa de trazer comida e água. O problema é que não tínhamos água. Apenas duas bolsas, o conteúdo da primeira continha duas lonas pretas, e na segunda de acordo com Calipso, só havia um lápis e um pedaço de papel.

Que tipo de sequestrador te jogaria em uma ilha abandonada? Isso com certeza era coisa dos nossos pais, mas teríamos que resolver isso depois.

Com um pedaço de pau improvisado formando uma lança (vai saber que tipo de predador tem aqui) andei pela terra seca onde meu pé quebrava ela ao pisar. Estava descalço já que não aguentaria ficar com aqueles sapatos mais ridículos que a cara do meu pai. Avistei uma bananeira mais ao leste, no litoral da praia, e a coisa de gênio que eu fiz ao chegar lá foi jogar a lança. Nem perto de quebrar o cacho. Eu teria que escalar, por sorte o pé era meio inclinado. Aqui no alto, eu tinha uma visão privilegiada do ambiente. Um vulcão inativo ao norte, uma árvore gigante coberta de cipó ao oeste, um canal perto de onde estávamos acampados, e colunas de pedras atrás de mim.

Este deve ser um lugar lindo para ficar a noite.

Cortei o cacho e aproveitei pra pegar uns cocos já caídos pelo litoral. Voltei pro acampamento onde os meninos não estavam se dando muito bem com folha de bananeira e linha de bambu.

– Trouxe o rango. – Disse.

– E eu esperava que com essa lança você caçasse uns peixes para nós. – Respondeu Leo, sorrindo.

– Calma ai, cabelo de fogo. Sua namorada é vegetariana. – Provocou Jason.

– Cale a boca, Super-man.

– Se eu pegar esse bambu aqui... – murmurava Percy consigo mesmo. - ... e esse coco aqui...

– E cadê a cabana? – Perguntei, o que fez todos me encararem.

– Eu posso fazer uma cabana, é a coisa mais simples que tem. – Começou Leo, se achando. - Temos lona, bambu, folha de bananeira, mas precisamos de uma coisa forte para juntas tudo.

– Hm, que tal cipó? – Dei a ideia.

– Tem cipó por aqui? – Perguntou Percy, feliz.

– Tem, mais a oeste.

– E por que não nos disse antes? – Perguntou Leo balançando as mãos como se espantasse moscas.

– Hm... Você não perguntou...

– Misericórdia! – Leo saiu trotando e trompando com Thalia no caminho.

– Cuidado! – Thalia gritou.

As meninas carregavam duas folhas de bananeira gigantes com punhados de pedras brancas e urucum dentro.

– Chegou o clube dos cinco. – Leo disse sorrindo.

– Somos só quatro, Leo. – Annabeth respondeu indiferente.

Piper e Calipso descarregaram as pedras em um canto meio afastado do acampamento, Thalia e Annabeth fizeram o mesmo.

– A cabeça da Thalia vale por dois! – Gritei para elas ouvirem.

Thalia Grace me fuzilou com o olhar e revirou os olhos. Não entendi a reação. Normalmente ela pegaria um saxofone ou um trompete e correria atrás de mim me ameaçando de enfia-los em lugares indescritíveis. Ou no caso, um bambu.

– As princesas ainda não fizeram o abrigo? – Piper chegou sorrindo mostrando duas listras vermelhas em cada lado da bochecha.

– As princesas precisam de bambu pra isso. – Respondeu Jason.

– Vimos bambu mais ao oeste. – Disse Calipso, sentando em um pedaço de pano.

– O que é isso? – Perguntei.

– Aproveitamos e pegamos os nossos vestidos em retalhos perto do vulcão. Talvez sirva de alguma coisa. – Respondeu ela.

– Preciso... Precisamos de cipó. É cipó. – Murmurou Percy.

– O que ele tem? – Thalia perguntou sentando do lado de Cali.

– Tá meio bobão a alguns minutos. – Jason falou sentando.

Todos acabamos sentando em baixo da sombra, claro. Somente Percy ficou de pernas cruzadas olhando o pedaço de bambu na sua frente.

– Bobão ele sempre foi... – Annabeth disse. – Mas agora está horrível.

– Deve ter sido a terapia biblioteca todos os dias pós escola com Annabeth Chase. – Leo comentou.

– Não provoca.

– Então, vamos conversar sobre o que está acontecendo? – Perguntou Piper.

– Mais tarde. O sol logo vai se pôr e precisamos de um abrigo para passar a noite. – Respondi.

– Lógico que não, falta umas três horas até lá. – Thalia me contrariou.

– Lógico que não você.

– Não me contraria, Di Angelo.

– Então não me contraria também.

– Eu não te contrariei.

– Contrariou sim.

– Essa palavra na sua boca perde todo o sentido! – Exclamou Thalia.

– Você não faz sentido...

– Chega os dois! – Gritou Percy. – Cipó... Vou buscar cipó...

Percy levantou e foi em busca de cipó.

– Eu vou ir junto. – Ofereceu Annabeth. Todos olhamos para ela. – Tirem essas caras de safados do rosto, só vou acompanha-lo.

– E eu sou o a Rainha Elizabeth. – Piper comentou rindo.

– Tecnicamente, você é a Rainha da beleza... – Leo tentou.

– Dá um tempo, cara. – Disse dando um soquinho no seu braço.

– Que soquinho mais hermafrodita. – Jason riu.

– To sentindo cheiro de desafio. – Falei sorrindo.

– Você é sinistro sorrindo, Nico. – Piper falou.

– Sinistro sou eu dando uma surra nele! – Jason gritou partindo pra cima.

Começamos a nos rolar pela praia brincando de briguinha. Ouvi Calipso comentar algo como: Meninos. E Leo gritar: Vocês brigam que nem duas patricinhas!

Pov – Annabeth.

Percy assobiava enquanto andava colocando as mãos no bolso da já não calça. Alguma coisa estava acontecendo com ele, e eu queria saber o que era.

– Então você tem medo de aranhas... – Puxava assunto.

– Tenho, um trauma de infância. – Comentei. – E você, do que tem medo?

– Eu não tenho medo de nada. – Disse se vangloriando.

– Não acredito. Todo mundo tem medos.

– Eu não sou todo mundo.

– Pareceu minha mãe falando. – Ri.

Percy deu um curto riso.

– O que você e sua mãe tem?

– O de sempre, já te expliquei. Mas, e a sua?

– Então não te contaram? – Perguntou indiferente.

– Não... O que não me contaram?

– Ela tá em coma. – Soltou logo de uma vez.

– Sua mãe? Desde quando?

– Desde os meus treze anos.

Então a mãe dele está em coma faz quatro anos. A mesma época em que ele começou a fase “vou fazer um cosplay de galinha”. Percy me encarava.

Um silencio desagradável instaurou sobre nós. Era a vez da minha fala. O que eu iria dizer? Sinto muito? Cresci acostumada a ouvir isso de todos a minha volta. Sentiam muito pelo o que eu fiz acontecer com meu pai. Meu pai... Sempre que eu pensava nele eu desabava. Se eu não fosse tão tola a ponto de me importar com um sapo...

– Cobra! – Ouvi o grito de Percy.

Olhei para o lado e vi Percy dançar de um jeito engraçado espantando um cipó da cara.

– Isso é só um cipó! – Disse rindo.

Ele não parou. Tive que segurar o cipó até ele se dar conta.

– Ah... – começou – Eu já sabia.

– Claro, tão heroico...

– Não provoca, sabidinha.

Rimos juntos e arrancamos o máximo de cipós que conseguimos. Percy exagerou um pouco e acabou carregando alguns galhos a mais. De volta ao acampamento voltei a pensar no meu pai. Ninguém que estava ali sabia da verdadeira história e da culpa que eu carregava comigo todos os dias. Dei um sorriso ao lembrar da cena-vergonha do Percy com medo de cobra... Espera, medo de cobra?

– Cobra. – Eu disse.

– O que? Onde!? – Percy pulou.

– Nenhum lugar. O seu medo é cobra. Você tem medo de cobra. - Sorri ao concluir o pensamento.

– Eu? Nunca. Só imagina se alguma picar você e eu não puder impedir?

– Para de disfarçar. Pode contar pra mim. – Disse reconfortando-o.

– Minha mãe está em coma por causa de uma cobra. – Falou.

– Ah sim... – Mais uma vez, exclui o típico Sinto Muito da frase.

– E você? Onde está seu pai, sua avó?

– Um pai morto, uma vó morta e a outra me odeia. – Disse cética.

Percy não disse mais nada, e eu agradeci-o mentalmente por isso.

Chegamos ao acampamento em silencio e depositamos os cipós perto da cabana que Leo estava construindo. Jason e Nico haviam parado de brigar e tentavam pescar algum peixe. Piper montava a fogueira junto com Calipso que parecia estar batendo banana dentro de um pedaço de coco e Thalia que pegava os cipós e amarrava os cantos.

– Isso está ficando bom. – Comentei sorrindo.

– Muito menina do sul. – Leo disse.

– Eu não morava no sul...

– Tanto faz, não estraga o apelido.

– Ok. – Falei rindo.

– Está tão bom, Annie, que Leo fez até um mictório ali atrás. – Thalia piscou.

– Olha, parabéns Leo! Não faltou as aulas de marcenaria. – Elogiei-o.

– A única matéria em que eu não tirava D.

Sorri e fui ver se Piper precisava de ajuda com o fogo. No meio do caminho vejo que Percy pegou metade dos cipós e carregou para perto das rochas, no litoral. Eu ainda descobriria o que ele estava aprontando. Percy no fundo não era tão diferente que eu. Ele sofria a ausência da mãe, eu do pai. Ele não tinha um relacionamento digno de pai e filho, e eu não tinha um digno de mãe e filha. Ele nunca conheceu os avós, eu pelo menos já. Mesmo que uma me odeie. Perseu sofria com o estado da mãe todos os dias se perguntando se ela acordaria em alguma manhã, eu pelo menos já sabia que o meu pai não abriria os olhos novamente. Nós dois carregávamos o mesmo fardo. Afinal, como dizia meu pai: Todos carregamos uma dor consigo mesmo, a sorte é que a dor de alguns é menor do que de outros.


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Notas finais do capítulo

REVIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEWS????

QUERO RECOMENDAÇOES PELO AMOR DE DEUS