Late In Paris escrita por Gabi P


Capítulo 11
Meu acompanhante ainda está bravo comigo


Notas iniciais do capítulo

Ei, gente, tudo bom? Tô postando um pouquinho mais tarde hoje, porque eu estava estudando (é, tenho prova amanhã, num SÁBADO). Mas aproveitemmm, hein? É o capítulo do casamento da Ann :3 Talvez vocês gostem, beijinhos!



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O casamento já estava para começar, e claro, todos estávamos gritando e especulando sobre o casamento como se não houvesse amanhã. Todas as madrinhas e a noiva estavam ali naquela limusine enorme, mas parecia muito menor com tanta gente pulando e balançando os braços de felicidade. Era uma falação e empolgação que só.

Mas eu tinha que admitir, até eu estava super animada. A energia da Ann era contagiante. Ela ia casar agora! Tem alguma coisa mais emocionante que isso?

Parte de mim estava pulando, acredite. Mas a outra parte estava derretendo. Onde estaria Richard? Ele não retornava meus telefonemas e muito menos minhas mensagens. Onde ele havia se metido, afinal?

— Cassie! — a Ann sorriu. — Desencana, depois você chama ele. Não tem pressa!

— Mas Ann, se eu não o chamar agora, só vai dar em cima da hora.

— E daí? — ela deu de ombros, balançando a cabeça, como se eu me preocupasse demais. Anna parecia até aqueles caras chapadões que ficam felizes com tudo o que vier, só que muito mais linda e radiante. — Ele não deve ter mais nada para fazer mesmo. Só veio aqui te ver, lembra?

— Ele pode estar, sei lá, conhecendo a cidade que ele pagou caro para vir, que tal? — revirei os olhos, sem tirar o sorriso do rosto. Minhas bochechas já estavam doendo.

— Vish, essa daí está muito pessimista — falou Vic, jogando seus cabelos escuros para trás. Mas acredite, nem os comentários dessa daí iria estragar aquele clima. — quero dizer, para um casamento tão especial.

— É verdade, Cass. Deixa para lá, fica animada! — cantarolou Mary, aumentando a música que saía das caixas de som do carro em movimento. Essa festinha antes do casamento era permitida diante das tradições matrimoniais? Acho que não, mas era muito legal.

— Aham, vou tentar — respondi fazendo uma cara feia para Victoria, entre a cantoria do refrão de “All About That Bass”, de Meghan Trainor.

Ann me lançou um olhar do tipo “não chegue com essa cara no meu casamento”. Assenti, forçando um sorriso amarelo para ela.

Mas, de repente, uma ideia me veio na cabeça. O aplicativo de rastreamento! Eu posso ver onde o Richard está, se ele estiver no hotel, é só ligar para o quarto.

Liguei o celular e apertei no aplicativo. Digitei seu nome rápido e apertei em “procurar”. E cada segundo que o aparelho passava carregando, meu nó na garganta só aumentava. Eu não poderia usar o celular no casamento, e eu tinha poucos minutos até lá, então eu queria congelar o tempo ou só fazer o carro parar. Aquela cantoria e gritaria só me sufocavam mais. Passem mais devagar, segundos!

Mas a sua localização logo estava na tela. Uma setinha laranja apontava para um ponto no mapa, aproximei a tela, até ter a imagem da Street View de sua localização.

Acho que fiz a careta mais estranha que o mundo já viu, quando percebi para aonde a seta apontava. Porque as meninas me encaravam feio, como se eu estivesse estragando a positividade no lugar.

— O que foi, Cass? — perguntou Ann, balançando meu ombro.

— Hãn... acho que o Rick está em um prédio empresarial. Aqui de Paris.

— Espera. O quê? — ela puxou meu celular, sem entender.

— É, estou usando aquele aplicativo.

— Ele está trabalhando? Eu sempre te disse que caras viciados em trabalho não valem a pena — ela cruzou os braços, jogando o celular no meu colo novamente.

— Ann, mas ele não tem emprego aqui! — eu disse, indignada.

— Como você sabe? Os homens mentem, Cassie — A Jen declarou. Eu fiquei com vontade de jogá-la pela janela. Ela e a sua priminha, Vic, que soltava uns risinhos de vez em quando.

— Mas porque ele mentiria sobre isso? Ele tem emprego lá em Los Angeles, eu já fui no escritório dele!

— Ele não pode ter um emprego aqui também? Quer dizer, ter dois salários... — a Jen continuou.

— Não. Eu... eu não sei. Ele quase nunca viaja, nunca tem tempo.

— Como você sabe como ele gasta o tempo dele? — perguntou dessa vez, Ann.

Suspirei. Eu não queria falar dos meus problemas rumo ao casamento da minha melhor amiga. Na teoria, era apara estarmos falando de como ela está linda e como ela vai ser feliz... Essas coisas.

— Chegamos, senhoritas — o chofer anunciou. Todas nós demos um salto no banco, assustadas. Mas já? Logo quando começa a tocar “Maps” de Maroon 5.

Saímos do carro tropeçando e acostumando com o clima de animação que voltara à tona, sem nem mesmo termos de força-lo. Assim que nós vimos a igreja toda decorada, com alguns fotógrafos apontando suas enormes câmeras para nosso carro, os pulinhos e risos voltaram rapidamente. Ajeitei meu cabelo, preso numa trança espinha de peixe. E arrumei as dobrinhas de meu vestido rosa claro, como o das outras madrinhas. O delas era cheio de pregas e de um obro só, mas o meu era o único diferente – levando em conta que eu sou a madrinha principal, né? – é tomara-que-caia e estilo sereia, mas da mesma cor.

A Vic e a Jen entraram na igreja primeiro com seus acompanhantes, padrinhos e amigos de Carter, passando pelo tapete vermelho.

— Estou nervosa, Cass.

— Calma, você vai ser feliz para sempre depois de hoje — prometi, guardando o celular na bolsa, junto com todas as minhas preocupações, depois a entregando para a prima de Carter, que estava nos ajudando. A noite era da Ann, não minha. — só sorria e pareça confiante. Tudo vai dar certo.

Ann assentiu, me abraçando. Vi Jayden se aproximando atrás de minha amiga, junto com o pai da Anna, nossos acompanhantes. Eu tinha me esquecido desse detalhe, me amaldiçoei, será que ele ainda está muito chateado por sabe-se-lá-o-quê?

— Parabéns, Ann — o loiro a abraçou também, beijando sua testa e tentando não desarrumar o coque bem preso — Cassie — ele me cumprimentou, sem nem um aperto de mão ou algo assim. Mas logo estendeu seu braço, para que eu segurasse.

Respirei fundo e aceitei.

— Eu e a noiva já estamos bem — falei para ele baixinho, ocupando meu lugar na fila, atrás de Wendy com seu namorado, o Josh.

— Ainda bem — respondeu, sorrindo para frente, sem me olhar. Acho que ele também só estava sorrindo pelos fotógrafos, porque pelo jeito como ele dizia, parecia que queria estampar uma carranca no rosto.

— Onde você esteve?

— Ah, sei lá — ele virou a cabeça para baixo, para me encarar. Ok, não tão baixo assim, eu não sou tão pequena. Só quando comparada com a Anna — por aí — deu de ombros — por quê? Estava preocupada?

— Claro! — exclamei, segurando seu braço com as duas mãos. A Mary já havia entrado com o irmão do noivo, estava chegando nossa vez — Você saiu sem mais nem menos!

— É, desculpa — ele respondeu, rápido e ríspido, como se não quisesse falar nisso.

Logo, a Wendy entrou sorridente, abraçada com seu namorando e desfilando confiante.

Agora era a minha vez. Respirei fundo e me virei para apertar a mão da Ann novamente, que segurava forte no braço do pai, tão feliz quanto a filha. Dei mais uma olhada em Jayden de soslaio antes de entrarmos, ele só olhava para frente, me evitando de novo.

Todos nos encaravam, enquanto andávamos até o altar. Pude ver a família e amigos de Carter do lado direito da igreja, alguns rostos conhecidos, mas eu realmente não lembrava muito de nenhum deles. Já do outro lado, era a família e amigos da Ann, aos quais eu já estava super familiarizada. Vi a mãe dela, os primos gatos com os quais ela queria me armar, pessoal do trabalho. Eu olhava de vez em quando para o meu acompanhante, enquanto ele recebia alguns olhares das garotas que provavelmente estavam desesperadas para casar também, ou só o encaravam porque ele era bonito mesmo, das duas uma. Ele continuava a ignorar minha existência, o que deveria ser difícil, quer dizer, estávamos entrando juntos na igreja!

Chegamos ao altar e eu me posicionei ao lado de onde a Ann deveria ficar. Jay foi para o lado oposto, onde estava Carter, meio suando e meio alegre. Mal retribui os olhares cúmplices das outras madrinhas, e tentei olhar para o meu amigo de novo, dessa vez ele estava me encarando. Ambos desviamos o olhar.

Já mencionei que ele é muito idiota quando quer?

A Ann entrou com seu pai logo em seguida, com todos mandando beijos e sorrisos, ao som da marcha nupcial. Ela realmente estava encantadora, acho que o Carter aumentou significantemente seu sorriso. A noiva usava um vestido em formato de A, a saia não era muito de baile, nem muito sereia, era na medida certa. O top tinha um formato de coração e era cheio de pregas, com um cinto de pérolas. Mas o melhor era o conjunto todo: ela não parecia só uma noiva, era a noiva mais linda que eu já vi.

Depois de seu pai entregar a filha para Carter, que só faltava sair voando dali de alegria, a loira se pôs bem ao meu lado. E eu nem sabia se isso era permitido, mas ela me abraçou, e eu já estava chorando. As lágrimas de felicidade mais sinceras que já chorei.

*******

A partir do momento em que os noivos fizeram os votos, a igreja inteira estava em prantos, era tudo tão lindo. A Ann e o Carter mereciam isso, sério. Eles namoraram por dois anos e meio antes do pedido, que não foi nenhuma surpresa, até o garçom do restaurante que eles iam toda semana já sabia. Esses dois são o tipo de casal que você olha e consegue imagina-los envelhecendo juntos com uma família grande e alegre. E quando todo mundo em sua volta reconhece o amor de duas pessoas, é porque é um sentimento realmente grande. Eu admirava tanto isso.

No final da cerimônia, eu estava precisando retocar a maquiagem urgente, antes da recepção. E necessitava falar com Rick. Ele não tinha deixado nem uma só mensagem!

Percebi que algumas pessoas já estavam se direcionando para o tal salão. A Ann e o Carter foram os primeiros a sair, já que teriam que receber todo mundo.

E eu não via o Jay em lugar algum para conversar com ele. Deve estar realmente muito chateado comigo, afinal, alguém podia me explicar isso tudo?

— Cass? — me chamaram, atrás de mim.

Virei-me quase tropeçando no vestido longo com os saltos bem altos.

— Jay! Estava te procurando — eu disse, puxando-o pelo paletó para o canto da igreja. Ele me seguiu, respirando fundo.

— É. Posso falar com você?

— Claro. E pode começar me explicando porque está tão pirado comigo e o que eu fiz.

— Não é... diretamente sobre isso que eu queria falar.

— O que é, então?

— É o Richard, ele...

Eu estava prestes a interrompê-lo, não queria escutar mais sermões por ter aceitado meu ex-namorado de volta. Mas não foi preciso, meu celular tocou alto. Pensei que tinha botado no silencioso.

— Só um minuto, Jay.

Estava escrito “Rick chamando” na tela. Graças a Deus!

Alô?

— Cass! Me ligou? — ele riu, despreocupado. — Várias vezes?

— Rick! Liguei, sim. Eu queria te convidar para vim para a recepção do casamento. A Ann que deu a ideia.

— Ah, sério? Tudo bem, vou me arrumar, daqui a pouco estou aí.

— E, ah, mais uma coisa... onde você esteve a tarde inteira? — perguntei logo de cara, com a curiosidade explodindo minha cabeça.

— Você sabe... — ele fez uma pausa, que me pareceu como se ele estivesse hesitando — conhecendo Paris.

— Ah, certo — o que isso significava? Que ele estava mentindo? Que ele estava só passando por um prédio empresarial para “conhecer”? Eu realmente não sabia, e não tinha certeza se queria saber. — Te vejo daqui a pouco, até.

— Até.

Então ele desligou.

Me virei novamente para Jay. Respirando fundo.

— E aí? — perguntei desanimada. — O que você estava dizendo?

Ele balançou a cabeça.

— Nada, não. Vamos para a recepção logo — respondeu, indiferentemente, e saiu andando sem mim até a porta.

Ele ainda estava com raiva? Maravilha. Era o que me faltava.


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Notas finais do capítulo

Vestidos das madrinhas (o da Cass é o da esquerda): http://www.pinterest.com/pin/519180663266522498/

Vestido da Ann: http://www.pinterest.com/pin/519180663266594520/

E aí, gostaram? Digam nos comentários :3 Ah, e queria saber se vocês querem que eu poste dia sim e dia não, a partir de agora, para durar mais a fic. Tanto faz para mim :D

É isso aí, e obrigada por ler :3



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